XXXI Congresso de Iniciação Científica
SOLUBILIDADE DE LIGNINAS EM SOLVENTES ORGÂNICOS E SOLUÇÕES AQUOSAS
Iuri Peron Fernandes, UNESP, Rio Claro, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Engenharia Ambiental, iuri.peron06@gmail.com, Bolsa PIBIC; Adilson Roberto Gonçalves, UNESP, Rio Claro, Instituto de Pesquisa em Bioenergia, adilson.goncalves@unesp.br.
Palavras Chave: Biorrefinaria, Caracterização de biomassa, Solubilidade de ligninas.
Introdução
A lignina, do latim lignum, é uma macromolécula renovável com uma estrutura polifenólica, podendo variar de diferentes localidades, espécies e processos de isolamento. Por fornecer uma grande quantidade de compostos fenólicos, há um aproveitamento da lignina isolada para produção de resinas fenólicas e compensados, como também pesticidas, mesmo sem grandes eficiências de precipitação a partir do licor negro.
A precipitação de lignina pode ser alterada conforme a variação do pH da solução, podendo alterar também a solubilidade, assim como o solvente e sua concentração.
Objetivo
Analisar a ação de diferentes solventes na solubilização de ligninas e estudar o comportamento dessa macromolécula por espectroscopia no UV.
Material e Métodos
As ligninas estudadas foram obtidas por polpação kraft, extração organosolv de madeiras e de bagaço de cana e também como resíduo da hidrólise ácida desses materiais. Amostras foram secas em estufas a 60°C, pesadas em uma balança analítica e colocadas em tubos de extração, seguido da adição de solventes e misturas de solventes em diferentes proporções.
As misturas de solventes foram entre 1,4-dioxano e água destilada, em concentração de 50% a 90% de 1,4-dioxano. Em soluções aquosas, o pH da mistura de solvente final foi variado pela adição de soluções de NaOH 5mol/L.
Resultados e Discussão
Os resultados abaixo, representados por meio de tabela, são referentes aos experimentos com as ligninas Klason extraídas por hidrólise ácida de folha de bananeira e bagaço explodido de cana de açúcar. A tabela 1 contem dados referentes a solubilidade da lignina Klason de bagaço explodido de cana de açúcar, sendo o experimento realizado na concentração de 67% de 1,4-dioxano e 33% de
água destilada. Também inclui dados referentes a solubilidade da lignina Klason de folha de bananeira, sendo o experimento realizado na concentração 90% 1,4-dioxano e 10% NaOH 5mol/L.
Tabela 1. Quantificação de massa insolúvel
Lignina Ensaio Umidade (%) Solubilidade (%)
Folha de bananeira
1.1 24,73 43,15
1.2 24,73 43,64
1.3 24,73 74,12
Bagaço de cana de
açúcar
1.1 23,5 65,09
1.2 23,5 75,76
1.3 23,5 69,03
Conclusões
Os valores obtidos para a lignina Klason do bagaço foram relativamente altos, considerando a severidade no processo de obtenção. Pode ser atribuído tal efeito a adição de hidróxido de sódio, o que auxiliou na neutralização da acidez. Já para a lignina Klason de folha de bananeira, os valores de solublidade foram menores, podendo ser atribuído a adição de menor concentração de hidróxido de sódio na mistura.
Agradecimentos
Em agradecimentos a Reitoria pela Bolsa PIBIC cedida para o projeto e ao Dr. Michel Brienzo pela disponilidade de seu laboratório.
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1 Carvalho, A. M. M. L. II Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia da Madeira, Belo Horizonte, 2015.
2 Fernandes, M.; Mussatto, S. I.; Roberto, I. C. X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba. 2010.
