• Nenhum resultado encontrado

MARCOS AURÉLIO DE PAULA PEREIRA - Mariana - LPH

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "MARCOS AURÉLIO DE PAULA PEREIRA - Mariana - LPH"

Copied!
101
0
0

Texto

Porém, na nova capitania que se iniciou, havia uma presença muito grande de escravos, africanos e crioulos, superando os brancos, o que acabou levando a um medo constante de revoltas, fazendo de “Minas um barril de pólvora”. necessário domar o espírito da turbulenta população mineira para que o poder do Estado português possa ser fortalecido. 34; mais de trinta mil almas estão empregadas, algumas na mineração, outras na escavação de rios de ouro e ainda outras no comércio, na venda e na compra, que são necessárias não apenas à vida, mas ao prazer, mais do que a nós. o mar do porto."9. Segurança para José de Souza Fragos capitão da guarnição do Rio de Janeiro, quando este se dirigiu às mesmas Minas para os quintos do rei, que o acompanhavam pessoalmente e escravos armados, até que o socorressem a emboscada, .."14.

Ao tratar da economia da colônia, já vimos que praticamente todo o trabalho é feito sob nós.” 26. Às vezes aparece uma influência de raça, que é pura e simples influência do escravo; do sistema social de escravidão .” 38. Francisco de São Jerônimo, bispo do Rio de Janeiro] quer saber dos seus erros, eles perdem o respeito e também falta a obediência da Igreja.”43.

A simplicidade, a exterioridade, a intimidade e o sentimentalismo do catolicismo brasileiro, identificadas por Sérgio Buarque de Holanda, facilitaram o surgimento dessas práticas que fizeram do catolicismo brasileiro uma religião "heterodoxa". nos relatórios do tribunal eclesiástico.

3 - A IGREJA E A ESCRAVIDÃO

A ATUAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DO CLERO

O que é privilegiado neste capítulo é o Estado que quer controlar a sociedade e a Igreja que quer controlar o comportamento. Mais uma vez, a escravatura e o catolicismo são examinados não naquilo que é fornecido, mas naquilo que quer ser escondido. 34; civilizar os índios selvagens, uni-los em população segundo as Ordens Régias, para serem melhor instruídos nas verdades da religião, e no conhecimento exato para seus destinos decentes já na Agricultura, já no trabalho, do artesanato e da arte, que os qualificam desta forma, um dia poder servir e ser útil ao Estado e à Religião.”4.

34; Ao se espalhar pelos sertões e matas, num imenso esforço de penetração dos catequistas, o evangelho penetrou na região obscura das senzalas, trazendo, com fé, à raça infame pela pirataria da escravidão uma palavra de alívio e uma partilha de energia e promoção da conversão em massa das populações negras apanhadas nas garras do tráfico." e antes de iniciar, notificará oportunamente os juízes e oficiais da Câmara do dia da entrada, enviando cartas de sua majestade a eles, para que venham e levem e passem com a comunidade para se aposentarem.”10. 34; No seu deserto físico e espiritual, os mineiros pareciam mascarar a sua solidão construindo muitas igrejas, precisamente nos locais onde todos se encontravam e se sentiam mais próximos uns dos outros."12 Isto se devia mais à necessidade de se agruparem. e socialização do que a meditação e o crescimento da fé é que o povo mineiro, a princípio, construiu seus próprios templos.

Antes mesmo da criação da primeira vila na nova capitania, antes da criação da Diocese de Mariana, os fiéis percorriam a capitania em peregrinação para examinar o comportamento e a religiosidade da população dessa nova sociedade que se formava: a colonial sociedade mineira. Sua leitura também ilumina aspectos da sexualidade masculina da época, de suas práticas mágicas de tensão e conflito entre as diferentes camadas da sociedade, e também oferece a revelação do modo de vida da população urbana e rural em suas diferentes facetas: habitação, vestuário, condições materiais de vida e tempo livre.'13. Eles foram ordenados de tal forma que, se não houvesse promotor, os crimes não ficariam impunes: e estes ou são gerais, ou são bastante semelhantes àqueles em que crimes, excessos e pecados devem ser modificados e punidos.

Podem ser feitos generais, embora não haja nenhuma desgraça ou evidência contra qualquer pessoa, desde que sejam levados a saber se há faltas ou pecados a serem corrigidos, ou punidos, ou outras coisas a serem reformadas.”14 34; É porque a morbidez dos escravos precisa de um remédio rápido que é habitual, e quase comum, que todos se deixem andar em estado de condenação, como você pensa que pela sua grosseria e miséria fez. não preste atenção, nós ordenamos, e nós ordenamos, que quando aparecerem na referida forma de suas moradias, serão admoestados, mas nenhuma penalidade pecuniária lhes será imposta, mas seus senhores serão informados das más condições em que se encontram. 34; (..) Foi paternalmente admoestado a não consentir em fazer em sua casa piadas e brincadeiras que sejam contra os bons costumes, e se não o fizerem sem pecado, a pena de proceder contra ele, com pena de excomunhão, e para ele foi dito que aceitou a advertência.”22.

A Evangelização dos Escravos

Para ela? a ajuda estatal surgiu tendo em vista a sua contribuição para a difusão da fé, para a preservação do culto cristão e para a assistência social. “Ao permitir e até encorajar o estabelecimento de comunidades seculares negras, o Estado e a Igreja, ao facilitar a assimilação da religião cristã, proporcionaram aos negros uma espécie de sincretismo planeado”, isto é, dirigiram e determinaram as formas como os negros Seria conduzido o contato religioso com os brancos, na tentativa de assimilação e fixação dos primeiros em seu mundo. Eles competiam para ver qual deles enfeitaria melhor o chapéu, qual teria mais poder, qual seria o mais rico. “Os negros foram infectados por esse movimento; eles também organizaram irmandades baseadas no modelo branco, e assim, o conflito racial ficaria disfarçado sob o manto da religião, e a oposição étnica assumiria o aspecto de uma guerra de sociedades religiosas.”15 . Muitos negros foram enterrados na praia: . mas em covas rasas, onde os cães encontravam quase sem esforço algo para cavar e os abutres algo para atacar."19.

Nos registros de óbito fica claro que quando um membro das fraternidades negras morre, é indicado o sepultamento na mesma capela, o que se sabia ser o desejo do irmão falecido. “No dia sete de agosto de mil setecentos e cinquenta e cinco anos, faleceu Ignácio Saburú, escravo de Braz Martins Cameyro, morador do morro. A Igreja de Minas será a realização do triunfo eucarístico, em 1733, talvez a maior celebração da história colonial brasileira, primeiro marco histórico do ciclo áureo em Minas Gerais, que consequentemente resultará na criação, em 1745, do Bispado de Mariana, o verdadeiro atestado da maioria da Igreja Mineira.”22. Mas talvez seja a sua exaltada observação da religiosidade que chama a atenção. “Excedendo a população de toda a América está a opulência e o mistério das minas, onde mais do que as riquezas, o esplendor dos templos e a preciosidade dos altares se elevam, e como o sol, cuja luz são as sombras de todas as estrelas , esplendor, a nobre Vila Rica, mais que uma esfera de abundância, é um teatro de religiãof..) novo exemplo de cristianismo.”24.

Nem o que se pode dizer deste abuso se deve a uma piedade equivocada, na maioria dos casos a causa é a vaidade."26. Mas chama a atenção: “A liberdade com a qual nunca deixou de corresponder a forte pressão moral e doutrinária da Igreja sobre os escravos”.28.

Segundo a lenda, São Mateus teria convertido e consagrado a filha de um rei etíope. Quase acredito que só em Lisboa há mais escravos e escravas do que portugueses livres (..)". Sobre os sepultamentos de escravos previstos nas primeiras constituições, as considerações de Adalgisa Arantes Campos são complementares às observações deste estudo: “Na luta contra a animalização do homem, a conquista do direito de enterrar os mortos constitui, segundo Clarival do Prado Valladares, o primeiro passo para a ascensão social dos escravos no Brasil colonial.”41.

A terceira é confortar o doente, dar-lhe confiança e esforço, para que na agonia da morte possa resistir aos ataques do inimigo e suportar pacientemente as dores da doença.” 43. 34; Em 8 de junho de 1700 e cinco e quarenta. -uma morreu com todos os sacramentos, a cinqüenta anos Maria Angola um pouco menos escrava de Ignácia da Sylveira, que mora no rosário e foi encomendada e sepultada na capela da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de que eu fiz este assento." 48.

Considerações finais

Nas Minas Gerais coloniais, morrer pode ser uma festa, um acontecimento social, como em toda a colônia portuguesa das Américas, mas uma festa dentro de toda a reflexão que o pensamento católico oferece sobre a morte e tudo o que a sociedade retira da religiosidade vivida Dessa forma, as considerações que passamos a dizer respeito ao escravo de certa forma católico em relação à cultura dominante, mas esse catolicismo não ocorreu exclusivamente através da Igreja Católica. Embora interessada em administrar o sacramento aos escravos - principalmente o batismo, a eucaristia, a unção dos enfermos e a penitência - a Igreja do século XVIII em Minas Gerais não contava com um quadro de padres e ministros suficientemente preparados ou de comportamento exemplar não. conforme necessário para a tarefa.

Uma sociedade de costumes, geralmente, com poucos ou nenhum católico ortodoxo, que não se preocupava muito com o catecismo dos seus escravos, nem com a sua conduta. Quanto ao escravo, é interessante analisar que aqueles que se autodenominavam cristãos o confessavam, não só no seu comportamento religioso, mas também no cumprimento de certos sacramentos, como o batismo das crianças e a unção dos enfermos, mas também em feriados religiosos e em associações religiosas, como fraternidades negras. Separado da sua terra, da sua família, das suas raízes, ele se vê atirado para outro mundo com outra cultura.

A necessidade de reconstruir a sua identidade obrigou-o a utilizar os meios que esta sociedade oferece, mesmo sem querer. O catolicismo como elemento indissociável da sociedade colonial mineira foi um daqueles elementos inconscientemente apresentados pela “civilização em formação”. A própria Igreja Católica não se consolidou na região, causando maus comportamentos que incluíam o escravo.

Esta religiosidade escrava não foi, portanto, fruto de um plano e ação direta da Igreja, nem se pode dizer que tenha sido puro sincretismo. Isto nos leva a concluir que ela foi fruto da necessidade de reconstrução da identidade do escravo e se formou especialmente no plano religioso, não nas regras rígidas do sistema religioso-escravista, mas em suas lacunas. Essas lacunas não seriam produto da ação evangelizadora da Igreja em Minas, elas parecem ser resultado da própria formação da população de sua religiosidade popular e da forma como se estruturou a sociedade colonial mineira.

ABREVIATURAS

8 - FONTES PRIMÁRIAS

9 - FONTES IMPRIMARIAS IMPRESSAS

10 - BIBLIOGRAFIA

Referências

Documentos relacionados

Assim, no mesmo sentido de que os escravos não tinham identidade e por isso não travavam lutas contra seus senhores, o movimento dos trabalhadores, os