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Educação infantil

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Academic year: 2023

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CCI Centro de Convivência Infantil CLT Consolidação da Legislação Trabalhista Coedi Coordenação de Educação Infantil. O objetivo desta pesquisa é analisar as concepções de criança, direitos da criança e educação pré-escolar apresentadas por educadoras em creches e como elas o fazem.

P ercurSo metodoLógico

A discussão metodológica

Segundo Dotta (2006, p.41), a teoria das representações sociais constitui um referencial teórico-metodológico, ou seja, configura-se como uma teoria que traz um método. Dotta (2006, p.50) destaca a importância de os sujeitos se expressarem espontaneamente durante as entrevistas, visto que a conversa molda e anima as representações sociais.

O universo e os instrumentais da pesquisa

Para melhor compreender algumas questões expressas nas entrevistas, bem como a política assistencial que rege as instituições investigadas, realizamos entrevistas com duas profissionais da Secretaria Municipal de Educação, que fazem parte da equipe gestora da creche. Segundo informações de um dos profissionais da Secretaria Municipal de Educação, a meta do atual município é aumentar para 50 o número de creches no município até 2012.

Tabela 1 – Escolaridade das educadoras
Tabela 1 – Escolaridade das educadoras

Infâncias e crianças

O projeto de salvação da infância é revelado pelos jesuítas quando entendem a infância como um momento de “iluminação e revelação”. A autora também acredita que a história da infância tem caráter não linear e deve ser contextualizada, ligada à história da ajuda, da família e da educação.

Infâncias: na encruzilhada da modernidade e pós-modernidade

As experiências da infância nos séculos pré-modernos aconteciam na comunidade, com a socialização e educação das crianças. Ariès chama a atenção para o fato de que a falta de consciência da infância não significa que as crianças foram abusadas ou negligenciadas.

Representações da infância

Dessa compreensão da criança como coconstrutora, cidadã, agente, membro de um grupo, emerge uma série diferente de imagens. A criança como forte, capaz, inteligente, um educador poderoso, capaz de produzir teorias, insights, perguntas interessantes e desafiadoras - e não em idade avançada desde o nascimento, quando estão prontas. Uma criança com voz para ser ouvida, mas entendendo que ouvir é um processo interpretativo e que a criança pode se expressar de várias formas (conhecimento expresso em As Cem Linguagens da Infância, de Magaluzzi).

Essa infância idealizada traz esperanças de um mundo melhor, expressando uma visão salvadora da criança. Nota-se que as educadoras entrevistadas referem uma visão da criança "frágil", conhecida como um indivíduo a ser protegido, objeto de amor e carinho. A crença na bondade da criança implica a ideia da criança como um "chegado à vida", ou seja, um futuro filho do mundo, que Moss (2002, p.239) afirma ser "o primeiro filho como potencial não realizado, fonte futura, crescida na espera".

A visão romântica e a imagem da criança como inocente, frágil e dependente do adulto se repete nas falas das entrevistadas:11. Angélica) Segundo a concepção de criança apresentada por Angélica, temos a presença do que Sarmento (2007, p.31) considera uma visão da criança imanente, ou seja, uma visão em que há um potencial para o desenvolvimento é . da criança relacionada à possibilidade de adquirir razão e experiência. Contra a representação majoritária da visão romântica da criança, os dados dos questionários mostraram em menor escala evocações que revelam a visão da criança como sujeito social, histórico, capaz e produtor cultural.

Segundo Marcílio (1998, p. 47), a origem e o desenvolvimento do processo de criação dos direitos da criança começaram nos séculos XVII e XVIII com a criação dos Direitos Naturais do Homem e do Cidadão, a que se seguiu a Declaração Universal do Direitos da Criança. Direitos humanos em 1948.1. Direitos relacionados à proteção - onde são definidos os direitos das crianças à proteção contra discriminação, abuso físico e sexual, exploração, injustiça e conflito; Soares e Tomás acreditam que documentos internacionais e esforços legislativos têm contribuído para a imagem da criança como sujeito de direitos e para a disseminação do discurso sobre a proteção da criança.

No século XXI, surge a construção da imagem da criança cidadã, que, para além da concretização dos direitos de provisão e proteção, exige também os direitos relativos à participação”, subentende, para. Diante dos efeitos da globalização, Sarmento (2001, p.25) argumenta que o movimento de construção dos direitos da criança é “uma das faces mais marcantes da globalização contra-hegemônica”. Seus estudos apontam para a importância de combinar a história dos direitos da criança com a história da política social.

Os direitos da infância no Brasil

Segundo Cury (1998, p.10), antes da Constituição de 1988, a questão da infância no âmbito constitucional limitava-se ao "apoio e assistência", o que se opunha à questão do dever e do direito. As duas primeiras constituições brasileiras, a de 1824, que foi outorgada no período imperial, e a de 1891, a primeira Constituição republicana, nada mencionam sobre a infância. A Constituição de 1937 refere o facto de o Estado dever prestar cuidados especiais às crianças, cabendo ao Estado Novo "cuidado e protecção" em vez de "dever e direito"; e na Constituição de 1946, promulgada no clima do pós-guerra, encontram-se os termos amparo e assistência.

4.024/1961 fazia discreta referência à educação infantil, considerando-a em nível primário, como educação pré-escolar destinada a crianças menores de sete anos, que poderia ser oferecida por meio de creches e creches. A constituição de 1967, adotada no país após o golpe militar de 1964, e a junta militar de 1969 introduziram a ideia de que uma lei separada regulamentaria o cuidado das crianças. No campo da educação infantil, a lei reforça a questão das empresas no que diz respeito à educação dos filhos de seus empregados, conforme já anunciado na Lei n.

O aparato legal da infância a partir dos anos 1980

A legitimidade da creche como instituição de educação infantil é reafirmada pela LDB, que reitera o direito à educação. Um educador com pelo menos um Curso de Formação de Professores deve necessariamente participar da gestão de instituições de educação infantil. A Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação e Cultura, por meio da Coordenação-Geral da Educação Infantil (Coedi) e do Departamento de Políticas de Educação Infantil do Ensino Fundamental (DPE), apresentou em 2006 o documento Parâmetros Nacionais de Qualidade da Educação Infantil . .

O principal objetivo do documento é estabelecer padrões de referência para a organização e funcionamento das instituições de educação pré-escolar. O segundo volume inclui aspetos relevantes para as competências dos sistemas de ensino e a caracterização das instituições de educação pré-escolar com base nas definições legais. Em 2006, foram publicados os documentos Parâmetros Nacionais de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil.

Representações sobre os direitos da infância

Ainda em 2006, o MEC apresentou o documento Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito da criança de 0 a 6 anos, contendo diretrizes, objetivos, metas e estratégias a serem alcançadas pelas instituições de educação infantil. O documento destaca a necessidade da indissociabilidade entre cuidado e educação, o papel complementar que as instituições pré-escolares desempenham em relação à educação familiar, o direito da criança à educação pré-escolar, a inclusão de crianças com necessidades especiais e o brincar como forma privilegiada de conhecer a criança. mundo e a formação de professores.

A história mostra que a trajetória das instituições de educação infantil no país é marcada pela polarização entre atender e ensinar. Esse fato requer uma discussão sobre a dimensão pedagógica e política das propostas pedagógicas das instituições de educação infantil. Como podemos perceber, as representações desses educadores sobre o conceito de educação infantil expressam uma visão reducionista da educação infantil e, ao mesmo tempo, estão em consonância com os objetivos de organizações internacionais, no sentido de moldar o sujeito útil.

A visão predominante refere-se ao reconhecimento da educação infantil como base8 para a escolarização futura, enfatizando a preparação das crianças para o ensino fundamental. As instituições de educação infantil têm um importante papel político na realização dos direitos da criança. Dentre as cinco educadoras entrevistadas, apenas uma tem como foco a educação infantil comprometida com o desenvolvimento integral da criança.

Tabela 4 – Funções da educação infantil
Tabela 4 – Funções da educação infantil

Políticas para a infância e

Segundo Bujes (2001, p.14), o surgimento das instituições de educação infantil está relacionado ao surgimento das escolas e do pensamento moderno entre os séculos XVI e XVII. Para Kuhlmann Júnior (2000, p.8), configuraram-se as instituições de educação infantil, difundidas pelas influências dos países da Europa Central, na transição do século XIX para o século XX. Sobre a criação de creches no Brasil, Kuhlmann Júnior (2001, p.84) esclarece que as primeiras iniciativas foram da iniciativa privada para atender crianças da elite.

Até meados da década de 1920, a creche era basicamente administrada por entidades privadas. Diferentemente da Europa, as creches no Brasil sucederam outras instituições de educação infantil, como asilos, pré-escolas e jardins de infância. As primeiras experiências de atendimento em creches no início do século XX revelaram seu caráter assistencial e fiscalizador, voltado para o atendimento de crianças e famílias carentes.

Os desafios da educação infantil no Brasil, a partir das últimas décadas do século XX

Na área do Ministério da Educação, o termo educação pré-escolar refere-se à educação e ao cuidado, como uma articulação toda para vincular a educação pré-escolar ao campo da educação e não mais à assistência social. O terceiro período da história da educação infantil no Brasil, segundo Rosemberg (2002a, p.41; 2002b, p.35), se instala no conjunto das transformações societais decorrentes dos efeitos da globalização e das políticas neoliberais, a exemplo da fragmentação da concepção hegemônica de Estado e política social, culminando na aprovação da LDB, que incorpora creches e jardins de infância como instituições de educação pré-escolar, como vimos no capítulo anterior. Considerando o marco legal que legitima a educação pré-escolar como direito das crianças de 0 a 6 anos e redefine o papel das creches e jardins de infância, muitos embates e desafios se apresentam, dada a historicidade da dicotomia existente entre os proclamados nas leis e na realidade brasileira.

Estudos realizados sobre a temática da educação pré-escolar no país (Rosemberg, 2002a e 2002b; Kramer, 2003b; e Haddad, 2006) têm destacado a influência de organismos internacionais e organismos multilaterais no atendimento às crianças brasileiras e a importância da articulação. das políticas públicas de assistência, educação e saúde nos serviços institucionais. Como podemos perceber, estamos diante de novos paradigmas para discutir o destino da educação pré-escolar no Brasil. A proposta de democratização da educação pré-escolar deve romper com a estigmatização histórica das creches, estabelecer uma educação de qualidade para todas as crianças e priorizar a infância no âmbito das políticas públicas brasileiras.

Representações sobre a educação infantil

Isso garantiria o reconhecimento de que a área prioritária das instituições de educação infantil é a educação da criança como alternativa à abordagem da privação cultural. Rech (2005, p. 87) aponta que os exercícios de coordenação motora utilizados em instituições de educação infantil são resultado dos exercícios e atividades propostos por Pestalozzi. Froebel, pedagogo alemão, criador de jardins de infância, será o precursor da proposta de educação pré-escolar institucionalizada.

Decroly vai influenciar práticas pedagógicas na educação infantil com a ideia de centros de interesse. É preciso que nos discursos e ações dos profissionais das instituições de educação infantil, as crianças sejam reconhecidas como sujeitos de direitos no tempo presente e não como futuros cidadãos. Disponível em

Política nacional de educação infantil: pelos direitos das crianças de zero a seis anos à educação. Pesquisa em educação infantil no Brasil: rumos recentes e perspectivas para o fortalecimento da pedagogia.

Tabela 5 – Organização das práticas pedagógicas
Tabela 5 – Organização das práticas pedagógicas

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Tabela 1 – Escolaridade das educadoras
Tabela 2 – Tempo de exercício profissional na educação infantil Tempo de exercício
Tabela 3 – Experiência profissional
Tabela 4 – Funções da educação infantil
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Referências

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