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Responsabilidade civil do provedor de aplicações de internet por danos decorrentes de violação de direitos autorais no compartilhamento de conteúdo

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Academic year: 2023

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CONCEITO E PRESSUPOSTOS

CAUSAS EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL

TIPOS DE RESPONSABILIDADE CIVIL

PROPRIEDADE INTELECTUAL E DIREITOS AUTORAIS: CONCEITOS

O direito autoral pode, portanto, ser conceituado como aquele em que o autor, criador, tradutor, pesquisador ou artista exerce o poder de controlar o uso que se faz de sua obra (AFONSO, 2009, p. 5). Devido à multiplicidade de faculdades e liberdades legalmente conferidas aos autores, justifica-se a utilização do termo copyright no plural, pois a terminologia abrangerá assim o autor da obra e os titulares de direitos conexos, legalmente amparados pelo artigo 89.º da Lei de Direitos Autorais (BRASIL, 1998) (BABINKS; PARAHYBA 2015, p. 8). Para avançar no estudo, é necessário contextualizar brevemente os principais sistemas relacionados ao direito autoral: Copyright e Droit D'Auteur (AFONSO, 2009).

Ressalte-se que o objetivo principal deste capítulo, além de informar o leitor sobre direitos autorais, é servir de caminho para o tema central do trabalho profissional: a responsabilidade civil do provedor de aplicações web por danos. resultante de violação de direitos autorais ao compartilhar conteúdo.

DAS OBRAS INTELECTUAIS

Um ponto que gera dúvidas entre os envolvidos e curiosos sobre questões de direitos autorais é a questão do registro da obra. De qualquer forma, o registro da obra intelectual poderá ser realizado, de acordo com a natureza e afinidade da obra com o caráter da instituição, em: (1) Biblioteca Nacional, (2) Escola de Música da UFRJ, (3) Escola de Belas Artes da UFRJ, (4) Instituto Nacional do Cinema, ou no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, conforme indicado no art. 19 da Lei de Direitos Autorais, que também estabelece que o registro de obras intelectuais no Brasil é facultativo. O autor da obra intelectual é, em qualquer caso, o proprietário original, juntamente com o intérprete, o intérprete, o produtor fonográfico e as empresas de radiodifusão, conforme disposto no inciso XIV, artigo 5º da Lei de Direitos Autorais (BRASIL, 1998).

Não havendo sucessores, a obra é protegida pelo Estado, que por sua vez é obrigado a zelar pela integridade do autor falecido e da própria obra, conforme preconiza o parágrafo 2º, artigo 24, do Direito dos Autores (BRASIL, 1998).

DO DIREITO DO AUTOR

O artigo 3º da Lei de Direitos Autorais os disciplina como direitos móveis, de forma a garantir o direito real sobre a obra (BRASIL, 1998) (CHAIM, 2016). E, dessa forma, o artigo 28 da Lei de Direitos Autorais define que “é do autor o direito exclusivo de usar, gozar e dispor da obra literária, artística ou científica” (BRASIL, 1998). Para que esses direitos sejam alienados a terceiros, é obrigatória a prévia e expressa autorização do autor, conforme previsto no artigo 68 da Lei de Direitos Autorais (BRASIL, 1998).

O artigo 37 da Lei de Direitos Autorais esclarece que "a recepção do original de uma obra ou cópia não confere ao comprador quaisquer direitos patrimoniais do autor, salvo acordo em contrário entre as partes". BRASIL, 1998), e os casos previstos na própria Lei de Direitos Autorais.

DAS LIMITAÇÕES AOS DIREITOS AUTORAIS

De acordo com a legislação em questão, a distribuição significa “colocar à disposição do público o original ou cópia de obras literárias, artísticas ou científicas, interpretações ou execuções fixas e fonogramas, mediante venda, arrendamento ou qualquer outra forma de transferência de propriedade ou posse” ( BRASIL, 1988). Dentro dessa ideia, há casos em que realmente há um descompasso entre a lei de direitos autorais e alguns princípios constitucionais. Nesses casos, o direito autoral deve cumprir sua função social, estando acessível ao texto constitucional.

V - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissões radiotelevisivas em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração a clientes, desde que esses estabelecimentos comercializem suportes ou equipamentos que permitam sua utilização;

DA TRANSFERÊNCIA DOS DIREITOS DO AUTOR

Concluindo, o contrato de cessão é bastante complexo e se for mal redigido pode prejudicar o titular dos direitos patrimoniais. Não há extinção de direitos dentro do seu domínio ou monopólio de direitos autorais''. Por fim, embora a Lei de Direitos Autorais não exija que a licença seja por escrito, recomenda-se que os contratos que envolvam direitos autorais sejam feitos por escrito (BABINKS; PARAHYBA, 2015, p. 6), pois, conforme explicam Lemos et al (2011 , p. 103) "Os negócios jurídicos que envolvem direitos autorais são interpretados restritivamente e a questão da prova em contratos feitos oralmente sempre causa grandes dificuldades para as partes envolvidas".

Embora esse tipo de contrato seja pouco utilizado na prática e não ganhe tanta validade entre os meios de transferência de direitos patrimoniais, essa é a definição que este trabalho científico preservará.

DA UTILIZAÇÃO DE OBRAS INTELECTUAIS E FONOGRAMAS

BABINKS; PARAHYBA, 2015, p licença é autorização de uso e transferência é transferência de titularidade do direito, a concessão não encontra lugar nas definições doutrinárias. Por outro lado, Rizzardo (2013, p. 749), vê a concessão como “autorização temporária de uma das formas de uso, cuja característica básica é que a remuneração do autor é simultânea e relacionada ao sucesso do empreendimento de uso da obra". A edição inclui elementos de reprodução, pois repete a criatividade do autor para fins de sua publicação.

Cuida da edição de todo o processo editorial, incluindo fixação da obra em suporte gráfico, apresentação, quantidade e número de exemplares, colocação à venda e pagamento dos direitos autorais.

DOS DIREITOS CONEXOS

Também é relevante tratar do fonograma, termo significativo – referente ao âmbito musical – e que está diretamente relacionado aos titulares de direitos, neste âmbito. IV - colocar à disposição do público suas interpretações ou execuções, para que todos possam acessá-las no momento e local que individualmente escolherem; Da mesma forma, o legislador cuidou - no artigo 92 da referida lei - dos direitos morais de integridade e paternidade dos intérpretes sobre as interpretações, mesmo após a atribuição de direitos patrimoniais, sem prejuízo da redução, compressão, edição ou dublagem das obra em que participaram – sob responsabilidade do produtor, que não pode distorcer a interpretação do artista.

Por fim, o artigo 95 trata da exclusividade das empresas de radiodifusão, autorizando ou proibindo a retransmissão, fixação e reprodução de suas emissões, bem como a comunicação ao público, por meio de televisão, em locais de frequência coletiva, sem prejuízo dos direitos dos detentores de propriedade intelectual incluídos na programação (BRASIL, 1998).

DAS ASSOCIAÇÕES DE TITULARES DE DIREITOS DE AUTOR E DOS

Art. 6º Somente os titulares originários de direitos autorais ou conexos, cidadãos ou estrangeiros residentes no Brasil, diretamente vinculados às associações nacionais, poderão exercer cargos dirigentes nas associações reguladas por este artigo. Dessa forma, as associações representativas têm a incumbência - além de facilitar a proteção e arrecadação dos direitos autorais e conexos - de auxiliar os titulares de direitos autorais, cuidar de sua representação judicial e extrajudicial, prestar assistência, bem como a administração dos direitos patrimoniais . quanto à comunicação pública das obras e ao repasse de verbas aos autores (KSHAIM, 2016). Tem um carácter puramente instrumental, sendo constituído por sete associações representativas dos direitos de autor que o administram, nomeadamente: Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC.

Com base no exposto, observa-se que o ECAD cobra dos usuários os valores destinados aos detentores de direitos autorais e os remete às associações representativas, que por sua vez os remetem diretamente aos titulares.

DAS SANÇÕES ÀS VIOLAÇÕES DOS DIREITOS AUTORAIS

Em relação às sanções por violação de direitos autorais, Rizzardo (2013, p. 730) informa que ``sempre que os direitos autorais não são respeitados, ocorre uma infração que possibilitará a competente indenização ou o competente processo criminal''. Além disso, prevê que a autoridade judiciária competente poderá suspender ou interromper a transmissão e retransmissão – por qualquer meio ou processo – e a comunicação ao público de obras artísticas, literárias e científicas, interpretações e fonogramas realizados em violação aos direitos de seus os Proprietários. como também pode resultar em multa diária - que pode ser aumentada até o dobro - pelo descumprimento e demais indenizações cabíveis, independentemente das sanções penais cabíveis - se for comprovado que o autor da infração é reincidente. infringindo os direitos dos detentores de direitos autorais e partes relacionadas. Além disso, multa os responsáveis ​​em vinte vezes o valor que originalmente deveria ter sido pago, nos casos em que a execução pública for realizada em desacordo com: (1) o art. 68 - que dispõe sobre a necessidade de autorização prévia e expressa do titular por lei, (2) Artigo 97 – que permite a ação coletiva dos titulares de direitos autorais para fins de defesa de seus direitos por meio de associações representativas, (3) Artigo 98 – que dispõe que as associações são agentes de empresas associadas (detentores de direitos autorais), para o exercício de todas as ações necessárias à defesa judicial ou extrajudicial de seus direitos autorais, bem como ao exercício da cobrança desses direitos.

Por fim, permite que diretores, gerentes, empresários e lojistas com os organizadores dos espetáculos tenham responsabilidade solidária em decorrência da violação dos direitos autorais de espetáculos e audiências públicas (BRASIL, 1998).

TECNOLOGIAS E MODELOS DE NEGÓCIOS ATUAIS QUE ENVOLVEM

4 POSSIBILIDADE DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROVEDOR DE INTERNET POR DANOS DECORRENTES DA VIOLAÇÃO DE. Para sintetizar o entendimento sobre as subdivisões do provedor de aplicações de internet, temos: o provedor de correio eletrônico; o provedor de hospedagem; o provedor de conteúdo e o provedor de informações. O provedor de correio eletrônico é a pessoa jurídica que opera o sistema de envio e recebimento de mensagens pela Internet.

Nesse sentido, o Marco Civil da Internet (artigo 31) determina que, até a entrada em vigor da lei específica, a responsabilidade civil do provedor do aplicativo de internet pelos danos decorrentes da violação dos direitos autorais, quando que constitua violação de direitos autorais ou direitos conexos, continuará a ser regida pela legislação vigente sobre direitos autorais aplicável na data de entrada em vigor do referido Enquadramento.

POSSÍVEIS SOLUÇÕES LEGISLATIVAS E MODELOS DE LEGISLAÇÃO

Dessa forma, visa reduzir as brechas deixadas pela Lei de Direitos Autorais/1998 e pelo Marco Civil da Internet/2014 quanto à responsabilidade civil dos provedores de aplicações de Internet. Isso se deve ao risco das atividades do provedor de aplicativos de Internet em relação aos direitos dos detentores de direitos autorais. Com base no exposto, parece que as decisões judiciais apontam para a responsabilidade civil subjetiva do provedor do aplicativo por danos aos direitos autorais.

O objetivo geral desta monografia foi levantar a questão da responsabilidade legal do provedor de aplicações de internet por danos decorrentes da violação de direitos autorais. Diante desse cenário, percebe-se a dissonância entre a maioria das decisões judiciais e as disposições da Lei de Direitos Autorais, no que se refere à responsabilidade do provedor de aplicações de internet pela violação de direitos autorais. Disponível em: https://www.gedai.com.br/observancia-de-diretos-autorais-na-sociedade-informacional-licoes-do-marco-civil-da-internet/.

Referências

Documentos relacionados

11 do Marco Civil da Internet, a Lei nº 12.965/2014 (que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil) como base legal para justificar