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JOVENS, VIOLÊNCIA E ESCOLA

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Academic year: 2023

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Aqui, novamente, quando você tem os meios, você pode se permitir ter quase tudo, esperando que tudo seja resultado de quem você é. Neste extremo liberal, mais ou menos presente em todo o lado, a partir desta repetição paradoxal e das dores que ela suscita, estamos a entrar com os dois pés numa era em que a sociedade se transforma pura e simplesmente numa sociedade de comportamento. Os pais lutarão para matricular os seus filhos em boas escolas onde a elite docente esteja necessariamente presente.

Hoje podemos ler biografias de estudantes que se prostituíram para pagar os estudos ou de seus irmãos. Este é o momento em que se consegue transformar a agressividade numa dimensão intelectual de confronto, permanecendo nos limites da palavra, momento esse que não se encontra tão frequentemente na antropologia que tem origem na primazia humana.

I MAGINÁRIO , CULTURA GLOBAL

E VIOLÊNCIA ESCOLAR

As relações que se processam no cotidiano escolar são assim estabelecidas e legitimadas pela prática. A criminalização de ações que se enquadram na categoria de incivilidade é um elemento importante na discussão da violência escolar. Outro aspecto importante na discussão sobre os padrões de interação que se estabelecerão na escola e que contribuem para a produção e reprodução da violência escolar é a importância do conhecimento e da escola como instituição.

Este imaginário entra em choque com a realidade concreta da maioria dos estudantes das escolas públicas e com os valores de uma sociedade individualista e com enorme desigualdade social e económica. O imaginário é que se a família for “estruturada”, o problema de violência, indisciplina e grosseria da escola estará resolvido.

J OVENS , ESCOLA E VIOLÊNCIA

ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE O PROCESSO DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

SIMBÓLICA DE JOVENS

A personalidade coletiva se constrói a partir de descobertas mútuas e se baseia nos vínculos afetivos criados entre as pessoas. Ser egocêntrico contribui para que as pessoas se tornem insensíveis aos outros e sem sentimentos de culpa. Tudo isso configura um tipo de relacionamento entre as pessoas típico da sociedade atual.

Numa sociedade em que tudo é possível, em que os estilos de vida podem ser mudados e as regras são constantemente substituídas e renegociadas, o pressuposto é que a tolerância dos outros deve orientar as relações entre as pessoas. As relações entre as pessoas são caracterizadas por processos simultâneos de integração comunitária e de fragmentação social.

A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA

DO PODER DE PUNIR E DA POLÍTICA PENAL Juan S. Pegoraro 1

Como sabemos, o teórico que no século XVII desenvolveu uma explicação e justificação para a existência de um poder absoluto com capacidade de punir foi Thomas Hobbes, que se baseou no pressuposto da impossibilidade da vida social enquanto o "estado de natureza" existe - o estado de igualdade e autonomia de cada pessoa na representação da ordem social. No seu desenvolvimento institucional, o Estado acompanhou a modernidade, que foi a avó do mercado e da nova ordem social e, portanto, da sociedade moderna. Em De Cive, Hobbes (1996, p. 197) afirma que, ao assumirem a capacidade de distinguir entre o certo e o errado, os indivíduos “querem ser como reis”, o que não pode ser feito sem pôr em perigo a segurança da ordem social e a sua instituição simbólica, o Estado.

Ele busca proteção de alguém por medo de outras pessoas e por isso o medo é constitutivo do social, do que se chama “sociedade”, que na verdade é uma ordem social. Como então não associar “a vontade de poder” à manutenção da ordem social através da política de justiça criminal? Decifrar a diferença entre violar a propriedade e violar os direitos de propriedade em actos ilegais pode dar-nos uma dimensão da luta pela ordem social que se desenvolve na sociedade.

De qualquer forma, vale destacar também que se os deuses religiosos na sociedade moderna recebem menos proteção da lei, a ordem social instalou “outros deuses seculares”, como a pátria, a nação, o Estado. A mudança na natureza da ordem social que vai das justificativas éticas ou morais ao direito ou ao direito como necessidade de coexistência. O ataque à propriedade e o ataque aos direitos de propriedade têm significados qualitativamente diferentes para a ordem social e, portanto, para a política penal.

Contudo, qual a importância atual do sistema jurídico na sociedade moderna9 para a manutenção e reprodução da ordem social. E assim entramos no tema da periculosidade em relação à ordem social da Modernidade e, portanto, à política de punição. Refiro-me às novas necessidades da ordem social e, portanto, também às novas formas de controlo social.

Q UATRO DIMENSÕES EXPLICATIVAS DA VIOLÊNCIA DE JOVENS

Levamos também em consideração outros estudos e outros dados sobre violência contra jovens, destacando os aspectos mais relevantes. Finalmente, analisamos alguns movimentos políticos liderados por jovens que ocasionalmente levaram a incidentes de violência. Distinguimos quatro dimensões explicativas básicas dos incidentes violentos: 1) as características grupais dos incidentes e a situação dos protagonistas; 2) a identidade social em que os jovens se encontram; 3) as ideologias com as quais se identificam;

Incidentes entre jovens que provocam um ato de violência são interpretados pelos líderes dos grupos como atos necessários à transformação social. Os actos de violência intergrupal dentro das escolas também não podem ser explicados sem esta perspectiva identitária. A sua identificação com uma identidade excluída, desejável e percebida como rival do “resto da sociedade” explica os seus actos de violência.

Os atos de violência desempenham uma função na manutenção, conquista e fortalecimento da identidade, mas não seriam inteligíveis sem um conjunto de valores justificáveis ​​que os tornem inteligíveis de alguma forma. Por um lado está a 'sociedade', com as suas instituições, e por outro lado eles próprios, definidos como 'os outros', os estigmatizados, os relegados a uma posição secundária, os discriminados (Abramovay et al., 1999; Willadino, 2004). A necessidade de reconhecimento é fundamental nos grupos sociais e a falta desse reconhecimento, a sua negação simbólica, é um factor não negligenciável na explicação dos actos de violência.

Os estudos de Lacan (1971) destacam a relação entre as noções de violência e o contexto e significado para agressores e vítimas. As noções de violência são cenários de distorção, desmembramento, mutilação, castração, ou seja, imagens de destruição da integralidade do outro. Para compreendê-los, precisamos construir uma representação imaginária dos agressores, das vítimas e das consequências dos atos de violência.

U M PANORAMA SOBRE A VIOLÊNCIA

DE JOVENS NA E SPANHA

Esta distinção é necessária se quisermos compreender adequadamente o que se entende por crime e o comportamento que faz parte das estatísticas criminais (ver Recea et al., 2006). Desta forma, a preocupação com a violência juvenil torna-se um instrumento para pressionar os jovens a comportarem-se adequadamente e até mesmo um mecanismo para justificar o atraso na sua entrada nos direitos e deveres associados aos adultos. , e assim legitimar uma certa discriminação social. O tipo de violência entre os jovens, talvez o mais estudado, é o que se tem denominado comportamento anti-social, que se refere a comportamentos relacionados com o crime, seja por constituírem actos criminosos ou por comportamentos inadequados que fogem ao enquadramento legal (ver Rutter et al. al. ., 2000).

3, as crianças com menos de 14 anos “não serão responsabilizadas nos termos da presente lei, mas aplicar-se-ão a elas as disposições das regras sobre a protecção de menores”. Feixa não fala de uma cultura jovem única, mas de culturas juvenis diversas que se expressam em diferentes estilos de vida e que surgem das experiências comuns dos jovens nos espaços institucionais (escola, trabalho, meios de comunicação), de parentesco (família), de bairro e no relaxamento. Os estilos juvenis suscitam preocupações sociais na medida em que estão relacionados com a violência ou o comportamento anti-social (ou imoral para muitos), que se aproximam da maioria dos comportamentos.

Na verdade, como mencionámos acima, a criminalidade juvenil predominante em Espanha consiste em pequenos crimes (Rechea et al., 1995) que se enquadram na violência subcultural. Aqui, as dinâmicas são semelhantes às da violência estilística: grupos enfrentam-se numa relação de competição por recursos simbólicos, neste caso o prestígio e a honra do clube que representam. Isso fica claro nos produtos que consomem, como roupas e músicas, que têm sempre um estilo jovem e se popularizaram na mídia.

Além do “rejuvenescimento” do ambiente escolar, a violência que ocorre na escola tem características em comum com a violência juvenil em geral. A pressão disciplinar exercida sobre os jovens é grande: pressão pelo desempenho, mas também pelo comportamento impecável, o que faz com que a preocupação do professor seja mais com a manutenção da ordem do que com o processo de aprendizagem. Seja qual for a lógica, existe entre os jovens a perceção de que este comportamento violento não tem consequências para o seu futuro, consistente com a ideia de que vivem numa moratória em que podem experimentar uma certa liberdade.

D EPRESSÃO EM ESTUDANTES URUGUAIOS

GRAVIDADE , GÊNERO , IDADE E RELAÇÃO

COM A AGRESSÃO ENTRE PARES

Na América, estima-se que os transtornos mentais aumentarão para 176 milhões em 2010, com a prevalência da depressão (OPS, 2005). Del Barrio (2007) escreve que “a etiologia da depressão depende principalmente da concepção de emoção de cada teoria, uma vez que a depressão é considerada uma emoção”. A estrutura fatorial finalmente adotada na população uruguaia foi uma solução de quatro fatores – explicando 35,11% da variância – correspondente às dimensões da depressão que emergiram nesta população: (a) autoestima negativa/.

Os dados confirmaram que a depressão aumenta significativamente com a idade e, consequentemente, com o nível de escolaridade, o que é consistente com estudos anteriores que enfatizam esta evolução ascendente da depressão e o seu aumento nas mulheres após os 12 anos (Del Barrio, 1997). Ao examinar as frequências, tentamos realizar uma análise mais completa para articular a gravidade da depressão com o sexo e a idade. O sexo e a idade foram examinados tendo em conta os componentes fatoriais da depressão e o seu nível de gravidade.

A Tabela 7 apresenta as frequências dos estudantes por gravidade da depressão e sexo e pelos componentes fatoriais do CDI. Relativamente às componentes da depressão (com exceção da ansiedade, que não apresenta um padrão definido), os não deprimidos continuam a mesma evolução observada no score global. Os sentimentos de ineficácia são, como indicam os resultados, uma peculiaridade fundamental da depressão adolescente e independente de gênero.

O presente estudo também constatou maiores diferenças de género quanto mais intensa a depressão: entre as mulheres deprimidas há o dobro ou o triplo do número de rapazes. Numa meta-análise de 310 amostras com crianças entre os oito e os 16 anos, Twenge & Nolen-Hoeksema (2002) analisaram o desenvolvimento por idade da depressão em meninas e meninos. Por fim, é possível afirmar que o desenvolvimento da depressão com a idade apresenta padrões diferentes de acordo com o sexo, diferentes componentes fatoriais e graus de gravidade.

Tabela 1 – Estrutura fatorial do inventário de depressão.
Tabela 1 – Estrutura fatorial do inventário de depressão.

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Tabela 1 – Estrutura fatorial do inventário de depressão.
Tabela 2 – Correlações internas: CDI global e fatores.
Tabela 3 – Coeficientes de confiabilidade teste-reteste.
Tabela 4 – Coeficientes alfa.
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Referências

Documentos relacionados

(Tradução nossa).. jovem na escola e nas causas sociais. Com a ligação escola e cultura, os jovens teriam um papel mais ativo no ambiente escolar, nas