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mulheres solteiras chefes de domicílio: mariana c. 1807 - LPH

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Academic year: 2023

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Esta monografia tem como objetivo expor algumas informações relacionadas aos resultados obtidos com a pesquisa “Chefes de família solteiras em Mariana: c.1807-c.1822”. Tendo como objeto de pesquisa mulheres solteiras chefes de família em Mariana nas primeiras décadas do século XIX, analisamos a estrutura e a organização dos incêndios em áreas rurais e urbanas1, procurando semelhanças e diferenças entre elas. Sem dúvida, neste trabalho, a liderança dos bacharéis e a ilegitimidade em Mariana entre 1807 e 1822 têm uma história própria, mas que se cruza com as conclusões do pesquisador Donald Ramos, que pesquisou a família em Vila Rica.

Nossa noção de residência coincide, então, com a de fogo presente nos últimos registros do período colonial e início da era nacional da história brasileira. O título da monografia - Chefes de família solteiras nas Marianas entre 1807 e 1822 - resulta da análise de diversos estudos sobre género, mulher, família e economia no período colonial, bem como de uma abordagem qualitativa dos testamentos/ Os inventários. e uma abordagem quantitativa às listas nominativas2 / registos de baptismo paroquiais. Porém, poucos mencionaram a cor, condição (livre ou solteira) das solteiras.

Por meio da análise dessas listas será possível traçar as variáveis: etnia, número de filhos, engenhos escravocratas e ocupação das mulheres solteiras chefes de família. Não foi possível usar a "ligação nominativa" devido ao homônimo e à falta de documentos das mulheres solteiras listadas nas listas nominativas como chefes de família.

Breves considerações teóricas a respeito dos “estudos de gênero” e história das mulheres

A partir desse momento, com influência da demografia histórica, dos movimentos feministas e da "nova história" 9 - ou seja, estudos que focam grupos geralmente "excluídos" da narrativa histórica - surgiu uma história das mulheres articulada com a categoria de gênero. E assim a história geral, centrada no estudo das elites e heróis masculinos, bem como nas divisões sociais e sexuais, não é particularmente consistente com a visão usualmente sustentada da análise de gênero. 9 A nova história é a escrita da história como uma reação consciente contra o "paradigma" tradicional que diz que a história é fundamentalmente política.

A história do gênero tem mostrado que as experiências e diferenças sexuais são "construções culturais, linguísticas e históricas que incluem relações de poder que não se localizam em um ponto fixo - o masculino - mas presentes na trama histórica".16 Segundo Matos,. Assim, o conceito de gênero, ao lado dos conceitos de raça e classe, contribuiu para a ampliação dos interesses da nova historiografia por uma história que incluísse o discurso dos "oprimidos". A incorporação da análise de gênero na historiografia permitiu evitar tendências generalizantes e pressupostos estabelecidos nas disciplinas históricas, o que contribuiu para o aprofundamento do conceito de "diferença" como algo dinâmico18, o que possibilitou uma melhor compreensão das questões culturais que afetam as relações entre homens e mulheres.19.

A articulação entre a demografia histórica e a categoria de gênero tem sido fundamental para a expansão dos estudos voltados para a vida privada e cotidiana, em que segmentos subalternos aparecem – em grande número – como protagonistas da história. Dito isso, a articulação das análises de gênero e demografia histórica torna-se extremamente importante para o desenvolvimento.

Peculiaridades da economia mineira no século XIX

Na década de 1980, porém, foi Roberto Martins (1980) quem iniciou a discussão sobre a 'involução' da economia mineira. Assim, o autor considerou convincentes as estimativas de Martins sobre o tráfico internacional de escravos e a dinâmica da economia mineira no século XIX. As atividades de exportação não só permitiram um grande comércio de escravos, como também formaram o centro dinâmico da economia de Minas Gerais.

Na década de 1990, surgiram dissertações de mestrado e importantes trabalhos no campo da economia mineira com caráter regional. Ainda na década de 1990, os trabalhos de Carla Almeida e Francisco Eduardo Andrade, citados acima, tratam de aspectos da economia mineira de forma mais regionalizada. Como podemos perceber, a revisão historiográfica que emergiu a partir de 1980 mudou profundamente o entendimento sobre a estrutura e a dinâmica da economia mineira no século XIX, rejeitando categoricamente a involução econômica mineira.

Minas Gerais no século XIX", Douglas Libby, preocupado em descrever a complexidade e o dinamismo da economia mineira neste século, chamou a atenção para o impacto que as atividades femininas causaram. Neste capítulo pudemos concluir que, sem dúvida, as mulheres contribuíram para o dinamismo e a complexidade da economia mineira dos séculos XVIII e XIX.

A família na Historiografia Brasileira

Ilegitimidade: fruto da “fragilidade humana”

Portanto, os criados pelo casamento legal entre os pais foram distinguidos dos legítimos; e os nascidos de união ilícita: os naturais, de concubinato ou de relações consensuais; falso, nascido de união ilegal (incesto, adultério) entre indivíduos com alguns obstáculos para contrair futuros casamentos. Silvia Brugger (2000), em estudos dedicados a São João del Rei, entre os anos de 1750 e 1850, destaca a prevalência de relações ilícitas nessa localidade. Portanto, segundo ela, parece que os nascimentos de uniões ilegítimas em comparação com os gerados dentro do casamento sempre foram minoria, talvez explicando o grande percentual de filhos legítimos em São João del Rei.134 Além disso, ela também observa que: " Os nascimentos ilegítimos são mais frequentes na população cativa e liberta.

Sobre a relação entre a exposição de crianças e o fenômeno da ilegitimidade, Renato Pinto Venâncio, em seus estudos sobre o abandono de crianças nas Santas Casas de Misericórdia das cidades de Salvador e Rio Janeiro, não traçou um paralelismo entre ilegitimidade e abandono não observado . exercício. Assim, na tentativa de “reconstituir o universo de motivações que pais, mães, tios, padrinhos e avós à roda dos expostos”,137 o autor aponta que a prática do abandono esteve ligada “(..) a situações de 'crise' nas unidades domésticas".138 Venâncio levanta a hipótese de que tais "crises", aspecto comum das sociedades coloniais, estão diretamente relacionadas às variáveis: pobreza, eventual morte dos pais das crianças e condenação social e moral em torno do nascimento de filho fora do casamento.139 Segundo ele, o abandono resultava mais da miséria e da miséria do que da condenação moral, ainda que a "mãe solteira ou concubina acabasse por ser uma figura aceita no meio urbano" (sic) 140. Se o papel da instituição fosse encobrir os híbridos, a tendência seria que o aumento do número de inscrições fosse acompanhado de uma diminuição da frequência de filhos ilegítimos no registo paroquial.

Vemos, então, que a autora estabelece uma relação entre abandono e ilegitimidade, mas no que diz respeito ao meio rural encontra pouco. Ainda sobre a ilegitimidade na região de Minas Gerais, entre os séculos XVIII e XIX, devemos destacar os estudos de Vanda Lúcia Praxedes (2003), cujo foco é questionar o significado social do filho ilegítimo em uma sociedade caracterizada como colonial. através da mobilidade, distinção social, moral da Igreja e do Estado. O autor demonstra que mesmo considerado imoral por essas normas, o ilegítimo estava presente em todos os estratos sociais, comprovando assim que a grande absorção do contingente ilegal na sociedade foi resultado do comportamento ambíguo e paradoxal das autoridades civis e eclesiásticas, bem como as várias estratégias empreendidas pelos pais.

150 O que chamamos de cadeia de ilegitimidade é o fato de existirem várias gerações de mulheres solteiras, mães de filhos ilegítimos, na mesma linhagem familiar. Em perspectiva semelhante, Kuznesof (1989) chama a atenção para o fato de que o concubinato e o nascimento ilegítimo, apesar de ser na maioria das vezes uma característica da população negra livre, é um aspecto comum a todos os grupos sociais: desde a elite, população escrava e mesmo o clero. Segundo ela, esse frequente envolvimento do clero em relações ilícitas e na geração de filhos naturais serviu de modelo para toda a população colonial.

Com relação à condição de nascimento dos ilegítimos, Kuznesof aponta que as pessoas de status nobre tinham a opção de excluir os ilegítimos da herança, enquanto para as pessoas comuns a. Por fim, uma das ferramentas utilizadas pelas autoridades eclesiásticas e civis para normalizar a população foi o incentivo à valorização da família cristã por meio do casamento; porém, as práticas cotidianas da população eram contrárias às normas impostas, tanto que viviam uma sexualidade não reconhecida pela Igreja e nem regulamentada pelo Estado. Em seguida, esperamos contribuir com o estudo da liderança familiar por mulheres solteiras e filhos ilegítimos na região de Mariana entre os anos de 1807 e 1822.

Mulheres solteiras chefes de domicílio e as faces da ilegitimidade em Mariana (1807 -1822)

  • Mulheres do campo, mulheres da cidade
  • Espaço masculino e espaço feminino: os filhos ilegítimos

Observando a tabela 1, vemos que das 330 famílias listadas em Mariana - caracterizada como área urbana -, 89 famílias eram chefiadas por mulheres solteiras (27,0. famílias listadas eram chefiadas por mulheres solteiras. É claro que há um percentual maior de domicílios chefiados por mulheres solteiras na área urbana de Mariana, em comparação com os distritos rurais analisados ​​anteriormente.

É muito provável que a maioria dessas mulheres solteiras - chefes de família - vivessem em uniões consensuais. De maneira geral, a comparação desses resultados permite afirmar que as chefes de bombeiros solteiras apresentaram a mesma tendência comportamental nos relacionamentos. Observando (Tabela 3) a média (1,1) de filhos de mulheres solteiras na zona urbana de Mariana, notamos uma semelhança desses números com a zona rural de Rio Pomba: 1,53 filhos.

Nos distritos rurais de Santa Rita do Turvo e Presídio, a média de filhos nascidos de solteiras por incêndio foi relativamente próxima: 2,22 e 2,5, respectivamente. É esse fator de pobreza que contribuiu para o baixo número médio de filhos em domicílios chefiados por mulheres solteiras. A primeira impressão que temos ao analisar esses números é que as mulheres solteiras não conseguiam manter o lar em suas propriedades.

Esses números são usados ​​para mostrar que havia poucos escravos nas casas de mulheres solteiras. Comparando os resultados de Donald Ramos com os nossos, notamos que as mulheres chefes de família solteiras em Mariana tinham, em média, mais escravos em seus domicílios do que as estudadas por Donald Ramos em Vila Rica. Até agora, os dados confirmam a afirmação de que as mulheres solteiras pertenciam, em sua maioria, às classes mais baixas.

Quanto à Tabela 7, os dados mostram claramente que a lista de nomes de Mariana de 1819 continha quase nenhuma informação sobre a ocupação econômica de mulheres solteiras chefes de família. Em Mariana, encontramos algumas famílias chefiadas por mulheres solteiras, como Ana da Costa Muniz, que é apenas a proprietária. Por outro lado, também se encontravam famílias mais abastadas chefiadas por mulheres solteiras como Iria Pereira de Jesus.

Sem dúvida, havia algumas mulheres solteiras que não tinham filhos naturais e muitas vezes viviam em total solidão. Quanto à profissão das mulheres solteiras no meio rural, temos a maioria delas em atividades ligadas à agricultura.

Referências

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