XXVI Congresso de Iniciação Científica
UN Peace Operations: crimes and immunities
Autora: Camila de Souza Salvatore Orientador: Prof. Dr. Sérgio Luiz Cruz Aguilar, Campus Marília,Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC), International Relations, cssalvatore@hotmail.com, Bolsa de Iniciação Científica FAPESP.
Key Words: Peace Operations, Immunities, United Nations (UN)
Introdução
A Organização das Nações Unidas (ONU), de forma a alcançar seus objetivos de manutenção da paz no mundo, tem como ferramenta fundamental a instauração de Operações de Paz, as quais evoluíram amplamente, possuindo hoje um caráter multidimensional. Os integrantes dessas operações, assim como os membros da própria ONU, possuem imunidades (baseada tanto em convenções multilaterais quanto em acordos específicos realizados para com o país hospedeiro) que acarretam no presente momento em um debate relativo ao caso de cometimento de crime por parte de algum membro da operação. Utilizando pesquisa bibliográfica, essa pesquisa visará a compreensão da evolução das operações de paz, partindo num segundo momento para o foco do trabalho que será nos documentos que regulam e dão base jurídica para as imunidades. Por fim, será feito um levantamento de crimes ocorridos em operações, observando o tratamento jurídico que foi dados a eles e os resultados dos processos de apuração e julgamento.
Objetivos
Compreender as bases jurídicas utilizadas pelo Conselho de Segurança para a implantação de Operações de Paz; Levantar os documentos estabelecidos para as Operações de Paz; Verificar o processo de formação das operações; Verificar a relação jurídica entre ONU e o país receptor da missão; Levantar os documentos que regulam as imunidades do pessoal da ONU; Analisar a relação jurídica entre ONU e países fornecedores de tropas militares e policiais para a missão;
Material e Métodos
Para a maior compreensão das operações de paz da Organização das Nações Unidas pretende-se fazer uma pesquisa bibliográfica de forma a compreender seu funcionamento, utilizando tanto o que foi produzido na academia em relação ao tema como as próprias resoluções e relatórios da ONU.
Para isso, serão utilizados livros, artigos de revistas especializadas, anais de eventos e teses sobre as operações de paz. Também será explorado o site da própria ONU, em especial do DPKO, como forma de obtenção dos documentos sobre as operações.
Resultados e Discussão
Através de dados divulgados pela ONU (2014), observamos que dos 69 casos de crime comprovado pelas investigações, apenas 11 resultaram numa sentença de prisão ao agressor, o que poderia demonstrar a fragilidade do sistema de avaliação, uma vez que houveram casos substanciados dispensados e que grande parte ainda está pendente para avaliação.
Além disso, é importante observar que, das denúncias recebidas pelo OIOS em outubro de 2012, 47% eram referentes a crimes ocorridos em missões. Em novembro e dezembro do mesmo ano, o número foi de 48%1. Esse dado mostra como, dos delitos que envolvem a mais importante organização internacional, quase que metade são cometidos no cenário de manutenção da paz, uma contradição que muitas vezes questiona o próprio papel das operações de paz.
Conclusões
A compreensão do funcionamento da missão e a identificação de possíveis lacunas ou falta de clareza deixadas pelos acordos podem permitir que a questão do julgamento do pessoal envolvido nas operações seja encarada como uma ameaça ao funcionamento do sistema de defesa e promoção da paz da ONU. É importante, portanto, que esteja claro o procedimento de julgamentos tanto de militares quanto de civis envolvidos nas operações de paz, para que não o tema não seja tão fortemente relacionado com impunidade.
Agradecimentos
Primeiramente à FAPESP pelo apoio ao projeto de iniciação científica e ao Prof. Dr. Sérgio Luiz Cruz Aguilar pela orientação a todos os trabalhos. ¹ ______.
Supplementary information to A/68/756-Information on substantiated allegations reported in 2010-2011-2012, 14 fev. 2014. Disponível em:
² KENKEL, Kai Michael. Five generations of peace operations: from the “thin blue line” to “painting a country blue”. Rev. Bras. Polít. int.
56 (1): 122-143, 2013.
