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Para refletir sobre a representação de Cleópatra na posteridade, há que se considerar estes dois traços: ela é mulher e estrangeira

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Academic year: 2023

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TÍTULO:

Representações do Feminino na Literatura e em Outras Artes: Cleópatra VII Filópator AUTORES:

Pierina Maria Soares Bergamasco, Prof. Dr. Brunno Vinícius Gonçalves Vieira, UNESP, Campus de Araraquara, Faculdade de Ciências e Letras, Letras, pierina_150@hotmail.com, PIBIC - CNPq

INTRODUÇÃO:

Michelle Perrot esclarece que quando a história tradicional não exclui as mulheres de suas páginas, fato que ocorre frequentemente, tende a contar seus feitos na vida privada e relega ao esquecimento, ou banaliza, suas atuações na vida pública. Cleópatra VII Filópator (69 a.c - 30 a.c), rainha egípcia lembrada nas livros de História e Literatura pelas relações amorosas firmadas com duas grandes figuras romanas, Júlio César e Marco Antônio, é mais um ícone representativo dessa tradição.

OBJETIVOS:

Com a proposta de evidenciar como a figura de Cleópatra é representada em obras artísticas ao longo da história e como cada leitura feita reflete as concepções de gênero de seu contexto histórico, a comunicação tratará da representação da rainha egípcia em fontes antigas e em fontes modernas de produções históricas e artísticas.

MATERIAL E MÉTODOS:

a) Leitura de textos teóricos de pensadores da condição da mulher na sociedade e da história das mulheres;

b) Leitura e análise de fontes escritas antigas (Farsália, de Lucano; e Antônio e Cleópatra, de Shakespeare) e produções audiovisuais modernas (Cleópatra, de Mankiewicz, e Roma, de Bruno Heller) que trazem formas distintas de representação de Cleópatra;

c) Tradução e análise do trecho correspondente aos versos latinos 104 a 154 do canto X, da Farsália;

RESULTADOS:

Para refletir sobre a representação de Cleópatra na posteridade, há que se considerar estes dois traços: ela é mulher e estrangeira. Assim, ocupa a dimensão do outro, destacada por Simone de Beauvoir na relação entre os sexos, duas vezes.

Intensificador é o fato de ela não apenas ser uma mulher, mas uma mulher que ocupa um cargo convencionalmente destinado aos homens. Além disso, não apenas é estrangeira, mas compõe o lado vencido de uma batalha contra Roma.

DISCUSSÃO:

Cleópatra, ao atuar em um cargo público, subverte o lugar que historicamente é destinado às mulheres e se afirma na história como uma rainha sem a qual não se pode pensar o Egito e, de certa forma, Roma. A maneira como a história e a literatura encontraram de desacreditá-la foi taxá-la com os mais comuns estereótipos que se atribuem às mulheres que fogem ao silêncio e à submissão, como "histérica", "megera", "prostituta" e "frívola". Por outro lado, há produções históricas e artísticas que evidenciam o perfil extremamente estratégico e racional da rainha em suas ações políticas.

REFERÊNCIAS:

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: fatos e mitos. v. 1. Trad. Sergio Milliet. Rio de Janeiro: Nova, 1980.

CLEOPATRA. Direção: Joseph L. Mankiewicz, Produção: Walter Wanger. Estados Unidos: Twentieth Century Fox Film Corporation, 1963.

HBO/BBC. Roma (Rome, the complete first season). Caixa com 6 DVDs. Fabricado sob licença da Warner Bros.

Entertainment Nederland (WBEN). Manaus: Microservice Tecnologia Digital da Amazônia, 2006.

PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. Trad. Viviane Ribeiro. Bauru: EDUSC, 2005.

SHAKESPEARE, William. Antônio e Cleópatra. Trad. Bárbara Heliodora. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.

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