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manifestação a impugnação ao edital do pregão eletrônico nº

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Academic year: 2023

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MANIFESTAÇÃO A IMPUGNAÇÃO AO EDITAL DO PREGÃO ELETRÔNICO Nº 019/2015-MP/PA

PREGOEIRA: ANDRÉA MARA CICCIO

EMPRESA IMPUGNANTE: FORTLINE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA

OBJETO: REGISTRO DE PREÇOS PARA AQUISIÇÃO DE MOBILIÁRIO

I – DA TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO

O aviso de licitação Do Pregão Eletrônico n° 019/2015, foi publicado no Diário Oficial do Estado em 15/04/2015, com abertura prevista para o dia 30/04/2015, às 09h:00m – Horário de Brasília. De acordo com o subitem 17.1 do Edital, “Em até 02 (dois) dias úteis antes da data fixada para abertura da sessão pública qualquer pessoa poderá impugnar o ato convocatório do pregão, na forma eletrônica, A impugnação será exclusivamente por meio eletrônico via internet, no email pregao@mppa.mp.br.”

Os motivos elencados da impugnação foram informados por meio de mensagem eletrônica encaminhada pela empresa FORTLINE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA, em 16/04/2014 às 14h:59m, para o endereço eletrônico pregao@mppa.mp.br, portanto, encontrando-se TEMPESTIVA.

II – DAS RAZÕES DA IMPUGNAÇÃO

A empresa FORTLINE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA apresenta as seguintes razões para alteração do Edital e Termo de Referência:

II.A. – DA EXIGÊNCIA DE CADASTRO JUNTO AO SICAF:

A empresa questiona a exigência de cadastro no SICAF para participação na licitação, apresentando a seguinte argumentação:

“No item 4.1.2.1 do Edital, a respeito das condições de participação no certame, alega-se que: “as empresas não cadastradas no SICAF e que tiverem interesse em participar deste pregão deverão providenciar o seu cadastramento e sua habilitação junto a qualquer Unidade Cadastradora dos órgãos da Administração Pública, até o terceiro dia útil anterior a data do recebimento das propostas”, ou seja, o órgão licitante exige exclusivamente o Certificado de Registro Cadastral como condição de participação.

Preliminarmente, cabe observar que a Lei 8.666/93 não autoriza o órgão licitante a exigir exclusivamente o Certificado de Registro Cadastral como condição de participação.

Vejamos o que diz o art. 32, § 3º: "A documentação referida neste artigo PODERÁ ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade

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público, ...". Portanto, como bem versou o dispositivo, a expressão "poderá"

indica a faculdade conferida ao licitante à escolha dessa ou daquela formalidade para a habilitação. É ilícita a exigência exclusiva do CRC.

Sobre o tema, a Jurisprudência se manifestou de forma conclusiva:

“ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. HABILITAÇÃO. REQUISITOS. ART. 27 DA LEI N.8.666/93. REGISTRO NO SISTEMA UNIFICADO DE FORNECEDORES - SICAF.EXIGÊNCIA NÃO CONTEMPLADA PELA LEI DAS LICITAÇÕES.

INSTITUIÇÃO POR DECRETO PRESIDENCIAL E PORTARIA DO ÓRGÃO FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. INABILITAÇÃO DA LICITANTE. ILEGALIDADE.

Tendo a licitante apresentado toda a documentação enumerada pelo art. 27 da Lei n. 8.666/93, não pode ser inabilitada em face de ausência de registro no SICAF, requisito este instituído ilegalmente por decreto presidencial e simples portaria.” (TRF - Primeira Região, Acórdão, Processo: 199701000289593,MG, Terceira Turma Suplementar, 3/10/2001, Relator: JUIZ JULIER SEBASTIÃO DA SILVA)

“ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. REQUISITOS PARA PARTICIPAÇÃO. SICAF.

1. A prévia inscrição no SICAF dispensa o licitante da comprovação de alguns requisitos para habilitação em procedimento licitatório, não podendo, todavia, ser colocada como óbice à participação em concorrência, que é modalidade de licitação aberta a quaisquer interessados (Lei n. 8.666-93, art. 22, § 1º).” (TRF - Primeira Região, Acórdão, Apelação em Mandado De Segurança 199901001054607, BA, Sexta Turma, 11/6/2001, Relator: JUIZ DANIEL PAES RIBEIRO)

Conclui-se que, os licitantes não podem ser inabilitados pela mera falta de cadastro no SICAF. Entendemos que existem outros documentos previstos em lei que possam substituir o prévio cadastro no sistema. Diante de todos os fatos e argumentos legais apresentados, nosso entendimento está correto?”.

A respeito desta matéria, já se posicionou o TCU no seguinte sentido:

“É legal a exigência de cadastramento e habilitação dos licitantes no Sicaf como condição de participação nos pregões eletrônicos realizados por meio do Portal de Compras do Governo Federal (ComprasNet).

Representação relativa a pregão eletrônico realizado pela Advocacia-Geral da União (AGU), para contratação de empresa ou cooperativa especializada na prestação do serviço de táxi para transporte de servidores, membros de carreira, estagiários e terceirizados, apontara, dentre outras irregularidades, "indevida exigência de cadastramento prévio no Sicaf". A unidade técnica observou que a jurisprudência do TCU e dos Tribunais Superiores considerava indevida a exigência em questão por falta de amparo legal. Destacou, contudo, que "as situações fáticas que convergiram para tal jurisprudência derivaram de licitações realizadas na modalidade Tomada de Preço e Concorrência. O cenário atual é diferente, pois com os pregões eletrônicos surgiu a necessidade de prévio credenciamento decorrente do ambiente em que se desenvolve o procedimento licitatório". A relatora, endossando a análise da unidade técnica, acrescentou que

"a exigência de cadastramento e habilitação no Sicaf é inerente ao pregão eletrônico realizado por meio do Portal de Compras do Governo Federal (ComprasNet). Assim, não existe qualquer ilegalidade no estabelecimento de tal requisito para participação no certame. Há, inclusive, previsão legal que a autoriza, consubstanciada no art. 13 do Decreto 5.450/2005".

O Tribunal, acolhendo a proposta da relatora, considerou a Representação improcedente. Acórdão 7295/2013-Segunda Câmara, TC 026.849/2013-5, relatora Ministra Ana Arraes, 26.11.2013” (Grifamos).

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Desta forma, temos que a exigência contida no Edital se encontra inteiramente amparada pelo entendimento jurisprudencial, sendo, portanto, mantida no instrumento convocatório, portanto sendo IMPROCEDENTE seu pleito.

II.B. – DA AUSÊNCIA DE EXIGÊNCIA DE DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA NA HABILITAÇÃO:

No que se refere às documentações técnicas, a empresa indica a ausência de documentação técnica referente às Leis Ambientais, bem como indica a necessidade de exigência dessa documentação apenas na fase de habilitação das licitantes no certame:

“Verifica-se no item 11.2.6 que a entidade pública solicita o atestado de capacidade técnica, entretanto, não pede o cumprimento de todos os requisitos das Leis Ambientais, que devem ter certificações específicas para atender suas regulamentações, tais como: Selos Ambientais obtidos por organismos certificadores, FSC onde determina a origem e todo o processo produtivo vinculado ao produtos. Também não requer declaração de que reúne condições de apresentar no momento oportuno, se vencedora do certame, laudo de atendimento à NR-17, emitido por Engenheiro de Segurança credenciado junto ao CREA ou Ergonomista habilitado.

Tais documentos não devem ser exigidos e comprovados no momento da habilitação técnica, evitando dissabores futuros e até uma possível anulação do processo licitatório, caso a empresa vencedora do certame não atenda à todas as regulamentações documentais? Nosso entendimento está correto?”

Informamos aos senhores que as etapas de julgamento de propostas (“aceitação”) e de habilitação possuem finalidades distintas: a primeira destina-se ao exame do objeto em si (características e preço) e a segunda à análise das condições do licitante. Toda e qualquer exigência relativa ao objeto deve então ser exigida na proposta e ser avaliada no julgamento dessas, enquanto que as relacionadas aos licitantes devem ser exigidas para fins de habilitação, inexistindo a possibilidade de inserção em uma etapa de questão referente à outra, esbarrando a discricionariedade conferida ao administrador para decidir, justificadamente, acerca do objeto que melhor atenda aos seus interesses (especificações, características, etc.) e sobre as condições mínimas que os licitantes devem atender para assegurar a perfeita execução do contrato nos limites fixados pelos preceitos legais.

A fase de julgamento das propostas (“aceitação”) destina-se a verificar se a proposta apresentada coaduna-se com os critérios previstos no instrumento convocatório acerca da qualidade do objeto. Ou seja, as propostas apresentadas

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deverão estar de acordo com as especificações técnicas do objeto, previamente definas no edital, sob pena de desclassificação.

No que concerne às Certificações, tais como FSC e CERFLOR, segundo entendimento do TCU, as mesmas podem ser requisitadas apenas quando tecnicamente justificadas e se não acarretarem prejuízo à competitividade do processo:

“22. Demais disso, com relação à exigência de selo verde pelo sistema de certificação Cerflor/PEFC (item 18.d acima), não é demais esclarecer que o sistema de certificação que detém a maior quantidade de empresas certificadas no Brasil, na área de cadeia de custódia para produtos de origem florestal, é o Forest Stewardship Council - FSC, com representação no Brasil (http://www.fsc.org.br), o qual, ao final de 2012, possuía em seu cadastro 919 empresas certificadas, ao passo que o Cerflor, Programa Brasileiro de Certificação Florestal, possuía apenas 34 empresas certificadas, contando apenas 4 empresas vinculadas à área que foi objeto da licitação (http://www.florestal.gov.br/snif/producao-florestal/certificacao-florestal?print=1&tmpl=component).

23. Logo, não se vislumbra justificativa razoável para a exigência somente do selo verde Cerflor/PEFC, com flagrante restrição da competitividade.

24. Nessa linha, deve-se registrar que a exigência de certificação específica, sem amparo legal e sem justificativa pertinente nos autos do processo licitatório, tem sido considerada, por este Tribunal, como cláusula restritiva à competição, a exemplo do que ficou entendido no Acórdão 2.392/2006-Plenário”.12

O posicionamento desta Corte de Contas é pacifico no sentido se ser facultado à Administração a exigência de determinada norma como critério de qualificação técnica. GRUPO II – CLASSE VII – Plenário TC 012.130/2013-3

Esta exigência está afeta ao poder discricionário do administrador é deve ser acompanhada de parecer técnico devidamente justificado, que evidencie a aplicação de norma, em especial, nos casos em que a aplicação desse regramento reduza a competitividade do certame (Acórdãos TCU-Plenário nºs 1.608/2006, 2.392/2006, 555/2008, 1.846/2010).

Os critérios ambientais de sustentabilidade poderão ser adotados nas licitações públicas, mediante justificativa, como especificações técnicas do objeto ou como obrigação da contratada, conforme o caso (isso quando forem pertinentes a execução em si), e não como requisito de habilitação dos proponentes e considerando que a adoção destes critérios fica a critério da discricionariedade da administração, podendo ser adotados ou não nas licitações públicas, e diante da manifestação do requisitante quanto a desnecessidade dos referidos critérios, não resta razão a impugnante, não devendo ser alterado o edital.

Contudo, os documentos exigidos como as normas da ABNT e a NR17 mencionados em sua impugnação, já estão, motivadamente justificadas pelo

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requisitante, onde serão exigidos na fase de aceitabilidade da proposta relacionado ao seu item correspondente conforme descrito no Termo de Referência.

Desta forma, a inclusão dos selos ambientais e alteração da exigência da ABNT e NR 17 como itens de Habilitação, são IMPROCEDENTES

II.C. – DA RETIFICAÇÃO QUANTO ÀS NORMAS DA ABNT EXIGIDAS:

A empresa indica, ainda, a necessidade de correção das normas da ABNT exigidas nos itens da licitação. Tendo em vista que já havia sido identificado anteriormente pelo Departamento de Obras, corroborado pela Divisão de Patriônio, setores requisitantes, o equívoco existente no Termo de Referência, em razão de impugnação apresentada por empresa diversa, as referências serão devidamente retificadas.

Aproveitando a oportunidade e manifestação do Setor requisitante e apoio técnico do certame, será incluso exigência da NR 17, visando atender normas do Ministério do Trabalho sobre a ergonomia e conforto de móveis a serem utilizados por este Ministério Público, onde deverão constar nos itens 14 a 37 do Lote I e 68 a 72 do Lote II.

Portanto, é PROCEDENTE o pleito,

III.D – DA EXIGÊNCIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA NO MUNICÍPIO DE BELÉM:

A empresa questiona, ainda, o item do Edital que exige que a empresa vencedora indique a empresa localizada em Belém-Pa que executará a assistência técnica do mobiliário a ser adquirido:

“No item 4 – Prazos e Condições de Entrega Recebimento e Garantia - do Termo de Referência, especificamente no item 4.8.2, cumpre destacá-lo, in verbis:

“4.8.2. Quanto à assistência técnica, a CONTRATADA deverá observar o disposto a seguir:

I - Apresentar documento fornecido pelo fabricante dos materiais entregues, indicando a empresa localizada em Belém-Pa, que executará a assistência técnica aos objetos durante o período de garantia contra defeitos de fabricação, não inferior a 05 (cinco) anos, garantindo também a substituição das peças danificadas, dos mecanismos e componentes do mesmo período, informando os seguintes dados: razão social, endereço, CEP, telefone e fax se houver”

Ora, quando a Administração restringe a localidade da empresa a prestar assistência técnica ela também limita a competitividade entre os licitantes e afronta diretamente o princípio da isonomia, uma vez que havendo o comprometimento e observação aos prazos e qualidade do serviço prestado, tal indicação, além de

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ferir o princípio isonômico, não se faz necessária. Nosso entendimento está correto?”.

Da mesma forma, o questionamento foi encaminhado ao Departamento de Obras e à Divisão de Patrimônio, a fim de que se manifestassem a respeito dos apontamentos da empresa, e o que fizeram da seguinte forma:

“A localização de uma assistência técnica na região metropolitana de Belém é de suma importância, seja pelo fato do Órgão não trabalhar com mobiliário sobressalente a fim de substituir de forma imediata ou em curto espaço de tempo o mobiliário defeituoso, seja porque a demora no atendimento repercutirá no desenvolvimentos das atividades laborais deste órgão ministerial, que, em regra, trabalha com prazos peremptórios, como por exemplo: O adiamento de audiências em virtude de mobiliários defeituoso/quebrado causará transtornos à sociedade.

Por esses motivos a exigência de uma assistência técnica local minoraria consideravelmente atrasos no atendimentos dos chamados para correção de defeitos que por ventura venham a ocorrer no prazo da garantia.

Informaram que para maior celeridade nos atendimentos em virtude de defeitos apresentados nos móveis adquiridos durante o prazo de garantia, torna-se necessário que a licitante apresente Assistência Técnica instalada na Região Metropolitana de Belém, visto que o Ministério Público não dispõe de estoque eventual de móveis para substituições imediatas, devendo a Contratada efetuar rapidamente os reparos necessários a fim de evitar solução de continuidade nos serviços prestados pela área fim que dependem de móveis em bom estado de funcionamento para que a sociedade receba atendimento de qualidade que merece;

Da mesma forma, com a justificativa elencada, manteremos a referida exigência, sendo então IMPROCENDENTE o pleito, porém sendo estendido a localização para a Região Metropolitana de Belém.

III – DA DECISÃO DA PREGOEIRA:

Diante do exposto, DECIDE esta Pregoeira conhecer da impugnação interposta pela empresa FORTLINE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA, julgando-a parcialmente procedente, permanecendo inalteradas as demais informações contidas no Edital e seus anexos.

Belém, 03 de Junho de 2015.

Andréa Mara Ciccio Pregoeira MPE/PA

Referências

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