Mapeamento ambiental da bacia hidrográfica da lagoa Imboacica: apoio à construção de planos de bacia. No mapeamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa Imboacica foram identificadas as diferentes classes de uso e ocupação do solo, sobre as quais foi possível estabelecer percentuais relativos com foco na cobertura florestal.
REVISÃO DA LITERATURA
Marco Legal
- Legislação federal pertinente aos recursos hídricos
- Legislação estadual pertinente aos recursos hídricos
- CBH Macaé e das Ostras – Termo de Referência (Recursos Hídricos)
- Legislação federal pertinente à cobertura florestal – Mata Atlântica
- Legislação estadual pertinente à cobertura florestal – Mata Atlântica
- CBH Macaé e das Ostras – Termo de Referência (Cobertura vegetal)
O Estado do Rio de Janeiro sancionou sua Política Estadual de Recursos Hídricos e Sistema Estadual de Recursos Hídricos seguindo o modelo do PNRH (RIO DE JANEIRO, 1999). Tabela 2: Ações do poder público estadual do Rio de Janeiro em relação aos recursos hídricos e utilização dos recursos arrecadados em BHs.
Bacia hidrográfica como unidade de planejamento e gestão
A saber: (i) é relativamente pequeno em tamanho (58 km²); (ii) localiza-se em área plana/várzea de relevo quase uniforme, com os pontos mais altos atingindo quase 180 metros de altura; (iii) esteja localizado em zona costeira; (iv) apresenta vazão em vazão sem contato permanente com o mar (Lagoa Imboacica); (v) possui efectivamente uma habitação rural a montante da lagoa; (vi) possui grandes áreas industriais, concentradas nas margens do encontro do rio com a Lagoa Imboacica; e (vii) intensa e recente ocupação urbana no entorno da lagoa. A Figura 3 apresenta o mapa imagem de BH da Lagoa Imboacica em imagens do satélite QuickBird, na escala 1:50.000.
Uso e ocupação da terra
Problemas como erosão, salinização, esgotamento do solo e outros, que podem ocorrer nas BHs, justificam a busca por soluções para aumentar a cobertura vegetal. Com o aumento da produção hortícola, pretende-se também alcançar uma maior cobertura média do solo ao longo do ano, especialmente em períodos críticos, além de oferecer maior produtividade, menores custos e menores riscos, aumentando assim o rendimento do agricultor.
Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) – ferramenta para gestão ambiental
- A geomorfologia ambiental
Tabela 10: Pontos de captação de água em BH da Lagoa Imboacica, coordenadas UTM, descrição e caracterização. A Figura 10 apresenta o mapa de uso do solo e ocupação da BH da Lagoa Imboacica e na Figura 11 os percentuais de cada classe em relação à área total da BH. Os resultados do IQA mostram dois níveis de qualidade da água no BH da Lagoa Imboacica: (i) regular; e (ii) bem.
Tabela 11: Resultados do IQA BH Lagoa Imboacica, com a cor correspondente ao nível de qualidade de referência. Deverá ser destinado ao CBH Macaé e das Ostras como forma de contribuir com a gestão do BH da Lagoa Imboacica, especialmente no Plano de Recursos Hídricos. A Lagoa Imboacica BH faz parte da Região Hidrográfica VIII do Estado do Rio de Janeiro, pertencente à Região Hidrográfica do Atlântico Sul do Brasil.
Cobertura florestal, fragmentação e efeito de borda
- Corredores Ecológicos (CEs) – vegetação entre remanescentes
- Índice de Circularidade (IC)
Qualidade da água
- Enquadramento
- IQA – Índice de Qualidade da Água
A qualidade da água começa a mudar quando as florestas são removidas para dar lugar a atividades agropastoris ou urbanas. O enquadramento não se limita à classificação da massa de água, nem ao conhecimento dos parâmetros da água, mas também define o nível de qualidade que se pretende ter ou manter. O Índice de Qualidade da Água (IQA) é um indicador de poluição orgânica por esgoto doméstico e industrial, que reúne informações sobre diversos parâmetros físico-químicos e atribui pesos diferentes a cada um deles.
A CETESB substituiu, da versão original da NSF, o parâmetro nitrato por nitrogênio total e o parâmetro fosfato total por fósforo total, mantendo os mesmos pesos (w = 0,10) e curvas de qualidade. O IQA é composto por nove parâmetros que, de acordo com a sua presença e importância, contribuem para a determinação da qualidade da água. Os valores finais do IQA são expressos em categorias qualitativas e podem ser representados por cores, facilitando a assimilação dos resultados.
Elaboração do mapa de uso e ocupação das terras da BH da Lagoa Imboacica
As classes campo antrópico, campo, campo poluído, solo exposto, afloramento rochoso, restinga e água seguiram a definição do Manual do IBGE (2006), calibradas por meio de visitas de campo. A área agrícola foi determinada apenas nas visitas de campo, pois não houve evidências claras deste tipo de utilização nas imagens de satélite. Áreas de sombra e nuvens permaneceram no mapa e as visitas de campo não foram realizadas devido à dificuldade de acesso.
Para as legendas dos mapas, as seguintes classes foram agrupadas como “outras”: terras agrícolas, campo antrópico, afloramento rochoso, sombra e nuvem. As diferentes classes de utilização foram definidas e medidas em campo com o Sistema de Posicionamento Global (GPS), ETrex Vista, marca Garmin e anotações em caderno de campo. Para construção dos mapas, as imagens QuickBird foram agrupadas e alinhadas às bases cartográficas planimétricas.
Elaboração do Índice de Circularidade dos fragmentos florestais da BH
Os parâmetros (x) a (xiii) foram medidos in situ, respectivamente, utilizando o medidor de oxigênio dissolvido D 55 YSI, o medidor de condutividade Star Orion e o turbidímetro portátil Chemetrics I-1300, aparelhos pertencentes ao IFF que auxiliaram na pesquisa do PINHEIRO. (2008) sobre a qualidade da água da BH do Rio Macaé. No estado do Rio de Janeiro esse tipo de vegetação ocorre apenas em locais de difícil acesso ou em áreas protegidas, mas no caso do relevo suave do BH da Lagoa Imboacica não há obstáculo ao acesso humano em qualquer de suas áreas. As características do BH da Lagoa Imboacica indicam que a lixiviação é responsável pelo escoamento de nutrientes dos dejetos da pecuária.
Como reflexo da invasão no Brasil (IBGE, 2000), está mais concentrada na faixa costeira, no entorno da Lagoa Imboacica. Isso é influenciado pelo fato do BH da Lagoa Imboacica ser plano, sem grandes acidentes geográficos e de suas águas não formarem correntes contínuas e fortes. A espacialização dos resultados no mapa BH da Lagoa Imboacica serve para facilitar a identificação dos tomadores de decisão nos municípios de Macaé e Rio das Ostras, bem como dos representantes no CBH Macaé e das Ostras (Figura 32).
Levando em consideração: (i) o desenho de BH; (ii) resultados de análises físicas, químicas e biológicas; e (iii) os usos aqui descritos, com ênfase no contato primário e pesca artesanal na Lagoa Imboacica, a proposta preliminar é classificar TODA a BH da Lagoa Imboacica em ÁGUA DOCE - CLASSE I. Relatório temático contendo mapeamento e análise de distribuição, análise espacial distribuição dos tipos de ocupação do solo no BH da Lagoa Imboacica, áreas de conservação permanente e cobertura vegetal residual.”
Levantamento da qualidade de água da BH
O uso e a ocupação na BH – construção do mapa
Índice de Circularidade e proposta de criação de CEs
Através da coleta de dados de área e perímetro de partículas florestais e por meio de fórmula específica, foi possível determinar o índice de circularidade. A Tabela 3 apresenta os cálculos dos fragmentos florestais classificados em sete grupos por área, e a Tabela 4 por volume. Representam os percentuais do número de fragmentos e também a área média dos fragmentos que compõem cada grupo.
Há predominância de fragmentos com CI e isso pode ser um indicativo para propostas de criação de CE entre eles, desde que a localização seja favorável. O mapa que identifica o CI de cada fragmento e a sua espacialidade na Bósnia e Herzegovina serve para apoiar a proposta de criação de CE (Figura 13). A criação de CEs entre fragmentos florestais deve fazer parte de um programa bem estruturado, com prazo mínimo de três anos para sua manutenção.
A qualidade e os usos da água na BH
- Análise dos resultados dos parâmetros físicos, químicos e biológicos da
- Temperatura (ºC)
- Potencial Hidrogeniônico (pH)
- Cor verdadeira
- Turbidez
- Condutividade
- Sólidos totais
- Nitrogênio amoniacal total
- Fósforo total
- Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
- Oxigênio Dissolvido (OD)
- Cloro livre, combinado e residual total
- Coliformes Totais
- Coliformes fecais – Escherichia coli
A coleta de dados para cálculo do IQA do BH foi realizada no Rio Imboacica, em um de seus afluentes (PC 3) e em dois afluentes diretos da Lagoa Imboacica (PC 5 e PC 6). Não foram coletados dados da Lagoa Imboacica, pois o projeto ECOlagoas, desenvolvido pelo NUPEM/UFRJ desde 1992, tem em sua série histórica a melhor fonte para estabelecer seu IQA. Os seis pontos foram coletados das 13h30min e das 17h, o que pode ter interferido na diminuição da temperatura, uma vez que a sequência de coleta respeitou o sentido leste-litoral (do ponto 01 ao ponto 06 - canal Peleja).
No ponto 05, onde um pequeno afluente da lagoa corria a céu aberto, a água fica retida (sem contato direto com a atmosfera), e na foz onde ocorreu a coleta, existem alguns exemplares arbóreos que guardam o sombra. . Embora o mapa apresente um percentual de apenas 7,97% de ocupação urbana (5,42% de alta densidade), ele está localizado às margens de um ponto de coleta (“boca” do Rio Imboacica). O alto nível encontrado no ponto indica a presença de gado, que utiliza o caminho à beira da nascente e corta o curso d'água em alguns pontos.
Índice de Qualidade das Águas (IQA)
Os resultados mostram que os itens 04 e 05, que apresentaram qualificação REGULAR, requerem atenção mais imediata, pois a análise reflete apenas um retrato deste cenário. Vale ressaltar que estes são os pontos que deságuam diretamente na lagoa de Imboacica onde existem atividades de contato primário como recreação e também pesca para subsistência e pequena comercialização (BARCELOS, 2009).
Análise das conformidades e proposta preliminar de enquadramento
A constante movimentação de terras, a expansão acelerada da área urbana, as novas instalações empresariais, o aumento do fluxo de pessoas (ou seja, automóveis, ônibus e caminhões) e os lançamentos ocasionais de esgoto não tratado ou tratado de forma inadequada provocam perda de qualidade da água no atrás do Rio Imboacica. Não se pretendeu coletar informações de uso do Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos (CNARH), pois não foram identificadas captações de água superficial para abastecimento humano ou outro uso comercial no leito do rio ou em seus afluentes. Na zona rural de BH, onde não há rede de abastecimento, os proprietários utilizam água de poços artesianos.
Ainda no que diz respeito ao uso de águas superficiais, não há evidências de uso comercial direto. Pelo facto do volume do rio não ser significativo, o que até contribui para que os residentes locais do meio rural não o identifiquem como tal, não existem locais de utilização para lazer, contacto primário. Na medida em que não haja abastecimento para consumo humano, são permitidas todas as outras utilizações nas águas de ambas as classes, nomeadamente: (i) protecção das comunidades aquáticas; (ii) recreação de contato primário, como natação, esqui aquático e mergulho - conforme resolução CONAMA n.
Recomendações metodológicas ao Termo de Referência para o Plano de Bacias
- uso do solo e cobertura vegetal
- Diagnóstico dos recursos hídricos da BH
O mapa de uso e ocupação dividiu as áreas urbanas em duas categorias: ocupação urbana de alta densidade e baixa densidade. Além do mapeamento, os tipos de uso do solo, cobertura vegetal, unidades de conservação da natureza e reservas naturais precisam ser quantificados e expressos. Esta análise deverá ser realizada com base na interpretação dos padrões de uso e ocupação do solo identificados no Mapa de Uso do Solo, Cobertura Vegetal, Unidades de Conservação da Natureza e Áreas de Preservação Permanente, que deverá ser produzido em papel e em arquivos vetorizados e matriciais, com extensão compatível com o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos e com aplicações conhecidas como Arcview e Autocad.
Os resultados apresentados neste trabalho e o mapa de uso e ocupação do solo recomendado também visam atender aos requisitos dos termos de referência do projeto. O Diagnóstico de Disponibilidade Hídrica de BH, Tarefa de Referência para o Plano de Recursos Hídricos da CBH Macaé e Ostras, estabelece os objetivos e as indicações metodológicas para a avaliação qualitativa e quantitativa das águas superficiais e subterrâneas. Águas superficiais, esta parte contém dados que tentam analisar a qualidade das águas superficiais com o objetivo de avaliar a disponibilidade hídrica da BiH.
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Define definições e parâmetros mensuráveis para análise da continuidade ecológica da Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro. Aprova o Termo de Referência para elaboração do Plano de Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas dos Rios Macaé e Ostras, 2008. Avaliação dos usos predominantes e da qualidade da água como subsídios aos instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos aplicados na bacia hidrográfica do Rio Macaé .
Dispõe sobre a cobrança pelo uso dos recursos hídricos de propriedade do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências. Estabelece critérios gerais e procedimentos técnicos e administrativos para registro, requerimento e emissão de outorga de direito de uso de recursos hídricos de propriedade do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências, Rio de Janeiro, 2007. Altera a Lei nº 4.247, de dezembro 16 de janeiro de 2003, que dispõe sobre a cobrança pelo uso dos recursos hídricos de propriedade do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências.
