XXV Congresso de Iniciação Científica
A INSERÇÃO DO BRASIL NA ECONOMIA MUNDIAL: RAZÕES PARA OTIMISMO?
Autores: Giovanni Barichelo Leme, Jean de Carvalho Rocha Orientadora: Profª. Drª. Luciana Togeiro de Almeida
Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara – Ciências Econômicas 1320114@fclar.unesp.br
PIBIC - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica.
Palavras-chave: Economia brasileira, desenvolvimento, desindustrialização.
Introdução
Na primeira década de 2000, o Brasil, assim como outros países emergentes, apresentou desempenho econômico destacável, o que levou a uma discussão internacional, principalmente no período pós-crise financeira de 2008, a respeito das estruturas econômicas desses países. Em meio a esse debate, destaca-se a publicação do estudo The Day After Tomorrow, pelo Banco Mundial, em 2010, que trata do impressionante crescimento econômico dos países emergentes e da recessão econômica nos países desenvolvidos.
Objetivos
Como, nos últimos anos, o Brasil tem se destacado no cenário econômico mundial, o objetivo do trabalho é analisar a estrutura econômica do País para saber se há fundamentos econômicos para o otimismo sobre o Brasil conforme previsto nesse estudo do Banco Mundial.
Material e Métodos
O trabalho pretende analisar a estrutura da economia brasileira, a partir de 2000, com base na concepção teórica desenvolvimentista da obra de Prebisch (1949) e no livro The Day After Tomorrow, aliado ao estudo dos indicadores macroeconômicos, principais categorias de produtos importados e exportados, inovação, balanço de pagamentos, índice de preços das commodities, valores adicionados ao PIB brasileiro.
Resultados e Discussão
A principal discussão sobre a economia brasileira é com relação à existência, ou não, de um processo de desindustrialização, juntamente com a dependência da exportação de commodities primárias, cujos preços possuem um comportamento cíclico e bastante volátil.
Os dados da Tabela 1 demonstram a perda de dinamismo da indústria de transformação na geração de valor adicionado. Enquanto que a indústria extrativa mineral apresentou aumento de participação neste quesito, contribuindo para manter relativamente estável a participação da indústria, como um todo, na geração de valor adicionado.
Ao passo em que se tem uma retração da indústria de transformação - que possui aspecto fundamental no encadeamento produtivo e dinamizador da
economia -, o setor de serviços cresce em participação na geração de valor adicionado, caracterizando um processo de desindustrialização da economia brasileira.
Tabela 1 - Participação percentual das classes no valor adicionado a preços básicos 2000/2012
2000 2005 2009 2012
Agropecuária 5,6 5,7 5,6 5,2
Indústria 27,7 29,3 26,8 26,3
Extrativa Mineral 1,5 2,5 1,8 4,3 Transformação 17,2 18,1 16,6 13,3
Serviços 66,7 65 67,5 68,5
Fonte: IBGE
Conclusões
Devido ao forte crescimento econômico dos países emergentes, principalmente da China e da Índia, juntamente com o dos países desenvolvidos, os preços das commodities estiveram em alta no período de 2003 até o estouro da crise em 2008. O Brasil, como um dos mais importantes exportadores de commodities do mundo, também apresentou desempenho econômico, em geral, satisfatório.
Porém, ao mesmo tempo, a economia brasileira apresentou perda de dinamismo da indústria de transformação. Portanto, o País apresenta uma forte dependência das cotações das commodities para sustentar seu desempenho exportador e crescimento econômico, persistindo, assim, restrições estruturais ao seu desenvolvimento.
Agradecimentos
Gostaria de agradecer ao meu amigo Jean de Carvalho Rocha e à minha orientadora Luciana Togeiro de Almeida pela oportunidade de finalizar este projeto de iniciação científica.
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PREBISCH, R. (1949) O desenvolvimento econômico da América Latina e seus principais problemas. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, 2000.
CANUTO, O.; GIUGALE, M (Ed.).The Day after tomorrow: A handbook on the future of economic policy in the developing world.
Washington, DC. The International Bank for Reconstruction and Development / The World Bank, 2010.
