XXIX Congresso de Iniciação Científica
Boas Práticas em Design Gráfico Inclusivo
Matheus Petroni Braz, mat.petroni@gmail.com, Fernanda Henriques, ferdi.henriques@gmail.com.
Campus de Bauru, Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Bacharelado em Design com Habilitação em Design Gráfico.
Palavras Chave: Design Inclusivo, Design Gráfico, Acessibilidade.
Introdução
A prática projetual no Design Gráfico pode ser concebida como uma ação que visa organizar elementos visuais – como cores, textos e imagens, por exemplo – a fim de transmitir uma mensagem considerando-se seus aspectos informativos, estéticos e persuasivos (Gruszynski, 2000) para fornecer elementos suficientes que promovam a significação desejada ao seu usuário final. A questão é que grande parte de tais projetos atendem, segundo Bispo e Simões (2006), apenas a 'um mítico homem médio que é jovem, saudável, de estatura média, que consegue sempre entender como funcionam os novos produtos, que não se cansa, que não se engana… mas que na verdade, não existe'. Dessa forma, torna-se necessário aliar práticas inclusivas ao Design Gráfico a fim de evitar possíveis falhas comunicacionais com o usuário final que porventura apresente algum tipo de deficiência, incapacidade ou desvantagem física, social ou cultural.
Objetivos
O objetivo geral desse estudo é desenvolver conteúdo teórico e fomentar discussões na área do Design Gráfico Inclusivo, aprofundando-se acerca das características dos usuários sob a ótica da inclusão e acessibilidade e identificando quais são as práticas projetuais que mais se aproximam dessas propostas. Os objetivos específicos visam desenvolver, a partir dos resultados teóricos, uma nova identidade visual para a Mostra Arte Sem Barreiras – evento anual de acessibilidade e integração social realizado em Bauru, interior de São Paulo, bem como um manual de boas práticas em Design Gráfico Inclusivo na tentativa de popularizar o tema entre profissionais da área e de incentivar o desenvolvimento de um maior número de projetos gráficos inclusivos.
Material e Métodos
Levantamento bibliográfico sobre Design Gráfico Inclusivo e suas características, possibilitando o desenvolvimento do redesign da identidade visual do evento local bem como a síntese e construção gráfica das informações adquiridas em um manual de boas práticas em Design Gráfico Inclusivo.
Resultados e Discussão
O desenvolvimento da pesquisa demonstrou a importância de associar questões da inclusão e da acessibilidade com o Design Gráfico, na medida em que grande parte dos projetos gráficos disponíveis hoje não atendem muitas das características e necessidades de usuários que destoam do usuário convencional. As práticas encontradas para expandir o alcance destes projetos abrangem diversas áreas do design gráfico. Técnicas em tipografia para usuários com dislexia ou com baixa visão;; uso de cores inclusivas para daltônicos;;
busca por mensagens mais claras a partir do uso de grids, leiautes e hierarquia da informação equilibrados, bem como a correta utilização e aplicação de imagens, ícones e pictogramas;;
utilização dos suportes (impresso, digital, ambiental) como potencializadores dessa inclusão. Essas e outras técnicas podem ser combinadas em busca de superar limitações físicas e cognitivas que separam a mensagem de seu usuário final.
Conclusões
Por mais que exista um crescimento de políticas públicas e discussão sobre acessibilidade, ainda há muito o que ser feito para promover medidas que possibilitem uma vida em sociedade com direitos garantidos a todos. Nesse contexto, o Design apresenta-se como uma potente ferramenta capaz de diminuir muitas dessas barreiras. Por meio de mudanças em sua postura projetual, o designer gráfico pode oferecer, a partir de técnicas e processos específicos, diversos produtos e serviços que sejam inclusivos, acessíveis e respeitem as diversas limitações que o usuário final porventura apresente.
Agradecimentos
À PROPe/UNESP, ao programa PIBIC/Reitoria 2016, a FAAC/UNESP, ao Departamento de Design, ao Grupo de Pesquisa “Design Gráfico Inclusivo:
audição, visão e linguagens”.
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1 Bispo, R. e Simões, J. F. Design Inclusivo: Acessibilidade e Usabilidade em Produtos, Serviços e Ambientes. 2006.
2 Gruszynski, A. C. Design Gráfico: Do invisível ao Ilegível. 2000.