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“Revista Tipográfica” (RJ, 1888-1889): as seções Exterior e Miscelânea

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Academic year: 2023

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XXXI Congresso de Iniciação Científica

“Revista Tipográfica” (RJ, 1888-1889): as seções Exterior e Miscelânea

Nathalia Agnes Custódio M. Bove, Tania Regina de Luca. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP: Campus de Assis – Faculdade de Ciências e Letras.

nathaliaagbove@hotmail.com, tania.luca@unesp.br. Bolsista PIBIC.

Palavras Chave: Revista Tipográfica, tipógrafos, trabalhadores livres.

Introdução

A pesquisa tem por fonte a “Revista Tipográfica”

(RJ, 1888/1889), semanário impresso na importante Tipografia Universal de Laemmert &C, e, posteriormente, na Tipografia Itália. A folha foi criada por um grupo de tipógrafos, os Srs. Luiz da França e Silva, Júlio Ladislau, Pedro da Costa Frederico e Paulo Latour, para defender os interesses da profissão e divulgar a arte tipográfica. A revista somou 78 edições e sempre contou com a liderança de Luiz França e Silva. A publicação estruturava-se em artigos e seções e, por vezes, continha parte literária, sobretudo poemas, além de trazer anúncios (do n. 7, 2/4/1888 em diante). A quantidade de páginas variou de 4, 6 a 8, com escassa presença de ilustrações.

Objetivo

O objetivo foi o de analisar as discussões acerca das condições de trabalho dos tipógrafos, como percebiam a profissão e de que forma se organizavam na defesa de seus interesses. Para tanto, três questões foram norteadoras: a) o a revista publicou sobre as condições de trabalho dos tipógrafos? b) o que era divulgado sobre a arte tipográfica? c) o que se propunha em prol da união dos mesmos e desenvolvimento da folha?

Material e Métodos

O procedimento de pesquisa pautou-se pela leitura da fonte e da bibliografia, o que permitiu descrever de forma sistemática a publicação, registrada num banco de dados. Nessa etapa da pesquisa, foi realizado estudo específico das seções Exterior e Miscelânea, com atenção para as temáticas veiculadas e autoria. E, por último, foram confeccionadas tabelas para a sistematização dos conteúdos. Todo esse processo foi acompanhado por debates entre professor-orientador e alunos- bolsistas.

Resultados e Discussão

Entende-se por seções conteúdos encimados por títulos fixos e que se repetem pelo menos duas vezes, de forma subsequente ou não. A Revista teve um total de treze seções, com diferente duração e finalidade. As aqui estudadas Exterior e Miscelânea

tratavam de temas diversos: a primeira, como indica o título, informava sobre os progressos da arte da impressão e a mobilização dos trabalhadores em âmbito internacional, com base em publicações recebidas. Já a outra continha textos diversos, mas abordava, sobretudo, questões relativas às condições de trabalho, paralisações e lutas dos tipógrafos. As seções revelam a intenção da folha de dar conta de tudo o que pudesse interessar aos tipógrafos, instruí-los sobre o ofício, propagar a união e a defesa dos seus interesses e informá-los sobre o que se passava no exterior. Após a Abolição, a mobilização dos tipógrafos cresceu em todo o país, como bem revela a análise realizada.

Os dados provenientes das seções, organizados em tabelas individuais e posteriormente comparados, permitiram compreender a trajetória do impresso e sua preocupação no sentido de propagar a história da invenção da imprensa, técnicas de impressão, associações de tipógrafos, fundadas no Brasil e no exterior, movimentos grevistas e denúncias contra patrões, divulgação de folhas de tipógrafos em circulação ao redor do mundo, tudo em prol do desenvolvimento do ofício e dos interesses dos trabalhadores.

A “Revista Tipográfica” comprova que já havia um grupo de trabalhadores assalariados no período imperial, com uma consciência de classe perceptível e defesa de seus interesses. A imprensa é vista como espaço para o letramento do povo e difusão de símbolos e significados sociais, apreendida, portanto, como um local estratégico.

Conclusões

O intuito dos tipógrafos era tornar o jornal um instrumento de luta, e de união dos profissionais, mas também um espaço de aprendizagem a respeito da “arte tipográfica”, sua história e desafios então enfrentados no Rio de Janeiro. A divulgação de greves, notícias de associações, reuniões, comemorações (em âmbito nacional e estrangeiro) confirma que a publicação empenhou-se em prol da categoria, num contexto social e político efervescente, marcado pela luta em prol da Abolição e da proclamação da República. Os tipógrafos atuaram especialmente em defesa do fim da escravidão.

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1ALVES, Teresa Vitória. O Graphico: representações da vida e da sociedade do Brasil na Primeira República. Dissertação (Mestrado em História). Juiz de Fora: UFJF, 2007.

2 GARCIA, Evaldo Silva. A imprensa operária e socialista brasileira no século XIX. Revista de Estudos Sociais, Rio de Janeiro, n° 19, Fev.

1964.

Referências

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