O Papel da Mídia Jornalística no Processo de Empoderamento da Mulher em seu Direito à Cidade
Mariana de Sousa Caires, Denis Porto Renó, Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (UNESP- Bauru), Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Comunicação Social – Jornalismo, marianacaires1@gmail.com
Palavras Chave: Direito à Cidade, Feminismo, Mídia.
Introdução
A pesquisa “O Papel da Mídia Jornalística no Processo de Empoderamento da Mulher em Seu Direito à Cidade “é uma análise do conteúdo dos veículos “Jornal da Cidade de Bauru” e “Tem Notícias 2ª Edição”, fundamentada no método de Bardin. Explicitamente feminista, a análise busca identificar a forma como os jornais de Bauru retratam assuntos relacionados aos direitos das mulheres na cidade, em relação a lazer, saúde, participação política, educação, violência de gênero e cidadania.
Objetivos
A Pesquisa tem como objetivo reunir e aprofundar a discussão sobre a temática do direto à cidade com recorte de gênero. Também analisar o discurso atual da mídia tradicional no Centro-Oeste Paulista em relação aos direitos da mulher, bem como a incidência de diferentes assuntos relacionados às mulheres nos jornais.
Propor uma discussão sobre a influência do agendamento de notícias do jornal para o empoderamento da mulher sobre seus direitos em Bauru e região. Reunir um material capaz de contribuir para reflexões sobre a necessidade de mudanças na formação de jornalistas para diminuir as desigualdades de gêneros no discurso e conteúdo jornalístico.
Material e Métodos
A metodologia utilizada na pesquisa é a de Análise do Conteúdo, que, segundo Pierre Bardin¹ (2009), deve seguir três etapas essenciais: pré-análise, exploração do material, tratamento dos resultados, inferência e interpretação.
O material de análise é composto por notícias veiculadas durante três semanas de outubro e novembro de 2015 no Jornal da Cidade de Bauru e Tem Notícias 2ª Edição. Das 715 páginas em 21 edições do jornal impresso, 128 textos foram selecionados para etapa de tratamento dos resultados. Em 18 edições do telejornal, o corpus de tratamento contém 45 notícias.
Resultados e Discussão
A interpretação do corpus de pesquisa resulta na constatação de que, quantitativamente, a maior parte das notícias do corpus se enquadra nas temáticas de saúde e violência contra a mulher.
Os resultados reafirmam que a constantemente a mulher é pauta quando se fala de beleza, cuidado com os filhos, ou quando passa por assédios e violências. Nas páginas de esportes, o destaque é para os homens, assim como em reportagens sobre negócios e empreendedorismo.
Imagem1: violência contra a mulher e saúde são temas que se destacam no jornalismo. Captado de Jornal da Cidade – Bauru 04.10.2015.
Conclusões
A pesquisa conclui que a mulher não tem o mesmo espaço que os homens nos jornais, seja como sujeitos ou objetos da notícia. Nesse cenário, é ainda mais clara a insuficiência de conteúdos que abordem questões relativas à cidade e às políticas públicas na perspectiva dos direitos da mulher.
A pesquisa conclui que os jornais pouco contribuem para um levante de consciência das desigualdades, e além disso, repercutem discursos que reproduzem maiores desigualdades.
Para que o jornalismo deixe de usar os estereótipos de gênero, é preciso que as aulas de jornalismo acompanhem o debate e que se forme jornalistas com consciência das consequências dos conteúdos produzidos.
Agradecimentos
PIBIC/PIBITI 2015/2016 EDITAL 14/2015 – PROPe
¹BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009.
XXVI Congresso de Iniciação Científica
