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O licenciamento ambiental surgiu na Lei nº 6.803 de 1980 item incorreto

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Academic year: 2023

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Curso: Legislação Ambiental Aplicado a Implantação de Parques Eólicos Exercício – Capítulo 4

Aluno: __________Vinicius Nóbrega ____________________________________

1) Assinale a alternativa incorreta:

a) As ações de fiscalização variam em função dos seus cronogramas de planejamento, implantação e operação e da natureza da atividade.

Correto.

b) A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais considerados potencialmente poluidores dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente.

Correto. Trata-se do artigo 10º da Lei 6938/81.

c) A licença ambiental não tem caráter definitivo.

Correto. A licença ambiental tem data de validade.

d) O licenciamento ambiental surgiu na Lei nº 6.803 de 1980

item incorreto. Pois o licenciamento ambiental surgiu na Lei 6.938/81.

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2) Sobre os tipos de licença ambiental, assinale a alternativa correta.

a) A licença prévia é a primeira etapa do licenciamento, em que o órgão licenciador avalia a localização e a concepção do empreendimento, atestando a sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos para as próximas fases.

Item Correto.

b) A licença ambiental é o documento, sem prazo de validade definido, em que o órgão ambiental estabelece regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental a serem seguidas por sua empresa.

Incorreto, pois é um documento com prazo de validade definido.

c) É na etapa da licença de operação podem ser requeridos estudos ambientais complementares, tais como EIA/RIMA e RCA, quando estes forem necessários. O órgão licenciador, com base nestes estudos, define as condições nas quais a atividade deverá se enquadrar a fim de cumprir as normas ambientais vigentes.

Incorreto, estes estudos ambientais complementares não são requeridos na licença de operação. A licença de operação autoriza o funcionamento do empreendimento, não está mais em fase de estudo.

d) É na licença de instalação que se autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores.

Incorreto, pois na licença de instalação se autoriza a instalação do empreendimento, e não a operação.

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3) Responda:

a) O que é Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)?

Antes de definir o RIMA é primordial falar do EIA. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é dentre os estudos para licenciamento ambiental um documento formal que, em atendimento ao CONAMA, contempla em seu escopo um conjunto de descrições e análises que permitem uma visão sistêmica das interferências passíveis ao meio ambiente quando da implantação de um empreendimento. Este estudo subsidia a construção do processo decisório por parte do órgão ambiental competente. Legalmente o EIA é acompanhado por outro documento – o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). O RIMA é dotado de características protocolares cuja função visa apresentar o conteúdo do EIA numa linguagem mais acessível e resumida, já que seu escopo vincula-se como de caráter público.

Portanto, Após a execução de um Estudo de Impacto Ambiental, o empreendedor elabora e divulga um resumo em linguagem acessível à sociedade, este resumo é o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

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b) Quais são as principais etapas de um EIA? Comente as duas etapas que você acha mais relevante do estudo.

Na literatura encontra-se a definição de até 9 etapas para a elaboração de um EIA. As principais etapas são 4 e estão destacadas em negrito. Comento sobre as etapas 7 e 8.

1- Informações gerais do Empreendimento.

2- Caracterização do Empreendimento 3- Áreas de Influência

4- Diagnóstico Ambiental da Área de Influência:

5- Qualidade Ambiental.

6- Fatores Ambientais.

7- Análise dos impactos ambientais.

Nesta etapa é feita a identificação e classificação dos prováveis impactos socioeconômicos e ambientais. Os impactos são mensurados em atributos conceituados no estudo. O principal atributo é o caráter (ou efeito) do impacto.

No EIA o impacto é avaliado como Positivo quando beneficia o fator ambiental e Negativo quando prejudica o fator ambiental. A totalização dos atributos avaliados auxilia no cálculo do Grau de Impacto, através do qual o órgão ambiental responsável definirá o valor adequado para a Compensação Ambiental.

8- Proposição de medidas mitigadoras.

As medidas mitigadoras são propostas visando à mitigação e controle das adversidades, bem como a maximização dos benefícios decorrentes do Empreendimento. Viabilidade ambiental do projeto depende da adoção de medidas mitigadoras, uma vez que as intervenções antropogênicas serão controladas e/ou atenuadas, através da busca de métodos e materiais alternativos que gerem impactos mais brandos.

9- Programa de acompanhamento e Monitoramento de Impactos Ambientais.

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c) São encontrados no material de apoio alguns RIMA’s - Relatórios de Impacto Ambiental - de Parques Eólicos. Escolha um deles e relate brevemente suas impressões.

Escolhi o Parque Central Eólica Rei dos Ventos I, no município de Galinhos-RN.

A região de Galinhos se configura em uma região favorável para implantação de projetos eólicos, uma vez que a velocidade média anual dos ventos é de 7,5 m/s. O Parque CENTRAL EÓLICA REI DOS VENTOS I está projetado para uma capacidade instalada de 58,45 MW, através da operação de 35 (trinta e cinco) turbinas eólicas de 1,67 MW.

Foi feito um Relatório de Impacto Ambiental - RIMA para a concessão do licenciamento ambiental para implantação do projeto. Na área de influência direta existem APP’s referentes às dunas e lagoas. A área possui três tipos de APPs (dunas móveis, dunas fixas e lagoas), e as intervenções dar-se-ão sobre as dunas móveis. O empreendimento deverá obter do IDEMA a autorização para intervenção ou supressão de vegetação em APP. O RIMA afirma que a autorização deve ser concedida, pois o empreendimento é de utilidade pública, pois vai disponibilizar energia elétrica ao SIN – Sistema Interligado Nacional, atendendo aos princípios da Lei 9478/97 da Política Energética.

Porém, o Ministério Público do RN entrou com um pedido de suspensão da licença do IDEMA ao considerar que o EIA/RIMA não comprova estas condições acima mencionadas. Acompanhei pela imprensa que a Justiça do RN revogou a suspensão da licença e a obra continuou desde setembro de 2012.

Fonte: ( http://www.riograndedonorte.net/2012/09/12/justica-revoga-suspensao- para-parque-eolico-em-galinhos/).

No município de Galinhos não existem Unidades de Conservação (UCs). Sem interferir em UCs o empreendimento está livre das sanções impostas pelo artigo 40 da lei 9605/98.

A farta documentação do RIMA nos permite obter dados que julgo interessantes para comentar neste exercício.

1) Caracterização Física e Ambiental:

O Parque fica localizado no município de Galinhos-RN. A área ocupada pelo empreendimento é de 669,09 hectares e está inserida no litoral ocidental do Rio Grande do Norte e apresenta uma morfologia fortemente ondulada, inserida em sua totalidade no campo de dunas do município de Galinhos.

As fitofisionomias dominantes encontradas no município de Galinhos consistem os ecossistemas litorâneos formados por dunas e manguezais, bem como pela vegetação de caatinga, nas áreas mais interioranas. A fauna local é formada

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principalmente por representantes da avifauna mais adaptados ao tipo de vegetação aberta existente no terreno.

2) Análise de Impactos Ambientais:

Um empreendimento deste porte carrega impactos ambientais e socioeconômicos na região, compreendendo a fase de estudos, implantação e operação. Dentre os quais podemos destacar:

Negativos: Emissão de ruídos, poeira. fuga da Fauna, riscos de acidentes com as aves, degradação da paisagem, alteração da dinâmica do Ecossistema, criação de Campo Magnético e intervenção em Área de Preservação Permanente.

Positivos: Oferta de Energia Elétrica, Não Emissão de CO2, Geração de emprego, Crescimento Econômico, Arrecadação de tributos.

3) Medidas de Compensação Ambiental:

A Compensação Ambiental é um mecanismo financeiro de contrapartida pelos efeitos de impactos ambientais não mitigáveis. Em Galinhos, a compensação ambiental ocorreu por ocasião do licenciamento conforme previsto e solicitado no Termo de Referência emitido pelo IDEMA.

Tendo em vista que no município de Galinhos não existem UCs, sugere-se a destinação dos recursos da Compensação Ambiental para a criação de uma unidade de conservação de proteção integral nesta região ou para a Reserva de Desenvolvimento Sustentável – RDS Ponta do Tubarão, que localiza-se no município de Macau, a 19 km da área do empreendimento.

4) Adoção de Medidas Mitigadoras:

As medidas mitigadoras são propostas visando à mitigação e controle das adversidades, bem como a maximização dos benefícios decorrentes das ações de instalação e funcionamento da CENTRAL EÓLICA REI DOS VENTOS I.

Dentre as medidas podemos destacar:

a) Preparação e sinalização das áreas de acesso:

b) Dar prioridade aos trabalhadores residentes nas localidades próximas e no município afetado, maximizando a geração de emprego aos moradores da região.

c) Execução de pavimentação e drenagem das estradas de acesso interno.

Contribuindo também para o controle da dinâmica sedimentar.

d) Realização de visitas guiadas na central eólica em parceria com os bugueiros e outros guias locais, a fim de apresentar aos estudantes e

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turistas o funcionamento do empreendimento eólico, fomentando o turismo local.

Plano de Controle e Monitoramento técnico:

O plano de controle e monitoramento técnico e ambiental tem como objetivo propor soluções para controlar e atenuar os impactos ambientais adversos previsíveis aos componentes do sistema ambiental pelas ações do projeto de implantação e operação da CENTRAL EÓLICA REI DOS VENTOS I.

Posso elencar alguns dos principais programas de controle permanente:

a) Preservação dos Recursos Hídricos

É pertinente ponderar que durante a fase de implantação da obra poderão ocorrer alterações morfológicas para construção das bases das torres e haverá produção de resíduos sólidos provenientes das obras.

b) Controle da Erosão e Sedimentação

Os sedimentos são bastante susceptíveis de movimentação pela ação das águas pluviais e, sobremaneira, dos agentes eólicos. Portanto é necessário fazer o controle e diagnóstico dos processos erosivos, tanto no meio natural como nos equipamentos da central eólica. Outro fator que precisa de controle é a conservação de toda a vegetação existente na área de influência direta do projeto, onde não haverá necessidade de intervenção.

c) Monitoramento da Fauna

O Programa de Monitoramento da Fauna ficará sob a responsabilidade do empreendedor que contratará profissionais habilitados para executá-lo. Devendo Realizar inventário da fauna, identificar espécies ameaçadas de extinção e fazer levantamento da biocenose em função das estações do ano.

d) Monitoramento de Ruídos

O Programa de Monitoramento de Ruídos será de fundamental relevância para a caracterização das emissões sonoras decorrentes do processo de instalação e operação, detectando o raio de abrangência dos ruídos gerados e o nível de incômodos à população. O aerogerador ALSTOM a ser instalado na área em questão foi projetado para emitir baixos índices de ruídos (em torno de 104 dB a 10,0 metros da fonte).

5) Conclusões

O RIMA deste empreendimento de Galinhos me despertou muita atenção por ser localizado em dunas e por ter muita repercussão na imprensa. A sociedade e o MP afirmam não ser contrários ao empreendimento, porém exigem a relocação de mais de 20 das 35 torres para não atrapalhar o turismo da região.

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Entretanto, o empreendedor alega que já alterou o posicionamento de 5 torres e que fica inviável alterar mais do que isso.

Neste caso de Galinhos fica comprovado que um bom RIMA é fundamental na avaliação dos impactos ambientais e ele sempre será citado nos conflitos judiciais que poderão existir.

Referências

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