XXXI Congresso de Iniciação Científica
Análise de carga de trabalho de enfermagem em UTI neonatal:
características e gravidade dos recém-nascidos
Raquel Rondina Pupo da Silveira, Silvana Andrea Molina Lima, Clarita Terra Serafim, Gabrielle Maria Rodrigues, Meire Cristina Novelli e Castro. Universidade Estadual Paulista (UNESP) Câmpus de Botucatu, curso de graduação em Enfermagem. raquel98rondina@gmail.com. Projeto aprovado e financiado pela Fundação de amparo a pesquisa (FAPESP).
Palavras Chave: Carga de trabalho, gravidade do paciente, enfermagem neonatal.
Introdução
A qualidade da assistência à saúde está diretamente relacionada à segurança do paciente, assim acredita-se que a carga de trabalho de enfermagem¹, mensurada a partir do Nursing Activities Score (NAS) e a gravidade, por meio do escore Score for Neonatal Acute Physiology Perinatal Extension II (SNAPPE II) são relevantes para o desenvolvimento efetivo e eficaz das ações da equipe²,3. As características e gravidade dos recém-nascidos admitidos em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) associados a carga de carga de trabalho da equipe de enfermagem contribui na tomada de decisões clínicas e gerenciais de enfermeiros atuantes em UTIN².
Objetivo
Caracterizar os RNs internados na UTINN e identificar a carga de trabalho da equipe de enfermagem e gravidade do paciente.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, com dados do período de setembro de 2018 a março de 2019, sendo incluídos todos os RNs admitidos na UTIN de um hospital de alta complexidade do interior de São Paulo que permaneceram por mais de 24 horas internados. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. O projeto está aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa com Nº CAAE:94155418.
9.0000.5411 e parecer número 2.879.373.
Resultados e Discussão
Foram incluídos no estudo 149 RNs caracterizados, conforme a Tabela 1. Os principais diagnósticos foram relacionados a alterações respiratórias (44%), prematuridade (15%) e alterações cardíacas (8%).
Do total, 79% receberam alta da UTIN e 11% foram a óbito. Com média de 17,6 dias de internação, variando de 2 a 138 dias. Quanto a carga de trabalho de enfermagem identificada, observou-se um NAS médio de 55,4% (DP = 12,9%) variando de 29,3% a 119,8% e a gravidade do paciente, mensurada por meio do SNAPPE II, variou de 0 a 108 pontos, com média de 19 (DP = 22,2).
Tabela 1. Perfil da amostra, Botucatu, 2019.
Características n = 149 (100%) Sexo
Feminino 63 (42,3)
Masculino 86 (57,7)
Tempo de vida na internação
0 - 1 dias de vida 127 (85,2) 2 - 9 dias de vida 11 (7,4) 10 - 20 dias de vida 8 (5,4) 20 - 28 dias de vida 3 (2) Idade Gestacional
Pré-termo (>33 sem) 51 (34,2) Prematuro Tardio (34 - 37 sem) 27 (18,1) Termo (< 37 sem) 56 (37,6)
Ignorado 9 (6)
Tipo de Parto
Cesária 95 (63,8)
Vaginal 48 (32,2)
Ignorado 6 (4)
Peso do RN
Baixo Peso (< 2500g) 85 (57) Adequado (2500g - 3999g) 58 (38,9) Macrossômico (> 4000g) 4 (2,7)
Conclusões
Os RNs na UTIN em geral internam no primeiro dia de vida e são classificados como baixo peso, corroborando com a realidade das UTIN. Entretanto a carga de trabalho apresenta-se moderada, uma vez que por serem prematuros e baixo peso muitos bebês acabam por demandar manipulação mínima com o objetivo de reduzir o risco de infecções e alteração do quadro de gravidade.
___________________
1. Serafim CTR, Dell’Acqua MCQ, Novelli e Castro MC, Spiri WC, Nunes HRC. Gravidade e carga de trabalho relacionadas a eventos adversos em UTI. Rev Bras Enferm. 2017; 70(5):942-8.
2. Miranda DR, Raoul N, Rijk A, Schaufeli W, Iapichino G.
NursingActivities Score. Crit Care Med. 2003;
31(2):374-82.
3. Richardson DK, Corcoran JD, Escobar GJ. SNAP II and SNAP – PE II simplifies newborn illness severity and mortality risk scores. J Pediatr. 2001;138:92-100.
