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Jornalismo literário: o prazer da leitura

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Academic year: 2023

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No primeiro capítulo, a abordagem seguida foi a conceptualização e demarcação da atividade literária e da atividade jornalística (e da sua história), com o surgimento do Jornalismo Literário. No terceiro ano pesquisei o surgimento do Novo Jornalismo, como resgate do Jornalismo Literário. No quinto capítulo analisei a obra Cidade Partida e a utilização de fontes do jornalismo literário no texto do livro.

CONCEITUAÇÃO E HISTÓRICO DA ATIVIDADE LITERÁRIA E DA ATIVIDADE

A CONVIVÊNCIA DAS DUAS ATIVIDADES

Entre os elementos do texto literário estão a linguagem conotativa, a tendência à subjetividade, o predomínio da função poética, com o significante assumindo valor expressivo, tendo finalidade estética e relação de verdade com o real. Ele não tem a mesma liberdade que o autor de um livro de ficção teria para inventar o enredo, o cenário e os personagens, através de sua imaginação. Há predomínio da função informativa, o significante é simplesmente um suporte do sentido, tem finalidade pragmática e utilitária na relação de correspondência com o real, sendo necessária a obediência à norma linguística aprendida.

A INOVAÇÃO DO JORNALISMO LITERÁRIO

O registro dos diálogos em Jornalística Literária marca a transcrição completa das entrevistas, sem revisão, como aconteceu. Em textos literários e não jornalísticos, é muito comum que os jornalistas investiguem a pontuação de forma mais abrangente, sem se limitarem, como é o caso do jornalismo noticioso, a vírgulas, pontos finais, aspas, pontos de interrogação e hífens. Por fim, um jornalista que utiliza os procedimentos do jornalismo literário tem uma das fontes mais interessantes para a construção de textos na valorização dos sujeitos (“personagens”).

HISTÓRICO DO JORNALISMO LITERÁRIO

O jornalismo literário pode misturar discursos de diferentes pontos de vista em um mesmo parágrafo ou texto. Portanto, o uso exaustivo e gratuito da pontuação também é um recurso muito utilizado no jornalismo literário para dar uma dinâmica de leitura mais enfática ao texto. O “caráter” é o que há de mais valioso na reportagem, e diferentemente do jornalismo convencional, onde há preferência por fontes de status ou posições de poder, o Jornalismo Literário valoriza pessoas comuns que, apesar de não terem posição de destaque, podem reportar fatos que faça bons textos.

Os traços do jornalismo literário já podem ser sentidos no Brasil em 1808, com a chegada da corte portuguesa ao país, mesmo período em que foi fundado o primeiro jornal brasileiro, a Gazeta do Rio. foi Euclides da Cunha, quando escreveu uma série de reportagens no jornal O Estado de S em 1897. Outros grandes jornalistas e escritores continuariam a unir as duas profissões como se convergissem até certo ponto, como José de Alencar, Machado de Assis, Olavo Bilac, Lima Barreto, que deixam marcas do jornalismo literário nas redações e de romances realistas em livros e folhetins.

Em Páginas Ampliadas: O livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura, Edvaldo Pereira Lima afirma que os textos de João do Rio sinalizaram a. João do Rio, como poucos, soube enquadrar-se na nova imprensa, em que era necessário alternar entre dois meios (literário e jornalístico). Os trabalhadores do jornalismo literário em revistas tornaram-se conhecidos por produzirem reportagens, perfis, crônicas e ensaios, textos mais reflexivos e estilizados (personalizados).

Outros grandes nomes do jornalismo literário podem ser encontrados na primeira metade do século XX, como George Orwell na Inglaterra e Ernest Hemingway nos Estados Unidos.

ROMPIMENTO ENTRE JORNALISMO E LITERATURA

OBJETIVIDADE NO PAPEL

As perguntas utilizadas para criar a introdução (O quê? Onde? Por quê? Quando? . Quem? Como?) exigem um texto mais conciso que deve ser pautado pela função informativa e ter o máximo de impessoalidade possível, num momento em que esse jornalismo marca o mundo com objetividade. Segundo Cristiane Costa em Pena de Aluguel, a intenção dos jornalistas era adotar o “método científico de investigação”14, estabelecendo assim uma educação jornalística voltada ao estudo de evidências e verificações, resultando no jornalismo de ponta e na pirâmide invertida que ainda é utilizada hoje. O novo modelo passa pelas mãos e cabeças de jornalistas brasileiros que já passaram algum tempo nos EUA (Danton Jobim, Samuel Wainer e Alberto Dines são alguns deles).

Em vez de jornalistas/escritores produzirem histórias e poemas para vender aos jornais, as redações começaram a contratar repórteres para entrevistar pessoas, escrever reportagens e editar textos. Em entrevista à escritora Cristiane Costa, o escritor e jornalista Zuenir Ventura afirma que, ao longo dos anos, ficou clara a diferença entre jornalismo e literatura: “Nas minhas aulas eu dizia que o jornalismo é a realidade, fala de um fato verificável.

NOVO JORNALISMO: RESGATE DO JORNALISMO LITERÁRIO

OUTRAS DEFINIÇÕES

O jornalismo literário pode ser chamado de vários nomes, tais como: literatura de realidade, narrativas contemporâneas, jornalismo gonzo, jornalismo humanizado, reportagem de livros. Uma terminologia frequentemente usada como sinônimo de jornalismo literário é Literatura de Realidade (ou Literatura de Não-Ficção ou Literatura Criativa de Não-Ficção). Há também as Narrativas Transformacionais, conceituadas por Edvaldo Pereira Lima, professor doutor da Universidade de São Paulo (USP), como aquelas caracterizadas pelo uso do jornalismo literário, do jornalismo literário avançado e da literatura de realidade em situações narrativas que buscam ajudar a transformar. sociedade, expandindo a consciência das pessoas.

O jornalismo gonzo, modalidade de jornalismo literário, foi cunhado e popularizado na revista Rolling Stone pelo jornalista norte-americano Hunter S. Em Reality Literature, o repórter utiliza reportagens focadas na vida de pessoas ou grupos sociais, que podem ter origem em trabalhos autobiográficos, que pode ser usado em pesquisas. Ainda, como forma de aproveitar experiências e humanizar ainda mais o Jornalismo Literário, surge o Jornalismo Humanizado, no qual o jornalista deve aprimorar seus sentidos, aumentar a sensibilidade e ampliar sua capacidade intuitiva de observar e expressar.

Essa forma de jornalismo foi proposta pelo professor doutor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Jorge Kanehide Ijuim23, ao trazer uma abordagem mais humana ao ‘fazer jornalismo’, ao acrescentar às questões principais ‘O quê?, Onde?, quando ? ?, Com quem. As características salientes são a autoria e a liberdade de agenda, gravação, texto e edição com que os autores podem trabalhar, sendo o relatório biográfico, o Livro-Reportagem-Denúncia e o Livro-Reportagem-História os tipos mais comuns de Livro-Reportagem. . . 22 Projeto de jornalismo experimental: Gonzo, filho bastardo do Novo Jornalismo, André Felipe Pontes Czarnobai, disponível em , acesso em 13/03/2006.

Estas designações, brevemente apresentadas, serão utilizadas com o objetivo de avaliar a relevância da aquisição dos referidos procedimentos literários, bem como as intenções interativas do pacto de leitura feito com o público leitor, na reformulação do jornalismo convencional.

NOVA ERA DO JORNALISMO LITERÁRIO E ACEITAÇÃO DO PÚBLICO

Por meio de pesquisas de campo, uma das descobertas do instituto é que o estilo narrativo aumenta a satisfação do leitor ao abranger uma ampla variedade de áreas, incluindo política, esportes, ciência, saúde, casa e gastronomia. A pesquisa também concluiu que o estilo narrativo melhora a percepção do consumidor sobre a marca, facilitando a leitura do jornal. Os jornais que publicam mais histórias políticas num estilo literário alcançam maior satisfação do leitor, uma vez que a investigação demonstrou que apenas 5% dos jornais americanos escreveriam histórias políticas num estilo literário.

A pesquisa aponta um grande mercado para o desenvolvimento do jornalismo literário em áreas como o esporte, com ênfase no público masculino; a música popular, voltada ao público feminino, e as áreas de ciência, saúde e moda, para o público jovem. Como exemplo da utilização de material mais humanizado, utilizando o jornalismo literário no Brasil, 'Um corpo cai, quase invisível, sobre a cidade sem luz' (cópia em anexo), publicado no jornal Folha de São Paulo, em 13/03/ 1999. A matéria, de autoria de Armando Antenore, conta a história de uma menina que caiu do 10º andar de um prédio na Avenida Nove de Julho, região.

Não apresentou dados factuais, mas com sensibilidade contou a história tentando compreender o contexto em que ocorreram os acontecimentos, como se pode verificar no artigo anexo. O jornalismo de livro não tem a periodicidade que os outros têm e te dá maior liberdade de tempo e espaço, você escreve mais, mas continua sendo jornalismo. Integrante de uma geração de entusiastas do jornalismo literário, ao lado de Truman Capote e Al Stamp, a jornalista Lílian Ross, que trabalha na revista New Yorker desde 1945, foi acompanhada pelo editor da Revista Veja, Carlos Graieb, na tenda do escritor na feira interrogate . A Paraty Literária em 2006, sobre o tema “Arte de reportar”, respondeu que não existe.

Para Hélia Consolaro26, no artigo “Jornalismo e literatura: dois irmãos que se rejeitam”, o leitor deve encontrar nos jornais algo mais “a pimenta, o tempero mais intenso, o diferencial do prato que se chama jornal”.

A CIDADE LITERÁRIA

FATOS REAIS NA FORMA LITERÁRIA

Utilizou as fontes da não-ficção literária, como a valorização de cenas com descrições detalhadas de cenários e personagens, comportamentos e reações. O ponto de vista, outra fonte estilística da não-ficção literária, é usado por Zuenir na terceira pessoa na maior parte do livro, mas muda para a primeira pessoa em algumas passagens. Numa altura em que os jornais parecem estar em crise, o número de leitores está a diminuir, a circulação também está a diminuir e quase todos os livros literários de não-ficção fazem sucesso.

A primeira coisa: não dá para fazer jornalismo literário escrevendo um artigo todo dia, às vezes dois, três artigos por dia. Os livros de reportagens são geralmente coleções de séries de reportagens, como as que o Jornalismo Literário descobre desenvolver-se nos tempos modernos. O jornalista Zuenir Ventura, entrevistado para o desenvolvimento da monografia, assume que como o Jornalismo Literário utiliza recursos literários para criar uma narrativa jornalística, muitas vezes acaba criando no leitor a ideia de que os fatos são ficcionais e.

Isso também acontece com escritores que exercem funções jornalísticas e jornalistas que acabam ingressando no mundo da literatura, através de livros-reportagem ou mesmo de um texto escrito em jornalismo literário. No livro analisado nesta monografia – Cidade Partida – Zuenir Ventura apropriou-se dos recursos estilísticos do jornalismo literário para captar a atenção dos leitores. Breves Notas sobre uma História Futura do Jornalismo Literário, Portal de Jornalismo Literário no Brasil , acesso em 25/01/2006.

Numa altura em que os jornais parecem estar em crise, o número de leitores está a diminuir, a circulação está a cair e quase todos os livros de jornalismo literário têm tido sucesso. Primeiro, não se pode fazer jornalismo literário escrevendo um artigo todos os dias, às vezes dois, três artigos por dia. Silaine Terra - E no Cidade Partida você estudou jornalismo literário?Isso pode ser entendido como jornalismo literário.

Referências

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levem ao letramento literário, por entender que o letramento literário na escola tem a função de conduzir o aluno para além da simples leitura, ajudando-o a ler melhor, não apenas para