XXV Congresso de Iniciação Científica
Modernidade e alegoria no conto “Na Colônia Penal”, de Franz Kafka.
Ana Luiza Teixeira de Saboia. Prof. Dr. Mácio Scheel, Unesp – São José do Rio Preto, IBILCE – Instituto de Biociência, Letras e Ciências Exatas, Letra s – Licenciatura, sabóia_1@hotmail.com.
Palavras Chave: Alegoria, Modernidade, Fantástico.
Introdução
Ao analisarmos o conto “Na Colônia Penal” de Franz Kafka, des vendamos as alegorias contidas na obra, com destaque para a figuração da máquina, principal personagem do conto e cujos significados possíveis apontam, de forma quase profética, para alguns aconteciment os relevantes do século XX, como a sofisticada maquinaria nazista dos campos de extermínio, por exemplo. Para entendermos o processo de construç ão alegórica da narrativa kafkiana, devemos considerar que as personagens, isto é, as figuras do oficial, do explorador e do condenado; o espaç o, ou seja, a própria colônia penal; e a máquina de tort ura que ex ecuta as sentenças impostas aos condenados, são elementos met afóricos que se somam na concepção de uma grande alegoria dos Estados totalitários que se firmaram no início do século XX, bem como dos horrores que a modernidade técnica concebeu. O séc ulo XX foi marc ado por inúmeros avanços tecnológicos, mudanças em relaç ão ao poder político e econômico e grandes massacres. O que destacamos no conto é justamente essa época de grande modernização ocorrida no mundo e como o papel da máquina foi definitivamente o maior símbolo dessa modernidade, com cons equências positivas, como os desenvolvimentos tecnológicos e econômic os, e negativas, como a alienação em massa, a mecanização das relações humanas e o uso da máquina como forma de opressão do indivíduo moderno. Por fim, as alegorias contidas na obra de K afka estão relacionadas, de c erta forma, à crítica ao século XX, que permitiu, a despeito de toda a crença na racionalidade moderna, o surgimento das ideologi as totalitárias e das precárias condições de vida enfrentadas pelos indivíduos nas primeiras décadas desse mesmo século.
Objetivos
O objetivo central do trabalho é estudar o processo de construção alegórica da narrativa kafkiana, em
“Na Colônia Penal”, a partir do referencial teórico da literatura fantástica, do absurdo e da própria alegoria. Nossa proposta é refletir de que modo as alegorias em Kafka podem ser entendidas como uma crítica da modernidade, sobretudo em s ua crença na racionalidade, no progresso científico e na dependência da máquina.
Material e Métodos
As atividades a serem desenvolvidas tiveram duração de um ano e foram programadas para se
estenderem de agosto de 2011 a agosto de 2012, respeitando o seguinte programa de trabalho:
Agosto a outubro: pesquisa e fichamento de textos teóricos referenciais.
Novembro a janeiro: análise detida do corpus.
Fevereiro a abril: início da elaboração do artigo científico segundo os resultados obtidos;
Maio a julho: conclusão e revisão do artigo científico, bem como reunião de fichamentos e demais materiais que deverão compor o relat ório final.
Resultados e Discussão
A idéia foi analisar como determinados elementos simbólicos destacam -se dentro do conto “Na Colônia Pena” de Franz Kafka e fundamentam a própria alegoria narrativa. Fez-se necessário, pois, analisar a concepção do espaço narrativo em “Na Colônia Penal”, entendendo e caracterizando os modos como a colônia aparec e aos olhos das diferentes personagens e do próprio leitor, apontando seu caráter totalitário, com suas normas e códigos.
Refletimos também, sobre a natureza das diferentes personagens pensando como as mesmas parecem ocupar determinados papéis sociais espec íficos.
Focamos detidamente a figura da máquina e entendemos de que forma sua represent ação foi entendida como uma crítica da modernidade técnica, racionalizada e tecnológica, que nos levou à dependência das máquinas e que nos impôs uma nova forma de opressão.
Conclusões
O conto enfoca o século XX que foi marcado por inúmeros avanços tecnológicos, mudanças em relação ao poder político e econômico e grandes massacres. O que destacamos da narrativa foi justamente essa época de modernização ocorrida no mundo e como o papel da máquina foi definitivamente o maior símbolo dessa modernidade, com consequências positivas, como os desenvolvimentos tecnológicos e econômicos, e negativas, como a alienação em massa, a mecanização das relações humanas e o uso da máquina como forma de opressão do indivíduo moderno.
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1ANDERS, Günter. Kafka: Pró e C ontra. Tradução de Modesto Carone. São Paulo: Editora Perspectiva, 1993.
2KOTHE, Flávio. A alegoria. São Paulo: Ática, 1986.
3T ODOROV, Tzvetan. Introdução à Lite ratura Fantástica. São Paulo:
Editora Perspectiva, 1981
