XXV Congresso de Iniciação Científica
Uma leitura dos mitos em Guillaume Apollinaire.
Aluno-autor: Janaína Dias de Moraes Coelho, orientador: Silvana Vieira da Silva, Araraquara, Faculdade de Ciências e Letras, Letras, e-mail do aluno-autor: ninha_136@yahoo.com.br, bolsista PET.
Palavras Chave: Guillaume Apollinaire, Mitos, Poesia.
Introdução
Guillaume Apollinaire (1880-1918) poeta, escritor de contos, peças de teatro e ensaios críticos soube mesclar em sua obra o tradicional e o moderno, a tradição e a inovação sem pender para lados opostos e ou extremos. Podemos exemplificar essas duas faces no trabalho do poeta com os mitos; mitos esses antigos da tradição greco-romana, do imaginário cristão, os mitos e lendas medievais, dos celtas, dos germânicos, dentre outros povos e culturas. Ao lado deles Apollinaire constrói imagens do mundo moderno do século XX valorizando seus aparatos tecnológicos, sua velocidade, as ruas das modernas cidades, as propagandas, os aviões que tanto lhe impressionavam.
Objetivos
O objetivo de nosso trabalho é dar uma visão do emprego dos mitos antigos e modernos pelo poeta Guillaume Apollinaire. Pensamos também em aperfeiçoar os conhecimentos das teorias escolhidas para estudo sobre os mitos na literatura, especialmente na poesia de Apollinaire, bem como desenvolver e ampliar a capacidade de leitura e de reflexão de textos teóricos e de poemas sobre o autor.
Material e Métodos
Dentre as obras poéticas de Apolllinaire foi escolhida a coletânea Alcools da qual serão selecionados, após as leituras, poemas que sejam representativos para o estudo dos mitos na poesia do autor em questão. Nosso trabalho inicia-se pelas leituras e fichamentos dos textos teóricos sobre os mitos antigos e modernos na literatura e sobre o poeta escolhido e logo após serão escolhidos os poemas que ilustrem a teoria estudada.
Resultados e Discussão
Guillaume Apollinaire ao construir seus poemas recorre freqüentemente ao universo mitológico e simbólico de vários povos e culturas como os gregos e romanos, os celtas, os germânicos explorando também o imaginário medieval e cristão dentre outros. Apesar de nosso trabalho encontrar-se em fase inicial de desenvolvimento podemos perceber, a partir da leitura dos poemas de Alcools e dos textos teóricos, que Apollinaire vai além da pura reprodução dos mitos e exploração de seus
significados primeiros; utilizando de sua criatividade e influenciado pelo Esprit Nouveau o poeta intervém e lhes dá novas significações, cria e recria mitos e lendas transformando-os em matéria literária. O mesmo acontece com os elementos do mundo moderno, Apollinaire constrói imagens que valorizam o seu tempo, o seu mundo do inicio do século XX as máquinas, os automóveis, os aviões, as ruas e as cidades, por exemplo.
Conclusões
Com algumas leituras de textos teóricos e dos poemas de Alcools podemos levantar algumas conclusões acerca da poética de Guillaume Apollinaire. O nosso poeta, herdeiro do simbolismo e pregador do Esprit nouveau, consegue em sua obra poética equilibrar passado e presente com os olhos voltados para o futuro; ao mesmo tempo em que valoriza os procedimentos tradicionais da lírica explora e inventa outros. E, além disso, no que diz respeito aos mitos, Apollinaire ao invés de degradar os mitos clássicos os recupera renovando-lhes a aparência, além de criar outros impregnados pela modernidade. Assim, passado e presente confluem em sua obra.
Agradecimentos
Agradeço a minha mãe, Marisa, e meu irmão, Arthur, pelo amor incomensurável e a minha tia, Marta, por me conduzir ao mundo das letras. À Silvana Vieira da Silva por me mostrar Apollinaire e seus versos e por ter me dado a possibilidade para realizar esse trabalho. Aos meus verdadeiros amigos pelas palavras encorajadoras e pelos seus ouvidos aos meus reclames. Ao PET letras por despertar as minhas capacidades seja no ensino, na pesquisa ou na extensão.
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Apollinaire,G.Alcools.Paris:Gallimard, 1980.
2 Boisson, M. Apollinaire et les mythologies antiques.Fasano, IT, Paris, Schena, Nizet,1989(publ.della Fondazione Ricciotto Canudo,8).
³Compagnon,A. Os cinco paradoxos da modernidade. Belo Horizonte:
Ed.UFMG, 1996.
4Eliade, M. Aspects du mythe.Paris:Gallimard, 1978(Idées,32)
5Friedrich,H.Structure de la poesie moderne.Paris:Le livre de poche,1999(trad.de l’allemand par Michel-François Demet)
6Silva, S.V.Guillaume Apollinaire :fabula e lírica.São Paulo:Ed.Unesp, 2002.
