XXXI Congresso de Iniciação Científica
Investigações sobre microvertebrados resgatados do Neo-Cretáceo das formações Adamantina e Marília do Grupo Bauru, Bacia do Paraná
Isabela de Oliveira Carlini, Reinaldo J. Bertini; Campus Rio Claro, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Curso em Ciências Biológicas Noturno, isabelacarlini07@gmail.com; Bolsa PIBIC
Palavras Chave: Microvertebrados, Neo-Cretáceo, Grupo Bauru
Introdução
Microvertebrados constituem restos milimétricos, de partes isoladas ou fragmentos, especialmente de vertebrados, apenas reconhecíveis ou investigados com o auxílio de estereomicroscópios, microscópios ópticos ou eletrônicos.
Estes materiais são úteis, não apenas para qualificar / quantificar as faunas de vertebrados presentes em determinada unidade geológica. Mas também podem auxiliar na datação relativa das rochas em que são encontrados, estabelecendo-se correlações temporais entre regiões distantes, que apresentam o mesmo conteúdo fossilífero, sendo portanto importantes em Biocronoestratigrafia.
Adicionalmente trazem informações sobre o paleoambiente em que foram formadas estas unidades geológicas.
Até o momento desenvolveu-se apenas uma investigação sistemática, no Brasil, em busca de microvertebrados (1).
Objetivo
Este Projeto objetiva investigar restos de microvertebrados, presentes nas formações Adamantina e Marília, unidades geológicas do Grupo Bauru, Neo-Cretáceo da Bacia do Paraná.
Estes microvertebrados são conseguidos através de metodologia a ser detalhada a seguir, e assimilá-la também constitui um dos objetivos da investigação.
Material e Métodos
Procura-se localidade fossilífera, em arenitos conglomeráricos, contendo concentração de fragmentos de vertebrados, realizando um peneiramento a seco. Este concentrado é levado para laboratório, onde passa por uma lavagem em peneiras sedimentológicas de diferentes tamanhos, sendo o resultante deixado secar sobre plásticos.
Após seco se realiza mais um peneiramento final.
Estes passos buscam retirar a fração lamítica presente na localidade.
Por fim este concentrado seco final é observado sob estereomicroscópio, e com o auxílio de pincéis e pinças, retiram-se os microvertebrados presentes.
Em última análise busca-se trazer o afloramento, para ser observado embaixo de um estereomicroscópio.
Esta metodologia foi proposta em (2), e tem sido utilizada extensivamente, em várias partes, quando se buscam em especial restos de mamíferos.
Resultados e Discussão
Das formações Adamantina (Santo Anastácio-SP) e Marília (Uberaba-MG) preliminarmente foram conseguidos restos de dentes, escamas, pequenos fragmentos ósseos diversos. São associados a grupos de peixes (especialmente teleósteos), anuros, lacertiformes, crocodylomorfos, dinossauros carnívoros (teropodomorfos) ou herbívoros (titanossauros), eventualmente mamíferos, que habitavam o Sudeste do Brasil durante o final do Período Cretáceo.
Figura 1. A-concentrado resultante da metodologia desenvolvida; B-concentrado sendo colocado sobre estrutura centimetrada, para observação sob estereomicroscópio; C-espécimens de microvertebrados identificados sobre a estrutura centimentrada; D-dente de crocodylomorfo notossúquio identificado.
Conclusões
A fauna de microvertebrados das formações Adamantina e Marília, identificada até o momento, é constituída por elementos bióticos presentes em outras unidades neo-cretácicas da América do Sul, especialmente Argentina.
Agradecimentos
Ao meu orientador, Reinaldo J. Bertini, e ao CNPq.
1 Bertini, R. J.; Marshall, L. G.; Gayet, M.; Brito, P. M. M. N. Jahr.
Geol. Palaeo.Mineral. 1993, 188, 71-101.
2 Hibbard, C. W. Contr.Mus. Paleo. Univ. Michigan. 1949, 8, 7-19.