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REVISÃO INTEGRATIVA 4. CARE ENFERMAGEM IDOSO A

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REVISTA CUIDADO EM ENFERMAGEM - CESUCA - v. 1, n.1 p. 48-65, ago. / 2015

Cachoeirinha/RS - ISSN xxxxxxxx - http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revistaenfermagem/user

4. CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO IDOSO COM DELIRIUM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: REVISÃO INTEGRATIVA

4. CARE ENFERMAGEM IDOSO AO COM DELIRIUM EM UNIDADE INTENSIVE CARE: INTEGRATIVE REVISÃO

Fernando Riegel, Diego silveira siqueira, Maria Aparecida Andreza Leopoldino, Franciele Correa Schmitz

RESUMO

OBJETIVO: analisar e identificar na literatura científica quais são os cuidados de enfermagem ao idoso com delirium hiperativo, hipoativo ou misto, internados em Unidade de Terapia Intensiva. METODOLOGIA: foi realizada uma análise integrativa na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando artigos científicos, dos quais totalizaram 11 produções. RESULTADOS: evidenciaram a relevância de se repensar no atendimento prestado pelos enfermeiros, durante a internação em Unidade de Terapia Intensiva, e definem que é imprescindível a humanização no cuidado, a comunicação com os familiares, a educação permanente, bem como a importância do papel da enfermagem para a identificação do delirium e a motivação para novas pesquisas. CONCLUSÃO: o reconhecimento deste distúrbio torna-se de grande importância para a área da enfermagem, na medida em que os profissionais da área da saúde consigam criar instrumentos para facilitar o diagnóstico dos pacientes que apresentarem este distúrbio. Para assim, pode se reduzir as taxas de morbidade, mortalidade e por consequência diminuir o período de internação.

DESCRITORES: Delirium; Idoso; Cuidados de enfermagem; Unidade de terapia intensiva.

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Fernando Riegel: Enfermeiro. Mestre em Educação. Doutorando em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da UFRGS. Enfermeiro assistencial do Serviço de Enfermagem Cirúrgica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre – HCPA.friegel@hcpa.edu.br

Diego silveira siqueira: Mestrando em Nefrologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS. Pós- Graduando em Urgência, Emergência e Trauma (SEG). Enfermeiro Assistencial da Internação Pediátrica do Hospital São Lucas da PUCRS.

Maria Aparecida Andreza Leopoldino, Enfermeira. Mestranda em Ginecologia e Obstetrícia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS.

Franciele Correa Schmitz: Enfermeira. Centro Cirúrgico do Hospital Moinhos de Vento.

ABSTRACT

OBJECTIVE: at analyzing and identifying na quais são os literature enfermagem care idoso com hiperativo ao, ou hipoativo misto delirium, boarding em Intensive Care Units. METHODOLOGY: foi uma on integrative análise given na base da Saúde Virtual Library, using scientific artigos two totalizaram 11 Produções quais, which serviram as a basis for or estudo. RESULTS: evidenciaram to rethink relevance is not paid enfermeiros atendimento hairs during em to internação Intensive Care Units, and that é definem imprescindível to humanização not care, com os comunicação relatives, permanent educação, as importância do bem da paper enfermagem to do to identificação delirium ea Motivação novas for inquiries. CONCLUSION: deste reconhecimento disturbance or tornadoes are great importance for a given area of enfermagem, na em as I profissionais da da saúde area consigam raise or diagnostic tools to facilitate two patients who apresentarem this disturbance. To assim, prune taxa morbidade ace, and by diminish mortalidade consequência or internação period is reduzir.

DESCRIPTORS: Delirium; Elderly; Nursing care; Intensive care unit.

Sumário: Introdução – Metodologia – 2. Resultados e discussão – Conclusão – Referências Bibliográficas

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INTRODUÇÃO

Ao nascermos damos início ao processo natural de envelhecimento. E segundo diversas pesquisas a população desta etapa geracional vem tendo um alto índice de crescimento. Este fenômeno fez com que os profissionais da saúde buscassem meios de proporcionar uma vida saudável a esta população senil, estabelecendo estratégias de promoção da saúde, mas principalmente devolvendo e desenvolvendo a independência funcional. Um dos distúrbios mentais que acometem bastante os idosos é o delirium, que tem início agudo, começando com uma confusão, progredindo para uma desorientação, acometendo tanto homens quanto mulheres1-

2.

O reflexo do crescimento da população de idosos é o aumento das internações hospitalares. Isto decorre devido ao despreparo dos familiares em conviver com o idoso, incluindo também o despreparo dos profissionais em lidar com tamanha demanda. Na visão capitalista os idosos não são valorizados, já que deixam de produzir, passando apenas a consumir, o que muitas vezes acaba repercutindo na saúde física e mental2.

Para um tratamento adequado dos pacientes é importante o trabalho da equipe multiprofissional. Desta forma, é possível estabelecer o diagnóstico precoce da disfunção, diminuindo o período de internação e a mortalidade com variação de 10,0% a 65,0%, e também os custos, proporcionando qualidade de vida3.

Diante disso observou-se que devido ao grande crescimento demográfico do idoso, o desafio da enfermagem é compreender o aumento da longevidade e a complexidade das doenças crônicas a que estão expostos. É importante identificar os fatores desencadeantes do delirium na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), especialmente

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pelos profissionais de enfermagem, para que ocorra um diagnóstico precoce, com foco na prevenção primária.

METODOLOGIA

O presente estudo caracteriza-se por uma Revisão Integrativa (RI) realizada através coleta dos dados pela Internet nos meses de abril de 2013 a junho de 2013.

Aceitaram-se publicações indexadas nas bases de dados da Scientific Electronic Library Online –SciELO e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).

Os descritores selecionados foram: “delirium”, “idoso”, “cuidados de enfermagem”

e “unidade de terapia intensiva”, bem como suas respectivas traduções em inglês e espanhol. Os critérios de inclusão para a seleção dos estudos: ser artigo, estar disponível on-line e gratuito, apresentar texto completo, divulgados em língua portuguesa, inglesa e espanhola, divulgados em periódicos nacionais no período de 2008 a junho 2012. Aqueles que não se enquadarem dentro destes critérios serão automaticamente excluídos.

A partir das buscas realizadas nas bases de dados um total de 942 estudos foram encontrados. Dos quais apenas 11 artigos estavam de acordo com os critérios de inclusão e objetivos do estudo.

Para análise e interpretação dos dados, foi utilizado um instrumento elaborado no qual continha informações relevantes de cada estudo selecionado, tais, como:

número, descritores, resumo, referência bibliográfica, ano, periódico e base de dados. Após o levantamento bibliográfico, realizou-se a leitura exploratória do material encontrado, possibilitando um filtro referente ao que seria de interesse à pesquisa ou não. A fase analítica - descritiva possibilitou organizar as informações e subsidiar a análise das categorias.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir serão apresentados no quadro 1 apresenta as referências bibliográficas obtidas nas bases de dados LILACS, de acordo com os descritores utilizados para efetuar a pesquisa, e após o refinamento final resultados referentes aos estudos que compõem a revisão integrativa.

Quadro 1: Representação após o refina mento da pesquisa BASE DE

DADOS

DESCRITORES N° DE REFERÊNCIAS

OBTIDAS

N° DE REFERÊNCIAS OBTIDAS APÓS REFINAMENTO

LILACS Delirium and Idoso 116 5

LILACS Delirium and Unidade de Tratamento

Intensivo

507 4

LILACS Delirium and Cuidados de Enfermagem

319 2

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Quadro 2: Artigos selecionados após aplicação de critérios de inclusão e exclusão da Revisão Integrativa

Artigo Título Autor Ano Revista

1 Delirium no paciente idoso.

POVINELLI, B.

M. S. et al.

2008 Moreira Jr.

Editora, São Paulo, p. 27-32.

2 Delirium pós-operatório em idosos.

BARBOSA, F. T.;

CUNHA, R. M.;

PINTO, A. L.

C.L.T.

2008 Revista Brasileira de

Anestesiologia, v.

58, n. 6, p. 665- 670.

3 Delirium. In: Simpósio Condutas em enfermaria

clínica médica de hospital de média complexidade – Parte2.

LÔBO, R. R. et al.

2010 Revista Medicina (Ribeirão Preto), v.

43, n. 3, p. 249- 257.

4 Delirium em idosos hospitalizados:

seguimento de 18 meses.

VASQUES, F. J.

et al.

2010 Medicina, v. 70, n.

1, p. 8-14.

5 Delirium: respostas pendentes.

FUENTES G. M. 2008 Revista Hospital de Clínicas da

Universidade do

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Chile, v. 19, p. 330- 338.

6 Importância da monitorização do delirium na unidade de

terapia intensiva.

PITROWSKY, M.

T.;

SHINOTSUKA, C.

R. et al.

2010 Revista Brasileira de Terapia

Intensiva, v. 22, n.

3, p. 274-279.

7 Prevenção do delirium em pacientes críticos:

um recomeço?

SALLUH, J.I.F.;

PANDHARIPAND , P.

2012 Revista Brasileira de Terapia

Intensiva, v. 24, n.

1, p. 1-3.

8 Delirium pós-operatório em pacientes críticos: fatores de risco

e resultados.

VEIGA, D. et al.

2012 Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 62, n. 4, p. 476- 483.

9 A validade e

confiabilidade das versões em português

de três ferramentas utilizadas para diagnosticar delirium em

pacientes criticamente doentes.

FLORES, D. G.

et al.

2011 Revista Clinical Science, v. 66, n.

11, p.1917-1922.

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10 Análise dos registros produzidos pela equipe de saúde e da percepção dos enfermeiros sobre os

sinais e sintomas de delirium.

SILVA, R. C. G.;

SILVA. A. A. P.;

MARQUES, P. A.

O.

2011 Revista Latino- Americana de Enfermagem, v. 19, n. 1, p. 1-9.

11 Confusion assessment method para analisar delirium em unidade de terapia intensiva: revisão

de literatura.

MORI, S. et al. 2009 Revista Brasileira de Terapia

Intensiva, v. 21, n.

1, p. 58-64.

Estes dados demonstram o défice nas publicações em cuidados de enfermagem ao delirium, principalmente a nível nacional. Apesar de não termos encontrado um maior número de artigos que relatem estes cuidados, torna-se muito interessante perceber a qualidade das publicações encontradas, todas em revistas de alto poder de indexação.

Observou-se, assim, que nos anos de 2008 e 2010 foram publicados 3 artigos, totalizando 6 publicações. Em 2011 e 2012 houve 2 publicações, e em 2009 houve apenas 1 publicação, sobre o assunto que norteou a pesquisa. Um número que poderia ser ampliado, evidenciado pela falta de exploração e conhecimento do delirium na área da Enfermagem.

Segundo o tipo de pesquisa, evidenciou-se que as publicações qualitativas apresentaram maior evidência, aliada também a uma revisão bibliográfica. A metodologia de pesquisa qualitativa é uma grande contribuição para analisar as

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ações de saúde, as práticas utilizadas pelos enfermeiros com relação ao delirium, bem como observar o cuidado prestado aos idosos hospitalizados e que apresentaram esta disfunção. Já a revisão permite a visualização recente de produções referentes ao tema, aprimorando, assim, as possibilidades de aprofundamento nas referências da literatura atual.

Quando se pensa na elaboração de uma nova política de cuidado ao idoso, baseada na qualidade de vida, considera-se a importância do conceito da capacidade funcional, isto é, a capacidade de se manter as habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida independente. A maioria das suas doenças são crônicas e tem seu principal fator de risco na própria idade. No entanto, esta longevidade não impede que o idoso possa conduzir sua própria vida de forma autônoma e decidir sobre seus interesses. As diretrizes básicas da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa são bons exemplos das preocupações com a promoção do envelhecimento saudável4.

O delirium consiste em um estado funcional agudo, podendo manifestar-se de diversas maneiras como déficit de atenção, distúrbios cognitivos, comportamentais, perda de memória, alucinações e agitação. O quadro pode variar entre hipoativo e sonolento, até hiperativo com agitação psicomotora, sendo o quadro hipoativo o mais frequente entre os idosos3-5.

Já para outro autor trata - se de uma alteração cognitiva que tem seu início de forma aguda, com curso bem flutuante, e tem maior incidência com o avanço da idade. O delirium é considerado como uma emergência geriátrica, já que acomete mais de 50% dos idosos hospitalizados, tendo sua maior taxa de prevalência nos setores de emergência e unidade de terapia intensiva. Pode ocorrer de três formas, a hipoativa, a hiperativa, ou ainda de forma mista6.

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Este distúrbio neurológico acomete principalmente idosos e pode ser facilmente confundido com demência, psicose ou ainda depressão. Mas é um estado potencialmente reversível e sua ocorrência pode desenvolver-se em um curto período. Porém há casos em que podem levar horas e outros dias, para desenvolverem os sintomas5.

Identificar os fatores de risco e diminuir os fatores precipitantes é a principal intervenção para reduzir o surgimento do delirium, sendo que a presença de ilusões e alucinações visuais não é obrigatória para se fazer o diagnóstico, mas se faz presente de 40,0% a 75,0% dos idosos com delirium. As medidas de prevenção não farmacológicas são fundamentais, e estas devem ser tomadas em todos os pacientes idosos, principalmente aqueles que apresentam maior risco para delirium, pessoas com idade acima de 65 anos, com a saúde muito comprometida ou que apresente déficit cognitivo. Sempre que possível todo paciente idoso internado em hospital deveria realizar avaliação com um geriatra7.

O delirium pós-operatório é uma complicação comum na faixa etária avançada, tem fisiopatologia pobremente esclarecida e tem como um dos sintomas o delírio. O delírio parece estar relacionado com a atividade colinérgica central. O objetivo deste artigo foi descrever a etiologia, o diagnóstico, as estratégias de prevenção e o tratamento do delirium pós-operatório por meio da revisão de literatura. A incidência de delirium pós-operatório é maior nos pacientes idosos e as estratégias de prevenção devem ser utilizadas para redução da mortalidade associada a essa complicação anestésico-cirúrgica8.

Neste outro artigo concluiu-se que a incidência de delirium foi elevada nos pacientes cirúrgicos internados em Unidade de Terapia Intensiva. O delirium pós-operatório (DPO) foi associado a uma pior pontuação de gravidade da doença, tempo de permanência mais longo no hospital e a taxas mais elevadas de mortalidade. Os

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fatores de risco independentes para DPO foram a idade, cirurgia de emergência e quantidade de plasma administrado durante a cirurgia9.

Para facilitar a identificação do delirium de forma objetiva alguns instrumentos foram elaborados, dentre estes o CAM-ICU. Este instrumento caracteriza-se por ser de fácil aplicação, possuir alta sensibilidade e especificidade, não necessitar de treinamentos complexos para utilizá-lo e por serem necessários apenas 2-3 minutos para sua aplicação, otimizando o tempo no atendimento10.

Para estes autores esta pesquisa pretendeu conhecer e explorar a dimensão do subdiagnóstico da confusão aguda/delirium. Os resultados apontaram a dificuldade para se identificar a confusão aguda/delirium, com implicações para a qualidade dos cuidados, sugerindo a necessidade de medidas formativas dirigidas às equipes de saúde11.

No Chile há poucas pesquisas sobre delirium, onde citou três trabalhos, dos quais apenas dois foram publicados. Ainda segundo o autor é importante descrever as várias etiologias, fatores de risco e fatores precipitantes para o delirium, cujas diferenças aparentemente, não são substanciais. É importante saber quais são os fatores modificáveis e potencialmente tratáveis, para uma possível medida preventiva. O essencial é saber os fatores de risco para o desenvolvimento de delirium12.

Relata em seus estudos que em 18 meses de acompanhamento após a alta, o

desenvolvimento de delirium durante a internação

foi associada a uma maior dependência, evidenciado pela pior pontuação nas atividades de vida diária. E que durante a internação aumentou a morbidade e a permanência hospitalar13.

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São numerosos fatores de risco para delirium são modificáveis com intervenções relativamente fáceis e de baixo custo, como sedação, poupando benzodiazepínicos, mobilização precoce, correção de distúrbios hidroeletrolíticos, prevenção da hipóxia, liberação precoce da ventilação mecânica, assim como a remoção de dispositivos invasivos. Estas intervenções, embora com evidências de redução do risco de delirium, estão longe de ser amplamente utilizadas nas unidades de terapia intensiva brasileiras ou do restante do mundo. O importante neste tipo de abordagem envolve manter os pacientes criticamente enfermos na UTI confortáveis e sem dor, mas o mais desperto possível, empregando estratégias que os libere da ventilação mecânica e o início precoce de terapia ocupacional, restabelecendo a independência funcional14.

Um estudo em quatro unidades de terapia intensiva no Brasil, onde os pacientes com pré-disposição para delirium foram selecionados por um psiquiatra e outros por um neurologista, utilizando o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.

Os doentes foram posteriormente analisados por um médico intensivista usando traduções portuguesas das três ferramentas (a Intensive Care Delirium Screening Checklist, o Confusion Assessment Method para Unidades de Terapia Intensiva e o Confusion Assessment Method para unidades de terapia intensiva Fluxograma). Todos os três instrumentos são ferramentas de diagnóstico eficazes em pacientes de unidade de terapia intensiva em estado crítico. Em Além disso, a versão em Português Brasileiro do Confusion Assessment Method para Unidades de Terapia Intensiva é válida e instrumento confiável para a avaliação de delirium entre os pacientes criticamente enfermos15.

Contudo após análise destes atigos posso afirmar que o delirium pode e deve ser evitado pelos profissionais de saúde, mas principalmente pelos enfermeiros, os quais estão envolvidos diretamente aos pacientes, 24 horas por dia. Seria necessário um

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aprimoramento a estes profissionais através de treinamentos, educação permanente, educação continuada ou grupo de estudos, para que estes implementem instrumentos para o diagnóstico precoce da disfunção. O delirium é passível de prevenção, e possivelmente, nunca deveria ocorrer. A adesão total às medidas no processo de cuidado e as tendências na prevalência do delirium deveriam ser introduzidos e utilizados como um indicador de qualidade em Unidade de Terapia Intensiva.

CONCLUSÃO

Ao analisar um ambiente gerador de estressores, como a Unidade de Tratamento Intensivo, deve-se ter em mente a grande demanda de serviço que se encontrará neste local.

O estudo possibilitou avaliar o delirium em hospitais a nível nacional e internacional, ampliando esta pesquisa, onde pude fazer comparações sobre o tema em questão, e assim posso descrever que os nossos hospitais estão tão interessados em prevenir o delirium quanto hospitais de países da América Latina. A literatura defende que os fatores de risco modificáveis devem sofrer intervenções a fim de proporcionar um ambiente mais acolhedor. Pois os pacientes que tem seu nível de consciência rebaixado tornam-se indefesos, necessitando de atenção integral, já que seus reflexos diminuem, dificultando suas atividades de vida diária.

A equipe de enfermagem deve atuar nas estratégias de educação em saúde e no apoio as famílias, explicando a elas o processo de saúde/doença, a fim de promover a estas famílias a chance de sentirem-se úteis, bem como a integralidade ao cuidado prestado. Estes familiares deveriam atuar como facilitadores, a fim de auxiliar os profissionais a proporcionar um atendimento mais individualizado, e suas reais necessidades.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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<http://www.regional.bvsalud.org>

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<http://www.fmrp.usp.br >. Acesso em: 20 abr. 2012.

7. Povinelli BMS, Dib TAA, Miethke D, Souza PMR. Delirium no paciente idoso. Moreira Jr. Editora, São Paulo, p. 27-32, 2008. Available from:

<http://www.moreirajr.com.br>. Acesso em: 11 abr. 2013.

8. Barbosa FT, Cunha RM, Pinto ALCLT. Delirium pós-operatório em idosos. Revista Brasileira de Anestesiologia, 58:6, p.665-670, 2008. Available from:

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9.Veiga D, Luis C, Parente D, Fernandes V, Botelho M, Santos P, et al. Delirium Pós- operatório em Pacientes Críticos: Fatores de Risco e Resultados. Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 62, No 4, Julho-Agosto, 2012. Available from:

http://www.scielo.br/pdf/rba/v62n4/v62n4a01.pdf

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<http://www.regional.bvsalud.org>. Acesso em: 7 abr. 2012.

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Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 19, n. 1, p. 1-9, jan./fev. 2011.

Available from: <http://www.eerp.usp.br>. Acesso em: 15 maio 2013.

12. Fuentes GM. Delirium: respostas pendentes. Revista Hospital de Clinicas da Universidade do Chile, v.19, p. 330-338, 2008. Disponível em:

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Delirium em ancianos hospitalizados seguimiento de 18 meses. Medicina (Buenos Aires), 2010; 70: 8-14.

14. Salluh JIF, Pandharipande P. Prevenção do delirium em pacientes críticos: um recomeço? Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 24:1, p. 1-3, 2012. Available from:

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15. Flores DG. A validade e confiabilidade das versões em português de três ferramentas utilizadas para diagnosticar delirium em pacientes criticamente doentes. Revista Clinical Science, 66:11, p.1917-1922, 2011. Available from:

<http://www.scielo.br>. Acesso em: 15 maio 2013.

Referências

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