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19º Seminário de Pesquisa/Seminário de iniciação científica-UNIANDRADE 2021

OS PREJUÍZOS NO DESENVOLVIMENTO COMPORTAMENTAL DE CRIANÇAS QUE SOFRERAM NEGLIGÊNCIA

Cássia Machado Aristeu*, Joice Colere* e Natália Willinghoefer Fachim*

Tassiane Valin**

*Docentes do curso de psicologia no Centro Universitário Campos de Andrade - UNIANDRADE, Curitiba, Brasil

**Discente do curso de psicologia no Centro Universitário Campos de Andrade - UNIANDRADE, Curitiba, Brasil

e-mail: tassiane.valin@uniandrade.edu.br Resumo: A negligência é um dos tipos de

maus-tratos mais comum direcionado à infância, e por tratar-se de um período de desenvolvimento tende a gerar prejuízos.

Dessa forma, o presente artigo teve como objetivo avaliar os possíveis prejuízos comportamentais em crianças acolhidas de 6 à 12 anos que sofreram negligência.

Além disso, o estudo pretende investigar as capacidades escolares adquiridas pelos alunos e se a qualidade de aprendizado é afetada em crianças negligenciadas. Para isso, está em fase de aplicações, o teste Inventário de Estilo Parental (IEP), Inventário de Comportamento da Infância e Adolescência (CBCL) e o Teste de Desempenho Escolar (TED II). Acredita-se que crianças em situação de acolhimento por negligência parental apresentam prejuízos comportamentais e escolares.

Até o presente momento, foi observado, pelo relato da psicóloga institucional, os prejuízos emocionais-sociais do acolhimento e os atrasos na vida escolar.

Palavras-chave: negligência infantil;

criança acolhida; desenvolvimento infantil;

comportamento da criança.

Abstract: Neglect is one of the most common types of maltreatment aimed at childhood, and as it is a developmental period, it tends to cause harm. Thus, this article aimed to assess possible behavioral impairments in children aged 6 to 12 years who suffered neglect. Furthermore, the study aimed to investigate the school skills

acquired by students and whether the quality of learning is affected in neglected children. For this, the Parental Style Inventory (IEP), Childhood and Adolescence Behavior Inventory (CBCL) and the School Performance Test (TED II) are in the application phase. It is believed that children in foster care due to parental negligence present behavioral and educational impairments. So far, the institutional psychologist's report has observed the emotional-social damage caused by the reception and the delays in school life.

Keywords: child negligence; foster child;

child development; child behavior.

INTRODUÇÃO

Maus-tratos infantis são uma realidade complexa e presente, adquirindo proporções alarmantes e tornando-se um grave problema de saúde pública, sendo a negligência infantil a forma mais frequente de maus-tratos contra crianças e adolescentes (ZAMBON et al., 2012). A negligência é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002) como falhas ou omissões dos cuidadores em proporcionar, quando estão na posição de fazer, o desenvolvimento da criança em uma ou mais das seguintes áreas: saúde, educação, desenvolvimento emocional, nutrição, abrigo e condições de vida seguras.

É preciso manter atenção ao tratar de práticas adotadas pelas famílias no

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cuidado das crianças, com objetivo de não rotular ou acusá-las sem refletir sobre seus contextos. (MATA; SILVEIRA;

DESLANDES, 2017). A negligência distingue-se, portanto, das circunstâncias de pobreza, visto que a primeira pode ocorrer apenas em casos onde recursos razoáveis estejam disponíveis para a família ou o responsável (OMS, 2002).

A falta de cuidados necessários acarreta em prejuízos no desenvolvimento da criança vítima de negligência. Esses prejuízos podem variar de intensidade e acontecer em curto, médio e longo prazo.

(FONSECA; FERREIRA, 2019). Pode-se identificar alguns sinais na criança negligenciada, como o atraso no desenvolvimento psicomotor, desnutrição, desidratação, doenças crônicas (decorrentes da falta de cuidados adequados), ausência de limites no comportamento da criança e acidentes domésticos frequentes, muitas vezes fatais. (VAGOSTELLO, 2002). Além disso, a negligência pode levar a alterações cerebrais, desempenho escolar enfraquecido, mudanças no sistema nervoso e desordens comportamentais e de personalidade. (BLAND; AMBIE; BEST, 2018).

A frequência significativa de acolhimento de crianças no Brasil é causada pela negligência de cuidados básicos que gera prejuízos psicológicos pelo afastamento de seus lares.

(MASTROIANNI et al., 2018). Com isso, se torna importante avaliar quais os problemas que as negligências acarretam às crianças para que sejam direcionadas intervenções mais assertivas. (PASIAN et al., 2013). Acredita-se que intervenções mais assertivas surgem por meio de pesquisas aprofundadas sobre o tema problema (MURTA, 2007).

A violência e os maus tratos dirigidos à infância geram custos financeiros diretos relativos aos cuidados com as vítimas (visitas ao hospital e ao médico ou acesso a outros serviços de saúde) como também indiretamente

(perda de produtividade, invalidez, redução da qualidade de vida e morte prematura). Não obstante, há os custos relacionados à manutenção do sistema de justiça criminal, assistencial e outras instituições (OMS, 2002).

Dessa forma, o objetivo geral deste estudo é avaliar os possíveis prejuízos comportamentais em crianças acolhidas que sofreram negligência. Para isso serão abordados os seguintes tópicos: análise de problemas de comportamento em crianças acolhidas que sofreram negligência;

mensuração de prejuízo quanto ao desempenho escolar dessas crianças e avaliação de práticas parentais que essas crianças foram expostas.

MATERIAL E MÉTODOS

Delineamento: Trata-se um estudo exploratório transversal. Participantes:

Os participantes são crianças acolhidas em decorrência de algum tipo de negligência, as idades variam entre 6 e 12 anos. Local: ONG de acolhimento infantil.

Instrumentos: estão sendo aplicados os seguintes testes: CBCL (com os cuidadores), O IEP e TDE II (os dois últimos nos infantes. Procedimento ético:

houve a submissão ao CEP e aprovação sob o nº CAAE 50634221.3.0000.5218.

Procedimento: Assinatura do TALE e TCLE, entrevista para coleta de dados gerais, aplicação dos testes, tabelamento, integração dos dados e escrita do artigo.

RESULTADOS

Participam desta pesquisa crianças em acolhimento institucional. São 7 meninas de 6 a 11 anos, com a média de idade é 7,4 anos. Das quais duas estão matriculadas na pré-escola, duas na primeira série, uma na segunda série, uma no 6°ano e uma na classe especial. Seis meninas estão acolhidas por medida protetiva e uma está destituída do poder familiar.

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19º Seminário de Pesquisa/Seminário de iniciação científica-UNIANDRADE 2021

Em entrevista com a psicóloga do Lar, esta revelou que as crianças se sentem culpadas e não quistas por conta da situação de acolhimento. Além disso, relatou sentimentos de culpa, menos valia e até ideação suicida entre os infantes. E em muitos casos as crianças estão atrasadas nos anos escolares, pois os responsáveis não as levavam para a escola, algumas só iniciaram a escolarização na instituição.

Espera-se com esta pesquisa observar como a negligência parental e o acolhimento afetam o comportamento social e o desempenho escolar em crianças de 6 a 11 anos. Com os testes Inventário de comportamento da infância e da adolescência (CBCL), Teste de Desempenho Escolar (TDE-II) e Inventário de Estilos Parentais (IEP) pretende-se mensurar e verificar se os resultados estarão abaixo da média.

CONCLUSÃO

Até o presente momento, de acordo com os resultados parciais, conclui-se que as crianças que fazem parte da pesquisa são em sua totalidade meninas. Pode-se observar que todas estão atrasadas no que concerne à escolarização, levando em conta a série e idade. Os fatores que geraram acolhimento, independentemente se estão relacionados com outro tipo de violações, se relacionam com negligência.

Para o momento são estas as informações, uma vez que a pesquisa está em fase de aplicação dos testes.

REFERÊNCIAS

BLAND, Vikki J.; LAMBIE, Ian; BEST, Charlotte. Does childhood neglect contribute to violent behavior in adulthood? A review of possible links.

Clinical psychology review, v. 60, p. 126- 135, 2018.

MASTROIANNI, Fábio de Carvalho et al.

(Des) acolhimento institucional de

crianças e adolescentes: aspectos familiares associados. Fractal: Revista de Psicologia, v. 30, n. 2, p. 223-233, 2018.

MATA, Natália Teixeira; SILVEIRA, Liane Maria Braga da; DESLANDES, Suely Ferreira. Família e negligência: uma análise do conceito de negligência na infância.Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro,v. 22, n. 9, p. 2881-2888, Sept.

2017.

MURTA, Sheila Giardini. Programas de prevenção a problemas emocionais e comportamentais em crianças e adolescentes: lições de três décadas de pesquisa. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 20, n. 1, p. 01-08, 2007.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE;

KRUG, Etienne G. Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra:

Organização Mundial da Saúde, 2002.

PASIAN, Mara Silvia et al. Negligência infantil: a modalidade mais recorrente de maus-tratos. Pensando nas famílias, v. 17, n. 2, p. 61-70, 2013.

ROSA DA FONSECA, HivanaRaelcia;

MACEDO FERREIRA, Maria. Negligência Parental Infantil: Revisão do Constructo. Revista FSA, v. 16, n. 4, 2019.

VAGOSTELLO, Lucilena. O risco da negligência: um estudo de caso. Psic:

revista da Vetor Editora, v. 3, n. 1, p. 142- 152, 2002.

ZAMBON, Mariana Porto et al. Violência doméstica contra crianças e adolescentes: um desafio.Rev. Assoc.

Med. Bras., São Paulo, v. 58, n. 4, p. 465- 471, Aug. 2012.

Referências

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Este artículo, que permite situar geográfica e históricamente el ámbito de la revista, es una magnífica muestra de las capacidades editoriales y académicas de la revista TSN,