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Rio de Janeiro

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Academic year: 2023

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Texto

A Escola como parte da rede de proteção à criança e ao adolescente

A experiência clínico-institucional

Recortes de uma escuta

Quando questionada sobre essas “coisas erradas”, ela diz que é porque fica até tarde na comunidade, com pessoas que usam maconha e bebem álcool. Ela é uma menina quieta, mas acho que tem uma coisa que ela não está falando e está me incomodando [...] Ela não está falando, mas está tendo essas reações estranhas."

Uma nova proposta de trabalho

A pulsão de morte foi proposta por Freud como uma tendência que levaria à eliminação da estimulação do organismo. Afirma que existe um entendimento muito comum na literatura (como vimos acima); que é que a pulsão de si teria sido incorporada à pulsão de vida, e traz argumentos da teoria para confirmar esse conceito de pulsão. Como, por exemplo, no caso de H, que ilustra bem a função da pulsão de ver e ser visto.

Foi em Além do Princípio do Prazer (1920) que Freud introduziu o conceito de pulsão de morte e inaugurou a segunda fase de sua teoria das pulsões, como mencionamos no início deste capítulo. Levanta a possibilidade de que estes esforços tenham sido acompanhados por um impulso de dominação que operava independentemente de a memória em si ser agradável ou não. Ainda neste texto, Freud nos apresenta a pulsão de morte, conceito importante no estudo da automutilação.

Vemos que esta forma de expressão do instinto de morte ocorre de forma compulsiva na vida de alguns. Continuando a escrita de Freud, ele discute a natureza compulsiva da repetição ao vinculá-la ao instinto de morte.

Cortar-se: um empuxo à vida ou à morte?

Assim como Freud apresenta uma de suas razões para acreditar na existência da pulsão de morte, como escreve na citação acima, ele distingue entre pulsão de vida e pulsão de morte. Segundo ele, os instintos de vida têm muito mais contato com a nossa percepção interna e atuam como produtores de tensão cujo alívio é sentido como prazer. Esse raciocínio de Freud refere-se, portanto, à relação entre pulsões de vida e de morte no sentido de que uma não existe sem a outra.

Se o princípio do prazer consiste em aliviar a tensão causada pela pulsão de vida, o propósito da pulsão de morte foi alcançado. O que Freud nos traz confirma a visão de que o objetivo de quem se corta é satisfazer o instinto de morte: aliviar a tensão interna. Porém, podemos perceber uma contradição no ponto em que este autor acredita que o instinto de vida triunfou sobre o instinto de morte.

Parece-nos que a função fundamental do instinto sexual ou de vida é desviar o instinto de morte do seu objetivo principal: o instinto de morte. Entendemos que o conceito de pulsão de vida significa aceitar o excesso de estímulos provocados pelo sexo.

Bate-se numa criança: da fanta sia à experiência concreta

O que muda é que na primeira etapa o filho atribui a ele o amor do pai, dizendo “Ele (meu pai) só ama a mim, porque está batendo no outro filho”, o que passa pelo processo de supressão do amor incestuoso. dá origem ao sentimento de culpa que esconde seu desejo de amor pelo pai, através da afirmação da segunda etapa da fantasia: 'não, ele não te ama, porque está batendo em você'. Freud diz que a culpa é invariavelmente o fator que transforma o sadismo em masoquismo, porém, não é o conteúdo total do masoquismo; uma parte deve ser atribuída ao impulso do amor. Ele considera que a análise da perversão infantil aqui discutida é de grande importância para a solução de um velho enigma: o de que o sentimento de culpa está relacionado à masturbação na primeira infância e não ao da puberdade, que não deveria estar intrinsecamente relacionado com a masturbação. ato de masturbação. em si, mas com a fantasia inconsciente, cuja raiz se encontra no Complexo de Édipo.

Ele entende que o sentimento de culpa está presente nas fantasias masoquistas, pois a fantasia tem em seu conteúdo esse caráter de expiação, de ser punido de alguma forma. Freud acredita que o masoquismo moral em relação ao tratamento psicanalítico pode representar resistência por parte dos analisados, pois há uma satisfação na culpa e, portanto, um excesso na doença. Podemos facilmente relacionar, através da escuta desses temas, a prática da automutilação com a 'culpa', que deveria ser substituída pelo termo 'necessidade de punição' como Freud apontou neste texto.

Além das peculiaridades de cada adolescente com quem conversamos no ambiente escolar, o componente sexual e o sentimento de culpa estão sempre presentes no complexo sintomático de quem se corta. Ele também associa o assédio sexual cometido por dois colegas de escola quando tinha oito anos com a culpa da mãe, bem como com o seu próprio sentimento de culpa devido ao divórcio dos pais.

Automutilação: um corpo para a expr essão do masoquismo erógeno?

Nesta parte da pulsão, aprisionada no organismo, identifica-se o masoquismo erógeno original (FREUD), nesta parte da dor, segundo o autor, constroem-se métodos de lidar com a violência traumática. a narrativa desses sujeitos no ambiente escolar, para compreender a atitude daqueles que se isolam e sua forma singular de entrar no campo do Outro.

É um processo longo, do sexto ao décimo oitavo mês de vida, que se caracteriza especialmente pela imagem no espelho. Lacan, no Seminário 1, Os escritos técnicos de Freud, traz extensões interessantes a respeito do estágio do espelho que podem contribuir para a reflexão da dinâmica psíquica de quem se corta. Ele afirma que existe um narcisismo relacionado à imagem corporal, ou seja, na medida em que ele é um homem e não um cavalo.

Esta noção nos ajudará a compreender a relação daqueles que rompem com o campo do Outro. Esses sujeitos em repouso sentem a dor do luto tão intensamente que parecem chegar ainda mais perto do que poderíamos chamar de melancolia – que discutiremos no próximo subcapítulo.

O adolescente e sua mãe: entre lutos e cortes

Como vimos na citação acima, a perda do papel e da identidade do filho coloca esse sujeito diante de uma nova posição subjetiva na vida e nos relacionamentos, principalmente em relação aos pais. O desejo do sujeito só pode ser limitado nesta relação pela competição, pela rivalidade absoluta com o outro, no que diz respeito ao objeto para o qual tende. Estariam os rastros a serviço de uma tentativa de separação dessa identificação narcísica, apelando ao recurso da concretude, ou estariam simplesmente a serviço da própria melancolia.

Não se trata apenas de falar de proibição, mas simplesmente de dominância das mulheres como mães. Tanto na série quanto no livro, alguns elementos permitem supor que Adora é uma mãe que sofre de uma patologia chamada síndrome de Munchausen. A literatura diz que nesta síndrome o abuso físico é provocado deliberadamente para que essas crianças necessitem de cuidados maternos devido à doença, a intenção é focar a atenção em si mesmas, com a imagem de uma mãe atenta e protetora.

Porém, esse cuidado nada mais é do que uma violência velada, de modo que o corpo da filha é seu objeto de gratificação instintiva sádica. Dessa forma, nos aproximamos ainda mais e reforçamos a hipótese de uma ligação estrita entre o sintoma de se cortar e aquela que realiza a maternidade.

O corte como ato endereçado ao Outro: Che vuoi?

Trazendo para a nossa experiência no campo da educação, esta afirmação permite esclarecer o sintoma, o de cortar-se, que está ligado à designação do outro. Neste ponto já é possível aproximar-se da relação entre o sintoma da automutilação e o significante do outro, seja com o objeto a, o tesouro de significantes que se relacionam com o desejo do outro. Parece-nos supor que o sujeito neurótico, seja aquele que se corta, alienado do desejo do outro, não o quer como sujeito dividido, como sujeito bloqueado, isso no segundo nível do grafo. .

Digo que é um signo relacionado com o que acontece em termos da relação entre o sujeito e o objeto a, em toda a sua generalidade. Talvez seja esse o foco da análise, que é ouvir esses adolescentes se cortando no ambiente escolar. Conclui também que o objeto em questão também pode ser o Superego mais incômodo para o sujeito.

A fala desses adolescentes que se cortam enfatiza a força do Superego, de modo que a lei do desejo do Outro é avassaladora, o que determina intensamente a formação desse sintoma. Como vimos anteriormente, o narcisismo está intimamente relacionado com a experiência de quem se corta – somando-se à ideia de que a sublimação é capaz de distorcer a relação narcísica do sujeito com o objeto. Posicionamo-nos, portanto, como aquele outro – um terceiro – que é sensível e que acolhe estes temas, que oferece um espaço de escuta e de criação.

Dito isso, a pergunta que vem à mente é: até onde vamos ouvir sujeitos que se cortam?

O acting out e a passagem ao ato na clínico da automutilação

Poesia Falada: um esforço de saída pela via da sublimação

Entendemos também a automutilação como uma forma de escrita no próprio corpo, que se localiza na subjetividade, onde É esta dimensão do impossível, o vazio da Coisa, que se esconde atrás dos cortes na pele que nunca deixam de ser escritos, mas sempre como objeto de satisfação parcial. A escrita desses adolescentes serve como uma saída para essa impossibilidade, bem como uma medida para não ceder ao seu desejo.

O autor destaca que na sublimação o sujeito não está vinculado aos objetos originais, como é o caso da identificação narcísica, que é um processo que diz respeito a um objeto sublime. Lembre-se que tudo o que se desenvolve ao nível da interpsicologia mãe-filho, que se enquadra grosso modo em categorizações como frustração, satisfação e dependência, nada mais é do que um enorme desenvolvimento da coisa materna, na medida em que a mãe ocupa o lugar da coisa. , de das Ding. Na medida em que é função do princípio do prazer que o homem procure repetidamente aquilo que deve encontrar novamente, mas não consegue alcançar, neste ponto é essencial, esta relação móvel, esta relação chamada casamento. sobre a proibição do incesto.

Beneficiamos agora do significante ‘pulsão’, uma vez que lembramos que ele corresponde àquele conceito que se situa entre o psíquico e o somático. Propus combinar o máximo que pudesse da escuta no ambiente escolar desses sujeitos se cortando, para entrelaçar isso com essa pesquisa sobre automutilação através do que a psicanálise nos ensina.

Referências

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Algo que ressalta à reflexão, no entanto, é esta forma com a qual era tratado o conflito e suas causas, isto sim um traço comum, a “recusa a uma situação sentida e denunciada