Brasil, OMC e Tecnologias de Informação: O ITA e o Brasil
Nilo da Rosa Werneck. Marcelo Passini Mariano, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Franca, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Relações Internacionais, nilorwerneck@gmail.com, PIBIC/CNPq
Palavras Chave: Multilateralismo, TICs, informática
Introdução
Desde o fim dos anos 90, diversos países assinaram um acordo de redução e gradual extinção de tarifas sobre produtos de tecnologia da informação, as chamados TIC’s. Esse mesmo acordo foi mais tarde estendido, incluindo outros países que demonstraram interesse. O Information Technology Agreement (ITA, ou ATI em português) é parte imprescindível de um mercado que tem importância expressiva, pois tem relação direta com acesso a bens e serviços e é parte essencial da automação em curso dos mais diversos setores da economia, dos serviços à indústria.
O Brasil é um dos poucos países de relevância no Sistema Internacional que não faz parte do ITA.
Objetivo
Compreender as razões políticas e econômicas, principalmente, que levaram o Brasil a não assinar o acordo de liberalização do mercado de TICs.
Essa dúvida reside no fato de que países que tradicionalmente têm políticas econômicas e de desenvolvimento parecidas com as brasileiras já fazem parte do acordo há algum tempo.
Material e Métodos
Leitura, análise e fichamento de material pertinente à pesquisa.
Foram úteis as reportagens e notícias de jornais referentes ao assunto conseguidas nas bases de dados do Laboratório de Novas Pesquisas em Relações Internacionais (LANTRI).
A utilização de bibliografia acadêmica pesquisada lançou luz sobre conceitos e percepções que foram aperfeiçoados ao longo da pesquisa, além da análise de documentos de órgãos do governo e do legislativo que permitem perceber como as decisões do passado influenciam no presente.
Resultados e Discussão
O Brasil tenta, desde a lei da reserva da informática nos anos 1980, garantir um ambiente adequado e favorável ao desenvolvimento de tecnologia nacional e competitiva na área da informática e
comunicações. A lei mais recente que promove essa ideia é de 2001 e tenta, através de incentivos fiscais, promover a inovação e o crescimento da competitividade do produto brasileiro nessa área.
Entretanto, não foi possível, ainda, observar o desenvolvimento de soluções e produtos competitivos internacionalmente.
Conclusões
As políticas de incentivo à inovação no Brasil não têm surtido efeito relevante, visto que o país cada ano mais fica em déficit em matéria de produtos de alta tecnologia, como semicondutores, por exemplo.
A política atual concede incentivos fiscais e exige investimento em Pesquisa e Desenvolvimento como contrapartida, mas não especifica como esses investimentos podem ser conduzidos de maneira a beneficiar o país.
A falta de um objetivo claro no desenvolvimento e incentivo à pesquisa tecnológica, além da não-inclusão da universidade nessa lógica, faz com que as políticas de desenvolvimento não tenham o efeito esperado.
A justificativa da não assinatura do ITA baseada no argumento de proteção da indústria nacional, baseada nesses fatos se torna frágil. O país não desenvolve competitividade e nem acessa os recursos, que atualmente já importa, por um preço mais favorável, mesmo que fosse apenas para o mercado interno.
Agradecimentos
Agradeço ao meu orientador, Marcelo Passini Mariano, pela oportunidade e pela disponibilidade sempre que necessário.
Agradeço também ao Rafael Almeida, que me ajudou imensamente em tudo que se relaciona à pesquisa.
XXXI Congresso de Iniciação Científica