XXVII Congresso de Iniciação Científica
Intervenções com jogos de mesa/tabuleiro: adaptações direcionadas aos estudantes com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.
Plínio Rezende Silveira e Silva, Jaqueline Costa Castilho Moreira, Camila Rodrigues Costa, Manoel Osmar Seabra Jr, Campus de Presidente Prudente, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Educação Física, pliniosirez1525@outlook.com, modalidade de Iniciação Científica Sem Bolsa (ISB).
Palavras Chave: TDAH, jogos de mesa/tabuleiro, estratégias de ensino.
Introdução
Indivíduos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) têm grande dificuldade de controlar a agitação motora e a impulsividade, condição que acarreta prejuízos no desenvolvimento cognitivo, sócio-afetivo, e dificuldades de aprendizagem (LOPES, 1998).
Vygotsky (2001) sugere que a mediação pedagógica adequada propicia o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, o que pode contribuir no trato com este público. Para Rego (2001) são esses estágios mais avançados que contribuem no raciocínio, planejamento, imaginação e memória.
Nesse sentido, os jogos de mesa/tabuleiro tornam- se recursos facilitadores tanto do desenvolvimento das funções psicossociais, como das afetivas e intelectuais (LOPES, 1998; GRANDO, 2001). Pelo seu dinamismo, Oliveira (1999) aponta que os jogos satisfazem a necessidade de constantes estímulos desses alunos, desafiando-os em suas habilidades e competências de forma lúdica.
Objetivo
Investigar os jogos de mesa/tabuleiro como estratégias pedagógicas adaptadas direcionadas aos estudantes com TDAH.
Material e Métodos
Nesta pesquisa qualitativa foram selecionados doze jogos de mesa/tabuleiro, categorizados segundo a tabela 1. Participaram oito estudantes de ensino fundamental, ciclo 1, diagnosticados com TDAH. As intervenções foram realizadas em espaço diferenciado de uma escola pública, sendo vivenciado um jogo a cada semana, seguindo a ordem categórica mencionada.
Fez parte do método de coleta: uma observação participante com registro em diário de campo e filmagem. Mediante as filmagens e registro de campo foram evidenciadas as estratégias utilizadas pelo pesquisador em situações adversas de jogo, a disposição do recurso em contrapartida a estímulos externos, o tempo de jogada e do jogo propriamente dito e as demais situações pertinentes ao controle
da hiperatividade e à atenção/concentração dos participantes.
Tabela 1. Descrição dos jogos
Categoria Jogos Justificativa da intervenção 1.Tradicional: Velha, dominó e
memória.
Populares, pré-requisito para as demais categorias por trazerem conhecimento familiar.
2. Raciocínio- lógico
Cara a cara, senha e hora do rush
Requerem atenção.
concentração e raciocínio lógico.
3..Regras dependentes:
Dama, floresta encantada e uno.
Evidencia a necessidade de estar atento a jogada do adversário que remete a situação de causa/efeito.
4.
Construção:
Lego, quebra- cabeça, brincando de engenheiro.
Ressalta a colaboração e o trabalho em equipe.
Resultados e Discussão
Os resultados apontam que as adaptações propostas propiciam bons níveis de atenção, concentração, controle da hiperatividade, estímulo à memória voluntária entre outros; sendo sua aplicação bem aceita como estratégia pedagógica parar este tipo de público.
Conclusões
Ainda que as adaptações dos jogos favoreçam o trabalho pedagógico, se o professor não considerar de forma abrangente a relação das estratégias com o ambiente, o vínculo com o estudante, sua faixa etária, as interações possíveis, o apoio e respeito, todo este empenho pode ser comprometido.
Agradecimentos
Ao apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC e aos pareceristas.
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¹GRANDO, R. C. O jogo na educação: aspectos didático- metodológicos do jogo na educação matemática. Unicamp, 2001.
Disponível em:
<www.cempem.fae.unicamp.br/lapemmec/cursos/el654/2001/jessica_e_
paula/JOGO.doc> Acesso em 18/maio/2003.
²LOPES, J. A. Distúrbio Déficit de Atenção: hiperatividade no contexto da sala de aula. Braga: Universidade do Ninho, 1998.
3OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo socio-histórico. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1999.
4REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
5VYGOTSKI, L. S. A construção do pensamento e da linguagem.
Tradução: Paulo Bezerra, São Paulo, Martins Fontes, 2001.