Tem como objetivo destacar a importância do uso de equipamentos de proteção individual nos coletores de lixo. A Medicina do Trabalho inclui o estudo das formas de proteger a saúde do trabalhador durante a execução do trabalho, mostrando medidas preventivas (Higiene Ocupacional) e corrigindo os efeitos através da própria medicina do trabalho (CESARINO JÚNIOR, 1997). A utilização de EPI em coletores de lixo deve ser selecionada com base em dados oriundos de um estudo criterioso do trabalho realizado e de suas necessidades.
Porém, esta pesquisa tem como objetivo analisar a importância do uso de equipamentos de proteção individual em coletores de lixo por meio de uma revisão sistemática da literatura. Ao consultar a literatura, percebi que não há preocupação por parte do governo em reduzir os acidentes de trabalho causados pela não utilização de equipamentos de proteção individual com a saúde dos catadores de lixo. Quais são os riscos que os coletores de resíduos enfrentam se não utilizarem equipamentos de proteção individual (EPI)?
Os descritores para o resumo do artigo foram: Enfermagem, Equipamentos de Proteção Individual (EPI), coletores de lixo. O segundo momento elenca a importância dos equipamentos de proteção individual (EPI), seu conceito e os principais EPI disponíveis, além de informações importantes para garantir sua identificação e uso adequado. O terceiro momento diz respeito aos diferentes tipos de substâncias a que os catadores de lixo estão expostos e aos acidentes de trabalho mais comuns nesta profissão.
A saúde e o autocuidado entre os catadores de lixo expressavam uma única certeza: ter saúde é não contrair doença grave. Segundo o estudo de Rego (2002), deduziu-se dos debates que os lixeiros avaliam as condições de vida e de saúde de forma quantitativa, ou seja, que se atêm à prioridade de ter que garantir a sobrevivência e não com base numa escala qualitativa. , que diz respeito à alegria de viver, condição semelhante já indicada. Sendo a empresa obrigada a fornecer aos colaboradores EPI adequados ao risco, em perfeito estado e funcionais, gratuitamente, quando as medidas gerais não proporcionem proteção completa contra o risco de acidentes de trabalho ou doenças profissionais e de trabalho; enquanto são implementadas medidas de proteção coletiva; e responder a emergências.
Segundo FERREIRA (2000), a utilização de equipamentos de proteção individual ocorre de forma arbitrária e sem obedecer a critérios definidos, desconsiderando a diretriz doutrinária que define os EPI como último recurso a ser utilizado na prevenção de acidentes e doenças, após terem sido definidas todas as opções de proteção coletiva. Exausta. É importante destacar a necessidade do predomínio das medidas de proteção coletiva – MPC sobre as medidas de proteção individual, como aquelas que podem realmente garantir a proteção da saúde dos trabalhadores independentemente do seu comportamento individual (CONCEIÇÃO, 2001). PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA: Proteção respiratória - Proteção do sistema respiratório contra gases tóxicos, vapores, névoas, poeiras ou partículas.
O desenvolvimento da percepção de risco aliado a um conjunto de informações e regras básicas de segurança são ferramentas fundamentais para evitar a exposição e garantir o sucesso das medidas individuais de proteção à saúde humana (VICENTE, 2008). Com o crescimento da população urbana, os serviços prestados pelas equipes de limpeza pública e pelos catadores de lixo tendem a se tornar cada vez mais complexos. Segundo o artigo citado, a realidade dos catadores de lixo é contraditória, pois estão em total exposição a substâncias patogênicas, o que torna sua atividade desumana, pois não lhes proporciona qualquer tipo de segurança no emprego.
Os fertilizantes são obrigados a enfrentar diariamente uma realidade tão universalmente atribuída, sem receber salários dignos e socialmente iguais, mesmo quando comparados a outras categorias pertencentes ao setor terciário, em que atuam. Cortes em vidros: caracterizam o acidente mais comum entre trabalhadores em esteiras de coleta e coleta domiciliar em usinas de reciclagem e compostagem, bem como entre catadores de lixo. Em relação aos acidentes, segundo Cardozo et al (2005), “os catadores de lixo constituem uma população particularmente vulnerável a acidentes fatais e não fatais, como pode ser observado em diversos países”.
Segundo artigo de KUIJER & FRINGS-DRESEN (2004)* apud Cardozo et al (2005) nos EUA, a atividade de coleta de lixo é a sétima mais perigosa, pois o risco de morte do catador é 10 vezes maior comparado ao outras profissões nos EUA, e o transporte de resíduos é responsável por 70% destas mortes. Acrescentam que a coleta de lixo submete o trabalhador a um quadro mórbido variado que afeta as condições osteomusculares, o aparelho respiratório, o aparelho auditivo, o aparelho gastrointestinal, além das consequências do cansaço. Os efeitos negativos dos resíduos sólidos urbanos no meio ambiente, na saúde coletiva e na saúde individual são reconhecidos por diversos autores (..), que apontam deficiências nos sistemas de coleta e disposição final e ausência de uma política de proteção à saúde do trabalhador como os principais fatores geradores desses efeitos, (FERREIRA; ANJOS, 2001).
Muitas vezes dura mais de doze horas contínuas; trabalho exaustivo, dadas as condições a que estão submetidos esses indivíduos, com suas carroças puxadas pela tração humana, carregando mais de 200 quilos de lixo por dia (cerca de 4 toneladas por mês), e percorrendo mais de vinte quilômetros por dia, porque são na finalidade, muitas vezes explorada pelos proprietários de aterros (sucateiros) que, num gesto de paternalismo, trocam o lixo recolhido do dia por bebidas alcoólicas ou lhe pagam valor simbólico insuficiente para sua própria reprodução como catadores de lixo (p. 34) .
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esses resultados confirmam que os funcionários têm consciência da importância dos EPIs na prevenção de acidentes de trabalho (CONCEIÇÃO; CAVALCANTI, 2001). O EPI deve proteger contra perigos no local de trabalho e também fornecer proteção contra condições de trabalho desconfortáveis e desconfortáveis. São vários os problemas de saúde, como as micoses, encontrados na população trabalhadora desta categoria de profissionais (GRINBERG et al, 2000).
Num estudo realizado por Grinberg et al (2000), problemas de dor nas costas são muito comuns entre catadores. Essa ferramenta, conhecida como rodízio, exige trabalho em conjunto, causando desentendimentos entre os catadores. A NR-17, que trata de ergonomia, diz: (NR-17.4.1) “Todos os equipamentos que compõem o sistema de trabalho devem ser adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser realizado”. Uma possível solução para este problema seria trabalhar com mais de um girol, dividindo o lixo em grupos de acordo com seu tipo físico (altura).
Apesar de suas características exploratórias e qualitativas, o presente estudo aponta a existência de problemas comuns entre catadores de lixo em atividades insalubres e precárias. No entanto, existem alguns aspectos que os distinguem, dado o tipo de trabalho que realizam e as condições em que é realizado, o que acarreta problemas adicionais (PORTO, 2004). No estudo de Porto (2004), os catadores viam os resíduos como fonte de sobrevivência e a saúde como oportunidade de trabalhar e, portanto, tendiam a negar a relação direta entre trabalho e problemas de saúde.
Importantes medidas coletivas de proteção e higiene também podem ser adotadas, principalmente no caso de trabalhos em rampa, como é o caso da utilização de sinais sonoros nos tratores ao engatar a marcha à ré, alertando os coletores da existência de perigo iminente (PORTO, 2004). Sobre os problemas de saúde e sintomas comumente citados pelos catadores de lixo, ele destaca a forte carga física no trabalho e a própria rotina do serviço, fatores que podem estar associados tanto às dores no corpo, quanto aos já citados problemas osteoarticulares e à hipertensão ou "nervosismo". " (PORTO, 2004). Sem dúvida, as condições de trabalho mais problemáticas encontram-se na rampa, onde trabalhar ao ar livre e circular constantemente entre os escombros despejados entre caminhões e tratores apresenta sérios riscos à saúde.
O envolvimento efetivo dos catadores em qualquer processo de mudança é um dos aspectos que acreditamos ser fundamental para alcançar melhorias na sua saúde, vida e condições de trabalho. Envolve o envolvimento dos catadores com diferentes parceiros, devendo-se ter em conta sobretudo que o problema do lixo deve ser encarado de forma holística nas suas múltiplas dimensões, sem esquecer que há uma cadeia produtiva em movimento e o catador tem um papel a desempenhar. jogue nele.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mais do que acesso a serviços de saúde de qualidade, é necessário enfrentar os determinantes da saúde em toda a sua amplitude, o que exige políticas públicas sólidas, articulação intersetorial eficaz do poder público e condições de trabalho que garantam satisfação e respeito pessoal (HELLER, 1997). Uma revisão urgente no atual momento de desenvolvimento mostra uma análise focada em estratégias de promoção da saúde que mostram não apenas as propostas do setor saúde, mas também favorecem aspectos sociais, econômicos e culturais e prometem mudanças para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem de lixo e no meio do lixo, através de processos educativos populares. Decorre deste estudo que garantir a saúde, além de evitar doenças e prolongar a vida, significa também proporcionar meios e situações que aumentem a qualidade de vida “vivida”, que aumentem a capacidade de autonomia e o padrão de bem-estar, que são valores socialmente definidos que são importados em valores e escolhas.
Nessa perspectiva, a intervenção em saúde não se refere apenas à dimensão objetiva dos agravos e dos fatores de risco, mas aos aspectos subjetivos, no que diz respeito à representação social da saúde e da doença neste grupo de pessoas em particular, com trabalho precário. condições para sua sobrevivência. A partir do levantamento bibliográfico chegamos à conclusão que uma alternativa simples são as campanhas educativas direcionadas a todas as camadas da sociedade, esclarecendo a forma correta de acondicionamento do lixo e suas consequências e os problemas que podem ser evitados juntamente com a implementação da coleta seletiva do lixo. lixo. Portanto, os equipamentos de proteção individual não constituem um protetor contra acidentes para o colaborador, mas se utilizados de forma adequada, podem prevenir a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais que possam surgir a médio e longo prazo.
São Paulo: Centro Único do Trabalhador/Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho.
