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faculdades doctum de caratinga

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Academic year: 2023

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O que se propõe, então, é uma reflexão sobre a extensão da imunidade tributária para templos de qualquer culto. O terceiro capítulo tratará da imunidade tributária dos templos em qualquer culto e do contexto histórico em que esta imunidade tributária foi concebida.

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E OS LIMITES DO PODER DE TRIBUTAR . 9

Diferenças entre Imunidade Tributária e Isenção Tributária

Embora os efeitos práticos do instituto da imunidade e da isenção tributária sejam os mesmos, ou seja, o não pagamento do imposto, estes dois não devem ser confundidos. Como já examinamos, a constituição federal tem duas funções básicas em matéria de tributação: uma é permitir ao ente federal cobrar impostos, e a outra é limitar esse poder de tributar. A imunidade determina explicitamente a incompetência dos políticos para introduzir impostos que afetem situações especiais contidas no texto constitucional.

Um ente federal que possa cobrar esse imposto de forma geral não poderá exercer o poder de tributar determinadas pessoas ou determinadas situações. Isto significa que, na presença de uma norma constitucional proibitiva, o legislador não tem autoridade para interferir em pessoas ou coisas imunes através da promulgação da lei. No caso de isenção fiscal, o legislador competente para introduzir o imposto decide que o imposto não será aplicado em determinadas circunstâncias ou em relação a determinadas pessoas ou coisas.

No caso da imunidade tributária, o legislador não tem sequer competência para introduzir um imposto que possa atingir a pessoa ou coisa imune. Cabe destacar outra característica que distingue as duas instituições: enquanto a imunidade tributária decorre de dispositivo constitucional, a isenção decorre do direito consuetudinário. Dito isto, salienta-se que a imunidade tributária não deve ser confundida com a isenção tributária, pois são instituições jurídicas distintas com finalidades distintas.

Fundamentos da imunidade tributária

Neste sentido, a imunidade tributária é um dos mecanismos de proteção dos direitos humanos básicos, que constituem o poder constituinte para garantir que as condições indispensáveis ​​ao desenvolvimento social sejam efetivamente atendidas. A base das imunidades é a preservação dos valores que a Constituição considera relevantes (a atuação de determinadas entidades, liberdade religiosa, acesso à informação, liberdade de expressão, etc.), o que permite ignorar as possíveis (ou efetivas) ). capacidade económica revelada pela pessoa (ou revelada na situação), que, independentemente da existência dessa capacidade, proclama a não tributação de pessoas ou situações imunes. A imunidade tributária pretende, portanto, ser uma disposição constitucional para garantir o cumprimento dos direitos sociais que a própria Constituição estabeleceu como direitos básicos inerentes à pessoa humana, tais como os direitos à liberdade, à igualdade, à saúde, à educação, à honra, à livre expressão religiosa, etc.

Portanto, pode-se concluir que a imunidade tributária não pode ser definida como um privilégio ou benefício fiscal concedido pela Constituição a determinadas entidades. A proteção e incentivo com imunidade tributária das instituições mencionadas é necessária devido à importância da atividade que desenvolvem em benefício do interesse comum. Portanto, evitar que esses entes sejam suscetíveis à tributação também é uma forma de garantir que o país atenda aos objetivos identificados como fundamentais para a República Federativa do Brasil.

A imunidade também deve ser entendida como uma forma de preservar as instituições básicas do Estado, tais como instituições focadas na democracia e entidades que são obrigadas a gerir e manter a administração pública e a prestar serviços públicos. Agora fica claro que o Estado não tem condições de atuar efetivamente sozinho na prestação de serviços básicos que buscam garantir a plena satisfação dos direitos fundamentais, e desonerar tais instituições é a forma que o legislador encontrou para facilitar o exercício desses direitos governamentais. atividades constitucionalmente positivas. Caso contrário, a concessão de imunidade tributária a uma determinada entidade implicaria uma violação dos princípios constitucionais da legalidade, da igualdade e da livre concorrência, ao passo que se uma determinada entidade gozasse individualmente de vantagens fiscais em detrimento de outras, dificultaria a concorrência entre elas no condições de mercado.

DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO . 18

Laicidade

Pelo contrário, cabe ao Estado secular garantir a liberdade religiosa - independentemente da religião que professe, abster-se de conceder mais privilégios e vantagens legais a certas religiões e garantir que todos os cidadãos tenham a liberdade de professar ou não professar religioso. acreditar. Após 1891, todas as constituições brasileiras subsequentes preverão o modelo de separação, que é um dos requisitos do Estado laico, que está em consonância com o Estado Democrático de Direito. E por fim, a separação, atual sistema adotado pelo Brasil, em tal hipótese há o reconhecimento da liberdade de culto do Estado, porém, não há intervenção no funcionamento dos templos.

Nesse sentido, é fundamental ressaltar que a liberdade religiosa constitui um princípio do Estado Democrático Constitucional de Direito, que preserva a dignidade da pessoa humana, princípio matriz do ordenamento jurídico brasileiro. É possível compreender que o laicismo consiste na garantia da liberdade religiosa e na não subordinação pública às normas religiosas e na rejeição da discriminação, entendida num contexto onde a legitimidade do Estado já não se encontra na legitimação divina, mas sim na legitimação democrática constitucional. legitimação. a garantia dos direitos fundamentais. Além disso, deve-se ressaltar que o secularismo não significa a insatisfação do Estado com a Igreja, pelo contrário, cabe ao Estado laico garantir o exercício da liberdade religiosa.

Segundo Joana Zylbersztajn: “a laicidade do Estado é um instrumento essencial para garantir a liberdade religiosa”. Na ação, a PGR argumentou que a única forma de tornar efetivo o princípio da laicidade do Estado, consagrado na CF/88, no art. Portanto, a instrução religiosa confessional é incompatível com o secularismo, também pela impossibilidade de manter a neutralidade do Estado em relação às religiões.

Das extensões interpretativas

  • Teoria Restritiva
  • Teoria Liberal
  • Teoria Moderna

A teoria restritiva, como o nome sugere, limita o âmbito da imunidade tributária aos impostos sobre imóveis destinados à celebração de culto, não permite a extensão da sua interpretação aos rendimentos e serviços de entidades religiosas. Ressalte-se que, na opinião deste autor, também não é possível interpretar a imunidade tributária dos templos de forma ampla para incluir casas paroquiais, residências de líderes religiosos, entre outras coisas, ainda que ligadas ao templo, que não são destinado a celebrações religiosas. A teoria restritiva delimita, portanto, de forma clara e objetiva o limite da interpretação da imunidade tributária religiosa: é imune uma estrutura física destinada à celebração de cerimônias religiosas públicas.

É perceptível que o legislador estipulou claramente no parágrafo 4º do artigo 150 da CF/88 que a imunidade tributária abrange todos os fundos, rendimentos e serviços relacionados aos fins essenciais das entidades religiosas, e não apenas os edifícios físicos destinados à realização de cerimônias religiosas. Serviços. O parágrafo 4º do artigo 150 CF/88 passou então a servir como vetor interpretativo da imunidade tributária religiosa, que deveria abranger não apenas os edifícios dedicados ao culto, mas também os bens, rendimentos e serviços relacionados às atividades religiosas. os propósitos essenciais das referidas entidades ali. Defendendo uma interpretação ampla da imunidade tributária dos templos de qualquer culto, Carrazza afirma que a imunidade tributária não atinge apenas o edifício físico onde se realiza o culto religioso, mas abrange também todos os locais ligados ao templo, como o o mosteiro, a casa paroquial, o cemitério, a casa do pároco, o centro de formação rabínica, o seminário, entre outros, se utilizados para o fim essencial da entidade, sem que tenham por objectivo questões económicas.

Nas palavras do autor, a imunidade tributária atinge “não apenas o próprio templo, ou seja, o local designado para as cerimônias religiosas, mas sim a entidade que mantém o templo, a igreja”. Na Teoria Liberal, a interpretação da imunidade tributária religiosa é, portanto, limitada pela finalidade dos bens móveis e imóveis das entidades. É importante destacar que a teoria moderna é a que mais se aproxima da interpretação da imunidade tributária religiosa definida nos dispositivos constitucionais, uma vez que a legislatura de 1988, como já mencionado, assegurou no §4º do artigo 150 da Carta Magna. , que a interpretação da isenção fiscal religiosa incluiria não só o templo religioso como local onde é possível professar a fé, mas também todos os bens, rendimentos e serviços, relacionados com a finalidade essencial das entidades religiosas.

EXTENSÕES E LIMITES DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DOS TEMPLOS

Atualmente, o STF tem permitido uma interpretação da imunidade dos templos contra qualquer seita nesse sentido, justamente pelo disposto no supracitado §4º do art. Contudo, é um erro aplicar uma interpretação expansiva à instituição da imunidade religiosa baseada unicamente na opinião de que se as actividades da igreja não são comerciais, devem ser realizadas através de incentivos fiscais, porque ignora o facto de que os activos e rendimentos derivados de atividades religiosas podem ser usadas para fins privados. Pelas razões expostas, neste sentido é necessário reconsiderar o alcance da imunidade religiosa no Brasil. A interpretação das normas constitucionais não pode ser ampliada sem alguns critérios objetivos.

Na prática, seria ideal que estes requisitos objectivos de imunidade fossem regulamentados numa lei complementar. Por motivos diferentes, mas com a mesma opinião, Coêlho defende que a regra da imunidade tributária necessita de um complemento normativo, porque assim condiciona o próprio texto constitucional. Portanto, não existe nenhuma base plausível para continuar a imunidade fiscal religiosa na sua forma actual.

Por esse motivo, o debate mais importante que surgiu no desenvolvimento deste estudo é sobre as extensões interpretativas a respeito da imunidade tributária dos templos de qualquer culto e suas limitações. Mesmo à luz deste dispositivo constitucional, não é tarefa fácil determinar os limites das extensões interpretativas da imunidade tributária religiosa, dada a complexidade do tema e a divergência doutrinal. Portanto, de acordo com a implementação deste estudo sobre as extensões e limitações das imunidades tributárias dos templos de qualquer culto, é um fluxo que comprova que não basta que os fundos e receitas das entidades religiosas tenham origem em atividades não comerciais para elas ser alvo de imunidade.É necessário também que todos os fundos e receitas também sejam depositados em benefício da igreja, mas não é permitida a sua utilização para fins privados.

Até que haja uma lei complementar que regule as extensões e limitações da imunidade tributária, haverá uma interpretação muito extensa da instituição da imunidade tributária que ultrapassa a sua finalidade e se torna um incentivo às religiões que têm um objetivo distorcido. Com base nos argumentos apresentados, estabelece-se que a intervenção do Estado junto à sua autoridade legislativa é necessária para estabelecer critérios objetivos que limitem a interpretação do instituto da imunidade tributária religiosa.

Referências

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