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Evasão escolar com os alunos do ensino médio na modalidade EJA, na escola Estadual Leôncio Pereira Gomes

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Academic year: 2023

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE

PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

(PROEJA)

LEDIR NASCIMENTO MARTINS JUSTO

EVASÃO ESCOLAR COM OS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO NA MODALIDADE EJA, NA ESCOLA ESTADUAL LEÔNCIO PEREIRA GOMES

ARTIGO APRESENTADO AO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, COMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO, NO INSTITUTO

FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE

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1 Orientador: Edalma Ferreira Paes Mestre em Educação- Universidade Católica de Petrópolis

Campos dos Goytacazes –RJ Ano 2010

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2 RESUMO

A perspectiva de análise adotada inspira-se discutir as causas do abandono dos alunos do 1° ao 3°

ano do ensino médio, da educação de jovens e adultos EJA. A partir de pesquisa realizada com alunos e professores na Escola Estadual Leôncio Pereira Gomes no município de Campos dos Goytacazes, no bairro de São Sebastião, 4° distrito de Campos. O objetivo é analisar os fatores que causam a evasão escolar, refletindo sobre o trabalho educativo, bem como a importância das metodologias pedagógicas, à sobrecarga de trabalho extensivo dos educandos entre outras. Em decorrência deste fato, seria necessário alterar as metodologias, segundo relato dos professores abordados, para que o aluno da EJA tenha melhor desenvolvimento integral na sociedade dentro de todos os aspectos morais e intelectuais, para que possa elevar a autoestima dos estudantes, dando sentido significativo aos seus valores sócio-cultural e histórico no qual os indivíduos estão inseridos.

Palavras chave : educação, evasão. Fracasso, repetência.

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3 ABSTRACT

The analytical perspective adopted is inspired by discussing the causes of dropout of students from 1st to 3rd year of high school, the education of young adults and adult education. From research conducted with students and teachers in the State School Leoncio Gomez Pereira in the town of Goytacazes in the

neighborhood of San Sebastian, 4th District Field. The objective is to analyze the factors that cause truancy, reflecting on the educational work and the importance of teaching methodologies, the extensive workload of students and others. Due to this fact would be to amend the methods, report the teachers addressed to the student of EJA has better overall development in society in all aspects of moral and intellectual, so you can raise the self esteem of students, providing meaningful sense their socio-cultural values and history in which individuals are embedded.

Key words: education, avoidance. Failure, grade repetition.

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4 INTRODUÇÃO

Nesse artigo, a pretensão é discutir as principais causas da evasão escolar na Educação de Jovens e Adultos com os alunos do 1º ao 3º ano do ensino médio EJA, da Escola Estadual Leôncio Pereira Gomes.

O conceito de evasão aqui usado está associado a definição de fracasso escolar trazido por ESTEBAN (2003), quando diz que o fracasso se configura na negação da legitimidade de conhecimentos e formas de vida que são formulados à margem dos limites socialmente reconhecidos como válidos. Dentro de uma compreensão maior, a evasão se dá pelas diversas faces da negação dentro do espaço escolar.

A evasão escolar ao longo dos anos vem se apresentando como desafio não apenas para o professor mas também para todos os envolvidos no contexto escolar. Dentro do contexto sócio-cultural, vários fatores interferem na permanência do aluno na escola, tais como: trabalho extensivo, conhecimentos prévios não considerados, falta de constextualização nas aulas, metodologias ultrapassadas, situação familiar, falta de transporte, dentre outros.

Todos esses fatores contribuem em transtornos na vida dos alunos, ou seja, podem culminar na evasão escolar.

Mediante os aspectos mencionados concebe-se que as instituições escolares devem estar estruturadas para entender e agir a partir das limitações que os alunos trazem, para que possam contribuir com a formação integral destes educandos. É preciso rever algumas práticas do sistema de ensino, principalmente para os jovens e adultos, que necessitam de uma escolarização que dê conta de atender suas necessidades, considerando que nem sempre o aluno tem uma consciência crítica desenvolvida para entender os prejuízos que a falta de escolarização provocada pela evasão, traz para a sua vida, já que a escolarização no mundo contemporâneo é um dos fatores de exclusão ou inclusão social.

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5 BREVE OLHAR SOBRE A EJA

Valdez e Gomes (2009), assim afirmam sobre a EJA (Educação de Jovens e Adultos).

A educação de jovens e adultos (EJA) no Brasil, não está inserida dentro de um planejamento de política pública com continuidade, ela nasce da “lacunas” do sistemas educacional brasileiro. As ações governamentais, ao longo das décadas, em educação de jovens e adultos são caracterizadas por políticas populistas, assistencialistas e compensatórias, visando tão somente a ações emergenciais, com a finalidade principal de “erradicação do analfabetismo” (DIALOGANDO PROEJA, p, 58)

As décadas de 50 e 60 do século XX trouxeram embates por reformas da Educação, incluindo ainda de maneira tímida a educação de jovens e adultos. Ainda citando Valdez e Gomes (2009):

Crescia então, uma concepção onde o processo educativo era visto como emancipador, na medida em que podia promover a conscientização política dos setores populares e incentivar a sua organização e autonomia, engajando-os num projeto de transformação social. (p.16)

E foi a partir da década de 60, que surgiu uma nova perspectiva de ensino para os jovens e adultos através do educador Paulo Freire, que ofereceu uma proposta de ensino diferenciada das existentes, dando aos jovens e adultos trabalhadores a possibilidade de serem escolarizados a partir da sua realidade. Com isso, abrindo novos caminhos na vida de cada cidadão brasileiro.

A EJA, que hoje é uma modalidade de ensino da educação básica, busca trabalhar com sujeitos excluídos do sistema Educacional Formal, propondo uma metodologia apropriada para o contexto do seu público.

Porém, o que se observa é que, esta educação não tem se desenvolvido de acordo com sua proposta, pois fala-se muito em integração, inclusão, mas o que se vê cada vez mais é o aumento da evasão escolar nas escolas.

Entende-se que a EJA precisa de políticas públicas que reafirmem sua posição, para que obtenha a mesma eficácia proposta para o ensino regular, pois este, sozinho, não promove desenvolvimento social e pessoal.

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6 OS PRESUPOSTOS TEÓRICOS EM RELAÇÃO À EVASÃO ESCOLAR

A evasão escolar, o fracasso, repetência, o baixo nível de aprendizado ou de desenvolvimento com as atividades didáticas propostas são fatores de exclusão e estigmatização dos alunos, haja vista que os atores pedagógico-administrativo da escola costumam criar um modelo de aluno ideal, que exclui os que não se enquadram nele, não havendo assim qualquer reflexão dos processos sociais, históricos, culturais, econômicos e políticos, além das relações interpessoais e didáticas que envolvem o processo de ensino- aprendizagem e seus consequentes sucessos ou fracassos. Vejamos o que Esteban afirma sobre o assunto:

O fracasso escolar se configura dentro de um quadro de múltiplas negações, dentre as quais se coloca a negação da legitimidade de conhecimentos e formas de vida formulados à margem dos limites socialmente definidos como válidos. A inexistência de um processo escolar que possa atender as necessidades e particularidades das classes populares, permitindo que as múltiplas vozes sejam explicitadas e incorporadas, é um dos fatores que fazem com que grande potencial humano seja desperdiçado. (ESTEBAN, 2003, p. 8)

O fracasso escolar, que é também configurado pela evasão escolar, pode ser entendido como um processo de negação de toda realidades dos alunos, o que aponta para a exclusão . Neste contexto, um instrumento eficaz que antecede a evasão na EJA é a avaliação. Ela se encarrega de colocar para fora dos muros da escola, bimestralmente, aqueles que não se encaixam nos moldes do sistema escolar.

Para Souza (1997), o fracasso escolar no Brasil é evidente, embora a década de 80 seja marcada pelo aumento do número de vagas nas escolas, a qualidade do ensino não aumentou. Convive-se com altos índices de exclusão escolar (evasão e repetência), baixa remuneração dos professores, ausências de políticas efetivas para se combater o problema.

O público da EJA vem se reconfigurando nas últimas décadas. Novos situações vêm alterando este cenário como por exemplo, a juvenilidade , as competências exigidas pelo mundo do trabalho etc. Isso redireciona as causas da evasão na contemporaneidade.

Brunel (2004) pontua que:

Atualmente, os alunos são mais jovens, muitos pararam há pouco tempo de estudar.

São recém-egressos do ensino regular, e a maioria possui um histórico de várias repetências. Este fato, em alguns casos, faz com que o aluno perca o desejo de continuar na escola. (p. 10)

(8)

7 Com esta abordagem, Brunel enfatiza que a repetência contínua acaba sendo um dos fatores da evasão escolar, pois alunos acabam sentindo-se desmotivados, com a autoestima baixa, optando assim por abandonar os estudos.

VISÕES GERAIS DA EVASÃO ESCOLAR NO BRASIL

No Brasil, o discurso em favor da educação popular é antigo, precedeu mesmo a proclamação da República. Já em 1882, Rui Barbosa, baseado em exaustivo diagnóstico da realidade brasileira denunciava a vergonhosa precariedade do ensino para o povo e apresentava propostas de multiplicação de escolas e melhoria qualitativa do ensino.

Mas até hoje esses discursos vem sendo repetitidos e nada se faz, nessa luta, porém, o povo ainda não é vencedor.

Ainda sobre a questão da evasão escolar no Brasil, a partir das décadas de 60 e 70, Freitag (1980), diz que:

Dos 1000 alunos iniciais de 1960, somente 56 conseguiram alcançar o primeiro ano universitário em 1973. Isso significa taxas de evasão 44% no ano primário, 22% no segundo, 17% no terceiro. A elas se associam taxas de reprovação que entre 1967e 1971 oscilaram em trono de 63,5%. (p. 61)

Assim, os relatos nos mostram uma realidade que vem sendo preocupante ao longo da história do Brasil. Diante destes dados várias medidas governamentais vem sendo aplicadas pra tentar minimizar a questão do fracasso, como exemplos, podemos mencionar a implantação do Plano Desenvolvimento Escolar (PDE), a implatação do programa bolsa- escola, dentre outros, mas estas ações não tem sido suficientes para garantir a permanência dos alunos na escola.

AS QUESTÕES DA EVASÃO ESCOLAR NA ESCOLA ESTADUAL LEÔNCIO PEREIRA GOMES, ENSINO PARA JOVENS E ADULTOS (EJA).

Buscando compreender a realidade da evasão escolar na cidade de Campo dos Goytacazes, foi realizada uma pesquisa com os alunos do ensino médio da EJA, da escola Estadual Leôncio Pereira Gomes que são em sua maioria é do sexo feminino, solteiros (gráfico 1), com idade que varia entre 26 e 30 anos, com uma média de 1 a 3 filhos, onde a maioria está desempregada, e os poucos que trabalham não tem carteira assinada, conforme

(9)

8 gráficos abaixo. Estes que estão empregados trabalham em cerâmica, um trabalho pesado, que explica o cansaço e/ou desânimo dos que permanecem na escola até o fim do curso.

ESTADO CIVIL

25%

13%

62%

CASADO OUTRO SOLTEIRO

Gráfico 1

IDADE

25%

13%

49%

13%

15-20 21-25 26-30 31-40

Gráfico 2

Mesmo com todas essas condições, os alunos sentem-se bem acolhidos dentro da escola e tem uma visão satisfatória em relação ao ensino da EJA, pois muitos deles possuem a vontade de concluir o ensino médio.

De acordo com os dados coletados, a grande maioria dos alunos desta instituição de ensino é oriunda de escola pública (Gráfico 3). Isso revela que a esfera pública vem ampliando a oferta de vagas no ensino fundamental, garantindo uma obrigatoriedade não apenas Constitucional, mas também da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9.394/96, quando em seu Art. 4º afirma:

O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:

(10)

9 I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; (LDB 9.394/96)

MAIOR PARTE DA EDUCAÇÃO DEU-SE EM:

75%

25%

ESCOLA PÚBLICA NÃO RESPONDEU

Gráfico 3

Nesse espaço, percebe-se também que os professores que fazem parte dessa rede desenvolveram pouca percepção para desenvolverem suas práticas pedagógicas.

Observa-se abaixo, alguns gráficos referentes as respostas do questionário feita aos alunos.

38%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

NÃO TEVE OPORTUNIDADE ANTES AMIGOS FAZEM O CURSO É MAIS FÁCIL FREQUENTAR MAIS FÁCIL E RÁPIDO SER UMA PESSOA MELHOR TRABALHO

PORQUE OPTOU PELA EJA?

(11)

10 100%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

BEM ACOLHIDO

COMO SE SENTE NA ESCOLA?

POSSUI DIFICULDADE EM ALGUMA MATÉRIA?

25%

13%

62%

NÃO NÃO RESPONDEU SIM

Diante dos dados, fica evidente que os alunos do ensino médio EJA, desejam mudança. Principalmente nas metodologias, para que os mesmos possam superar as suas dificuldades, principalmente na disciplina de matemática, onde os alunos apresentam maiores dificuldades.

Percebe-se cada vez mais que a escola continua sendo um ambiente excludente, apesar de sabermos que a escola é um lugar para todos, onde devemos formar homens livres, em vez de homens dóceis, mas o que vemos é uma realidade bastante diferente, a escola ainda é privilegio de poucos.

Enquanto os países mais desenvolvidos estão avançados na área educacional, o Brasil ainda continua no atraso, à repetência e aos problemas da baixa auto-estima.

Com a intenção de conhecer melhor a realidade na qual me propus analisar, foi elaborado um questionário aos professores que lecionam na 1ª, 2ª e 3ª fases do ensino médio da EJA. Foi realizada uma pesquisa com cinco professores, onde estes responderam a seguinte pergunta: Para ter um resultado melhor no ensino de jovens e adultos EJA, seria necessário alterar a prática pedagógica?

(12)

11 A maioria respondeu que sim, pois há necessidade de mudança na prática pedagógica.

Vejamos alguns gráficos relacionados a pesquisa elaboradas aos professores:

TEMPO DE TRABALHO NA EJA

20%

20%

20%

40%

1 A 3 ANOS 10 A 12 ANOS 4 A 6 ANOS MENOS DE 1 ANO

MOTIVOS DA EVAÇÃO NA EJA

20%

40%

40%

FALTA DE DETERMINAÇÃO PERCEBER QUE NÃO É TÃO FÁCIL TRABALHO

CAUSAS DA EVASÃO

66%

17%

17%

DIFICULDADE DE CONCILIAR ESCOLA E TRABALHO GRAVIDEZ PRECOCE

NÃO RESPONDEU

(13)

12

29%

29%

14%

14%

14%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

DIÁLOGO NÃO DESANIMÁ-LOS ATENDER AS EXPECTATIVAS DOS ALUNOS BUSCAR SOLUÇÕES EM ORGÃOS COMPETENTES TORNAR A ESCOLA MAIS ATRATIVA

COMO MANTER O ALUNO DA EJA NA ESCOLA

A MAIOR DIFICULDADE DOS ALUNOS DA EJA

60%

20%

20%

COMPREENSÃO DSO CONTEÚDOS HORÁRIO

RESPONSABILIDADE COM O QUE É EXIGIDO

HÁ NECESSIDADE DE ALTERAÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA PRA MELHOR RESULTADO NA EJA?

20%

80%

NÃO SIM

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13 Com essa pesquisa, foi mostrado que, para os professores à questão da evasão escolar na escola Leôncio Pereira Gomes, não se enquadra na questão da qualificação profissional, e sim nas metodologias que deveriam ser mais elaboradas de acordo com a realidade dos alunos, e outros fatores, para que os mesmos possam alcançar todos os seus anseios e objetivos.

Foi visto ainda, na escola, uma grande dificuldade dos alunos e desespero dos professores, é na questão do horário, pois a maioria dos alunos não conseguem chegar no início das aulas, e acabam sempre perdendo as aulas iniciais, pois muitos trabalham até tarde e não conseguem chegar mais cedo e também a precariedade dos ônibus é muito grande. As vezes quebram na estrada ou atrasam, ou seja, tudo isso acaba dificultando também todo aprendizado. Porém, os professores não têm como voltar aos conteúdos, pois trabalham com hora aulas.

CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E SOLUÇÕES DA EVASÃO ESCOLARNA ESCOLA ESTADUAL LEÔNCIO PEREIRA GOMES

Vimos que numa sociedade de classe, toda comunidade ou camada social têm seus recursos, limites, formas e ritmos próprios, e esta população chega à escola com um saber próprio, elaborado a partir de suas relações sociais e dos seus mecanismos de sobrevivência.

Portanto, cabe a escola, apresentar propostas de multiplicação e de melhoria qualitativa de ensino para todos que estão inseridos nesta instituição.

Apesar dos alunos sentirem-se bem acolhidos na escola, ainda há muitos fatores que acabam deixando-os insatisfeitos, como a falta de entendimento em algumas disciplinas. Pois sabemos que desde o final dos nãos 60, nos anos da ditadura que os jovens foram silenciados e começam, timidamente a surgir nos debates e discussões na década de 80. Deve-se criar um espaço que os acolhem, de forma que cada aluno possa dizer suas coisas, seus pensamentos, de mostrarem suas angústias ou indignação diante de um sistema que, a cada dia mais os exclui. Ou seja, que alunos e professores possam manter um relacionamento amplo sem nenhum constrangimento. Como diz o nosso célebre Paulo Freire, (1997, p. 86),

O diálogo é, portanto, uma exigência existencial, que possibilita a comunicação e permite ultrapassar o imediato vivido. Ultrapassando suas “situações-limites”, o educador-educando chega a uma visão totalizante do programa, dos temas geradores, da apreensão das contradições até a última etapa do desenvolvimento de cada estudo.

(15)

14 A problemática enfrentada pela escola (evasão) começa aparecer no início do segundo bimestre. Pois alguns alunos evadem sem nenhuma explicação, outros se justificam atribuindo a fatores como: carga elevada de trabalho, dificultando com isso a conciliação entre a escola e o trabalho; falta de transportes e outros. Os professores atribuem essa evasão a não compreensão dos conteúdos trabalhados.

Através deste contato com a escola, foi visto que não só o que foi dito anteriormente leva-os a evasão, mas também as dificuldades que os alunos do ensino médio obtém no processo de leitura e escrita, não conseguindo assim levar adiante outras disciplinas, como exemplo a matemática, questionada tanto pelos alunos, com isso passam a se isolar das aulas que envolvem questionamento e criticidade. Por sua vez o professor ainda não consegue lidar com essa situação, deixa a desejar no que se refere à atenção diferenciada e específica que necessita aquele aluno.

A escola está empenhada em mudar sua metodologia, em benefício do alunoe poder transformar essa realidade, fazendo com que nos próximos anos toda essa problemática de evasão e repetência não seja mais um grande problema nesta escola.

Segundo os professores abordados, para solucionar o problema da evasão escolar, seria necessário que houvessem: mudanças no quadro de horário, disciplinas coerentes e condizentes com a realidade do aluno, professores mais atentos à realidade do educando e mais comprometidos com a educação de jovens e adultos e outros.

A escola já está buscando outras alternativas à serem estudadas para poder melhorar a qualidade de ensino nesta instituição. A princípio tem-se discutido sobre mudanças nas metodologias, mas nada ainda foi resolvido e mudado, ou seja, tudo continua na mesma.

Como diz Gentili (2002, p. 169): “A educação deveria ser integrada ao trabalho, com a finalidade de desenvolver as competências necessárias às necessidades do desenvolvimento”.

Ou seja, para que a escola tenha uma educação de qualidade, é preciso que todos os envolvidos sigam um rumo progressivo. É preciso haver mudanças, e para mudar temos que abraçar as causa, numa parceria de igualdade total, pois a escola é lugar de todos, e o papel da escola, é ajudar cada aluno a identificar o valor e a utilidade do estudo em sua vida por meio de atividades ligadas ao seu cotidiano.

Logo abaixo tem-se gráficos demonstrativos de situações final dos alunos da EJA – 2º semestre 2009 e situação final dos alunos da EJA – 1º semestre 2010.

(16)

15

47% 69%

18%

34%

7%

14%

6%

2%

0%

3%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

APROVADO DESISTENTE APROVADO COM DEPENDÊNCIA REPROVADO TRANSFERÊNCIA DE TURMA

COMPARAÇÃO DE SITUAÇÃO FINAL DOS ALUNOS DA EJA - 2º SEMESTRE 2009 E 1º SEMESTRE 2010

2º SEMESTRE 2009 1º SEMESTRE 2010

Observa-se que no ano de 2009, a evasão escolar atingia um índice de 34%, enquanto no ano de 2010, esse índice mostrou um considerável avanço, caindo assim para 18%

Assim também vemos avanços em questões como aprovação, desistência e transferência de turmas, ou seja, estamos relativamente caminhando para novos rumos na educação

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo estudos realizados sobre a evasão escolar, foi visto que um dos maiores problemas existentes no ensino médio de jovens e adultos EJA, deve-se a dificuldade em conciliar escola e trabalho, a falta de assimilação dos conteúdos e outros fatores já citados no decorrer do artigo.

Portanto, é preciso considerar que a evasão escolar está atribuída a vários fatores que deveriam ser analisados e trabalhados, principalmente as metodologias, e isso ocorre em todos os estados do Brasil, e para reverter esses problemas, seria necessário que houvesse uma política educacional série, que tivesse um novo olhar para esses alunos que apresentam tantas dificuldades, e que já fazem parte de todo processo de exclusão. Caberia a escola, procurar atender de melhor forma à esses alunos, de acordo com as suas especificidades, dando ênfase nas suas experiências, opiniões e suas histórias de vida.

Percebe-se cada vez mais que a escola continua sendo um ambiente excludente, apesar de sabermos que a escola é um lugar para todos, onde devemos formar homens livres,

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16 em vez de homens dóceis, mas o que vemos é uma realidade bastante diferente, a escola ainda é privilégio de poucos.

A problemática enfrentada pela escola (evasão) começa aparecer no início do segundo bimestre. Pois alguns alunos evadem sem nenhuma explicação, outros se justificam atribuindo a fatores como: carga elevada de trabalho, dificultando com isso a conciliação entre escola e o trabalho; falta de transporte e outros. Os professores atribuem essa evasão a não compreensão dos conteúdos trabalhados.

Através deste contato com a escola, foi visto que não só o que foi dito anteriormente leva-os a evasão, mas também as dificuldades que os alunos do ensino médio obtém no processo de leitura e escrita, não conseguindo assim levar a diante outras disciplinas, como exemplo a matemática, questionada tanto pelos alunos, com isso passam a se isolar das aulas que envolvem questionamento e criticidade. Por sua vez o professor ainda não consegue lidar com essa situação, deixa a desejar no que se refere à atenção diferenciada e específica que necessita aquele aluno.

Para que a escola tenha uma educação de qualidade, é preciso que todos os envolvidos sigam um rumo progressivo. É preciso haver mudanças, e para mudar temos que abraças as causas, numa parceria de igualdade total, pois a escola é lugar de todos, e o papel da escola, é ajudar cada aluno a identificar o valor e a utilidade do estudo em sua vida por meio de atividades ligadas ao seu cotidiano.

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17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ESTEBAN, Maria Teresa. Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos.5ª Ed. Rio de Janeiro, 2003.

BRUNEL, Carmen. Jovens cada vez mais jovens na educação de jovens e adultos. Editora Mediação, 2004.

VALDEZ, Guiomar; GOMES, Guimarães Cristina. Dialogando Proeja – Algumas considerações. Editora Essentia, 2009.

FREIRE, Paulo. Uma bibliografia. Organizador Gadotti Moacir. Editora Cortez, 1996.

GADOTTI, Moacir; ROMÃO, E. José (Orgs). Educação de Jovens e Adultos – Teoria, prática e proposta. 5ª Ed. Editora Cortez, 2002.

GENTILI, Pablo. Pedagogia da exclusão – crítica ao neoliberalismo em educação. 10ª Ed., 2002.

SOARES, Magda. Linguagem e Escola – uma perspectiva social. 12ª Ed. São Paulo: Atica, 1994.

FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. 4ª Ed. São Paulo: Morais, 1980.

MACHADO, A. M.; SOUZA, M.P.R. de (Org.). Psicologia Escobar.

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