XXIV Congresso de Iniciação Científica
Identificação de alunos com sinais de altas habilidades / superdotação pelos professores.
Lurian Dionizio Mendonça, Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues, Vera Lúcia Messias Fialho Capellini, Campus de Bauru, Faculdade de Ciências, Pedagogia, luriandmendonca@gmail.com, FAPESP.
Palavras Chave: Altas habilidades, superdotação, concepção de professores.
Introdução
Os estudos sobre a identificação de alunos com Altas Habilidades / Superdotação (AH/S) no Brasil, são incipientes e, em consequência disso, muitos talentos são perdidos, já que a maioria deles nem ao menos são identificadas enquanto na escola.
Ainda é comum a sociedade considerar pessoas com AH/S como gênios, pessoas que são boas em todas as áreas e que aprendem sozinhos, mas atualmente a ciência já mostra tais concepções são mitos. Porém, dentre as pessoas com AH/S, pode- se encontrar em percentual menor aqueles com capacidade acima da média em todas as áreas o que o diferenciaria como gênio, assim como algumas personalidades ao longo da história.
Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo identificar o número de alunos com AH/S em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental de uma cidade do interior de São Paulo.
Material e Métodos
A identificação dos alunos com indicadores de AH/S, pelos professores foi realizada a partir do protocolo
“Guia de observação de crianças dotadas e talentosas”, adaptado de Guenther, 1998. O instrumento consta de 25 itens que descrevem características associadas às áreas específicas, sendo elas: capacidade e inteligência geral; talento verbal; pensamento abstrato – talento científico- matemático; criatividade acentuada e/ou talento artístico; talento psicossocial; e talento psicomotor.
A partir destes dados obteve-se o levantamento de todos os alunos indicados das 14 salas de aula da escola.
Resultados e Discussão
Os professores da escola apontaram juntos, 189 alunos com algum indicativo de superdotação.
Porém, aplicando o critério proposto por Guenther (1998) foram identificados 20 alunos com indicadores de superdotação.
Do total de crianças apontadas com indicadores de AH/S, 40% possuem mais de um indicador de capacidade e talento, sendo que dessas, 10%
apresentaram todas as áreas de superdotação.
Também pode ser observado que, 15,4% dessas crianças foram apontadas com indicadores de capacidade e inteligência geral, 20,5% com sinal de talento verbal, 25,7% foram marcados com capacidade de pensamento abstrato – talento científico-matemático, 18% com indicador de criatividade acentuada e/ou talento artístico, 15,4%
sinalizadas com talento psicossocial e 5% foram apontados com talento psicomotor.
Diante disso, encontramos mais crianças com sinais de superdotação na área de capacidade de pensamento abstrato – talento científico- matemático, enquanto que a área menos encontrada foi a que corresponde ao talento psicomotor.
Conclusões
A identificação dos sinais de superdotação realizada pelos professores se mostrou um material válido e significativo para este estudo, pois ele representa o ponto de partida para o trabalho com crianças com AH/S. No entanto, vale ressaltar a que é de suma importância que haja continuidade em tais estudos.
Consideramos que os resultados deste estudo atenderam aos objetivos propostos, além disso, acreditamos que esta pesquisa acrescentou conhecimentos sobre o tema. Esperamos que esses resultados venham motivar e subsidiar outras pesquisas, visando sempre à realização de futuras pesquisas de forma a identificar e avaliar pessoas com AH/S.
Agradecimentos
Agradecemos a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), por ter possibilitado que essa pesquisa se realizasse.
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1 Guenther, Z.C. Identificação do talento pela Observação Direta.
Lavras, MG: Relatório de pesquisa da FAPEMIG, 1998.
2 Marques, C. R. Levantamento de crianças com indicadores de altas habilidades em Jaboticabal/São Paulo. 2010. 167 p. Dissertação (Mestrado em Educação Especial) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.
3 Virgolim, A. M. R. Altas habilidades/superdotação: encorajando potenciais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007.