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Academic year: 2023

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São Paulo / MAIO 2017

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Autor: Bruno Fajersztajn

Matheus Rocca dos Santos

EFD-REINF – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A NOVA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA

Foi publicada em 14.3.2017 a Instrução Normativa RFB n. 1701, que institui a Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf), a qual será transmitida ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

A possibilidade de instituição de obrigações acessórias por meio de ato infralegal (e.g. instrução normativa), com o objetivo de aperfeiçoar a fiscalização tributária, possui respaldo no art. 113, §2º, do Código Tributário Nacional, o qual determina que a obrigação acessória decorre da “legislação tributária”, conceito que abrange, além de leis em sentido estrito, atos da própria administração. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e a doutrina corroboram esta posição1.

Resta então tecer breves comentários sobre a nova obrigação. A EFD-Reinf deverá ser entregue, mensalmente, pelos seguintes contribuintes:

(i) pessoas jurídicas que prestam e contratam serviços realizados mediante cessão de mão de obra;

(ii) pessoas jurídicas responsáveis pela retenção de PIS, COFINS e CSLL;

(iii) pessoas jurídicas optantes pelo recolhimento da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB);

1 Vide, por exemplo, RMS n. 27.243, de 07.4.2011. Na doutrina, vide SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 419

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(iv) produtor rural pessoa jurídica e agroindústria sujeitos à contribuição previdenciária substitutiva sobre a receita bruta;

(v) associações desportivas que mantenham equipe de futebol profissional, nos casos previstos na Instrução Normativa RFB n. 1701;

(vi) empresa ou entidade patrocinadora que tenha destinado recursos a associação desportiva mencionada no item anterior;

(vii) entidades promotoras de eventos desportivos realizados em território nacional, em qualquer modalidade desportiva, dos quais participe ao menos uma associação desportiva que mantenha equipe de futebol profissional; e

(viii)pessoas jurídicas e físicas que pagaram ou creditaram rendimentos sobre os quais haja obrigatoriedade de retenção do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), por si ou como representantes de terceiros.

Embora as pessoas físicas sempre estivessem obrigadas a pagar o IRRF em algumas situações e já houvesse a obrigatoriedade de apresentação anual da Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF – art. 2º, I, da Instrução Normativa RFB n. 1671), não havia, até então, obrigatoriedade de prestação mensal dessas informações às autoridades fiscais. Segundo a nova instrução normativa, parece que as pessoas físicas deverão elaborar a EFD-Reinf.

A Instrução Normativa RFB n. 1701 não prevê, expressamente, quais as informações que serão prestadas na EFD-Reinf, as quais devem ser listadas no próprio layout da EFD-Reinf. Até o momento, foi disponibilizada apenas uma versão preliminar do layout.

Ao estabelecer a data para início de apresentação da EFD-Reinf, a Instrução Normativa RFB n. 1701 não previu uma regra aplicável às pessoas físicas. Conforme seu art. 2º, §1º, a obrigação acessória deverá ser entregue a

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partir de 1º de janeiro de 2018 caso o “faturamento da pessoa jurídica” em 2016 tenha sido superior a R$ 78 milhões, ou a partir de 1º de julho de 2018 caso o faturamento da pessoa jurídica tenha sido inferior a tal valor no referido ano.

Já no caso de pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional, a Instrução Normativa RFB n. 1701 determina que ainda será editado ato específico disciplinando o envio da EFD-Reinf.

Percebe-se, portanto, que a referida instrução normativa foi silente ao tratar do termo inicial para a apresentação da obrigação acessória na hipótese em que pessoa física é responsável pelo pagamento do IRRF. Tal fato pode levar a duas possíveis interpretações:

(i) para contribuintes pessoas físicas, a obrigatoriedade de entrega da EFD-Reinf, já estaria em vigor, devendo ser apresentada mensalmente; ou

(ii) a RFB poderá ainda se pronunciar sobre o tema, tal como feito para pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional.

A primeira interpretação não parece dotada de sentido lógico, considerando o estágio preliminar em que se encontra a obrigação acessória.

Ademais, nas hipóteses que foram reguladas, percebe-se que as empresas de maior porte foram as que tiveram o prazo mais curto para o cumprimento da obrigação Não faria sentido que as pessoas físicas, em regra desprovidas da mesma estrutura das pessoas jurídicas, restassem obrigadas ao envio da EFD- Reinf antes das pessoas jurídicas.

O tema requer acompanhamento constante.

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