SUPLEMENTO SEMANAL DE FERRO EM CRIANÇAS DE 2 ANOS É EFICAZ NO COMBATE À ANEMIA / ANDREZA MOITA MORAIS. A suplementação semanal de ferro em pré-escolares promoveu aumento nos níveis de Hb e diminuição na incidência de anemia. Palavras-chave: Anemia ferropriva; hemoglobinas; sulfato ferroso; criança pré-escolar; ensaio clínico.
A deficiência de ferro e a anemia por deficiência de ferro são as deficiências nutricionais mais comuns em todo o mundo. A OMS indica que globalmente cerca de 42% das crianças menores de 5 anos de idade têm anemia por deficiência de ferro. A deficiência de ferro está associada à fragilidade e distorções ósseas, hepatoesplenomegalia (provavelmente devido a hematopoiese extramedular), retardo de crescimento, puberdade, distúrbios do neurodesenvolvimento, cardiomegalia e anormalidades eletrocardiográficas (ALLALI, et al; 2017).
Um estudo recente relacionou a deficiência de ferro na infância e adolescência a um aumento da prevalência do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Nesse contexto, embora o tratamento da anemia ferropriva seja de fácil acesso e disponibilidade no Sistema Único de Saúde (SUS), essa baixa adesão dificulta o manejo e a redução da prevalência da anemia, principalmente nos grupos mais vulneráveis. Desde 2005, existem programas do Ministério da Saúde voltados para a redução da anemia ferropriva em crianças, como o Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF) e o Programa Saúde na Escola (PSE).
Assim, as intervenções implementadas nas escolas, por meio da intersetorialidade na implementação desses programas, têm um papel importante na consolidação das práticas de educação em saúde e no manejo da anemia ferropriva.
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
Anemia Ferropriva
Prevenção e Tratamento da Anemia Ferropriva
Essa estratégia, implementada desde 2015, tem como principal objetivo a prevenção da anemia ferropriva em crianças (BRASIL, 2015). Outra estratégia do Ministério da Saúde é o Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF), que desde 2005 preconiza a suplementação de ferro em doses profiláticas para grupos de risco, além de medidas complementares como a promoção de uma alimentação saudável e clampeamento tardio do cordão umbilical . Essa estratégia resultou em documentos que acompanham o programa, com informações importantes sobre os alimentos como fontes de ferro heme e não heme, além da organização do processo de tratamento da anemia ferropriva em diferentes faixas etárias (BRASIL, 2013).
O PNSF preconiza a administração diária de ferro até a criança completar 24 meses de idade, que é disponibilizado gratuitamente aos usuários do Sistema Único de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde (MIRANDA, et al; 2020). Várias ações não governamentais têm sido implementadas com o objetivo de prevenir e tratar a anemia ferropriva em crianças. Algumas dessas ações, enfatizando o papel da escola como palco dessas intervenções, têm conseguido reduzir a incidência da anemia ferropriva (ARCANJO, et al; 2011; ARCANJO, et al; 2019).
As recomendações atuais para o tratamento da anemia ferropriva também incluem orientações dietéticas adequadas para o consumo de fontes alimentares ricas em ferro e suplementos de ferro - por via oral - com dose terapêutica de 3 a 5 mg/kg/dia de ferro elementar para crianças, em menos oito semanas de idade (CANÇADO , 2009).
O Papel da Escola na Adesão à Suplementação de Ferro em crianças
Intervenções para prevenir a anemia ferropriva em escolas têm obtido sucesso na redução da prevalência de anemia em estudos realizados no Brasil (ARCANJO, et al; 2011 ARCANJO, et al; 2019).
Método de pesquisa
Cenário e participantes do estudo
Coleta dos dados
A intervenção foi realizada pelos autores, na qual o suplemento foi injetado suavemente no canto lateral da boca da criança. Cada responsável pela criança preencheu previamente um questionário com informações sobre idade, sexo, aleitamento materno exclusivo (amamentação exclusiva) até 6 meses, escolaridade da mãe e renda familiar (ANEXO B). Em termos de tamanho da amostra, a prevalência de anemia foi estimada em 40-50% com base em estudos anteriores.
Cada grupo precisaria de pelo menos 43 indivíduos para alcançar uma redução na prevalência de anemia de 50% para 25% com poder de estudo de 80%, estimando um erro tipo 1 de 5% e permitindo 10% de perda de acompanhamento (LWANGA; LEMESSHOW AND AMOSTRA, 1991). Para comparar os valores de Hb antes e depois da intervenção, foram realizadas duas análises bioquímicas. Um técnico treinado mediu as concentrações de Hb usando um fotômetro portátil HemoCue Bhemoglobin (Hb 301 - HemoCue AB, Ängelholm, Suécia), também usando Carelet® Safety Lancets coletando sangue capilar em ambiente asséptico por picada no dedo (Facet Technologies, Atlanta, GA, EUA) .
Organização e análise dos dados
Procedimentos Éticos
Of the causes of anemia, approx. 50% a diet deficient in iron, which is considered to be the most widespread nutritional deficiency in the world, mainly affecting children under five (pre-school children), women of childbearing age. age, pregnant and lactating women, in greater numbers in developing countries [2,3]. In the northeastern Brazilian municipality of Sobral - Ceará, a medium-sized city, between August and December 2019, the study sample was drawn from the population of preschool children aged between 24 and 36 months from public infant education centers. All preschool children from the two early childhood education centers between the ages of 24 and 36 months were invited to participate in the study.
At the first school, the children received 6 mg/kg elemental iron in the form of iron sulphate once a week (intervention). Conclusion: Weekly iron supplementation in preschool-aged children promoted a significant increase in Hb levels and a decrease in the prevalence of anemia. Based on previous research in this area, the prevalence of anemia in the study population was predicted to be between 40 and 50 percent [11].
This indicates that the intervention was successful for one out of two preschoolers in the group. In Brazil, the Ministry of Health implemented the National Iron Supplementation Program in 2005, which aimed to reduce the prevalence of iron deficiency anemia through preventive iron supplementation in children aged six months to 2 years, pregnant women and women in the postpartum period [13]. In the current study, weekly iron consumption led to a significant decrease in the prevalence of iron deficiency anemia in children, from 45.5 to 9.1%.
While there was a non-significant increase in the anemic population from 16.7 to 25.0% in the control group. When only anemic participants were analyzed, a large reduction of iron deficiency anemia was observed, 80%, in the group that had weekly iron supplementation. Such data show that weekly iron supplementation was very effective in the anemic participants.
Analyzing these same groups, a significant increase in serum Hb levels was confirmed in the group receiving weekly ferrous sulfate supplementation (0.85 g/dL) compared to the control group (-0.74 g/dL), which represented decrease in Hb level. Convergence has been observed in reducing the prevalence of anemia, reducing morbidity from infectious diseases and infant mortality, and contributing to the overall development of tissues [7,9,10]. Most studies that link iron supplementation to a reduction in anemia do not specifically analyze the 2-year age group considered in this study.
All students who signed the consent term and whose ICF was completed and signed by their parents or guardians were included in the study. All authors declare that all experiments were reviewed and approved by the relevant ethics committee and were therefore designed in accordance with the ethical standards set forth in the 1964 Declaration of Helsinki.
