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Interação do biflavonóide amentoflavona com albumina sérica bovina (ASB)

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Academic year: 2023

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Sociedade Brasileira de Química (SBQ)

34a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química

Interação do biflavonóide amentoflavona com albumina sérica bovina (ASB)

Alessandra Medeiros Ribeiro

1

(PQ)*, Darí Cesarin-Sobrinho

1

(PQ), Mario Geraldo de Carvalho

1

(PQ), Marcelo Francisco de Araújo

1

(PG), José Carlos Netto-Ferreira

1

(PQ)

1. Departamento de Química/PPGQ - ICE, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Rodovia BR-465, Km 07 - Seropédica - Rio de Janeiro - 23890-000 - Brasil. *E-mail: alessandra@ufrrj.br

Palavras Chave: Biflavonóides, amentoflavona, albumina sérica bovina, fotofísica, fotoquímica

Introdução

Buscando melhorar o seu dia-a-dia, o homem vem utilizando diversos flavonóides naturais e sintéticos, os quais apresentam propriedades farmacológicas que atuam sobre sistemas biológicos, onde destaca-se a sua capacidade antioxidante e antitumoral, o que os torna de grande interesse científico. Como são consumidos em grandes proporções dentro da dieta humana regular (0,023 a 1 g/dia), existe uma preocupação com a sua dosagem diária, uma vez que são o princípio ativo de diferentes formulações farmacêuticas e que a sua dosagem máxima recomendada é de 1g/dia. Sendo assim, como a albumina é um carreador de moléculas, decidiu-se estudar o comportamento fotofísico e fotoquímico da interação de um biflavonóide, amentoflavona (1), frente a uma solução de albumina sérica bovina (ASB) (1,0x10-5 mol/L) tamponada com PBS (pH = 7,4), por UV-Vis, fluorescência e dicroísmo circular.

Resultados e Discussão

Os resultados da absorção UV-Vis, Figura 1, mostram que a ASB apresenta uma banda de absorção com absorção intensa em torno de 208 nm (estrutura α-hélice de proteína)1, assim como uma banda de absorção em torno de 280 nm, correspondente ao resíduo de triptofano. Para ambas as bandas foi possível observar um pequeno deslocamento para o azul com o aumento da concentração do biflavonóide, indicando a formação de um complexo entre o biflavonóide e a ASB, diminuindo assim a hidrofobicidade da proteína.

A Figura 2 mostra a supressão da fluorescência da ASB para o biflavonóide a T = 27ºC (KSV = 1,94x105 L/mol e kq = 1,94x1013 L/mol.s) como consequência do aumento da concentração do biflavonóide, acompanhada por um deslocamento para o vermelho da emissão da proteína.

Como o biflavonóide não emite fluorescência em 280 nm, o que se observa neste comprimento de onda é a emissão da ASB. Esse efeito sugere que o cromóforo da proteína está em um ambiente diferente daquele anterior à adição do biflavonóide.

A transferência de energia envolvida na interação entre ASB e o biflavonóide foi verificada a partir da sobreposição (Figura 3) entre os espectros de emissão de fluorescência de ASB (λexc = 280 nm) a T = 27ºC e de absorção UV-Vis do biflavonóide. O valor da integral de sobreposição (J) foi 2,14x10-14 cm3.L/mol e a distância entre o biflavonóide e o resíduo de triptofano (r) foi 2,93 nm (menor que 7 nm), indicando que, provavelmente, ocorre o fenômeno de transferência de energia entre ASB e o biflavonóide, de acordo com a teoria de transferência de energia não-radiativa de Förster1.

Os espectros de dicroísmo circular (Figura 4) mostram que a adição do biflavonóide à ASB influenciou na sua elipticidade, exibindo a diminuição de duas bandas negativas na região do UV-Vis, 208 nm e 222 nm, características de estrutura secundária (α-hélice) da proteína, o que pode ser

indicativo da formação de complexo entre ASB e o biflavonóide.

Figura 1. Espectros de absorção no UV-Vis de 1 em solução de ASB tamponada com PBS (pH = 7,4), CASB = 1,00 x 10-5 mol/L, C1 = 0; 0,33;

0,67; 1,00; 1,33; 1,67; 2,00; 2,33; 2,66, 3,00 e 3,33 (x 10-5) mol/L.

Figura 2. Espectros de emissão de fluorescência (λexc = 280 nm) de 1 em solução de ASB tamponada com PBS (pH = 7,4), CASB = 1,00 x 10-5 mol/L e

C1 = 0; 0,33; 0,67; 1,00; 1,33; 1,67; 2,00; 2,33; 2,66 e 3,00 (x 10-5) mol/L, a T = 27ºC.

Figura 3. Sobreposição entre os espectros de emissão de fluorescência (λexc = 280 nm e T = 27ºC) de ASB (pH = 7,4) e de absorção UV de 1. CASB

= C1 = 1,00 x 10-5 mol/L.

Figura 4. Espectros de dicroísmo circular de 1 em ASB (pH = 7,4), nas proporções 1:0, 1:4, 1:8, 1:16 e 1:32 de ASB:Amentoflavona, CASB = 1,00 x

10-6 mol/L e C1 = 0; 4,00; 8,00; 16,00 e 32,00 (x 10-6) mol/L, a T = 25ºC.

Conclusões

O biflavonóide é um forte supressor da ASB e se liga eficientemente à albumina. A influência da concentração do biflavonóide sobre os resultados pode estar associada à possibilidade de mudança de ambiente exercida pelo cromóforo da ASB. Esse efeito pode ser atribuído à formação do complexo biflavonóide-ASB que pode estar induzindo variações conformacionais na ASB.

Agradecimentos UFRRJ e CAPES.____________________

1 Zhang, G.; Que, Q.; Pan, J. e Guo, J. J. Mol. Struct. 2008, 881, 132.

O

O OH

OH HO

O

O OH

OH HO

1 11 1

300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500 0

1000 2000 3000 4000 5000

6000 Amentoflavona (1) a T = 27oC

Intensidade de emissão (u.a.)

Comprimento de onda (nm) ASB

ASB + 10uL Amentoflavona ASB + 20uL Amentoflavona ASB + 30uL Amentoflavona ASB + 40uL Amentoflavona ASB + 50uL Amentoflavona ASB + 60uL Amentoflavona ASB + 70uL Amentoflavona ASB + 80uL Amentoflavona ASB + 90uL Amentoflavona

160 200 240 280 320 360 400 440 480

-140 -120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40

60 ASB:Amentoflavona a T = 25oC

Elipticidade (mdeg)

Comprimento de onda (nm) ASB:Amentoflavona 1:0 ASB:Amentoflavona 1:4 ASB:Amentoflavona 1:8 ASB:Amentoflavona 1:16 ASB:Amentoflavona 1:32

200 250 300 350 400 450 500

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

Amentoflavona (1)

Absorbância (u.a.)

Comprimento de onda (nm) ASB

ASB + 10uL Amentoflavona ASB + 20uL Amentoflavona ASB + 30uL Amentoflavona ASB + 40uL Amentoflavona ASB + 50uL Amentoflavona ASB + 60uL Amentoflavona ASB + 70uL Amentoflavona ASB + 80uL Amentoflavona ASB + 90uL Amentoflavona ASB + 100uL Amentoflavona

Referências

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