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caminhos para a provisão de cuidados no Brasil

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Academic year: 2023

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As mudanças mais significativas detectadas foram a diminuição do percentual de casais com filhos e o aumento de casais sem filhos. Mulher sozinha Casal sem filhos4F5 Mulher sozinha e outros Homem sozinho Casal com filhos Homem sozinho e outros. O que se observa entre 2019 e 2020 é um ligeiro aumento do percentual de acordos nucleares e da população ali residente em detrimento dos únicos e ampliados,5F6 como pode ser visto no gráfico 1. A decomposição do segundo levou em conta o composição dos arranjos, conforme explicitado no quadro 1, que será discutido nas seções seguintes, começando pelos domicílios do tipo casal com filhos.

Os arranjos de casal com filhos continuam a dominar, apesar da tendência de queda já mencionada. A proporção de chefias femininas foi menor nesses dois arranjos em relação ao tipo de casal com filhos, sendo maior a proporção de mulheres que trabalhavam, o que pode ser explicado pela ausência de filhos. O rendimento dos arranjos estendidos foi quase a metade do primeiro, semelhante ao rendimento dos casais estendidos com filhos.

As famílias formadas por mães com filhos eram responsáveis ​​por cerca de 15% das famílias brasileiras e 16,1% da população em 2019, ocupando o terceiro lugar em importância. Divididos nos dois arranjos, nuclear e estendido, nota-se que estes últimos foram responsáveis ​​por quase um terço dos arranjos mãe-com-filho e por 41,4% da população; a ação está caindo ligeiramente durante o período. São pouquíssimas as famílias formadas por pais com filhos sem a presença da mãe/cônjuge.

Por outro lado, em comparação com os rendimentos das famílias alargadas constituídas por casais com filhos e mães com filhos, estes eram ligeiramente superiores (Tabela 4).

Os Arranjos familiares segundo o ciclo de vida

Fase de Expansão ou Crescimento Casais com filhos entre 7 e 17 anos (independente da idade do filho mais novo). Os aqui considerados tiveram maior número de pessoas trabalhando nos dois anos, apesar desse número ter diminuído em 2020. A dependência da renda do patrão foi menor, pois os filhos contribuíram com cerca de 23% da renda familiar, também nos dois anos.

Eles tinham o maior número de parentes, cerca de 10% da população; dos quais cerca de 26% tinham menos de cinco anos em ambos os anos; talvez os sobrinhos do chefe. Havia 0,5 beneficiários da previdência social em 2019 e 0,4 em 2020, cuja renda contribuiu com 23,5% da renda total dessas famílias nos dois anos. Esses arranjos foram aqueles com menor renda mensal per capita, maior número de filhos e menor número de pessoas no PAA em relação aos demais arranjos em ambos os anos.

Arranjos como casais jovens sem filhos foram responsáveis ​​por 5,7% e 5,4% do total em 2019 e 2020, respectivamente, e por cerca de 4% da população brasileira, dos quais 1,8 estavam na PEA, também nos dois anos. Estes foram responsáveis ​​por cerca de 40% do total dos arranjos nos dois anos, destacando-se os monoparentais femininos, com predominância dos com filhos maiores de 18 anos e os solteiros femininos com mulheres maiores de 50 anos. idade. Considerando arranjos com filhos, incluindo homens solteiros e pais do mesmo sexo, houve aprox. 39 milhões de habitantes, que somados aos 122 milhões em regimes nas fases inicial, de expansão e consolidação, significam que três quartos da população brasileira vivem em domicílios com crianças, nos dois anos considerados.

Os domicílios com maior número de moradores eram monoparentais com filhos maiores de 18 anos, tanto mulheres quanto homens nos dois anos considerados, com destaque para as mulheres. Em ambos os casos, não foram observadas diferenças no número médio de filhos de acordo com a idade; a diferença observada foi em relação ao gênero do líder do evento. O número de dependentes é maior para quem tem filhos com 18 anos ou mais, tanto mulheres quanto homens.

Observou-se que a renda média mensal per capita dos domicílios monoparentais femininos com filhos menores de 18 anos foi a mais baixa entre os "outros arranjos". Nos acordos com filhos mais velhos, esta dependência é reduzida, tendo em conta a contribuição do rendimento dos filhos e prestações sociais. Consequentemente, a renda média mensal per capita era maior do que aquelas com filhos menores.

O próximo grupo de negócios considerados foram as empresas em nome individual feminino7F8 formadas por mulheres com 50 anos ou mais, responsáveis ​​por 5,1% de todos os negócios brasileiros nos dois anos, a segunda mais importante desse grupo. Em quarto lugar, os domicílios masculinos solteiros com menos de 50 anos foram responsáveis ​​por 4,4% do total de assentamentos e cerca de 1,5% da população em ambos os anos.

Discussão dos Resultados

A queda da fecundidade leva a uma diminuição do número de filhos por família e a um envelhecimento acelerado da população. As mudanças mais importantes foram o aumento da liderança feminina, apesar da diminuição do número de mulheres ocupadas e da população ocupada como um todo, o que foi observado em todos os arranjos. Além da dominância, esse arranjo é o que apresenta menor renda per capita dos domicílios, principalmente aqueles com filhos pequenos (em formação), pois possuíam o menor número de pessoas no PAA, apesar de seus chefes serem os mais escolarizados. .

Já foi demonstrado na literatura que as famílias mais pobres são aquelas com filhos pequenos (Gandra, 2021; Camarano e Fernandes, 2014; Leone, Maia, e Baltar, 2010 e Barros, Mendonça, e Santos, 1999). As mudanças mais importantes foram a diminuição da proporção de casais com filhos e o aumento da proporção de casais sem filhos. Camarano e Fernandes (2014) também constataram que a diminuição da proporção de famílias com filhos pequenos, famílias em fase inicial e de expansão e famílias monoparentais com filhos levou a uma diminuição da proporção de famílias pobres.

Sair da casa dos pais afeta a mudança desse arranjo na transição para ninhos vazios10F11. Soma-se a isso a constatação de que 15,5% das mulheres e 10,7% dos homens eram pais solteiros com filhos maiores de 18 anos. crianças menores de 15 anos. O envelhecimento leva a um aumento da proporção de mulheres viúvas e separadas, que têm maior dificuldade em casar de novo comparativamente aos homens e podem optar por viver sozinhas em vez de viver com filhos (Camarano e Fernandes, 2014). Se somarmos os regimes formados por mulheres solteiras com os formados por mães com filhos sem cônjuge e por mulheres sem cônjuge e sem filhos mas com dependentes, esse percentual chega a 25,1%, ou seja, um quarto das famílias brasileiras.

Em geral, os arranjos prolongados têm uma proporção maior de idosos e crianças do que outros arranjos em decorrência da coabitação. Embora em menor proporção, cerca de 12% das idosas viviam com filhos ou outros familiares que deles dependiam financeira, física ou cognitivamente. No entanto, os idosos que vivem com filhos, mesmo dependentes de cuidados, muitas vezes dão um importante contributo financeiro para o orçamento familiar (Camarano, 2017).

Os arranjos ampliados envolvendo parentes representaram 18,2% dos arranjos familiares brasileiros em 2020 e abrigavam um quarto da população brasileira; sua importância diminuiu 18,8% em 2019. A presença de filhos como parentes em relacionamentos de longa data pode indicar que são netos, filhos de filhos adultos. Durante o primeiro ano da pandemia, a percentagem de famílias com filhos residentes, biparentais ou monoparentais, aumentou ligeiramente; de 61,5% para 61,7%, mas a participação das famílias extensas neste grupo, como nos demais, diminuiu.

Considerações Finais

Outra tendência observada no Brasil é o crescimento de domicílios unipessoais (Camarano e Fernandes, 2014; Camarano e Kanso, 2010). Essa presença, na ausência de uma política de cuidado para eles, afeta o tempo livre das famílias, principalmente das mães, que são as responsáveis ​​pelos maiores cuidados. É preciso reconhecer que a crescente participação das mulheres nas atividades femininas não exclui ou antagoniza a necessidade de cuidados por parte das mulheres, até porque sempre haverá riscos sociais, principalmente os relacionados à maternidade, que devem ser cobertos por elas.

Essa forma de lidar com o problema representa uma mudança de paradigma, pois fica claro que não se pode falar em bem-estar sem envolver o cuidado. Estabelecer e fortalecer políticas públicas de cuidado contribui para a redução da pobreza, pois esta é uma atividade muito intensiva em mão de obra e pode, por exemplo, liberar familiares do mercado de trabalho, em domicílios onde as pessoas dependem de cuidados. A diversidade de famílias aqui apresentada aponta para um problema no cumprimento do contrato social tradicional, que atribui grande responsabilidade pelas atividades de cuidado às mulheres da família.

Portanto, cabe ao Estado desempenhar um importante papel na redução das desigualdades entre as famílias brasileiras, principalmente na volta ao novo normal. De uma forma geral, pode-se dizer que as famílias com crianças e jovens têm mais dificuldade em fazer face às várias crises, pois têm menos indivíduos disponíveis para trabalhar e ganhar dinheiro. Na ausência de políticas públicas, pode-se esperar uma redução do capital humano, o que poderá reduzir a renda vitalícia de crianças e jovens que vivenciaram a pandemia e aumentar a desigualdade social nas próximas décadas.

O auxílio emergencial também mostrou resultado imediato na proteção dos mais pobres, das famílias monoparentais e dos idosos. 34;Quem Sabe faz a hora14F15" e voltando à epígrafe deste trabalho que este é o momento de definir políticas para que as famílias sejam um espaço de cuidado e não apenas um espaço de oferta de trabalho gratuito e/ou mercado para o setor privado Entre relações de cuidado e experiências de vulnerabilidade: dilemas e desafios para o trabalho doméstico remunerado e cuidado no Brasil.

Covid-19, diversidade familiar e desigualdade. In: O Debate sobre População e Desenvolvimento [eBook]: Efeitos Multidimensionais da Pandemia de Covid-19 no Brasil. A importância do melhor conhecimento das famílias para o desenvolvimento de políticas sociais na América Latina. Mudanças na composição familiar e efeitos na distribuição de renda: uma comparação entre áreas rurais e urbanas no Brasil.

Referências

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A análise do material sobre a cobertura jornalística, conforme ela foi assumida e desenvolvida, aponta também o desconforto do Governo com a repercussão do caso, e parece