Cf. Cardoso, 1990, p. 79) Essa associação, ainda segundo Cardoso e vários outros historiadores que se debruçaram sobre o referido assunto, foi transportada para o Brasil a partir do século XVI, e perdurou por mais de trezentos anos como um dos mais importantes fatores rentáveis da produção econômica, inicialmente do mundo lusófono, brasileiro e depois brasileiro. No caso brasileiro, já desde o início do século XVII, há sua inserção no setor de mineração. Brum Torres (1989, pp) considera como os primeiros sinais de demarcação histórica desse estado moderno, o que chama de revoltas banais do século XIII, especialmente na Inglaterra, quando se constituiu um poder monárquico centralizado a partir do reinado de Henrique II.
Brum Torres diz ainda que essas práticas sofreram inúmeras modificações durante o referido período tradicionalmente caracterizado como um período de transição - o mais adequado seria o da transmutação, como aceito nesta tese - do feudalismo para o capitalismo mercantil, mas apenas no final do séc. XV e início do XVI é que foi de fato fundado o Estado Nacional Moderno10. No campo da Física Experimental, como mostra um pequeno estudo de Rómulo de Carvalho (1982, 97p), na primeira metade do século XVIII, sobretudo no reinado de D. No campo da cartografia e cosmologia do Universo, Portugal foi hegemônico nos séculos XV e XVI começou a entrar em crise a partir do início do século XVII, pelas razões expostas no último item do capítulo anterior.
Da mesma forma, este objeto interage com o conceito de expansão do Universo, ou seja, uma expansão real motivada pelo desenvolvimento das forças produtivas em momentos historicamente determinados e cujo pioneirismo recaiu sobre Portugal, conforme apresentado nos capítulos anteriores. Esta percepção da realidade do mundo da cultura implica o reconhecimento de uma realidade polimorfa e mutável. Ainda nestes aspectos, Moreira continua a destacar – não apenas de um ponto de vista puramente econômico, mas incluindo variáveis culturais e sociais em sua análise – a relação entre os conceitos de renda diferencial em Ricardo e Marx com os de renda da natureza, e a maneira pela qual a aquisição do conhecimento do mesmo foi transmitida no desenvolvimento das forças produtivas.
América (Brasil): materialidade cosmológia pela produção do sentido do discurso cartográfico
América (Brasil) no discurso do confronto
Nossos irmãos, pela facilidade que demonstraram em aceitar nossa fé católica, desejaram muito permanecer ali, para ensiná-los e batizá-los; mas o capitão-general, que os tinha levado para outro campo não menos importante, partiu com eles para a Índia poucos dias depois, e ali mandou erigir uma cruz, assim como dois exilados portugueses que os esperavam para a língua, e enviou um navio para Portugal que o capitão Gaspar de Lemos estava com o novo rei D. Em finais do século XVIII e inícios do século XIX, Manuel Aires de Casal foi considerado o mais importante geógrafo português do seu tempo, no seu clássico livro Corografia Brasílica — cuja primeira edição é de 1817 e onde é publicada pela primeira vez a Carta de Caminha — fornece um breve comentário sobre a impressão que Damião de Góis teve ao tentar falar e entender a língua de cinco índios brasileiros levados a D. Sobre o conhecimento que esses índios tinham do Deus cristão, o discurso de Cardim, como o de outros cronistas católicos, será de condenação.
Cardim também acredita que os índios brasileiros não tinham nem condições de entender o cosmo celeste. Vê-se, portanto, que os discursos dos representantes católicos, incluindo Staden, diferem substancialmente dos de Jean de Léry. Como eles foram os primeiros selvagens que vi de perto, é natural que os observei com atenção e, embora os descreva em detalhes em outro lugar, quero dizer algo sobre eles imediatamente.
Eles certamente usam essas coisas para se enfeitar, mas na realidade a fenda do lábio inferior sem a pedra parecia um segundo vestido, o que os afetou muito. Ao contrário de Léry, que pretendia implantar um núcleo calvinista no Brasil, ou mesmo de Staden, que, muito provavelmente, era empregado do governo português, Thevet mantinha laços político-ideológicos com o governo de seu país, cujo objetivo principal era uma colônia francesa do outro lado do Atlântico Oceano. O conhecimento cosmológico desses autores permitiu fazer considerações sobre o desconhecimento que os antigos tinham da quarta parte do mundo não identificada neste e em outros mapas do século XIII.
Este continente em branco está representado no canto superior direito deste mapa-múndi do século XIII, dividido em quatro partes, três das quais localizam a Europa, a Ásia e a África, e a quarta não está em branco nos mapas feitos a partir do século seguinte. em diante. Viviam completamente nus, não celebravam casamentos, não se abstinham de atos sexuais e formavam uma cultura sem fé cristã, sem lei e sem rei ou outros costumes e tradições de seu velho continente. No entanto, cabe destacar também que a visão dos aspectos acima mencionados - além da justificativa de que a América pertencia exclusivamente ao seu país - não era exclusiva dele, mas de todos os demais viajantes europeus, missionários e outros intelectuais que viajaram pelo Brasil , ainda no século XIX.
Sabe-se que a terra foi medida pelos antigos, e isso ainda pode ser feito da mesma forma hoje, não por graus como fazemos, mas por estádios, passas e pés. Do século XII ao XVII, acreditou-se um paraíso terrestre habitado por pureza, animais e árvores, talvez aquelas de onde se tirava tinta para tingir tecidos e que eram conhecidas na Europa nesse período como pau-brasil. Esta Terra, após um imprevisto por Amerigo Vespucci, foi sobrenaturalmente batizada com a versão feminina de seu nome, como uma homenagem à sua perigosa experiência de superar os perigos do mar.
Ainda no início do século XVIII, Bluteau, que nunca tinha visto o outro lado do Atlântico, retinha a ideia daquela quarta parte do mundo, daquela ilha ou Eldorado, que a imaginação europeia havia imaginado.
Tais pólos, diz ainda o referido capuchinho, derivam-se de um verbo grego que significa
A América, a segunda das quatro partes da terra em tamanho e a única que forma um hemisfério ou metade do globo, leva o nome de Amerigo Vespucci, um piloto florentino, que fez duas viagens a este país a serviço de Castela, e duas outras, se o quisermos dizer com crédito, por ordem do rei D. Devido à sua enorme expansão e ao facto de ter sido descoberta nos últimos séculos, recebeu também a designação de Novo Mundo. Alguns, após a sua descoberta, quiseram que os antigos tivessem notícias da América, então conhecida pelo nome de Ilha da Atlântida;51 ao mesmo tempo, muitos sábios sustentam que a Atlântida era uma ilha fantástica, representada por Platão como uma representação alegórica de o reinado de Atenas.
Outras partes das Américas, a maior parte do novo mundo do século XX, que não começa nem termina nas praias de areia escura da província de Santa Cruz, no México, nem nas praias e paisagens bucólicas de Porto Seguro, Monte Pascal, Bahia. Gutiérrez de Santa Clara/ é a tua alma que marca o pingoll encantado, és tu/ Garcilaso que modula na tua/ flauta argamassada o hino de Nossa Senhora/ de Guadalupe, que protege Tonalá. O dia 3 de maio foi levantado pelo Capitão General Pedro Alvares Cabral a cruz mencionada no capítulo anterior, que comemora a invenção da santa cruz em que morreu por nós a Crista Nosso Redentor, e por isso deu o nome à terra, que foi descoberta por Santa Cruz e foi conhecida por esse nome por muitos anos.
Porém, como o diabo com o sinal da cruz perdeu todo o seu domínio sobre os homens, temendo perder também o que tinha nas mãos desta terra, trabalhou para esquecer seu nome e manter o Brasil, por causa de um suposto bastão de tingimento de tecido escarlate, dos quais existem muitos nesta terra, como se o nome de um bastão de tingimento de tecido fosse mais importante do que o daquele bastão divino que deu tinta e virtude a "todos os sacramentos da Igreja, sobre os quais foi construído e se manteve tão forte e consolidado quanto sabemos. E talvez por isso, embora o nome do Brasil tenha sido acrescentado ao nome do estado e o chamem de Estado do Brasil, permaneceu tão pouco estável que nem cem anos atrás hoje, quando escrevo, as pessoas começaram a povoar, alguns lugares já estão despovoados e, como a terra é tão grande e fértil como veremos daqui para frente, o discurso de Frei Vicente do Salvador sobre o nome próprio de Santa Cruz , a terra descoberta por Pedro Álvares Cabral foi mais uma daquelas proezas realizadas por Deus para conduzir os justos à vida eterna e livrar-se das tentações demoníacas do inferno. 55 Portanto, se não fosse a vontade divina, aquele primeiro ato não teria sido celebrado, o serviço ecumênico (Primeira Missa) que coincidentemente ocorreu em 3 de maio de 1500, quando a cruz foi erguida para sua celebração.
No entanto, quando o diabo com o sinal da cruz perdeu todo o domínio que tinha sobre o povo, temendo que também perdesse muito do que tinha nas mãos desta terra, trabalhou para esquecer seu primeiro nome e manter o Brasil, porque do chamado bastão de cor vermelha e queimada com que tingem os panos, que são muitos neste país, como se o nome de um bastão que tinge tecidos fosse mais importante do que o daquele bastão divino, que deu cor e virtude a todos os sacramentos da Igreja, e sobre os quais ela construiu e se firmou, tão firme e bem fundamentada quanto sabemos. E talvez por isso, ainda que o nome do Brasil tenha sido adicionado ao nome do estado e o chamem de Estado do Brasil, não era tão estável que agora que não tenho nem cem anos, quando escrevo isso , as pessoas começaram já estão despovoadas em alguns lugares, e como a terra é tão grande e fértil como veremos, não está aumentando, mas diminuindo. Por que nome de Santa Cruz era aquela terra chamada os primeiros anos: e a cruz levantada estava naquele lugar.
Mas quando o diabo no fim da cruz perdeu o domínio que tinha sobre nós, pela paixão de Cristo Jesus nela consumada: tanto que começou a sair daquele país pau vermelho chamado Brasil, fez que este nome restos. na boca do povo, e isso se perdeu o de Santa Cruz. Como pode o nome de um bastão que tinge panos importa mais do que o do bastão que deu cor a todos os sacramentos pelos quais somos salvos, por meio do sangue de Cristo Jesus que foi derramado sobre ele.
