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(Re) Pensando a realidade dos municípios brasileiros sob a ótica do conceito geográfico de território e do papel do plano diretor participativo como instrumento de gestão do território municipal

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Academic year: 2023

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Repensando a realidade dos municípios brasileiros sob a perspectiva do conceito geográfico de território e do papel do plano diretor participativo como ferramenta de gestão do território municipal: um olhar sobre Campos dos Goytacazes / Lívia Pierotte Mello de Freitas. Este trabalho monográfico tem como objetivo analisar os principais dilemas e perspectivas do Plano Diretor Participativo como ferramenta de gestão do território municipal.

Claude Raffestin, território e poder

Qualquer projeto no espaço expresso por uma representação revela a imagem desejada de um território, de um lugar de relações (RAFFESTIN, 1993, p. 144). É um espaço delimitado, com linhas e limites que trazem poder, inerente a todas as relações sociais.

Milton Santos: o papel das técnicas na constituição do território e o

Desta forma podemos confirmar que cada novo objeto é apropriado de forma específica pelo espaço pré-existente” (SANTOS, 2004, p. 40). Portanto, os mais diversos níveis do poder público competem por uma organização do território que atenda aos seus interesses.

Marcelo José Lopes de Souza: território e exercício de poder;

O autor enfatiza, porém: “Uma sociedade autônoma não é uma sociedade sem poder [...]” E nem mesmo o exercício do poder, numa sociedade democrática e autônoma, é possível sem territorialidade (2005, p. 106). Em todos os casos, os atores serão confrontados com necessidades que envolvem a defesa do território, como expressão da manutenção de um modo de vida, de recursos vitais para a sobrevivência do grupo, de uma identidade ou de liberdade de ação (2005, p. 110).

Rogério Haesbaert e os “territórios alternativos”

Ser uma sociedade autónoma significa, portanto, ser capaz de gerir livremente o seu território, defendê-lo e percebê-lo como uma preservação da identidade e dos recursos culturais, com igualdade de possibilidades de acesso para todos. O espaço social apropriado e politicamente definido por fronteiras e demarcações, ou seja, no sentido de território comunitário, é um componente essencial da autonomia.

Território municipal: expressão da contraditória vida coletiva

Além disso, diferentes grupos sociais, que se formam e entram em conflito entre si ou não por questões muito diversas, como estilo de vida, etnia, etc., somam-se ao panorama complexo, repleto de linhas de tensão e conflitos latentes e manifestos. .. que caracterizam as sociedades capitalistas contemporâneas. Nesse sentido, a cidade é vista como capaz de revelar com clareza as contradições inerentes ao processo de urbanização capitalista no Brasil. O que chama a atenção, porém, é que geralmente tem contribuído mais para a continuidade da exclusão e segregação socioespacial, na medida em que tem sido reconhecido como um instrumento de gabinete, distante das necessidades locais efetivas (MARICATO & TANAKA, 2006), pág. 16).

Contudo, este cenário negativo não deve permitir esquecer experiências relevantes no domínio do pensamento da cidade, no domínio do planeamento urbano. No que diz respeito ao alcance do estado e do planejamento estadual, devem ser destacadas as experiências de gestão participativa que as autoridades municipais progressistas têm tentado nos últimos anos (com profundidade e sucesso variados), bem como a consolidação de uma alternativa intelectual ao planejamento urbano convencional, com reflexões em vários novos planos diretores elaborados após 1988 (SOUZA, 2000, p.). O planejamento urbano é amplamente visto como o antídoto para o caos urbano porque pode trazer ações conscientes no processo de desenvolvimento.

Quando analisamos a face mais recente do planejamento urbano, notamos até a adoção de outros termos quando nos referimos à intervenção nas cidades. Sempre em sintonia com o aspecto territorial, pois trata de atribuições e disputas no âmbito da cidade. O que ocorre atualmente é uma transição no processo de controle das variáveis ​​que compõem a área.

Breve histórico dos Planos Diretores: panorama mundo-Brasil

Porém, as políticas de planejamento urbano não mudaram muito e continuam cometendo os mesmos erros do período anterior, como ignorar fatores como a localização da cidade no território brasileiro, sua escala demográfica, recursos financeiros ou humanos, etc. um salto para a década de 1980, mais especificamente para olhar o papel da Constituição Federal de 1988 na questão que aqui nos interessa. Até a CF de 1988, o planejamento urbano era moldado por meio de programas limitados aos estados ou municípios que obtinham financiamento para projetos específicos.

A política de desenvolvimento urbano, implementada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais estabelecidas em lei, visa ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar dos seus habitantes. 2º A propriedade urbana cumpre a sua função social quando cumpre os requisitos fundamentais de organização da cidade expressos no plano diretor. Como se pode verificar no artigo 182 destacado acima (não na íntegra), apesar de começar a enfrentar o problema urbano de forma mais determinada, a Carta Magna de 1988 não conceitua nem explica com clareza o papel do Plano Diretor22, muito menos o faz. atribuem-lhe a participação das classes populares na sua elaboração, implementação, execução e acompanhamento.

22 Segundo Araújo & Silva CF de 1988, não explica claramente o que significa o plano diretor, apenas afirma que ele é o instrumento político básico de desenvolvimento e expansão urbana de um município com mais de vinte mil habitantes (2003, p. 63). Somente treze anos após a declaração da CF de 1988 é que o plano diretor assumiu uma face mais esclarecida, e então será defendido o papel da população como ponto-chave na sua elaboração. A seguir, vale discutir o impacto do estatuto da cidade na visão das cidades brasileiras, bem como suas inovações, possibilidades e limitações.

Plano Diretor em seu viés participativo: dilemas e perspectivas a

A governação democrática25, já aqui mencionada, por sua vez atenta para a presença dos cidadãos através do processo de elaboração, execução, monitorização e revisão do plano diretor participativo. Com o Estatuto da Cidade, o Plano Diretor passa a ser parte integrante do processo de planejamento municipal, que inclui também o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento participativo. Primeiramente, é fundamental considerar cada realidade local em que serão aplicados os instrumentos da lei, neste caso o Plano Diretor em seu viés participativo.

Segundo ratificação de Faccio: “A grande expectativa na construção de um plano diretor participativo traz o risco de criar crença na capacidade do plano diretor de resolver problemas sociais no atual contexto do estatuto da cidade” (2006, p. 9) . É necessário visualizar o Plano Diretor dentro de um processo mais amplo de gestão democrática, buscando um diálogo entre a viabilidade técnica e política e rompendo com a visão tecnocrática do planejamento. O plano diretor também é alvo de muitas críticas porque, como entende Villaça (1995), os políticos não acreditam em plano diretor e, contrariando o clima racional, nunca o desejaram, ideal ideológico que permeia as ideias sobre o plano diretor . plano entre a intelectualidade, as elites e a imprensa.

O autor destaca que, vários anos após a promulgação da atual Constituição, a maioria das cidades ainda não possui um plano diretor aprovado por lei, e isso, segundo ele, se deve aos interesses e à forma de governar dos dominantes. minoria. que enfatiza os interesses do capital imobiliário no nível urbano (ARAÚJO & SILVA, 2003, p. 66). O Estatuto da Cidade é um meio e uma oportunidade para os cidadãos construírem e reconstruírem espaços urbanos humanizados, integrados ao ecossistema onde estão inseridos, respeitando a identidade e a diversidade cultural das cidades brasileiras (Livro PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO: GUIA DE PREPARAÇÃO POR MUNICÍPIOS E CIDADÃOS , 2004, pág. 8). O próximo capítulo analisará o processo de elaboração do Plano Diretor Participativo do Município de Campos dos Goytacazes, análise que ainda é um primeiro passo, pois se trata apenas de um breve estudo de caso para compreender na prática a situação melhor visualizada. aplicação do referido instrumento regulamentado pelo Estatuto da Cidade.

O Município de Campos dos Goytacazes: área territorial e taxa de

Ao norte, Campos dos Goytacazes faz fronteira com o rio Itabapoana com o estado do Espírito Santo; no Nordeste com o município de São Francisco de Itabapoana; a leste com o município de São João da Barra pelo canal de São Bento e a sudeste banha-se no oceano Atlântico na área que vai da Barra do Açu até a foz do rio Furado. Em 2000, data do último censo demográfico realizado pelo IBGE, o município tinha uma população de 406.989 habitantes, sendo o oitavo maior do estado do Rio de Janeiro e o maior não pertencente à região metropolitana do mesmo estado. Quanto ao caráter urbano de Campos dos Goytacazes, ainda em 2000, segundo o censo do IBGE, a população do município representava o maior contingente rural do país, apesar de se aproximar rapidamente da média nacional em termos de urbanização.

35 De acordo com o perfil socioeconômico do município de Campos dos Goytacazes de 2005, esse declínio da população rural está relacionado a uma migração rural-urbana observada naquele período, ligada à crise dos setores sucroalcooleiro (2006, p. 54). Campos sempre desempenhou um papel importante na economia do norte e noroeste fluminense, especialmente se analisarmos atualmente as pomposas receitas provenientes dos royalties37 do petróleo explorado na bacia de Campos. O setor de serviços abriga mais da metade da população economicamente ativa e atende a população de grande parte dos municípios do norte e noroeste fluminense (CIDE, 2001).

Comparada às cidades de Macaé e Itaperuna, Campos fica muito atrás em termos de qualidade de vida. Pelo contrário, no município de Campos dos Goytacazes podem ser observados problemas urbanos semelhantes aos do resto do país. A partir de agora, este trabalho monográfico focará nesta questão a fim de compreender alguns aspectos importantes do processo de elaboração do Plano Diretor Participativo de Campos dos Goytacazes.

Figura 1: Mapa dos distritos de Campos dos Goytacazes
Figura 1: Mapa dos distritos de Campos dos Goytacazes

Plano Diretor Participativo de Campos: a obrigatoriedade e

Elaboração do Plano Diretor Participativo de Campos dos

2005 foi o ano em que começaram a discutir a revisão do Plano Diretor de Campos. Estas foram as atividades e eventos realizados no processo participativo de revisão/criação do plano diretor do acampamento (além do início da campanha em si)43. É evidente que a metodologia do plano director não pode ser responsabilizada pela “não cooperação” dos técnicos.

Se as falas dos entrevistados não podem ser generalizadas, há pelo menos uma certa consonância entre essas pessoas que participaram de diferentes formas no processo de elaboração do Plano Diretor Participativo de Campos. Além disso, não é apenas a elaboração e implementação de um Plano Diretor que trará soluções para todos os problemas urbanos locais. No atual contexto de construção do Plano Diretor do Município de Campos dos Goytacazes, é importante ressaltar que pode ser dado um salto qualitativo no modelo de planejamento.

Com a elaboração do Plano Diretor Participativo, o despertar do potencial local parece se fortalecer. Contudo, foi realizado um breve estudo de caso, analisando o processo de elaboração do Plano Diretor Participativo do Município de Campos dos Goytacazes. O planejamento diretor participativo e a construção do espaço público nas cidades brasileiras a partir da carta da cidade: possibilidades e limites.

Relação com o Plano Diretor Participativo de Campos: Elaborei, juntamente com o professor Helio Gomes Filho, um relatório sobre as propostas para o Desenvolvimento Econômico do Município. Pergunta: Considerando o Plano Diretor Participativo como instrumento de gestão do território, como você analisa o aspecto da participação durante a elaboração do Plano Diretor Participativo de Campos dos Goytacazes.

Imagem

Figura 1: Mapa dos distritos de Campos dos Goytacazes
Figura 2: Mapa dos limites entre Campos dos Goytacazes e demais municípios
Figura 3: Mapa da Taxa de urbanização do Município de Campos dos Goytacazes
TABELA 1 - TAXA DE URBANIZAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE ESTADO, REGIÃO  NORTE FLUMINENSE E CAMPOS DOS GOYTACAZES – 1940-2000 (%)

Referências

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E ainda, com a definição da viabilidade do plano, através da análise dos resultados no software de plano de negócios do Sebrae – MG, que caracteriza a implantação do plano como viável e