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Academic year: 2023

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30 de setembro a 02 de outubro de 2020 Porto Velho - RO

AMBIÊNCIA UNIVERSITÁRIA COMO FACILITADOR DO USO DE NOOTRÓPICOS

Palavras-chave: nootrópicos, automedicação e universitários

Introdução

As exigências do mundo acadêmico tonam o ambiente hostil. De acordo com pesquisas recentes, os universitários constituem uma população suscetível a ocorrência transtornos mentais comuns, como depressão e ansiedade (GRANER &

CERQUEIRA,2019), em virtude das exigências atreladas a este universo. Ao avaliar essas ocorrências em acadêmicos de cursos voltados a área da saúde percebe-se uma ocorrência ainda maior (BELLINATI & CAMPOS, 2020). Esses transtornos mentais se manifestam por meio de sintomas como insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração dentre outros, e impactam negativamente a qualidade de vida destes alunos.

Nesse panorama de vulnerabilidade (ARIÑO, 2018), a competitividade, a busca por um currículo perfeito e os anseios por uma carreira de sucesso no mercado de trabalho completam a equação que compele esses estudantes a recorrer a métodos que possam melhorar a sua capacidade de foco e concentração e, atualmente, as chamadas “smart drugs” consolidam-se como alternativa perfeita.

As “drogas da inteligência” são fármacos pertencentes a classe dos nootrópicos que promovem uma vasodilatação e favorecem o aporte de suprimentos químicos cerebrais, sendo assim, potencializam o metabolismo encefálico afetando positivamente a memória, foco e capacidade de concentração (FREITAS et al.; 2017). Essas medicações são utilizadas primariamente para o tratamento de transtornos cognitivos, porém, têm se tornado comum a utilização por pessoas saudáveis em busca de melhoria em suas performances cerebrais por meio de “doping mental” (CASTRO, 2018).

Ao avaliar pesquisas recentes sobre o abuso dessas medicações por universitários percebe-se, que eles são particularmente populares entre graduandos de ciências da saúde.

Diante disso, surgiu a necessidade de entender a dimensão desse fenômeno, entre os estudantes de cursos voltados a saúde, da Universidade Federal de Rondônia, para preencher lacuna de conhecimento, e esclarecer quais variáveis compõem o problema e qual a influência dos cursos nesse processo.

Objetivo

Entender o papel do ambiente educacional na ocorrência de uso off-label de estimulantes cognitivos por parte dos alunos de cursos da área da saúde, em Porto Velho, da Universidade Federal de Rondônia.

Métodos

Trata-se de estudo transversal, com abordagem quantitativa, integrante de um projeto de pesquisa de campo integrativa denominado ““Drogas inteligentes” – o uso de nootrópicos entre universitários da área da saúde em uma capital da Amazônia ocidental”, número CAAE 90969218.8.0000.5300, realizado com acadêmicos da Fundação Universidade Federal de Rondônia, no período de entre julho de 2018 e agosto de 2019.

Primeiramente foi realizado um levantamento de dados nas bases: scielo, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e periódicos Capes, para a construção do referencial teórico e delineamento do estudo, e por meio desses dados, foi possível verificar a

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relevância do tema e a pouca disponibilidade de estudos, regionais e nacionais sobre o tema, de forma que há uma lacuna de conhecimento que necessitava ser explorada.

Para a coleta de dados foi utilizado o questionário construído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - Assist (Alcohol, Smoking, and Substance Involvement Screening Test), adaptado pelas responsáveis pelo estudo, a fim de se adequar aos objetivos da pesquisa. Aos participantes foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, devidamente submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNIR e aprovado de acordo com o parecer no 2.750.493.

A amostra final foi de 209 estudantes. Os critérios adotados para inclusão foram estar devidamente matriculado no segundo semestre do ano letivo de 2018 e cursar algum curso da área da saúde – Educação física, Enfermagem, Medicina e Psicologia, enquanto os critérios para exclusão foram estar em situação irregular de matrícula e não responder o questionário integralmente.

Para organização e análises de dados, foi utilizado o software IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 24.0. As análises estatísticas tiveram como parâmetros, o nível de significância <0,05 e intervalo de confiança de 95%.

Resultados

A prevalência de consumo de estimulantes cerebrais encontrada foi de 18,7% (39), destes o uso relacionado a transtorno de aprendizagem ocorreu em apenas 30,77% (12) dos casos, isto é, 69,23% (27) dos acadêmicos que utilizaram eram saudáveis. Com relação à aquisição do medicamento, 38,46% (15) possuía prescrição médica que indicasse o uso, ou seja, aproximadamente 2/3, representando 61,54% (24), dentre os usuários de tais substâncias, não possuía indicação. Esses achados direcionam para a constatação de facilidade de acesso proporcionada por esses cursos, uma vez que, trata- se de alunos inseridos em ambientes de saúde/hospitalar com múltiplos contatos.

Gráfico 1: Aquisição realizada com prescrição médica entre os universitários da área da saúde da Universidade Federal de Rondônia em 2018.

Por exemplo, ao relacionar o valor encontrado entre os que declaram consumir por possuírem transtornos cognitivos (12 em 39) ao número de prescrições declaradas (15 em 39), verifica-se uma inconsistência, pois esperava-se que esses valores fossem iguais, sendo assim, três pessoas, provavelmente, fizeram uso de “receitas frias”, aquelas prescritas sem que haja justificativa clínica para a utilização de tal medicamento, em contrariedade ao preconizado nas diretrizes, e provavelmente emitidas ou repassadas por amigos. Tal fato é reafirmado ao avaliar a fonte de informação destes alunos, pois no que

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tange ao conhecimento acerca de tais drogas, 38,46% (15) teve ciência pelos amigos, 35,9% (14) pelos médicos, 15,38% (6) pela internet e 10,26% (4) não informou o que indica a relevância desses elementos (amigos e médicos) para a ocorrência do consumo por mais de 2/3 da amostra.

Gráfico 2: Forma como os acadêmicos de cursos da área da saúde da Universidade Federal de Rondônia conheceram os medicamentos nootrópicos, no ano de 2018.

Conclusões

O consumo de nootrópicos por acadêmicos da área da saúde na Universidade Federal de Rondônia ocorre por facilitações proporcionadas pelos relacionamentos interpessoais adquiridos no ambiente educacional da graduação. Diante do exposto, é extremamente relevante a realização de levantamentos dentro das instituições de ensino, pois elas concentram o público mais vulnerável para a adoção desse hábito, que implica em sérias complicações para a vida deles e para a sociedade.

Nesse contexto, o conhecimento guiado pelo saber científico, e feito de maneira contínua, aponta os melhores caminhos para a orientação de políticas públicas de saúde que atuem sobre os determinantes e condicionantes que facilitam o abuso desse tipo de substância.

Referências

1. Ariño, D.O., Universidade Federal de Santa Catarina, 2018, p.8.

2. Bellinati, Y. C. G, Campos, G. A. L, Rev. Corpus Hippocraticum, 2020, v.1 n.1, p.10.

3. Castro, B. P de, Instituto de estudos em ciência coletiva, 2018.

4. Freitas, A.F.S., Santos, K.L.M. de, Soares, M.I., II CONBRACIS – Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde, 2017, p.50.

5. Graner, K. M.., Cerqueira, A.T.A.R, Ciênc. Saúde coletiva [online], 2019, vol.24, n.4, p. 1327.

Referências

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