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ENFERMAGEM EM UTI NEONATAL E PEDIÁTRICA

ADRIANA BASTOS MACEDO

CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM A PELE DO RECÉM- NASCIDO PREMATURO

SALVADOR

2012

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM A PELE DO RECÉM- NASCIDO PREMATURO

Artigo apresentado à Universidade Castelo Branco e Atualiza Associação Cultural como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Enfermagem UTI Neonatal e Pediátrica sob a orientação do Professor Fernando Reis do Espírito Santo.

SALVADOR

2012

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PREMATURO.

Adriana Bastos Macedo1

Fernando Reis do Espírito Santo2 (Orientador)

RESUMO: Esse estudo aborda sobre os cuidados de enfermagem à pele do RN prematuro, que possui peculiaridades anatomofisiológicas e funcionais próprias da sua idade gestacional:

é fina e transparente, avermelhada, com lanugem protetora, pouca vérnix caseosa, e com veias visíveis, devido escassez de tecido adiposo e a superficialidade da rede capilar. Dessa forma, assistir o RN prematuro é uma das grandes preocupações da equipe de enfermagem, principalmente quando há situação de risco de morte e/ou consequente internação em uma unidade de terapia intensiva (UTIN). Diante disso, o presente estudo tem como objetivo evidenciar os cuidados de enfermagem necessários para a manutenção da integridade da pele do recém-nascido prematuro. Trata-se de uma de uma pesquisa bibliográfica, do tipo exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, cujos dados foram obtidos a partir de artigos publicados em periódicos indexados nas bases de dados Scielo, BVS e BDEnf nos últimos 10 anos (2002 a 2012). Os estudos revelam a importância dos cuidados de enfermagem para a manutenção da integridade cutânea do recém-nascido prematuro, por considerarem a equipe de enfermagem como alicerce de um cuidado não somente técnico- científico, mas também humano e individualizado.

Palavras-chave: recém-nascido, prematuro, cuidados de enfermagem.

1Bacharel em Enfermagem pela Universidade Católica de Salvador.

adrianaenfa@hotmail.com

2Doutor em Educação pela PUC/SP – Professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

fres.nando@uol.com.br

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1 INTRODUÇÃO

O recém-nascido (RN) é classificado por dois parâmetros, a saber: idade gestacional (IG) e peso ao nascer. Em alguns casos, ocorre a prematuridade, ou seja, quando a criança nasce antes do tempo de gestação esperado para o adequado desenvolvimento uterino.

A Academia Americana de Pediatria desde a década de 1970 instituiu como prematuro todo RN que nasce antes de trinta e oito semanas de idade gestacional, incluindo a conclusão da trigésima sétima semana.

De acordo com Martins e Tabia (2009), independente da idade gestacional, a pele não só se apresenta como a camada mais externa e o maior sistema de nosso corpo, como também são considerados como primeira linha de defesa contra infecções.

No que diz respeito à pele do RN prematuro, sabe-se que estes, possuem peculiaridades anatomofisiológicas e funcionais próprias da sua IG. No caso dos recém- nascidos a termo (entre 37 e 41 semanas de idade gestacional), a pele é úmida e quente ao toque; a lanugem, um cabelo fino e felpudo pode existir sobre as costas e os ombros, e, o estrato córneo é fundido com o vernix caseoso, que é uma substancia gordurosa branca produzida pelas glândulas sebáceas e protetoras do fluido amniótico. Quanto ao recém- nascido prematuro (com menos de trinta e sete semanas), a pele é fina e transparente, avermelhada, com lanugem protetora, pouca vérnix caseosa, e com veias visíveis, devido escassez de tecido adiposo e a superficialidade da rede capilar (BRÊTAS et al. 2005).

Rolim et al. (2009) dizem que assistir o RN prematuro é uma das grandes preocupações da equipe de enfermagem, principalmente quando há a situação de risco de morte e/ou consequente internação em uma unidade de terapia intensiva (UTIN). Os autores relatam que esse é um período delicado porque o bebê será excessivamente manuseado durante a fase mais crítica, tanto por procedimentos dolorosos quanto para cuidados de rotina.

Dessa forma, entende-se que a preservação da integridade cutânea é um aspecto fundamental do cuidado de enfermagem durante o período neonatal, pois a pele do RN, sobretudo a do prematuro, pode facilmente sofrer lesões em decorrência da sua constituição.

Nessa perspectiva, as intervenções de enfermagem são indispensáveis para manter a

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integridade cutânea, prevenir a injúria física e química, minimizar a perda sensível de água, manter a temperatura estável e prevenir infecções (TAMES; SILVA, 2006).

Assim, a partir de experiências profissionais como enfermeira assistencial de uma UTIN e dos conhecimentos aprimorados durante a pós-graduação em pediatria e neonatologia, despertei para a valorização das práticas de cuidados de enfermagem para a manutenção da integridade da pele do recém-nascido prematuro.

Dessa forma, levanta-se como problema de pesquisa: Quais os cuidados de enfermagem necessários para a manutenção da integridade da pele do recém-nascido prematuro? Para responder a essa questão, elegemos como objetivo, evidenciar os cuidados de enfermagem necessários para a manutenção da integridade da pele do recém-nascido prematuro publicados em literatura científica nos dez últimos anos.

Com isso, espera-se que a revisão e discussão em torno das práticas de cuidados com a pele do RNPT sirvam como subsídios para o manuseio apropriado da pele, favorecendo uma melhor qualidade de vida para recém-nascidos prematuros.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A PREMATURIDADE

A prematuridade é atualmente um tema de grande relevância no Brasil e no mundo, devido às altas taxas de morbidade e mortalidade materna e perinatal, caracterizando-se como um dos fatores determinantes mais importantes da mortalidade infantil.

Estudos apontam um aumento na incidência da prematuridade e do baixo peso

ao nascer em capitais e cidades de maior porte no País, como o Rio de Janeiro (12%) e Pelotas (16%) relacionado às taxas crescentes de cesarianas programadas com interrupção indevida da gravidez, sem justificativa médica (BRASIL, 2011).

O neonato prematuro é aquele cujo nascimento ocorre antes do fim do último dia da 37ª semana (259 dias; i.e., 36 6/7 semanas) e após o início do último período menstrual.

Embora a etiologia para os partos prematuros seja muitas vezes desconhecida, existem fatores frequentemente associados com sua ocorrência, como: o baixo nível socioeconômico; a raça - gestantes afrodescendentes; a idade – mulheres abaixo dos 16 anos e acima dos 35 anos;

atividades maternas que requeiram estresse físico; doenças maternas agudas e crônicas;

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gestações múltiplas; fatores obstétricos a exemplo de malformações uterinas (LEE;

CLOHERTY, 2005).

Dentre os fatores de risco associados à ocorrência de prematuridade, destacam-se: o baixo peso materno pré-gestacional e extremo de idade materna; história prévia de natimorto;

tabagismo na gravidez; ganho de peso materno insuficiente; hipertensão arterial; sangramento vaginal; infecção do trato geniturinário e cinco ou menos consultas no pré-natal; distress materno; baixa escolaridade, pertencer à força de trabalho livre e trabalhar em pé (SILVEIRA, et. AL, 2008).

Estudos apontam a gravidez na adolescência como importante fator de risco para os partos pré-termos, principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil. Estatísticas recentes mostram que as adolescentes têm 75% mais risco de ter parto prematuro que as mulheres adultas (GOLDENBERG; FIGUEIREDO; SILVA, 2005). O parto pré-termo representa a intercorrência obstétrica com maior frequência entre adolescentes em comparação com gestantes de outras faixas etárias (CASCAES; GAUCHE; BARAMARCHI;

BORGES; PERES, 2008).

A gravidez na adolescência justifica-se como um problema de saúde pública por acarretar complicações obstétricas, com repercussões para a mãe e o recém-nascido, sendo responsável pelo aumento da morbidade e mortalidade neonatal e infantil. A gestação na mulher jovem ocorre em um organismo ainda em desenvolvimento físico e emocional, e poderá apresentar problemas de crescimento, distúrbios emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações na gravidez e problemas intrínsecos ao parto (GALLO, 2011).

Os problemas decorrentes da prematuridade, relacionados com a dificuldade de adaptação extrauterina relacionam-se com a imaturidade dos sistemas orgânicos. São eles:

respiratórios, neurológicos, cardiovasculares, hematológicos, nutricionais, gastrointestinais, metabólicos, renais, imunológicos, oftalmológicos e de regulação da temperatura corpórea (LEE; CLOHERTY, 2005).

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2.2 A PELE DO RNPT

A pele é o maior órgão do corpo humano e suas funções vão desde a proteção, regulação térmica e hidroeletrolítica até a recepção de impulsos táteis como o toque, a temperatura, a dor e a pressão (DOUMA; PACKARD, 2005).

A depender da idade gestacional a pele do RN difere de um para o outro. No RN a termo a pele é úmida e quente ao toque, com lanugem protetora nos ombros e costas, é macia, aveludada, com rugas e coberta por uma quantidade moderada de vérnix caseoso ao nascer. A coloração é rósea, com exceção de mãos e pés que se apresentam azulados por causa de instabilidade vasomotora, estase capilar e à elevação dos níveis de hemoglobina. Ao contrário, a pele do RN prematuro é fina, transparente, avermelhada, com pouca vérnix caseosa e veias visíveis devido à escassez de tecido adiposo e superficialidade da rede capilar (BRÊTAS;

QUIRINO; SILVA; SABATÉS, 2005).

No geral, a pele do RN apresenta várias alterações cutâneas, podendo ser temporárias, com maior e menor gravidade. Algumas lesões têm demonstrado graves afecções clínicas como as máculas despigmentadas em folha que é uma manifestação inicial da esclerose tuberosa, o nevo melanocístico congênito que tem grande potencial de se transformar em uma lesão maligna, as manchas café com leite que são com frequência o primeiro sinal da neurofibromatose ou outra afecção com envolvimento sistêmico (PEREIRA, L. B; GONTIJO B; SILVA C. M. R, 2001).

Os recém-nascidos prematuros possuem uma pela mais fina e gelatinosa, contendo pouca camada do stratum corneum, oferecendo assim menos proteção ou barreira contra agressões externas, como toxinas e agentes que possam causar infecções. Mesmo escasso, o vernix caseoso apresenta muitas funções, como a perda de água, regulação da temperatura, manutenção da imunidade inata, hidratação cutânea e formação de manto ácido que auxilia na queda do PH que acontece logo após o nascimento (TAMEZ; SILVA, 2006).

A pele tem grande representatividade para os neonatos por constituir cerca de 13% da superfície corporal. Alterações nesse órgão repercutem direta e indiretamente no desenvolvimento de todas as funções, tornando-se imperativo o conhecimento não somente de toda a microbiota da pele como também a realização de ações necessárias para a prevenção de lesões (FONTENELE; CARDOSO, 2011).

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Assim, além de menor proteção, a pele do prematuro também está sujeita ao estresse pelo frio devido à gordura subcutânea limitada e à incapacidade de tremer pela mínima gordura marrom - o tipo de gordura que fornece calor ao corpo (KENNER, 2001).

Para o prematuro, será necessário um aquecedor radiante sobre o berço, com as vantagens de acesso imediato ao neonato e uma rápida resposta de temperatura ou uma incubadora fechada, com a vantagem de uma menor perda insensível de água (LEE;

CLOHERTY, 2005).

Sendo assim, a preservação desse tegumento ocupa papel de destaque nos cuidados prestados aos RNPT para que se alcance uma melhor qualidade de vida.

2.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RNPT

Os cuidados de enfermagem ao recém-nascido visam prevenir os problemas relacionados com a prematuridade e com a desnutrição intra-uterina (BRASIL, 1994).

No que tange à preservação da integridade da pele do neonato prematuro, o cuidado de enfermagem mostra-se como um grande desafio, pois é responsável direto pelo manuseio apropriado do RN e estratégias de manutenção, colaborando para a qualidade de vida do prematuro.

Práticas rotineiras de cuidados à pele do prematuro promovem a sua integridade e minimizam complicações. O banho adequado, os cuidados ao cordão umbilical, o uso mínimo de adesivos, o uso reduzido de soluções antissépticas para procedimentos invasivos, bem como os cuidados adequados às feridas são essenciais para a boa preservação da pele do prematuro (PACKARD; DOUMA, 2005).

As intervenções de enfermagem no cuidado da pele do recém-nascido prematuro trazem como destaque, além de conservação da integridade, a prevenção de injúria física e química e de uma temperatura estável, a prevenção de infecções, a proteção da absorção de agentes tópicos, uma menor perda de água (TAMEZ; SILVA, 2006).

A literatura científica faz referência à instituição de cuidados como: o uso do pro-pé, da touca, do avental e máscara como recomendação necessária para os cuidados ao RN. A

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escovação das mãos, unhas e antebraços, além da higienização das mãos entre o manuseio de um RN e outro também surge como exigência para o pessoal que trabalhava com prematuros, em unidades de risco (PIZZATO; DA POIAN, 1985).

As mudanças nas práticas de cuidado ao RN, principalmente com o coto umbilical, higiene corporal e controle de infecção do ambiente e dos equipamentos foram implementadas pelas enfermeiras ao longo dos anos, a partir de conhecimentos técnico- científicos aprendidos. Estudos apontam como causa mais comum da incidência dos processos infecciosos nos recém-nascidos, principalmente os prematuros, o despreparo da equipe de saúde. Assim, o papel da equipe de enfermagem na realização de medidas de higiene, desinfecção do ambiente e cuidados com o material utilizado é considerado como primordial (GREGÓRIO; VITÓRIA; PADILHA, 2012).

3 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica sobre os cuidados de enfermagem com a pele do recém-nascido prematuro, do tipo exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, cujos dados foram obtidos a partir de artigos publicados em periódicos indexados nas bases de dados Scielo, BVS e BDEnf nos últimos 10 anos (2002 a 2012).

Considera-se a pesquisa bibliográfica como um levantamento bibliográfico de determinada área, que servirá de base para o trabalho proposto, não se tratando apenas da transcrição de pequenos textos, mas sim de uma discussão sobre ideias, fundamentos, problemas e sugestões do tema selecionado (OLIVEIRA, 2001).

Caracteriza-se a pesquisa exploratória como aquela que tem o intuito de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, visando à formulação de hipóteses pesquisáveis posteriormente, com o objetivo de mostrar amplamente determinados fatos (GIL, 2008). No que diz respeito ao estudo descritivo, tem-se a pretensão de descrever com rigor os fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVINÕS,1987).

Quanto à natureza, o tipo qualitativo é aquele que se preocupa em compreender os significados e a intencionalidade das ações e relações humanas, demandando um esforço

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ainda mais profundo dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 2004).

Para efeito da seleção dos artigos buscaram-se estudos com as palavras: recém- nascido, pele, prematuro e enfermagem em periódicos indexados nas Bases de dados Scielo, BVS e BDEnf, nos últimos dez anos, de 2002 a 2012. Como critérios de inclusão considerou- se a língua portuguesa, textos disponíveis na íntegra e o período de publicação referente aos últimos dez anos. Foram encontradas 22 publicações, sendo: 2 teses e 6 duplicatas entre os 20 artigos localizados. Dos 12 artigos restantes, somente 28,6% (4) dos textos tinham relação com a temática proposta.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O nascimento de um recém-nascido prematuro sempre é motivo de preocupação tanto para quem se encontra no ambiente hospitalar quanto para sua família, pois além dos conhecimentos técnico-científicos que envolvem o cuidado com a pele do RN prematuro deve-se ter o compromisso de manter a integridade desse tegumento por meio de estratégias que conduzirão a assistência.

A Academia Americana de Pediatria define o recém-nascido pré-termo (RNPT) como sendo aquele que nasce até o último dia da 37ª semana de idade gestacional (IG) (37 semanas completas ou 259 dias), calculada a partir do primeiro dia da última menstruação normal.

Dessa forma, a criança que nasce durante a 37ª semana de IG está incluída no conceito de RNPT (SEGRE, 2002).

Fontenelle e Cardoso (2011) dizem que é peculiar da prematuridade características anatômicas e fisiológicas que favorecem injúrias, fazendo-se necessário o amplo conhecimento da equipe de enfermagem sobre tais peculiaridades no intuito de manter a preservação da integridade cutânea para que o RNPT alcance uma melhor qualidade de vida.

Segundo Tamez e Silva (2006), os prematuros possuem uma pele mais fina e gelatinosa, contendo pouca camada de extrato córneo, favorecendo assim, o aumento da permeabilidade na absorção de agentes químicos e terapêuticos tópicos, bem como uma

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menor barreira de proteção contra agressões externas, como toxinas e agentes que possam causar infecções.

Macedo et al. (2002) fazem comparações entre a pele do recém-nascido a termo e a do RNPT; dizem que o RN a pele do RN a termo é comparável a do adulto, com diferenciações apenas, referentes à hidratação, espessura, pigmentação e presença de vérnix caseosa, enquanto que a pele do prematuro é bastante diferente e limitada a uma fina camada de células achatadas (MACEDO ET Al., 2000). Corroborando, Santos et al. (2007) descrevem a pele do prematuro como fina, transparente, avermelhada, com pouca vérnix caseosa e veias visíveis, devido a escassez de tecido adiposo.

Fontenelle e Cardoso (2011) consideram as lesões de pele no RNPT como eventos comuns e de grande preocupação para os profissionais que lidam com o manuseio desses RN’s no ambiente hospitalar, pois além de submeter o RN ao risco de infecções, pode ainda causar sequelas e cicatrizes irreversíveis.

De acordo com Fontenele e Cardoso (2006), a pele representa 13% da superfície corporal e tem grande importância para o recém-nascido prematuro por favorecer alterações no desenvolvimento de suas funções, além de aumentar os riscos de infecção.

No que diz respeito aos cuidados de enfermagem com a pele do RNPT, Martins e Tapia (2009) apontam como essenciais a manutenção da temperatura e umidade do ambiente, por meio de incubadora; o posicionamento, o banho, a lubrificação com óleos emolientes, o uso de soluções cutâneas para antissepsia; a fixação e a remoção de adesivos para suportes de vida e aparelhos de monitorização, bem como para a realização de procedimentos invasivos, como punções venosas ou arteriais. Assinalam ainda sobre a necessidade de se padronizar os cuidados de enfermagem e a prescrição individualizada do RN prematuro para a boa qualidade da assistência prestada.

Em estudo realizado por Cunha, Mendes e Bonilha (2002) os cuidados de enfermagem relacionados à pele do recém-nascido, em especial o prematuro, requerem, por parte dos profissionais, um conhecimento anátomo-fisiológico para a execução da assistência. Os autores referem cuidados específicos para os prematuros internados em UTIN que vão desde o banho à retirada de adesivos e eletrodos, bem como prevenção às perdas transpidérmicas de água através da adequada utilização de incubadoras. Segundo os autores, os cuidados de

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enfermagem estão presentes em todos os procedimentos realizados nos prematuros, tendo como objetivo maior a manutenção da pele enquanto barreira de proteção.

Concordando, Cunha e Procionoy (2006) dizem que o recém-nascido prematuro possui alto risco de adquirir infecção, sendo a pele o mais importante obstáculo entre o meio interno e o ambiente na invasão de micro-organismos patogênicos. O banho realizado de forma apropriada é citado como procedimento simples e de grande valia para a proteção fisiológica da pele e manutenção do manto ácido. Fazem recomendação à utilização somente de água e o aumento do intervalo de dias para que se previna a colonização da pele do prematuro.

Taipa e Martins (2009) abordam a necessidade de paciência por parte dos profissionais que manuseiam os prematuros, pela especial atenção demandada na execução de procedimentos, sejam eles mais simples, como a exemplo do banho, do uso de soluções e da instalação de dispositivos urinários a outros com maior complexidade, como as punções venosas e os acessos por meio do cateter central de inserção periférica (PICC). Os mesmos autores fazem recomendações ao seguimento de protocolos sobre os cuidados com a pele do prematuro afim de que medidas profiláticas possam ser continuamente tomadas pela equipe de enfermagem, considerando o profissional enfermeiro como o responsável pela adequada direção do cuidado.

A análise criteriosa da pele do RNPT é indicada como componente crítico da assistência de enfermagem por prevenir infecções que potencializarão alterações na saúde do neonato (FONTENELLE; CAVALCANTE; CARDOSO, 2011).

Os procedimentos de enfermagem são descritos como minimizadores de complicações. Em relação ao banho faz-se a indicação da aplicação de calor adicional, com o uso de lâmpadas de calor radiante para evitar a rápida diminuição de temperatura do pré- termo; O uso de antissépticos para procedimentos invasivos também é contra indicado, recomendando-se a água esterilizada para limitar uma possível absorção sistêmica; Os produtos adesivos são minimamente mencionados, dando-se preferência a outros materiais como eletrodos de gel, tiras de velcro, emplastros de tecido e curativos transparentes. Tais procedimentos são tidos como imprescindíveis à pele do RNPT no intuito de evitar reações como o desprendimento da epiderme ou até mesmo irritações locais e/ou sistêmicas (PACKARD E DOUMA, 2005).

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De um modo geral, os cuidados de enfermagem prestados aos recém-nascidos prematuros como fundamentais para a qualidade de vida dos mesmos, trazendo à tona o alto ônus causado pela prematuridade à saúde pública e às famílias envolvidas, independente da assistência oferecida (LIPP ET. AL, 2002). A morbimortalidade neonatal é maior entre os neonatos prematuros, representando milhões aos cofres públicos e reduzindo gradativamente as chances de um resultado positivo (KENNER; FANN, 2001).

Dessa forma, os cuidados de enfermagem para a preservação da integridade da pele do neonato prematuro ocupam um lugar de destaque na assistência prestada aos RNPT’s por minimizarem as complicações precoces e consequentes sequelas deixadas pela prematuridade (BRASIL, 1994).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apontados pelos estudos evidenciam a importância dos cuidados de enfermagem para a manutenção da integridade cutânea do recém-nascido prematuro, por considerarem a equipe de enfermagem como alicerce de um cuidado não somente técnico- científico, mas também humano e individualizado.

Nesta pesquisa vê-se que o conhecimento anátomo-fisiológico para a execução da assistência foi citado como o ponto de partida para o cuidado ao RNPT (FONTENELE;

CARDOSO, 2011). Os procedimentos específicos desenvolvidos pela equipe de enfermagem vão desde o banho à retirada de adesivos e eletrodos, até a prevenção às perdas transpidérmicas de água através da adequada utilização de incubadoras.

Este estudo mostra que o alto risco de adquirir infecção sofrida pelo RNPT coloca a pele como o mais importante obstáculo entre o meio interno e o ambiente na invasão de micro-organismos patogênicos, por esse motivo o banho dado pela equipe de enfermagem, quando realizado de forma apropriada, surge como procedimento simples e de grande valia para a proteção fisiológica da pele e consequente manutenção do manto ácido.

Portanto, é possível constatar que a necessidade de paciência por parte dos profissionais de enfermagem também foi abordada como integrante do cuidado prestado aos

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prematuros na execução dos mais diversos procedimentos, sejam eles mais simples, como o banho, ou mais complexos como a instalação de cateteres centrais de inserção periférica.

Outra coisa que esta revisão de literatura mostra é que a existência de protocolos sobre os cuidados de enfermagem com a pele do prematuro para a constante realização de medidas profiláticas foi apontada como de fundamental importância para o adequado direcionamento do cuidado.

Por fim, espera-se que o estudo em questão possa contribuir para a reflexão da importância dos cuidados de enfermagem para a pele do recém-nascido prematuro, servindo como estímulo para a produção de trabalhos na área da Enfermagem em Neonatologia.

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NURSING CARE SKIN OF NEWBORN PREMATURE

ABSTRACT: This study focuses on nursing care to the skin of premature infants, which possesses functional and anatomical and physiological peculiarities of its own gestational age:

is thin and transparent, reddish, fluff with protective little vernix caseosa, and with visible veins due shortage adipose tissue and superficial capillary network. Thus, watch the preterm infant is a major concern of the nursing staff, especially when risk of death and / or hospitalization resulting in an intensive care unit (NICU). Thus, the present study aims to highlight the nursing care needed to maintain skin integrity of premature newborns. This is one of a literature search, the exploratory and descriptive, qualitative approach and data were obtained from articles published in journals indexed in databases Scielo, BVS and BDEnf the last 10 years (2002 to 2012) . The studies reveal the importance of nursing care to maintain skin integrity of premature newborns, since they consider the nursing staff as a foundation not only careful scientigic-technical but also human and individualized.

Keywords: Newborn. Premature. Nursing care.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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En este trabajo se propone una práctica a microescala para el laboratorio de química analítica en la cual se determina la constante de formación (Ke) del ión I 3 - por medio