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COLONIZAÇÃO E RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM CRIANÇAS COM INFECÇÃO NASOFARINGE

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Academic year: 2023

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Ao amigo Antônio Rosa de Sousa Neto pelo apoio e contribuição durante todas as análises laboratoriais realizadas no laboratório do Núcleo de Pesquisa em Prevenção e Controle de Infecções em Serviços de Saúde – NUPCISS, no departamento de Graduação em Enfermagem da UFPI. Introdução: As doenças respiratórias estão entre os mais importantes problemas de saúde pública em crianças, sendo consideradas a causa mais comum de doenças infantis. NUPCISS - Centro de Pesquisa em Prevenção e Controle de Infecções em Saúde MS – Manitol salgado.

TSB - Trypticasein Soy UBS - Unidade Básica de Saúde UFPI - Universidade Federal do Piauí RSV - Vírus Sincicial Respiratório. A doença respiratória é um dos mais importantes problemas de saúde pública em crianças. Além de serem consideradas a causa mais comum de doença na infância, se não forem tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves (BRASIL, 2017).

Objetivo Geral

Objetivos Específicos

Justificativa

Considerando o exposto, esta pesquisa traz dados fundamentais quanto ao perfil microbiológico e resistência antimicrobiana da colonização bacteriana presente na nasofaringe de crianças em ambiente comunitário; que possibilita o perfil de resistência microbiana de bactérias da espécie Staphylococcus aureus.

Prevenção e tratamento das infecções respiratórias agudas em crianças no contexto da

Diante disso, é fundamental que as equipes de saúde que atuam na comunidade tenham acesso a informações e dados publicados sobre os fatores de risco populacionais e a colonização bacteriana presentes naquela população adscrita. No Brasil, por exemplo, essas informações sobre a prevalência de Staphylococcus aureus resistente à meticilina na comunidade ainda são escassas, levando a hesitações na decisão terapêutica; tudo isso decorre da falta de acesso a laboratórios e tecnologias na atenção primária, o que é fundamental para a correta identificação do perfil bacteriológico das infecções no ambiente comunitário (EVANGELISTA; OLIVEIRA, 2015).

Infecções das vias aéreas superiores: breves apontamentos

No entanto, estima-se que 25 a 33% de todas as mortes na população pediátrica sejam causadas por infecções respiratórias agudas (IRA). Diante do exposto, estudos indicam que a patogênese viral da nasofaringe em crianças pertencentes à primeira infância está associada à presença predominante de estafilococos (HASEGUAWA et al., 2017). Assim, a resistência bacteriana em ambientes não hospitalares tem sido causada por uma grande variedade de agentes etiológicos presentes nas IRA, levando a prescrições inadequadas de antibióticos em infecções comunitárias (ARAUJO et al, 2015).

Os agentes etiológicos presentes nas infecções podem se manifestar de forma padrão ou multirresistente: enquanto na forma padrão idade, a presença de comorbidades, doenças crônicas e imunossupressão por S. são causadas por bactérias que, nesse caso, podem exigir a uso de agentes antimicrobianos. Devido à variedade de agentes infecciosos e estruturas envolvidas nessas infecções, é difícil diferenciá-los clinicamente; como essencial o diagnóstico laboratorial no processo de tomada de decisão terapêutica (LEVY, 2004).

Portanto, o conhecimento da flora nasal do trato respiratório superior é fundamental para a interpretação dos resultados das culturas, principalmente pelo fato dessa região do corpo ser colonizada por bactérias com potencial para o desenvolvimento de complicações graves na infância (MULU et al. al., 2018). Além disso, a região do vestíbulo nasal de indivíduos saudáveis ​​pode ser transitória ou permanentemente colonizada por Staphylococcus aureus. Na década de 1880, foi descoberto o Staphylococcus aureus, e as infecções causadas por essa bactéria começaram a ser tratadas com antibióticos (penicilinas) no início da década de 1940.

Tais bactérias passaram a ser classificadas como Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e em pouco tempo tornaram-se um problema de saúde pública mundial (WORLD HEALTH ORGANIZATION et al., 2014), frequentemente associadas a infecções em bebês e crianças saudáveis ​​no ambiente comunitário (TSAI et al., 2017).

Mecanismos da resistência bacteriana

No entanto, na década de 1960, começaram a aparecer novas cepas que poderiam codificar essa nova droga, graças a um novo gene chamado mecA, que está presente em algumas bactérias e tem a capacidade característica de codificar a "proteína da penicilina". Portanto, a presença de cepas comunitárias resistentes aos antimicrobianos é motivo de preocupação para os cientistas, pois as bactérias desenvolveram vários mecanismos contra os antimicrobianos, dificultando o controle das infecções que têm contribuído para o desequilíbrio epidemiológico na saúde pública. (TODA ORGANIZAÇÃO AMERICANA DE SAÚDE, 2022).

Figura 1 - Mecanismos de resistência bacteriana.
Figura 1 - Mecanismos de resistência bacteriana.

Delineamento do estudo

Cenário do estudo

Participantes da pesquisa e amostra

Critérios de inclusão e exclusão

Variáveis do estudo

Procedimentos para coleta de dados

Para isso, foi necessário inclinar a cabeça dos participantes levemente para cima e introduzir o swab a aproximadamente dois centímetros na cavidade nasal, onde foram realizados três movimentos rotacionais por aproximadamente 5 segundos. Após a coleta, o material foi armazenado em tubo estéril e acondicionado em embalagem termicamente isolada; o transporte foi realizado em cerca de 1 hora após a coleta em caixa térmica destinada a material biológico.

Processamentos laboratoriais

Seguindo as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2012); todas as análises microbiológicas foram realizadas sob a supervisão do Prof. Daniela Reis Joaquim de Freitas (co-orientadora do projeto). mostrando áreas cinza a verde ao redor das colônias) e gama-hemólise (caracterizada pela ausência de hemólise nas hemácias, sem que seja observada alteração do meio de ágar sangue) (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2012). Em seguida, foi selecionada uma colônia presente na placa de ágar sangue que causou hemólise total ou parcial, inoculada com alça microbiológica de 1 µl em meio TSB (segunda espícula) e incubada a 37ºC por 18 a 24 horas.

Todos os meios de cultura turvos foram aliquotados para semeadura em meio de ágar seletivo e distribuídos em placas de Petri; anteriormente, o Manitol Salted Agar (MN) era utilizado como meio de cultura seletivo para o isolamento de Staphylococcus aureus. As amostras foram, por sua vez, semeadas em placas de Petri contendo ágar MacConkey e ágar sangue. As amostras foram incubadas a 37°C (+/-2°C) por até 24 horas, das quais as colônias foram selecionadas para coloração de Gram.

Todas as colônias identificadas como bacilos com características de Staphylococcus (gram-positivo) foram submetidas à identificação pelo sistema Vitek 2 COMPACT, cartão número AST105, e todas as colônias identificadas como cocos gram-positivos foram submetidas ao Vitek 2 COMPACT, número curto ASTP585; por fim, o resultado foi apresentado em Concentração Inibitória Mínima (CIM).

Tratamento e análise dos dados

Aspectos éticos e legais

Todas as cepas identificadas foram submetidas ao teste de suscetibilidade antimicrobiana de acordo com o padrão do documento internacional M100S20 (CLSI 2019) pelo método de microdiluição de acordo com o dispositivo de automação Vitek 2 COMPACT, cartão GN e GP (gram-negativo e gram-positivo, respectivamente) . Vale ressaltar que todos os participantes do estudo foram contatados por meio de seus pais e/ou responsáveis ​​e, após concordarem em participar da pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A) e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido da Criança e do Adolescente (Anexo B). Além disso, as informações fornecidas por eles tiveram sua privacidade garantida pelos pesquisadores responsáveis, que seguiram todas as recomendações éticas do Conselho Nacional de Pesquisa (CNS).

Para melhor análise e compreensão dos dados, os resultados foram agrupados em tópicos: caracterização sociodemográfica; aspectos clínicos, prevalência de colonização bacteriana e perfil de suscetibilidade antimicrobiana de Staphylococcus aureus. Quanto à caracterização sociodemográfica das crianças do estudo, utilizou-se estatística descritiva para cálculo de frequência, medidas de tendência central e medidas de dispersão. Ainda na análise estatística, utilizou-se a razão de prevalência e a razão de chances (OR), analisando a presença ou ausência de Staphylococcus aureus como variável dependente (desfecho) e os fatores de exposição como variável independente: faixa etária, sexo, terapia prévia com antibióticos. nas últimas 3 semanas, frequência escolar ou creche, presença de doenças crônicas e sintomatologia.

Para tanto, o intervalo de confiança (IC) considerado como critério para a presença de associação foi de 95%.

Caracterização sociodemográfica

Em relação à distribuição das crianças atendidas quanto ao gênero e idade, tanto o sexo masculino (30%) quanto o feminino (27,5%) apresentaram maior prevalência na faixa etária de 1 a 5 anos (Tabela 2).

Aspectos clínicos dos participantes do estudo

Por fim, quanto à presença de doenças crônicas, apenas 5% relataram ter asma (Tabela 3). Ao analisar os sintomas relatados pelas crianças no momento da coleta, a presença de tosse seca teve a maior prevalência com índice de 65% e a irritação na garganta a menor prevalência com valor de 2,5% da população estudada (Gráfico 1) . .

Tabela  3  -  Histórico  clínico  em  relação  ao  tratamento  prévio  para  pneumonia,  antibioticoterapia e presença de doença crônica
Tabela 3 - Histórico clínico em relação ao tratamento prévio para pneumonia, antibioticoterapia e presença de doença crônica

Prevalência de colonização bacteriana

Quando associado a sintomas com a presença de Staphylococcus aureus na nasofaringe da criança no momento da coleta, a pesquisa mostrou que 33,3% dos participantes apresentavam quadro clínico acompanhado de coriza associado a tosse seca, 13,3% apresentavam apenas tosse seca e apenas um participante apresentou febre no momento da coleta. Apresentando sintomas (1) Número de crianças colonizadas por S. Número de crianças não colonizadas por S. Febre, coriza e tosse seca.

Gráfico  2  -  Colonização  por  Staphylococcus  aureus  e  Staphylococcus  epidermidis  nas  crianças  atendidas  na  Atenção  Primária  de  Saúde  em  Teresina,  Piauí,  2020
Gráfico 2 - Colonização por Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis nas crianças atendidas na Atenção Primária de Saúde em Teresina, Piauí, 2020

Perfil de sensibilidade antimicrobiana do micro-organismo Staphylococcus aureus

O conhecimento da flora nasal do trato respiratório superior é essencial para a interpretação clínica dos resultados da cultura, principalmente porque essa região é colonizada por uma série de bactérias que têm potencial para o desenvolvimento de complicações graves na infância (MULU et al., 2018 ). Um estudo húngaro realizado com 580 crianças mostrou uma taxa de prevalência de colonização bacteriana da nasofaringe de 76,2% (KOVÁCS et al., 2020); esses dados foram semelhantes a outro estudo realizado em 1.088 crianças chinesas cuja taxa de colonização foi de 79,6% (PAN et al., 2016). Ao analisar a colonização do vestíbulo nasal de indivíduos saudáveis, pode ser transitória ou permanente composta por Staphylococcus aureus (BRASIL, 2013); e na população em geral, o carreamento dessa bactéria é observado em 20 a 50% das pessoas (BROOKS et al., 2014).

Esses dados são semelhantes a um estudo realizado na Etiópia, que mostrou uma prevalência de 37,6% de transporte nasal por estafilococos em crianças mais velhas, enquanto a prevalência foi de 22,4% em crianças mais novas (MULU et al., 2018). No entanto, essas cepas não apresentaram resistência à oxacilina, o que é semelhante a um estudo húngaro com 589 crianças em que não foi encontrado Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) (KOVÁCS et al., 2020). No entanto, evidências científicas mostram um aumento nas taxas de mortalidade e nos custos de saúde associados a essas bactérias (WORLD HEALTH ORGANIZATION et al., 2014).

No entanto, a literatura relata que essa bactéria faz parte da microbiota humana normal, estando presente principalmente no trato respiratório e no trato gastrointestinal; não estão relacionados a estafilococos patogênicos e invasivos, embora possam estar relacionados a infecções em próteses ortopédicas e cardiovasculares (BROOKS et al., 2014). Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária informa que a taxa de isolamento de pneumococos nasofaríngeos é de 20% a 40% (BRASIL, 2008), chegando a 49,5% em outros estudos (DUNNE et al., 2018).

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Figura 1 - Mecanismos de resistência bacteriana.
Tabela  1  -  Distribuição  da  Caracterização  sociodemográfica.  Teresina,  Piauí,  Brasil,  2020
Tabela 2 - Distribuição das crianças atendidas na Estratégia Saúde da Família incluídas  no estudo, segundo idade e sexo
Gráfico  1  -  Aspectos  clínicos  das  crianças  atendidas  na  Atenção  Primária  à  Saúde,  segundo a sintomatologia no momento da coleta de dados, Teresina, Piauí, 2020
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Referências

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