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evidências de validade e confiabilidade do indicador.

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Academic year: 2023

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Considerando que construtos que visam medir atitudes e valores estão sujeitos a erros de mensuração, este trabalho segue o referencial metodológico de Adcock e Collier (2001) e Carmines e Zaller (1979) e busca evidências de validade e confiabilidade da medida de aceitação de corrupção. Anteriormente, a tentativa de reunir evidências de validade e fiabilidade da medida de aceitação da corrupção envolvia um processo de análise do quadro teórico conceptual do fenómeno mais amplo da corrupção, bem como da dimensão da aceitação.

Figura 1. Medida de aceitação da corrupção de 4 itens observáveis
Figura 1. Medida de aceitação da corrupção de 4 itens observáveis

Emergência de erros na de coleta dos dados

  • Desejabilidade Social
  • Não-atitude
  • Não-resposta
  • Escalas enviesadas

9 Nesse caso, a rotatividade na leitura das respostas pode reduzir as chances de “não relacionamento”. Berinsky (2008) discute as implicações práticas da “não resposta” ou valores faltantes nos resultados da pesquisa.

A opinião pública, dinâmica e efeitos

A distribuição agregada das atitudes individuais está na origem da avaliação da opinião pública captada pelas pesquisas de opinião. A dinâmica e a versatilidade da opinião pública são função de influências normativas e informativas, de controles sociais e de eventos informativos.

A cultura política, a corrupção e a dimensão da aceitação

40 e o volume de informações pode influenciar a percepção do “clima de opinião” em relação ao tema corrupção. O tópico a seguir destaca as referências teóricas e conceituais que vinculam a cultura política ao significado da corrupção no debate público. Uma importante contribuição da obra de Gunar Myrdal foi o conceito de “folclore da corrupção”, que significa a posição da sociedade diante da repetição de práticas corruptas.

Myrdal acredita que é preciso combater a percepção de corrupção, principalmente se houver risco de punição do corrupto. É fundamental levar em conta os aspectos normativos envolvidos no tema da corrupção e a forma como a construção do seu significado social depende dos valores que circulam na sociedade. 12Além da perspetiva culturalista, a perspetiva económica também é mobilizada para explicar as relações de causa e efeito da aceitação da corrupção.

Por outras palavras, o grau de aceitação da corrupção pode medir com maior precisão o “clima de opinião”. O próximo tópico centra-se na forma como a literatura operacionaliza o grau de aceitação para abordar as relações de causa e efeito da tolerância à corrupção.

Achados e operacionalização da “aceitação a corrupção” na literatura

48 moralidade em que a aceitação da corrupção em cargos públicos não é apenas elevada, mas também a regra ou altamente aprovada. Os autores concentraram-se na compreensão das causas e consequências da aceitação da corrupção, normalmente utilizando a medida “aceitação da corrupção”. Ao considerar a dimensão cultural das práticas, o autor avalia a relação entre indicadores de cultura política democrática – apoio à democracia e confiança interpessoal – e o indicador de aceitação da corrupção para uma amostra de 64 países.

Ao considerar a aceitação da corrupção como expressão de valores, o autor estima os efeitos da medida no indicador de confiança interpessoal. Vários outros autores estão interessados ​​em saber como vários factores podem influenciar ou ser influenciados pela aceitação da corrupção. Melgar e Rossi (2009) também encontram resultados que indicam que existem diferenças na aceitação da corrupção dependendo da ocupação profissional do cidadão.

Por fim, Catterberg et al (2013) questionaram as respostas que sustentam os indicadores de aceitação da corrupção e argumentaram que esta é influenciada tanto pelo conceito de corrupção que os indivíduos têm como pelo desejo social de corrupção. Tanto a desejabilidade social como o conceito podem representar erros sistemáticos na medição da aceitação da corrupção e podem ser compreendidos através da sua relação com a dinâmica da opinião pública e aspectos da cultura política – valores socialmente partilhados.

Validade, Confiabilidade e especificidade contextual

Validade

Paralelamente, Adcock e Collier (2001) afirmam que a validade de uma medida é alcançada quando a pontuação de um indicador captura significativamente as ideias contidas no conceito subjacente. Os autores apresentam a tabela a seguir para visualizar o acesso à validação das medidas com base nos conceitos mobilizados. Em suma, argumentam que a validade é alcançada quando as pontuações de um determinado indicador podem ser interpretadas de forma significativa em relação ao conceito sistematizado que o indicador pretende operacionalizar.

Seguindo a orientação de Adcok e Collier (2001), a validação das medidas deve seguir três diretrizes principais: validação de conteúdo, validação convergente - discriminante e validade nomológica. Centra-se em múltiplos indicadores do mesmo conceito.15 Pelo contrário, a validade discriminante pode ser obtida quando existe uma correlação negativa modesta entre indicadores do mesmo conceito, mas de dimensões diferentes, ou ainda, quando o indicador se relaciona de forma diferente com outros conceitos . . Ou seja, esse tipo de validação avalia o desempenho de um indicador em relação a uma hipótese causal.

A validação nomológica concentra-se em indicadores de diferentes conceitos que estão conectados por relações de causa e efeito. 15 Quando os indicadores se correlacionam bem entre si, os modelos de equações estruturais podem ser úteis para estimar até que ponto estas correlações elevadas derivam de um enviesamento sistemático partilhado.

Confiabilidade

Especificidade Contextual

Busca por evidências

Problematização e análise descritiva

O modelo de Tourangeu et al (2000) não esgota o processo de formulação da resposta do entrevistado, nem é o único que o aborda. Para o Brasil, os indicadores observáveis ​​da taxa de aceitação não representam um problema significativo de “não resposta”. 61 A percentagem de “não respostas”, independentemente do país, é sempre superior para a questão “receber benefícios que não lhes pertencem”.

Argumenta-se que esta etapa está intimamente relacionada com a próxima (seleção de informações para fazer julgamentos) e em qualquer momento podem fazer parte do mesmo período neste modelo de resposta. A segunda possível fonte de erro ligada à segunda etapa do modelo de resposta é a possibilidade de os entrevistados não relacionarem a prática à ideia de corrupção. A terceira etapa, selecionar informações para fazer julgamentos, é considerada aqui como o momento em que a desejabilidade social se solidifica como um viés de resposta.

Se recodificarmos a escala de 1 a 10 para a opção de resposta “sim, às vezes justifica-se” para respostas de 2 a 9 e “não, nunca se justifica” ponto 1, notamos que na escala dicotómica a percentagem de intolerantes é maior, com exceção da Argentina, onde o percentual observado é menor. Relacionar o processo de resposta a possíveis erros de medição, dada a recolha de dados através de entrevistas presenciais, é uma tentativa de esclarecer potenciais fontes de erro associadas à investigação de aceitação da corrupção.

Figura 3. Modelo de Tourangeu et al (2000) e indicadores observáveis
Figura 3. Modelo de Tourangeu et al (2000) e indicadores observáveis

Metodologia

Na AFE, não são impostas restrições a priori aos padrões de relacionamento entre as variáveis, enquanto na AFC, o pesquisador deve especificar vários aspectos do modelo fatorial, como o número de fatores e o padrão de cargas fatoriais, e especificar vários modelos alternativos. procurar por. que melhor se ajusta aos dados e tem respaldo teórico. A análise fatorial confirmatória (CFA) é um método de análise de dados que pertence à família de técnicas de modelagem de equações estruturais (SEM). Por outro lado, um valor baixo desta estatística indica que H0 não pode ser rejeitada e significa que o modelo se ajusta bem (BROWN, 2006).

Embora seja uma estatística comumente usada na análise de modelos de análise fatorial confirmatória, essa estatística raramente é usada como um índice de ajuste isolado. Brow (2006) recomenda um valor de corte próximo de 0,08 ou inferior. O autor afirma que quanto mais próximo de zero, melhor se ajusta o modelo. O RMSEA é um índice criado por Stieger e Lind em 1980 que estima quão bem os parâmetros do modelo reproduzem a covariância populacional.

O CFI (Comparative Fit Index) mede uma melhoria relativa no ajuste do modelo do pesquisador em comparação com um modelo padrão. Assim como o RMSEA, o TLI inclui uma função de penalidade para adicionar mais parâmetros estimados que podem não melhorar o ajuste do modelo.

Evidências de validade

  • Validação de conteúdo
  • Validade discriminante
  • Validação convergente
  • Validação nomológica

Vale ressaltar que nem todos os trabalhos se aprofundam na questão conceitual da tolerância ou aceitação da corrupção. Neste sentido, a medida de aceitação da corrupção inclui a dimensão “justificação” tanto nas escalas de perguntas como nas escalas de respostas. A intenção é buscar evidências para as diferenças entre indicadores observáveis ​​de aceitação da corrupção na vida cotidiana (subornos) do banco de dados do Barômetro das Américas e indicadores observáveis ​​alternativos de outras dimensões de aceitação.

Os indicadores alternativos representam duas dimensões do fenómeno da corrupção: “roubar e roubar” e “compra de votos”. Com base na análise fatorial e na estatística do coeficiente alfa de Crombach, acredita-se que há evidências de divergência entre indicadores observáveis ​​alternativos aos indicadores da medida de aceitação da corrupção. Por sua vez, a estatística alfa de Cronbach é significativamente baixa (0,3962), o que significa uma baixa correlação entre os itens e o fator subjacente “aceitação da corrupção na vida quotidiana”.

Entre os construtos que a literatura apresenta como explicações para o fenômeno da aceitação da corrupção estão: confiança interpessoal e confiança nas instituições políticas, valores democráticos e valores pós-materialistas. Nesse sentido, a validação nomológica é parcialmente cumprida, uma vez que os construtos confiança interpessoal e confiança nas instituições políticas não foram significativos para explicar o nível de aceitação da corrupção entre os brasileiros em 2006.

Gráfico 7. Fatores subjacentes de indicadores divergentes
Gráfico 7. Fatores subjacentes de indicadores divergentes

Evidências de confiabilidade

Há fortes evidências para rejeitar a hipótese de que a medida de Aceitação tem consistência interna para a rodada de coleta de dados de 2006. Para a rodada de 2014, o valor da estatística qui-quadrado é baixo, mas não o suficiente para aceitar um bom ajuste do modelo . Contudo, o valor da confiabilidade composta é de 0,68 (CP) e a variância extraída (AVE) é de 0,34, o que também fornece evidências para rejeitar a confiabilidade da medida de aceitação para a rodada de 2014.

Portanto, o critério de consistência ao longo do tempo é observado no contexto de três países latino-americanos: Argentina, Chile e México. 96 É apresentada uma análise exploratória da unidimensionalidade da medida de Aceitação entre Argentina, Brasil, Chile e México. O objetivo é verificar se a medida apresenta valores de confiabilidade semelhantes ao longo do tempo e também observar se a correlação entre os itens de resposta tem o mesmo comportamento para todos os contextos.

O objetivo é avaliar se os indicadores observados refletem uma única dimensão ao longo do tempo e se as estatísticas apresentam evidências de consistência interna das variáveis ​​observadas. Argumenta-se que a medida apresenta padrões de consistência muito diferentes ao longo do tempo para todos os contextos.

Tabela 13.  Alpha de cronbach dos indicadores de aceitação da corrupção – WVS  2006 e 2014
Tabela 13. Alpha de cronbach dos indicadores de aceitação da corrupção – WVS 2006 e 2014

Evidências de especificidade contextual

Embora o indicador de aceitação reflita o conteúdo do conceito subjacente, acredita-se que a literatura deveria prestar mais atenção à sistematização do conceito de aceitação da corrupção antes de medir a dimensão do fenómeno. Apesar de certa coerência na apresentação do conceito de aceitação entre os trabalhos que mobilizam a dimensão, a bibliografia que trata do tema dá pouca atenção ao conceito. 104 Por sua vez, a medida de aceitação está parcialmente relacionada com outros construtos implicados numa relação causal com o fenómeno da tolerância à corrupção.

Embora com diversas limitações, é evidente que ao longo do tempo a consistência interna da medida de aceitação varia. Apesar das limitações da análise, considera-se que a medida de aceitação da corrupção pode não ter consistência interna entre os indicadores observáveis ​​e que os critérios de validade devem ser reavaliados com a disponibilidade de indicadores alternativos na mesma base de dados. Embora preliminares, os resultados podem sugerir cautela no uso da medida de aceitação para determinar relações de causa e efeito, especialmente em análises comparativas.

Outros erros que possam estar relacionados com as taxas de “não resposta” podem comprometer a consistência interna dos indicadores, especialmente quando se analisa a correlação interna do indicador de aceitação de suborno e outros indicadores observados. Análise Fatorial Confirmatória Indicador de Aceitação de Corrupção – WVS 2006 Brasil Modelo de Equações Estruturais Número de Observações = 1452.

Gráfico 11. Aceitação da corrupção por macrorregiões
Gráfico 11. Aceitação da corrupção por macrorregiões

Imagem

Figura 1. Medida de aceitação da corrupção de 4 itens observáveis
Figura 3. Modelo de Tourangeu et al (2000) e indicadores observáveis
Gráfico 2.Taxa de “não-resposta” para rodadas do México
Gráfico 3.Taxa de “não-resposta” para rodadas do Chile
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Referências

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Esta pesquisa, de forma geral, objetiva analisar a parceria entre escola e família durante a pandemia de 2020, assim como: entender como a educação e seus sujeitos foram afetados