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Palavras-chave: cuidados paliativos; câncer; psicologia hospitalar; morte na infância

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Academic year: 2023

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19º Seminário de Pesquisa/Seminário de iniciação científica-UNIANDRADE 2021

CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA SOB A PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA HOSPITALAR

Ana Paula Da Silva * e Ana Paula Wilvert **

*Discente do Curso de Psicologia, do Centro Universitário Campos de Andrade – UNIANDRADE, Curitiba, Paraná, Brasil

**Docente do Curso de graduação em Psicologia, do Centro Universitário Campos de Andrade – UNIANDRADE, Curitiba, Paraná, Brasil

e-mail: anapsico18@gmail.com

Resumo: A psicologia hospitalar vem tomando cada vez mais importância dentro dos hospitais gerais, destacando a sua

necessidade nas equipes

multiprofissionais Os cuidados paliativos aparecem como uma forma de aliviar os sintomas e reduzir o sofrimento, e por mais importante que esses cuidados possam ser muitas vezes são negligenciados, evitando a sua aplicação em pacientes que ficam fora das possibilidades curativas e que pode ocorrer de o paciente ser exposto a intervenções desnecessárias e dolorosas com objetivos curativos, o que faz ter uma baixa adesão aos cuidados paliativos. Essas situações pioram quando se tratam de crianças oncológicas para receber esses cuidados. O presente trabalho visa mostrar a importância da atuação do psicólogo hospitalar em equipes multiprofissionais nos cuidados paliativos de crianças oncológicas.

Palavras-chave: cuidados paliativos;

câncer; psicologia hospitalar; morte na infância.

Abstract: Hospital psychology has gained increasing importance within general hospitals, highlighting its need in multidisciplinary teams. Palliative care appears as a way to alleviate symptoms and reduce suffering, and as important as this care may be, it is often neglected, avoiding its application in patients who are out of curative possibilities and the patient may be exposed to unnecessary and painful interventions with curative objectives, which leads to low adherence to palliative care. These situations get worse

when it comes to cancer children receiving this care. This work aims to show the importance of the role of the hospital psychologist in multidisciplinary teams in palliative care for children with cancer.

Keywords: palliative care; cancer; hospital psychology; childhood death.

INTRODUÇÃO

De acordo com o Instituto nacional do câncer (INCA), o câncer se caracteriza como um conjunto de doenças do tipo maligno com um grande crescimento. São muitos os tipos de câncer, quando se trata da doença em crianças os mais comuns são: leucemia, tumores que afetam o sistema nervoso e os linfomas. O melhor a se fazer nessas doenças é a prevenção e o diagnóstico precoce.

Cardoso (2007) explica que os casos de cânceres em crianças, são diferentes dos adultos, por não terem influência ambiental sendo assim não tendo a prevenção como um fator a ser levado em conta, com isso não sendo possível o foco maior é no diagnóstico precoce. Para o momento em que a doença não possui mais possibilidades curativas, quando a criança entra em fase terminal entra-se então com os cuidados paliativos.

Os cuidados paliativos segundo o INCA é uma forma de alívio do sofrimento e da dor que o indivíduo possa vir a sentir diante da sua doença e de oferecer maior qualidade de vida. Com esses cuidados serão atendidas todas as áreas que compõem o indivíduo sendo elas: social, psicológica, espiritual e física. Como a

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psicológica é uma das áreas que será atendida, entra-se com o profissional da psicologia.

Tendo em vista a importância do profissional psicóloga(o), neste momento quando se oferece os cuidados paliativos para crianças, já que acaba sendo um momento de extrema sensibilidade não apenas para o paciente, mas para toda a família e equipe que esteja envolvida, o psicólogo hospitalar vem como uma forma de trabalhar a aceitação, realizar a elaboração do luto e oferecer assistência.

sendo a motivação para essa pesquisa.

METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido a partir de uma revisão bibliográfica da literatura, trata-se de uma pesquisa ampla, que apresenta e discute os cuidados paliativos para pacientes pediátricos oncológicos. Para o desenvolvimento da pesquisa foi utilizadas algumas bases de dados, sendo estas a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scielo e PePSIC. Os termos utilizados para realizar esta pesquisa foi:

Psicologia Hospitalar, Oncologia Pediátrica, cuidados paliativos, Equipe Multiprofissional.

RESULTADOS

As neoplasias, conhecidas popularmente como câncer, é uma categoria que abarca mais de 100 doenças que ocorrer em qualquer região do organismo. O tipo de câncer se deve à qual célula dá origem ao tumor, por exemplo, ao começarem em tecidos epiteliais, como as mucosas ou pele, recebem o nome de carcinomas (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER – INCA, 2020).

Estatisticamente falando, estimasse que no ano de 2020 houveram 8.460 novos casos de câncer, sendo 4.310 para o sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino. O número de mortes apresentou-se com um número de 2.554, sendo 1.423 para meninos e 1.150 para meninas no ano de

2019. Entretanto, desde da década de 1990 houve um aumento da taxa de cura do câncer (INCA, 2020).

Ao especificar sobre quais são as neoplasias mais frequentes no público infantil serão listadas as leucemias - como sendo o câncer mais comum - temos também os tumores que afetam o sistema nervoso central - este é o segundo tipo de câncer mais comum na infância - e os linfomas - afetam os tecidos linfoides.

Existem dois tipos de linfoma, os Linfomas de Hodgkin e o Linfoma não Hodgkin (Cypriano, 2020). Infelizmente existe o risco de morte em qualquer fase da doença e tratamento, e ainda existem os casos onde não existe mais possibilidades curativas, seja por um avanço muito grande do tumor (fazendo ter um prognóstico ruim) ou os tratamentos não surtem mais efeito e quando isso ocorre o paciente fica fora das possibilidades curativas fazendo com que ele passe a receber os cuidados paliativos (Dias;

Batista; Fernandes; Zaccara; Oliveira;

Vasconcelos & Oliveira, 2020)

O INCA (2018) estabelece que os cuidados paliativos pediátricos foram definidos em 1998 como a assistência prestada ao paciente e a família que possui alguma doença crônica e/ou ameaçadora da vida, com a intenção de melhorar a qualidade de vida, proporcionando conforto, através da diminuição dos sintomas, atendendo no âmbito físico, social, espiritual e psicológico.

Antes de falar sobre a atuação do psicólogo nos cuidados paliativos, devemos explorar sobre sua atuação dentro do âmbito hospitalar. Ela foi definida pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP) como uma especialidade que atua em instituições de saúde nos pontos secundários e terciários de atenção à saúde. O psicólogo enquanto atuante no ambiente hospitalar estará lidando com os sofrimentos tanto do paciente e seus familiares quanto dos profissionais. Terá como atuação um facilitador da comunicação, mediando as relações, entre

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paciente e equipe e equipe e equipe, promovendo para que o ambiente seja o menos estressor possível (CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DO PARANÁ – CRP-PR, 2016).

O setting terapêutico no âmbito hospitalar não é característico do setting clínico em consultórios, não é um espaço privado, o atendimento acaba sendo interrompido diversas vezes por médico, enfermeiros e técnicos, não há um espaço próprio para esses atendimentos, o psicólogo acaba por atender o paciente em diversos locais como em enfermarias, o que nesses casos não é possível manter um sigilo (ALMEIDA; MALAGRIS, 2011).

O psicólogo hospitalar atuante nos cuidados paliativos de crianças com câncer, fará um atendimento abarcando uma tríade paciente-família-equipe. Para a atuação nesse contexto, o psicólogo atua no auxílio dos pacientes e seus familiares com o importante trabalho de administrar os sofrimentos psíquicos que vêm acompanhados da doença. Esse trabalho é desenvolvido dentro de uma equipe multiprofissional (OLIVEIRA; ROSA;

MARBACK, 2018).

O psicólogo que atua junto ao hospital geral realiza uma escuta especializada, ele irá acolher a família; paciente e equipe, e lidará com os diversos distúrbios emocionais decorrentes do adoecimento e das consequências (SEPARPVICH;

ARROYO; NASCIMENTO; RODRIGUES, 2020).

Desde o diagnóstico do câncer traz diversos estressores para a vida do paciente e seus familiares, trazendo inúmeras perdas na qualidade de vida o que expõe a necessidade de um ajustamento psicossocial e intervenções psicológicas. Essa doença desde o seu diagnóstico necessita de tratamentos agressivos e invasivos, afetando drasticamente na vida dos pacientes junto a seus familiares, o que demonstra uma necessidade de atendimentos além do médico e passando a incluir outras áreas

como a psicologia (Scannavino et al., 2013).

Quando a criança fica fora das possibilidades curativas, seja por fracasso no tratamento ou mesmo após um período de remissão de sintomas quando pode ocorrer a recidiva, pensa-se então nos cuidados paliativos (Gurgel & Lage, 2013).

Ao inserir uma criança nos cuidados paliativos, propicia vários sentimentos em todos os envolvidos. Em questão das dificuldades da equipe, percebe-se que toda a equipe médica sente impasses em lidar com a morte de um paciente, quando a morte se aproxima a equipe demonstra sentimentos como de impotência e onipotência (GURGEL; LAGE, 2013).

Sanches, Nascimento e Lima (2014) contam que uma das maiores queixas das famílias em relação à equipe é a forma com a qual eles comunicam as más notícias em relação aos filhos, como também da evolução da doença e os tratamentos de viés curativos não estão mais surtindo efeito.

No momento em que a morte da criança está próxima, os pais passam a viver um grande estresse emocional, comumente, mortes de crianças e adolescentes geram reações mais intensas em relação a pessoas mais velhas (TORRE; RICCI;

LINHARES, 2020). Tanto o paciente quanto a família podem viver um luto antecipatório. Os autores ainda continuam, que o luto antecipatório, é um luto que a pessoa percebe/sabe que irá sofrer uma perda, porém essa perda ainda não ocorreu.

A família descreve que o adoecimento da criança e adolescente são momentos de sofrimento e solidão, eles deixam de realizar outras tarefas e passam o tempo exclusivamente para atendê-los.

(SANCHES; NASCIMENTO; LIMA, 2014).

Analisando todos esses aspectos, observamos o real valor de ter o psicólogo hospitalar neste momento. esse profissional ajudará com os processos da morte e do luto, auxiliando a todos, sendo a tríade paciente-família-equipe. sempre

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buscando uma melhor qualidade de vida e maior facilitação na aceitação do quadro.

CONCLUSÃO

Como exposto nesta pesquisa, observamos que o câncer em estádio terminal afeta não apenas que a pessoa que sofre com a doença, mas seus familiares, pessoas próximas e também a equipe que atende aquele indivíduo.

O psicólogo se mostrou de extrema importância, pois quando se tem a presença de um psicólogo hospitalar no acompanhamento de crianças em estágio terminal e seus familiares, ele ajudará a todos no enfrentamento da situação que o quadro passa. Colabora para uma melhor aceitação, ameniza o sofrimento e acolhe a todos.

O profissional da psicologia neste contexto irá colaborar para um melhor desenvolvimento dos últimos momentos de vida da criança, da família e da equipe, já que prestará serviços de auxilio, facilitador, mediador e colaborador diante dessa situação. Isso nos mostra que o psicólogo tem um real valor ajudando o paciente diante da morte iminente, da família com a elaboração do luto e com a equipe, e também na comunicação entre os médicos e a família.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Raquel Ayres de; MALAGRIS, Lucia Emmanoel Novaes. A prática da psicologia da saúde. Revista da SBPH, v. 14, n. 2, p. 183-202,

2011. Disponivel em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_artt ext&pid=S1516-08582011000200012#end

CARDOSO, Flávia Tanes. Câncer infantil: aspectos emocionais e atuação do psicólogo. Revista da SBPH, v. 10, n. 1, p. 25-52, 2007. Disponivel em:

http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v10n1/v10n1a0 4.pdf

BARROS, A. R. et al. Psicologia Hospitalar:

Considerações sobre assistência, ensino, pesquisa e gestão. CRP PR, Curitiba, 2016.. Disponivel em:

https://crppr.org.br/wp-

content/uploads/2019/05/AF_CRP_Caderno_Hosp italar_pdf.pdf

DIAS, Kalina Coeli Costa de Oliveira et al.

Dissertações e teses sobre cuidados paliativos em

oncologia pediátrica: estudo bibliométrico. Acta Paulista de Enfermagem, v. 33, 2020. Acessado em: http://www.revenf.bvs.br/pdf/ape/v33/1982- 0194-ape-33-eAPE20190264.pdf

GURGEL, Luciana Araújo; LAGE, Ana Maria Vieira.

Atuação psicológica na assistência à criança com câncer: da prevenção aos cuidados paliativos.

2013. Disponivel em:

http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/17714 OLIVEIRA, Bruna Dias; ROSA, Raphaella Freitas;

MARBACK, Roberta Ferrari. Atuação da psicologia hospitalar: o cuidado com crianças com câncer, família e equipe multidisciplinar. Seminário Estudantil de Produção Acadêmica, v. 17, 2018.

Acessado em:

https://revistas.unifacs.br/index.php/sepa/article/vie w/5494/3617

SANCHES, Mariana Vendrami Parra;

NASCIMENTO, Lucila Castanheira; LIMA, Regina Aparecida Garcia de. Crianças e adolescentes com câncer em cuidados paliativos: experiência de familiares. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 67, p. 28-35, 2014. DOI: https://doi.org/10.5935/0034- 7167.20140003

SCANNAVINO, Camila Saliba Soubhia et al. Psico- Oncologia: atuação do psicólogo no Hospital de Câncer de Barretos. Psicologia USP, v. 24, p. 35- 53, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103- 65642013000100003

SEPAROVICH, Laise Alcantara et al. 8. A psicologia hospitalar no contexto da equipe multiprofissional. Revista Científica UMC, v. 5, n. 1,

2020. Acessado em:

http://seer.umc.br/index.php/revistaumc/article/vie w/676

DE LA TORRE, Bianca Andrade Paz et al. O Luto e a Família. Revista de Saúde, p. 13-13, 2020. DOI:

https://doi.org/10.21727/rs.v0i0.2563

Cypriano, Monica. E se for câncer infantil? Os sinais da doença e as chances de cura. Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer-GRAACC.

(2020). Acessado em:https://graacc.org.br/wp- content/uploads/2021/04/Cartilha_Diagnostico- precoce_1920x1080-1.pdf

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil).

Tipos de câncer. [Brasília, DF]: Instituto Nacional do

Câncer, 2020. Disponível em:

https://www.inca.gov.br/o-que-e-cancer

Referências

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