TÍTULO:
Direito à justificação e reconhecimento: Rainer Forst e Axel Honneth diante do debate entre liberais e comunitaristas
AUTORES:
Matheus Garcia de Moura Orientador: Antonio Ianni Segatto INTRODUÇÃO:
A teoria política contemporânea esteve centrada, desde a década de 1980, na disputa entre duas correntes opostas:
liberais e comunitaristas. Não por acaso, o debate no interior da Teoria Crítica sobre questões de política e justiça partiu de um posicionamento diante de tais correntes.
OBJETIVOS:
Trata-se de mostrar que o posicionamento de Axel Honneth e Rainer Forst diante dessas duas correntes do pensamento político contemporâneo (liberais e comunitaristas) é um momento constitutivo de suas respectivas teorias.
MATERIAL E MÉTODOS:
Tendo por base os pressupostos da Teoria Crítica, analisaremos suas teorias em correspondência a uma crítica imanente da sociedade. A crítica imanente deve “(...) conseguir apreender a si própria reflexivamente e embasar a possibilidade de sua própria existência na natureza de seu contexto social", ou seja, ela precisa “(...) conseguir embasar seu próprio ponto de vista nas categorias sociais com as quais apreende seu objeto" (POSTONE apud LARSEN, 2010, p. 47). Assim, se pretende diagnosticar se existe uma forma "pré-científica” que demonstre na vida social um a priori que possa fundamentar essas teorias (HONNETH, 2009, p. 254).
RESULTADOS:
Após realizarmos uma revisão teórica do pensamento de Axel Honneth, desde seus primeiros comentários ao debate filosófico político contemporâneo, até a inflexão de seu pensamento para uma teoria política e, em seguida, uma revisão teórica da teoria política de Rainer Forst, poderemos analisar a influência do debate liberal-comunitarista para a constituição de suas teorias politicas e quais as divergências que podem ser evidenciadas entre elas.
DISCUSSÃO:
Axel Honneth, a partir de um viés hegeliano, desenvolveu sua concepção de liberdade social como resposta aos impasses das concepções unilaterais de liberdade; Rainer Forst, a partir de um construtivismo kantiano, desenvolveu seu conceito de “contextos da justificação”, bem como sua tese do direito à justificação como resposta aos dilemas daquelas correntes.
Ambos tentam realizar a tarefa de pensar o debate da filosofia política contemporânea tendo em vista a formulação de uma teoria crítica da justiça. Enquanto pensadores da tradição teórica conhecida como Teoria Crítica, tais autores tentam pensar o debate a partir de uma reconstrução imanente do debate, tentando, cada qual a sua maneira, evidenciar aspectos intrínsecos aos contextos daquele, mas que não são percebidos de forma clara pelos demais teóricos.
REFERÊNCIAS:
LARSEN, Neil. Literatura, crítica imanente e o problema do ponto de vista. Remate de Males. Campinas-SP, (30.1): pp. 45- 62, Jan./Jun. 2010.
HONNETH, Axel. La dinâmica social del desprecio. Para determinar la posición de una Teoria Crítica de la sociedade. In Crítica del Agravio Moral. Patologías de la sociedad contemporânea. Buenos aires: Fondo de cultura económica:
Universidad autónoma metropolitana, 2009.
