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Palavras-chave: Dividendos – Fundos de Investimento – Repasse – Instrução Normativa RFB nº 1.585/2015

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Por sua vez, a amortização das cotas representa um pagamento uniforme a todos os cotistas do fundo de investimento, sem redução do número de cotas do fundo de investimento. Assim, no caso de amortização, o valor de cada cota do fundo de investimento será desvalorizado devido ao pagamento uniforme a todos os cotistas1. O tratamento tributário previsto na Instrução Normativa RFB nº representa uma mudança de postura da administração fiscal sobre o tema, que até então permitia que fundos de investimento transferissem diretamente a seus cotistas, com isenção de imposto de renda, dividendos recebidos de empresas emissoras do ações que compõem sua carteira de investimentos.

O disposto no caput também se aplica a qualquer fundo de investimento que tenha cotas em carteira”. 17 Sobre a relação entre a mobilidade de capitais e o tratamento tributário dos fundos de investimento, ver: FONSECA, Fernando D. Fica claro, portanto, que a Instrução Normativa RFB nº influencia as decisões de investimento e o uso de fundos de investimento para agregação de recursos financeiros de agentes econômicos redundantes , .

Por fim, os fundos de investimento em participações podem ser afetados, pois a isenção dos dividendos transferidos foi uma forma de garantir a neutralidade das decisões de investimento, evitando o agrupamento de recursos no âmbito do fundo de investimento que aumentaria a carga tributária do investidor. Como os fundos de investimento são importantes instrumentos para consolidar os recursos financeiros de diversos investidores investidos em um único canal de investimento, a decisão da RFB de tributar os dividendos repassados ​​aos cotistas pode desestimular a junção de recursos e a formação de poupança de longo prazo.

A Instrução Normativa RFB nº 1.585/2015 no contexto do regime tributário dos fundos de investimento

O administrador do fundo de investimento é responsável pela administração da carteira de valores mobiliários, bem como pela execução das atividades relacionadas à sua operação e manutenção, dentre as quais se destaca a execução de sua política de investimentos. De um lado, o artigo 2º da Instrução Normativa CVM nº. O Decreto-Lei n.º 409/2004 e demais normas regulamentares em vigor tratam claramente o fundo de investimento como património colectivo, de titularidade conjunta de vários condóminos, como comparticipação sujeita a regime especial26 - 27. Por outro lado, o fundo de investimento pode ser considerada como um centro de alocação de direitos e obrigações, que possui patrimônio próprio, como uma espécie de empresa28.

No Brasil, os rendimentos e lucros das carteiras dos fundos de investimento são geralmente isentos de imposto de renda31. Com isso, o Imposto de Renda passou a ser centrado no nível dos cotistas, por ocasião da compra e amortização de cotas, ou da antecipação semestral das cotas de alimentação, ao final de cada mês de maio e novembro, na hipótese de de fundos de investimento organizados sob a forma de condomínio aberto. Os fundos mútuos organizados na forma de condomínio fechado não estão sujeitos a comedores de cotas.

Entretanto, não é necessário que este estudo se aprofunde nas especificidades de cada tipo de fundação de investimento. O que deve ser observado neste ponto da apresentação é que as receitas e lucros são atribuídos ao próprio fundo mútuo. A maior evidência da afirmação acima está no tratamento tributário aplicado aos resultados dos fundos mútuos.

Pessoa Física Investimento indireto por fundo de investimento Dividendos Isento de imposto de renda Imposto sobre resgate ou. Assim, do ponto de vista regulatório, há dois regimes possíveis: (i) os dividendos podem ser incorporados à carteira dos fundos de investimento, caso em que o imposto de renda incidirá apenas na esfera do cotista, no momento do resgate ou amortização dos ações; (ii) os dividendos podem ser transferidos diretamente aos acionistas, hipótese em que a intermediação do fundo de investimento não altera a natureza jurídica dos rendimentos. Pessoa Física Investimento indireto por fundo de investimento Dividendos Isenção de imposto de renda Imposto de resgate ou.

Diante disso, fica claro que o problema da Instrução Normativa RFB nº reside na tentativa de alterar o tratamento tributário aplicável à opção dada aos fundos de investimento e seus cotistas por normas regulamentares, sem base legal.

Com base nas disposições estatutárias acima, o artigo 22 da Instrução Normativa RFB n.º estabelece que os dividendos que os fundos de investimento repassarem diretamente aos seus cotistas são isentos de imposto de renda. Assim, o referido diploma normativo reconheceu que os dividendos repassados ​​pelos fundos mútuos mantiveram intacta sua natureza jurídica, uma vez que as normas regulamentares da CVM permitem que os dividendos dos ativos (ações ou quotas) que compõem a carteira de investimentos do fundo sejam repassados ​​diretamente aos cotistas. Durante a vigência do artigo 22 da Instrução Normativa RFB nº, discutiu-se no mercado sobre a base legal do referido dispositivo, uma vez que o código tributário não menciona explicitamente a manutenção da isenção do imposto de renda na transferência de dividendos por fundos mútuos detenção de ações tem em sua carteira38.

Assim, o artigo 22 da Instrução Normativa RFB nº pode ser considerado uma consequência pura das normas regulamentares da CVM que permitem a transferência direta dos dividendos recebidos pelos fundos de investimento aos seus cotistas. Com efeito, o artigo 42 da Instrução Normativa CVM nº 409/2004 prevê que o administrador de fundos de investimento poderá destinar diretamente aos cotistas os valores destinados ao fundo a título de dividendos, juros sobre capital próprio ou outros rendimentos provenientes de ativos integrantes de sua aplicação carteira, desde que expressamente permitido no regulamento. Pela simples leitura das normas regulamentares acima, fica claro que o fundo de investimento tem o direito de transferir diretamente aos cotistas os dividendos recebidos em decorrência dos ativos que compõem sua carteira de valores mobiliários, desde que expressamente autorizado pelo regulamento.

Atendendo a que as normas regulamentares garantem ao fundo de investimento o direito à distribuição de dividendos, mantendo intacta a definição técnico-legal, há que reconhecer que cabe ao Fisco a simples aplicação do imposto resultante previsto sobre os rendimentos em causa, com o reconhecimento da isenção do imposto de renda prevista no artigo 10 da Lei nº 9.249/1995. Assim, por força de previsão expressa no regulamento dos fundos de investimento e nas normas regulamentadoras da CVM, o acionista passou a ter o direito de receber por transferência direta os dividendos declarados pelas companhias. Uma vez que o dividendo pago pelo fundo de investimento ao cotista mantém sua natureza jurídica, é imprescindível o reconhecimento da aplicação da isenção do imposto de renda prevista no artigo 10 da Lei nº 9.249/1995.

Assim, uma vez constatado que o fundo de investimento é obrigado a repassar ao cotista o valor do dividendo recebido, é certo que esse valor mantém sua natureza jurídica originária de dividendos, o que implica o reconhecimento da isenção de imposto de renda concedida pelo artigo 10 da Lei nº 9.249/1995. Ou seja, ciente da impossibilidade de tributar valores caracterizados como dividendos em desacordo com a isenção do imposto de renda prevista no art. 10 da Lei nº de cotas ou depreciação de cotas, justamente porque tais fatos são tributados pelo imposto de renda. Uma vez que as normas regulamentares garantem ao fundo de investimento o direito de transferir dividendos, preservando a sua definição técnico-legal, cabe ao Fisco aplicar as consequências fiscais previstas para o respectivo pressuposto normativo, tendo em conta a isenção de imposto sobre o rendimento prevista no no artigo 10 da Lei nº 9.249/1995.

Essa característica indica que, em caso de transferência obrigatória de dividendos, os valores correspondentes não são incluídos no cálculo do retorno ordinário dos fundos de investimento. Fica claro, portanto, que o dividendo repassado diretamente ao cotista não é incluído positivamente no capital do fundo de investimento. Assim, nos casos em que o regulamento do fundo de investimento determine a transferência obrigatória de dividendos aos cotistas, há fundamento legal para proteger que o dividendo transferido diretamente ao cotista permaneça isento de imposto de renda com base no art. 10 da Lei nº. da interpretação aprovada pela RFB no artigo 21 da Instrução Normativa RFB nº.

Conclusões

Esse aspecto mostra que o fato de o fundo de investimento ter capacidade tributária passiva é irrelevante para a análise da questão, pois mesmo que a obrigação tributária passiva abandone a existência de pessoa jurídica, conforme definido no artigo 126 do Código Tributário Nacional ( CTN), não há dúvida de que só pode tributar os valores incluídos no patrimônio do fundo de investimento, o que não ocorre com os dividendos repassados ​​aos cotistas. Assim, nos casos em que o regulamento dos fundos de investimento preveja a transferência obrigatória de dividendos aos cotistas, há fundamento legal para a defesa de que o dividendo transferido diretamente ao cotista permanece isento de imposto de renda com base no art. 10 da Lei n. interpretações aceitas. RFB no artigo 21 da Instrução Normativa RFB nº. 1.585/2015. Além disso, ao disciplinar a tributação das aplicações em fundos de investimento, o legislador optou pelos institutos existentes no direito privado e nas normas regulamentadoras da CVM, tais como alienação, depreciação, resgate e liquidação, aplicando o imposto decorrente que julgou adequado .

Para os dividendos transferidos diretamente aos cotistas, o legislador não determinou tratamento tributário específico em razão da intermediação do fundo de investimento, mantendo-se a disciplina legal e fiscal prevista no art. 10 da Lei nº 9.249/1995. Portanto, o valor do dividendo repassado do fundo de investimento diretamente ao cotista mantém sua natureza jurídica originária de dividendo, o que significa o reconhecimento da isenção do imposto de renda prevista no artigo 10 da Lei nº 9.249/1995. Diante disso, o fisco não pode obrigar fundos de investimento a transferir valores a seus cotistas na forma de resgate de cotas ou amortização de cotas, apenas porque tais eventos estão sujeitos ao imposto de renda.

Isto significa que a Administração Tributária e Aduaneira não pode, através de lei normativa, obrigar o contribuinte a escolher a forma mais onerosa de praticar os seus atos jurídicos, assim como não pode obrigar os fundos de investimento a distribuir resultados aos seus acionistas da forma mais onerosa . fiscal, sob pena de violação do princípio da legalidade52.

Referências

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Assim, ao observarmos a relação entre Estado e Sociedade por meio da análise de política pública da questão tributária, torna-se claro que embora seja uma política que