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(1)CONFUSÃO SEXUAL CONTRA A TRAÇA DA UVA, LOBESIA BOTRANA (DEN.

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CONFUSÃO SEXUAL CONTRA A TRAÇA DA UVA, LOBESIA BOTRANA (DEN. & SCHIFF.) NA REGIÃO DEMARCADA DO DOURO Susana JORGE (1); Cristina CARLOS (2); Laura TORRES (1) & Fernando ALVES (2)

Resumo

Em 2000 ensaiou-se o método da confusão sexual contra a traça da uva, Lobesia botrana (Den. &

Schiff.) em duas vinhas da Região Demarcada do Douro (R.D.D.), utilizando, num caso, difusores do tipo

"esparguete", comercializados em Portugal com a designação de ISONET-L, e, no outro caso, difusores do tipo "ampola", em fase de homologação no País, com a designação de RAK 2 - Lobesia botrana - 3 gerações. Nestas vinhas fizeram-se, em simultâneo, tratamentos insecticidas destinados a baixar a população da praga. Na primeira geração, o nível económico de ataque não foi atingido em nenhum dos casos. Contudo, nas restantes gerações esse nível foi excedido em ambas as parcelas.O ataque da praga diferiu significativamente, quer entre as parcelas em ensaio, quer entre as parcelas usadas como referência, dificultando a comparação entre modalidades. A orografia das parcelas e a sua orientação face aos ventos dominantes parecem influir fortemente no êxito da confusão sexual na R.D.D.

Palavras-chave: Lobesia botrana (Den. & Schiff.); vinha; Região Demarcada do Douro; confusão sexual.

1 - INTRODUÇÃO

No quadro dos meios de protecção contra a traça da uva, Lobesia botrana (Den.

& Schiff.), assume particular interesse o método da confusão sexual, por ser considerado um método não poluente, isento de riscos para o aplicador e para o consumidor e destituído de efeitos secundários sobre a fauna auxiliar (STOCKEL &

CHICHINOUD, 1994; TOILON, 1998). Já em uso em países como a França (SPEICH

& ROCQUE, 1999), Itália (NUCIFORA et al., 1996), Suíça (CHARMILLOT et al., 1995) e Espanha (LUCAS-ESPADAS, 1992; PÉREZ-MARÍN et al., 1996), este método tem estado a ser ensaiado nalgumas regiões portuguesas, com resultados promissores (AGUIAR et al., 1999; FRESCATA et al., 1999; RIBEIRO et al., 1999). O presente estudo representa um primeiro contributo para avaliar as possibilidades do método nas condições da Região Demarcada do Douro.

2 - MATERIAL E MÉTODOS

A parte experimental do presente estudo decorreu em duas vinhas da Região Demarcada do Douro, uma das quais na Quinta de Seara d’Ordens e a outra na Quinta de S. Luiz.

1 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Apartado 202. 5000 –911 Vila Real. Portugal.

2 Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense. Rua José Vasques Osório, 62-5ºDto. 5050- 280. Peso da Régua.Portugal.

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Na Quinta de Seara D´Ordens ensaiaram-se difusores do tipo “esparguete”, comercializados em Portugal com a designação ISONET-L. A parcela em estudo tinha cerca de 4 ha de superfície, estava exposta a Norte, apresentando declive de 10% e era constituída pela casta Touriga Francesa. Utilizaram-se 500 difusores por hectare, dispostos em “pé de galinha”, conforme recomendação do fabricante. Nas cepas da bordadura e numa faixa com 4 metros de largura, procedeu-se ao “reforço” do número de difusores, com a colocação de um número 10% superior, relativamente à densidade utilizada no resto da parcela. Para efeitos deste estudo a parcela considerou-se dividida em duas, de área aproximadamente idêntica, que se designaram “confusão sexual 1” e

“confusão sexual 2”. Como referência utilizaram-se três parcelas situadas na vizinhança da parcela em estudo, que se designaram “testemunha 1”, “2” e “3”. A testemunha 1 localizava-se num vale, com exposição Noroeste, distando do ensaio cerca de 10 metros. A testemunha 2, exposta a Noroeste, estava instalada numa ligeira depressão distando do ensaio cerca de 10 metros. A testemunha 3, localizava-se numa vinha adjacente ao ensaio, encontrando-se exposta a Noroeste.

Porque era o primeiro ano que se aplicava o método da confusão sexual nesta vinha e porque a mesma possuía um historial de fortes ataques de traça, efectuou-se um tratamento contra a praga, a 31 de Maio, com fosalona, em toda a vinha.

Na Quinta de S. Luiz utilizaram-se difusores do tipo “ampola”, com a designação RAK 2 – Lobesia botrana - 3 gerações, ensaiados numa parcela com cerca de 5 ha, na densidade de 180 por hectare. Para a realização do ensaio, a parcela considerou-se dividida em três, de área aproximadamente idêntica, designadas

“confusão sexual 1”, “confusão sexual 2” e “confusão sexual 3”. A vinha tinha exposição Norte e declive da ordem dos 30% a 35%. As parcelas de confusão sexual 1 e 2 eram constituídas por videiras da casta Touriga Francesa, enquanto que na confusão sexual 3 as videiras eram de Tinta Roriz. A cota das parcelas era, por ordem crescente:

confusão sexual 2, confusão sexual 1 e, por último, confusão sexual 3. Como testemunhas utilizaram-se duas parcelas, designadas "testemunha 1" e "testemunha 2", constituídas por videiras da casta Touriga Francesa. A testemunha 1 encontrava-se exposta a Norte, tinha um declive da ordem dos 30%, e distava do ensaio cerca de 100 metros. A testemunha 2 tinha exposição Norte, declive de 40% e distava cerca de 10 metros do ensaio.

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Nas parcelas onde se instalaram os difusores efectuaram-se três tratamentos contra a traça. O primeiro teve lugar a 20 de Maio, o segundo a 27 de Junho e o terceiro a 19 de Julho. No primeiro caso usou-se fosalona e nos outros dois flufenoxurão. Nas parcelas testemunha fizeram-se dois tratamentos, que coincidiram com os dois últimos realizados nas parcelas com difusores, tendo também sido utilizado o flufenoxurão, excepto no caso do primeiro tratamento efectuado à testemunha 1, em que se utilizou Bacillus thuringiensis.

Para avaliação da eficácia do método ensaiado instalou-se, em cada parcela, uma armadilha de atracção sexual para L. botrana, tendo sido realizadas contagens semanais dos adultos capturados. A intensidade do ataque avaliou-se por observação visual através da contagem do número de ninhos presentes em 100 inflorescências (na primeira geração) e do número de ovos viáveis e perfurações em 100 cachos (nas segunda e terceira gerações). Nestas amostragens observou-se um órgão por videira, em 100 videiras seleccionadas aleatoriamente em cada uma das parcelas, tal como referido em ACTA & ITV (1980). A análise dos resultados fez-se por comparação da intensidade do ataque observada com a referenciada para nível económico de ataque em Portugal, isto é 100-200 ninhos em 100 cachos, para a primeira geração, e 1-10% de cachos atacados para a segunda e terceira gerações (GONÇALVES & RIBEIRO, 1997). Por outro lado comparou-se o ataque entre parcelas pelos testes de qui-quadrado ou de Kruskal-Wallis.

3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 – Quinta de Seara d’Ordens

3.1.1 – Captura em armadilhas sexuais

Contrariamente ao que seria desejável obtiveram-se capturas de L. botrana (Den.

& Schiff.) nas armadilhas instaladas nas parcelas onde se instalaram os difusores para confusão sexual (Fig. 1), embora em número reduzido, quando comparado com o obtido nas armadilhas das testemunhas (Fig. 2). É no entanto de referir que estes números não são comparáveis, dado que nas parcelas com difusores estes competem com as armadilhas, interferindo com a eficácia das últimas. Assim, a população real de traça nas parcelas contendo os difusores poderá mesmo ter sido superior ao sugerido pelo número de capturas.

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Fig. 1 – Número de capturas de Lobesia botrana (Den. & Schiff.) em armadilhas sexuais, nas parcelas de confusão sexual, na Quinta de Seara d’Ordens.

Fig. 2 – Número de capturas de Lobesia botrana (Den. & Schiff.) em armadilhas sexuais, nas parcelas testemunha, na Quinta de Seara d’Ordens.

O número de capturas diferiu significativamente entre as armadilhas instaladas nas parcelas testemunha (χ2= 47,69, P<0,001 com 2 g.l.), apontando para diferenças em termos de densidade populacional da praga e/ou eficácia das armadilhas. Neste caso, e quando reportado ao mesmo período de tempo, o maior número de capturas obteve-se na testemunha 3, com 1531 indivíduos, para 1234 obtidos na testemunha 2 e 1213 obtidos na testemunha 1. Em relação às parcelas onde foram instalados difusores, não foi possível evidenciar diferenças entre o número de capturas (χ2=2,66, P>0,05 com 1 g.l.), tendo este número sido de 16 na parcela confusão sexual 1 e 18 na parcela confusão sexual 2.

3.1.2 - Intensidade do ataque

Na amostragem efectuada a 30 de Maio, correspondente à primeira geração de traça, o número de ninhos nos 100 cachos observados foi de 21 e 1, respectivamente nas parcelas confusão sexual 1 e confusão sexual 2, enquanto nas testemunhas foi de 44, na testemunha 1, 60, na testemunha 2 e 133, na testemunha 3 (Quadro 1). Quaisquer destes valores, à excepção eventualmente do observado na testemunha 3, foi inferior ao referenciado para nível económico de ataque em Portugal, que é de 100 a 200 ninhos em 100 cachos (GONÇALVES & RIBEIRO, 1997).

Quadro 1

Número de ninhos de Lobesia botrana (Den. & Schiff.) em 100 inflorescências, nas parcelas da Quinta de Seara d’Ordens.

Data Parcela

Test. 1 Test. 2 Test. 3 C. S. 1 C. S. 2

30-Mai 44 60 133 21 1

(5)

Como observado no caso do número de capturas de adultos em armadilhas sexuais, o ataque foi menor nas parcelas onde estavam instalados os difusores, do que nas testemunhas e diferiu significativamente entre as testemunhas (χ2= 56,97, P<0,001 com 2 g.l.) e entre as parcelas onde se aplicou a confusão sexual (χ2= 18,18, P<0,001 com 1 g.l.), tendo sido as parcelas confusão sexual 1 e testemunha 3 as mais atacadas.

Em relação à segunda e terceira gerações, a intensidade do ataque de traça, expressa pela percentagem de cachos atacados, atingiu valores elevados quando comparados com a referenciada em Portugal para nível económico de ataque. Assim os valores observados foram sempre superiores a 1%, e excepção feita a três estimativas correspondentes à parcela confusão sexual 2, situaram-se sempre acima de 10%

(Quadro 2).

Quadro 2

Percentagem de cachos atacados pelas segunda e terceira gerações de Lobesia botrana (Den. & Schiff.), nas parcelas da Quinta de Seara d’Ordens.

Data Parcela

Test. 1 Test. 2 Test. 3 C. S. 1 C. S. 2

12-Jul 82 18 48 25 6

26-Jul 72 25 41 33 13

07-Ago 73 24 30 19 10

21-Ago 69 16 42 22 5

04-Set 72 44 64 44 21

22-Set 82 34 59 44 11

02-Out 96 80 84 86 60

Em qualquer das amostragens a intensidade do ataque da praga diferiu significativamente entre parcelas, tendo sido sempre a testemunha 1 a que apresentou o maior ataque. Por outro lado a intensidade do ataque diferiu também significativamente entre as testemunhas e entre as parcelas onde foram instalados difusores. No caso das primeiras, a testemunha 1 foi a que apresentou sempre maior ataque, enquanto que em relação às últimas, a parcela mais atacada foi sempre a confusão sexual 1.

3.2 – Quinta de S. Luiz

3.2.1 - Captura em armadilhas sexuais

Nesta vinha, à semelhança do sucedido em Seara d’Ordens, também foram capturados adultos de traça nas parcelas onde estavam instalados os difusores para confusão sexual (Fig. 3), sendo válidas as considerações feitas para aquela vinha.

(6)

O número de capturas diferiu significativamente quer entre as armadilhas instaladas nas parcelas testemunha (χ2= 54,6, P<0,001 com 1 g.l.), quer entre as armadilhas instaladas nas parcelas com difusores (χ2=12,98, P<0,01 com 2 g.l.). Nas primeiras, o maior número de capturas obteve-se na testemunha 1, com 1215 exemplares, comparativamente a 877 indivíduos obtidos na testemunha 2. No caso das parcelas com difusores a parcela que registou maior número de capturas foi a confusão sexual 1, com 21 exemplares, seguida da confusão sexual 2, com 16 e em último lugar a confusão sexual 3, com apenas 3 capturas. Tal como referido para o ensaio anterior, estes resultados apontam para diferenças entre as parcelas, no que toca à densidade populacional de traça e/ou eficácia das armadilhas.

Fig. 3 – Número de capturas de Lobesia botrana (Den. & Schiff.) em armadilhas sexuais nas parcelas de confusão sexual, na Quinta de S.

Luiz.

Fig. 4 – Número de capturas de Lobesia botrana (Den. & Schiff.) em armadilhas sexuais nas parcelas testemunha, na Quinta de S. Luiz.

3.2.2 – Intensidade do ataque

Nas amostragens correspondentes à primeira geração de traça, o número de ninhos na amostra de 100 cachos situou-se entre 39 e 99 nas parcelas testemunha e entre 6 e 71 nas parcelas onde e instalaram os difusores (Quadro 3), sendo qualquer destes valores inferior ao referenciado para nível económico de ataque em Portugal, por GONÇALVES & RIBEIRO (1997).

Quadro 3

Número de ninhos de Lobesia botrana (Den. & Schiff.) em 100 inflorescências, nas parcelas da Quinta de S. Luiz.

Data Parcela

Test. 1 Test. 2 C. S. 1 C. S. 2 C. S. 3

18-Mai 56 39 52 70 -(1)

7-Jun 99 85 71 45 -(1)

15-Jun 74 56 26 46 6

(1) determinação não efectuada.

Em qualquer das datas, a intensidade do ataque não diferiu significativamente entre as parcelas testemunha (18 Maio: χ2= 3,04, P> 0,05 com 1 g.l; 7 Junho: χ2= 1,06,

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P> 0.05 com 1 g.l; 15 Junho: χ2= 2,48, P>0,05 com 1 g.l). Tão pouco se verificaram diferenças significativas entre as parcelas de confusão sexual (18 Maio: χ2= 2,64, P>0,05 com 1 g.l; 7 Junho: χ2= 5,82, P>0,05 com 1 g.l), excepção feita à amostragem de 15 de Junho (15 Junho: χ2= 30,76, P<0,001 com 2 g.l), situação em que se observou maior ataque na parcela confusão sexual 2, relativamente às restantes.

Em relação à segunda e terceira gerações, a intensidade do ataque da traça, expressa pela percentagem de cachos atacados, situou-se entre 6 e 80 nas parcelas testemunha e entre 1 e 56 nas parcelas onde se instalaram os difusores (Quadro 4). Nas parcelas testemunha, excepção feita à amostragem de 1 de Setembro na testemunha 2, onde se observaram 6% de cachos atacados, foram sempre excedidos os valores referenciados em Portugal para nível económico de ataque, que são de 1 a 10% de cachos atacados. Nas parcelas onde se instalaram os difusores, esta situação verificou-se também na maioria das amostragens (Quadro 4).

Quadro 4

Percentagem de cachos atacados pelas segunda e terceira gerações de Lobesia botrana (Den. & Schiff.), nas parcelas da Quinta de S. Luiz.

Data Parcela

Test. 1 Test. 2 C. S. 1 C. S. 2 C. S. 3

21-Jun -(1) -(1) 5 -(1) -(1)

19-Jul 51 43 48 35 25

02-Ago 29 23 35 15 26

16-Ago 16 10 18 5 9

01-Set 17 6 8 8 1

13-Set 39 30 21 8 12

27-Set 80 78 56 38 30

(1) determinação não efectuada.

Em qualquer das datas, a intensidade do ataque da praga diferiu significativamente entre parcelas, tendo sido a testemunha 1 a parcela que na maioria das observações apresentou o maior ataque. De notar porém que, como se referiu, enquanto que as restantes parcelas foram tratadas com flufenoxurão a 27 de Junho e 19 de Julho, esta foi tratada com B. thuringiensis, o que pode ter condicionado a intensidade do ataque registado.

Neste ensaio não foi possível detectar diferenças significativas entre o ataque registado nas parcelas onde se instalaram os difusores, excepção feita às amostragens de 1 e 13 de Setembro. Na primeira destas datas a parcela confusão sexual 3 apresentou um ataque inferior relativamente ás restantes, enquanto na segunda a parcela confusão sexual 1 se revelou mais atacada (Quadro 4).

(8)

Em relação às testemunhas, o ataque foi sempre significativamente maior na testemunha 1 do que na testemunha 2. Refira-se que a primeira destas parcelas foi tratada com B. thuringiensis, enquanto a segunda foi tratada com flufenoxurão, o que poderá ter condicionado a intensidade do ataque.

4 – CONCLUSÕES

Apesar de, em termos gerais, se ter notado uma tendência para as parcelas onde se aplicou o método da confusão sexual apresentarem menor ataque de traça do que aquelas em que o mesmo não foi aplicado, a comparação entre estas duas modalidades revela-se difícil dada a heterogeneidade do ataque entre parcelas. Contudo, em qualquer das situações ensaiadas a intensidade do ataque da praga à colheita encontrava-se acima dos valores referenciados para nível económico de ataque, o que também se verificou na na maioria das amostragens correspondentes às segunda e terceira gerações do insecto.

Diversos factores poderão ter condicionado o sucesso do método da confusão sexual nas parcelas em estudo. Assim, o facto de os ensaios estarem instalados no interior de uma grande extensão de vinha onde não foi aplicado o método e o facto de a dimensão das parcelas ser relativamente pequena quando comparada com a referida por alguns autores como TOILLON (1998) e STOCKEL & CHICHIGNOUD (1994), poderá ter permitido a migração de fêmeas fecundadas de parcelas vizinhas. O facto de ter sido o primeiro ano de aplicação do método e o facto de aquando da instalação dos difusores o primeiro voo já ter sido iniciado, poderá ter interferido na captura de adultos nas armadilhas e consequentemente ter influido no sucesso do método em estudo. As elevadas densidades iniciais da população da praga poderão ter, igualmente, influenciados os resultados. A direcção dos ventos dominantes, a exposição das parcelas, bem como o seu declive poderão ter interferido na manutenção da nuvem de feromona e consequentemente no valor das capturas. Note-se ainda, que as zonas situadas em vales poderão permitir a manutenção de uma nuvem de feromona, contrariamente às zonas expostas aos ventos dominantes situadas no topo de encostas, de onde essa nuvem é arrastada.

A concluir poder-se-á dizer que o êxito da aplicação do método da confusão sexual à R.D.D. depende da obtenção de um conjunto de informações capazes de permitirem adequá-lo à realidade da região. Entre estas assumem sem dúvida importância, as que se relacionam com a orografia das parcelas e exposição aos ventos dominantes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(artigo publicado no VII simpósio de Vitivinicultura do Alentejo, Évora, 23-25 Maio 2007, 115-123)

Referências

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