• Nenhum resultado encontrado

Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico "

Copied!
46
0
0

Texto

(1)

Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico

Faculdade de Ciências Médicas

Rogério Alves Barboza

Estudo do comprimento peniano e autopercepção de seu tamanho em uma coorte de brasileiros autodeclarados segundo a cor de pele como brancos ou

negros

Rio de Janeiro

2017

(2)

Rogério Alves Barboza

Estudo do comprimento peniano e autopercepção de seu tamanho em uma coorte de brasileiros autodeclarados segundo a cor de pele como brancos ou negros

Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós- Graduação em Ciências Médicas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Orientador: Prof. Dr. Eloísio Alexsandro da Silva

Rio de Janeiro 2017

(3)

CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CB-A

Bibliotecária: Ana Rachel Fonseca de Oliveira CRB7/6382

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação, desde que citada a fonte.

______________________________________________ _____________________

Assinatura Data

B238 Barboza, Rogério Alves..

Estudo do comprimento peniano e autopercepção de seu tamanho em uma coorte de brasileiros autodeclarados segundo a cor da pele como brancos ou negros / Rogério Alves Barboza. – 2017.

44 f.

Orientador: Eloísio Alexsandro da Silva.

Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Ciências Médicas. Pós-graduação em Ciências Médicas.

1. Penis - Teses. 2. Antropometria – Teses. 3. Penis – Crescimento e desenvolvmento - Teses. I. Silva, Eloísio Alexsandro da. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Ciências Médicas. III. Título.

CDU 616.6

(4)

Rogério Alves Barboza

Estudo do comprimento peniano e autopercepção de seu tamanho em uma coorte de brasileiros autodeclarados segundo a cor de pele como brancos ou negros

Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título Mestre, ao Programa de Pós- Graduação em Ciências Médicas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Aprovada em 27 de novembro de 2017.

Orientador: Prof. Dr. Eloísio Alexsandro da Silva Faculdade de Ciências Médicas – UERJ

Banca Examinadora: ________________________________________________________

Prof. Dr. Ronaldo Damião

Faculdade de Ciências Médicas - UERJ

________________________________________________________

Prof. Dr. Sérgio Luis Carrara

Faculdade de Ciências Sociais - UERJ

________________________________________________________

Prof. Dr. Celso Mario Costa Larra Universidade Federal do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro 2017

(5)

DEDICATÓRIA

Dedico esse estudo a todos os homens que participaram da entrevista, por confiarem em nosso trabalho.

(6)

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Ronaldo Damião, titular da Disciplina de Urologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, pela oportunidade de ingresso no programa de pós- graduação da urologia.

Ao Professor Eloísio Alexsandro da Silva, Professor Adjunto da Disciplina de Urologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, pelo acesso ao grupo de pesquisa “Cirurgia Reconstrutora Urogenital” e por compartilhar seu tempo, conhecimento e paciência antes e durante toda a pesquisa.

À aluna de iniciação cientifica Tamiris Ruellas que participou assiduamente na confecção do artigo cientifico.

Aos funcionários do serviço de Urologia, do Ambulatório de Urologia, do PGCM e da Biblioteca do Campus da Faculdade de Medicina que estiveram sempre prontos e pacientes a atender minhas dúvidas e solicitações.

À banca examinadora de ingresso ao curso de Mestrado da Pós-Graduação de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, por acreditarem no meu projeto.

Aos professores dos cursos oferecidos pelo PGCM, que dedicaram seu tempo e conhecimento, para o enriquecimento científico.

(7)

Desde o começo da civilização ocidental, o pênis foi mais do que uma parte do corpo.

Foi uma ideia, uma medida-padrão conceitual, ainda que real, do lugar do homem no mundo.

Os homens terem um pênis é um fato científico; como pensam a seu respeito, se sentem em relação a ele e o usam, não é.

David M. Friedman

(8)

RESUMO

BARBOZA, Rogério Alves. Estudo do comprimento peniano e autopercepção de seu tamanho em uma coorte de brasileiros autodeclarados segundo a cor de pele como brancos ou negros. 2017. 44 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

Vivemos em uma sociedade falocêntrica e erotizada, que direta ou indiretamente valoriza o pênis de grandes proporções. Homens que julgam ter o pênis pequeno devido a um conceito errôneo do que é normal para o pênis ou que possuem um falo anatomicamente pequeno podem desenvolver uma grande angústia levando à dificuldade de relacionamento tanto sexual como social. Essa angústia é levada com frequência ao consultório do médico urologista, por ser considerado o principal médico que cuida da saúde masculina. Fazendo-se necessário que o urologista tenha entendimento dos parâmetros métricos penianos e como abordar esses questionamentos. A sociedade brasileira foi criada por vários grupos étnicos, que se miscigenaram intensamente. Apesar dessa miscigenação, muitos mitos e preconceitos relacionados a cada grupo vêm se perpetuando. No que se diz respeito ao pênis, um dos principais mitos que carregamos desde o Brasil colônia é que o falo de pessoas de cor de pele preta são maiores que os de cor branca. Mito que iremos abordar. Este é um estudo de coorte transversal observacional no qual foi analisado antropometricamente o comprimento peniano e a autopercepção deste, em brasileiros autodeclarados com a cor de pele branca (APB) ou negra (APN). Os homens que participaram do estudo autodeclararam sua cor da pele, depois responderam a uma entrevista semiestruturada para avaliar sua percepção quanto ao tamanho do próprio pênis e sua autoestima associada a este. Após a entrevista, o comprimento do pênis foi medido com uma régua graduada em milímetros. O comprimento médio do pênis dos homens que se declararam com cor da pele negra foi de 16,5 ± 1,7cm (comprimento peniano flácido totalmente esticado) e o comprimento médio do pênis em homens que se declararam com cor da pele branca foi de 15,8 ± 1,6cm (p <0,001). A maioria dos APN (94,0%) e dos APB (89,4%) estão satisfeitos com o tamanho do pênis (p = 0,464). O estudo mostrou que o comprimento médio do pênis dos homens que se identificaram como pretos é apenas um pouco maior do que aqueles que se identificaram como brancos. No entanto, não houve diferença significativa entre os grupos quanto à autoavaliação da imagem gênito-corporal.

Palavras-chave: Pênis. Comprimento peniano. Cor de pele autodeclarada

(9)

ABSTRACT

BARBOZA, Rogério Alves. Anthropometric study of penile length in self-declared brazilians regarding the color of the skin as white or black. 2017. 44 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

This is an observational transversal cohort study in which we aim to analyze the Brazilian penis length and compare the penis size of the men self-declared as white (SDW) or black (SDB) skin color. The Subjects were asked for self-declare according to their skin color, after that they have been invited to participate in a semi-structured interview so as to have their perception evaluated regarding their penis size and their self-esteem as well. Eventually, their penis length was measured with an anthropometric ruler. The men´s mean penis length who declared themselves as black skin color was 16.5±1.7cm (penis length in real fully- stretched flaccid length) and the men´s mean penis length who declared themselves as white skin color was 15.8±1.6cm (p<0.001).The majority of either SDB (94.0%) or SDW (89.4%) are satisfied with their penis size (p=0.464). We have shown that the man´s mean penis length who identifies himself as black is just a little bit bigger than the one who identifies himself as white. However, there were no significant difference between groups regarding self- assessment of genital body image.

Keywords: Penis. Penis size. Self-declared skin color. Anthropometry

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 –

Figura 2 – Figura 3 – Figura 4 – Figura 5 –

Afresco de Príapo, Casa dei Vettii, Pompéia, Museo Archeologico Nazionale di Napoli...

Sátiro de Silenius, Museu Arquiologico de Athenas...

Esculturas da civilização pré-colombina, Mochica...

Retrato de Jovem sentado Galeria Degli Uffizi, Firenze (Itália)...

Fotos do Festival da Fertilidade Hounen Matsuri...

14 14 15 15 16

(11)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 –

Gráfico 2 –

Gráfico 3 –

Questão 1 – Como você se sente em relação ao aspecto da sua genitália...

Questão 2 – Comparando com o tamanho de pênis que você considera normal, qual o comprimento do seu pênis?...

Questão 3 – Por causa da sua genitália, você tem vergonha que alguém-lhe veja pelado?...

29

30

31

(12)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tabela 1 – Tabela 2 – Tabela 3 – Tabela 4 – Tabela 5 - Tabela 6 –

Estudos de tamanho de pênis pelo mundo – continua...

Estudos de tamanho de pênis pelo mundo – conclusão...

Estimativa da imigração portuguesa durante o Brasil Colônia...

Estimativa de africanos trazidos para o Brasil...

Imigrantes que vieram para o Brasil após sua Independência...

Resultado do Censo 2010 com relação a cor de pele ou raça...

Resultado da pesquisa com relação ao tamanho de pênis...

19 20 22 22 23 23 27

(13)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APB APN CAAE CDC

CEP Col CRTdec CRTmax ES Et. Al Etc.

EUA GA GO IBGE IMAGE Max Min OBS P p.

SBU SPSS

TM UNESCO

2CP

Autodeclarado com a cor de pele branca Autodeclarado com a cor de pele negra

Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

Centers for Disease Control and Prevention em português: Centro de controle e prevenão de doenças

Comitê de Ética em Pesquisa Colaboradores

Comprimento peniano declarado

Comprimento peniano real fláciso sob máxima tração.

Espirto Santo

Do latim et alii, et aliae, et alia em português: e outros.

Do latim et cetera em português: e outras coisas mais.

Estados Unidos das Américas em inglês: (USA) Geórgia

Goiás

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Questionário de avaliação peniana mais medidas Máximo

Minimo Observação Valor P Página

Sociedade Brasileira de Urologia

Statistical Package for the Social Sciences, em português:

pacote estatístico para as ciências sociais trade mark em português: marca do produto

United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization, em português: Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Cor de pele e comprimento peniano

(14)

LISTA DE SÍMBOLOS

%

±

=

˂ cm

°C X2 XVI XIX XX

Porcentagem Mais ou menos Igual

Menor que Centímetros Grau celsius Teste qui-quadrado

16 (no texto refere-se ao século 16) 19 (no texto refere-se ao século 19) 20 (no texto refere-se ao século 20)

(15)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 14

1 OBJETIVOS ... 25

2 MATERIAL E MÉTODOS ... 26

2.1 Aspectos éticos e legais... 27

3 RESULTADOS ... 28

4 DISCUSSÃO ... 33

CONCLUSÕES ... 35

REFERÊNCIAS ... 36 APÊNDICE A – Termo de Consentimento Esclarecido...

APÊNDICE B – Folha de pesquisa ...

APÊNDICE C - e-mail da revista International Journal of Impotence Research:

The Journal of Sexual Medicine. Aceitando o artigo do trabalho para ser publicado...

APÊNDICE D – Foto da realização do comprimento peniano sobre tração máxima (CRTmax)...

40 42

43

44

(16)

14

INTRODUÇÃO

Na maioria das sociedades, orientais ou ocidentais, antigas ou contemporâneas, o falo é representado frequentemente. Culturas antigas como a Romana e a Grega, registravam a figura do falo masculino em várias gravuras, esculturas, porcelanas e em objetos para trazer sorte e proteção, não sendo incomum pratos com homens exibindo seu pênis em ato sexual com mulheres ou com outros homens. (PALEY, 2001). O Deus Grego da fertilidade, protetor dos pomares e jardins, era representado por Príapo, cuja a imagem foi personificada em esculturas e pinturas como um homem mais velho e possuidor de um enorme falo ereto (WILLIS, 2007). Esse Deus grego menor foi cultuado com maior veemência pelos romanos, pois ao contrário dos gregos que viam o pênis pequeno como belo e mais próximo do Divino, os romanos viam o pênis grande como viril, temido e respeitado tanto que historiadores relatam que generais romanos eram escolhidos pelo tamanho de seu pênis (FRIEDMAN, 2001:98). Outros seres míticos da cultura Grega, que eram representados com o falo em estado de excitação permanente, eram os sátiros, seres constituídos de uma mistura de homem e bode com rabo de cavalo, seguidores de Dionísio. (WILLIS, 2007) (Figuras 1 e 2).

Fonte: PARADA C., 1 Fonte: o autor,

Figura 1 – Afresco de Priápo, Casa dei Vetti, Pompéia, Museo Archeologico Nazionale di Napoli

Figura 2 – Sátiro de Silenius, Museu Arquiologico de Athenas

Fonte: PARADA C., 1997

(17)

15

O culto fálico foi registrado em outras culturas antigas geograficamente independentes, no sul do atual Iraque foram encontrados nas ruínas da cidade suméria de Eridu evidênicas da simbolização do pênis como algo divino, na região dos Andes foram encontradas várias esculturas de homens com falos desproporcionalmente grandes deixadas pela civilização pré-colombiana Moche (Figura 3). (FRIEDMAN, 2001:98), (RIEPL, 2017).

Na Europa, até o século XIV, os estilos de roupa também refletiam as condições sociais e ocupacionais principalmente entre a nobreza. Porém, a partir desta época iniciou-se uma mudança na indumentária tanto feminina quanto masculina, enfatizando as diferenças de gênero. Com relação à roupa masculina, o tapa-sexo ficou mais evidente e exuberante, muitas vezes simulando o membro ereto. Isto ocorria não só na nobreza, mas também entre as demais classes sociais. Essa imponência do tapa-sexo era usada pelos reis e nobres não só como apelo sexual, mas sim como uma demonstração de virilidade e poder (Figura 4).(MATTELAER, 2004).

Figura 4 – Retrato de Jovem sentado Galeria Degli Uffizi, Firenze (Itália)

Figura 3 – Esuclturas da civilização pré- colombiana, Moche

Fonte: MATTELAER, J.J. 2004 Fonte: RIEPL, 2017

(18)

16

Na cultura Japonesa, perpetua-se até os dias de hoje o festival da fertilidade Hounen Matsuri, sendo o mais importante realizado na aldeia Komaki no Japão, no qual há uma procissão em que é carregada uma escultura de um enorme pênis e sacerdotes xintoístas entoam orações e bênçãos aos participantes. Além disso, são confeccionados vários alimentos em formato fálico, vendidos para homens, mulheres e crianças. (PALEY, 2001); (COHEN, 1999).

Figura 5 – Fotos do Festival da Fertilidade Hounen Matsuri

A importância do tamanho peniano para nossa sociedade contemporânea mantém-se viva, sendo muito alimentada pela mídia geral. Na internet, é muito comum encontrar produtos que prometem aumentos penianos fenomenais e inúmeros blogs onde é discutido corriqueiramente este assunto. Essas discussões perpetuam as crenças de que o tamanho do pênis é associado com o tamanho de outras partes do corpo que são visíveis, como o tamanho das mãos, dos pés, ou nariz, ou com outras características físicas, como altura e a cor da pele.

Dentre a vasta literatura que discorre sobre o assunto, temos como exemplo o texto de DaMatta1 (2010) que fala da sua juventude em São João Nepomuceno:

1 Professor Titular de Antropologia da Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Professor Emérito da Universidade de Notre Dame.

Fonte: FLICKR

(19)

17

...Como algo visível e obviamente comparável, ele era o foco implícito do corpo nos vestiários e um ator importante em anedotas e histórias que constituíam os recursos básicos de nossa pedagogia sexual. Não era estranho ouvir relatos de concursos nos quais a rapaziada media seu pênis, estabelecendo uma hierarquia entre seus donos. (...) O pênis era um ator social a ser permanentemente testado, experimentado e consumido. Como órgão central e explícito da masculinidade, como traço distintivo da condição de “homem”, o falo era um elemento permanente de consciência. De tal modo que não seria exagero afirmar que, naquela cultura, a masculinidade era representada e igualmente englobada pelo pênis (...). Ou seja:

quem havia nascido homem, tinha de comportar-se como tal – com hombridade, com consistência, firmeza e certa dureza. (p140-141)

Além de DaMatta, Barasch acrescenta ao pênis o título de sinal visível da potência masculina “sendo natural que os principais mitos girem em torno dele. O maior dos mitos refere-se ao tamanho. A crença de que ‘quanto maior, melhor’ ainda atormenta muitos homens.” (BARASCH, 1997). Outro exemplo de literatura de massa chama-se “The Big Penis Book” como o próprio nome diz, trata-se de uma coletânea fotográfica dos maiores pênis já registrado, O autor começa com a seguinte frase: “OK, tamanho realmente não importa. Um amante cuidadoso e sensível pode satisfazer sua parceria com um de qualquer tamanho e muito certamente pode satisfazer a si próprio. Um grande pênis não faz um homem mais homem que os demais, assim como um pequeno pênis não o faz menor.” Porém, logo depois no decorrer do texto, o autor expõe todo o fascínio social que um pênis de grandes proporções causa nas pessoas, principalmente entre os homens por vê-lo como material de imposição social. (HANSON, 2008).

O tamanho do pênis é muito discutido como algo importante para o homem, como sendo algo exclusivo do universo masculino, porém alguns estudos mostram que as escolhas do sexo feminino por homens com maior porte físico e maior pênis podem ter influenciado no desenvolvimento do pênis em seres humanos, visto que o homem tem o maior pênis entre os primatas (MAUTZ et al., 2013).

Em uma sociedade tão falocêntrica como a nossa, não é de se estranhar que no cotidiano do atendimento médico urológico seja tão frequente os pacientes apresentando queixas com relação ao comprimento do seu pênis. Isto ocorre tanto em adultos, adolescentes e crianças, sendo que neste último grupo temos os pais ou parentes próximos preocupados com o desenvolvimento fálico do menino, transferindo para essa criança suas angústias genitocêntricas. Então, para que o urologista possa atender essa demanda de pacientes é necessário que tenhamos parâmetros métricos definidos, pois assim, ele pode categorizar se o paciente apresenta um micropênis, que é classificado como sendo um pênis anatomicamente normal, porém com 2,5 desvios abaixo da média, pode indicar a presença de doenças com déficit hormonal androgênico como a síndrome de Kallman, Klinefelter, Prader-Willi e Noonan ou pode identificar os pacientes que apresentam o pênis dentro dos padrões

(20)

18

biométricos de normalidade, mas que o veem como inadequado e abaixo dos padrões devido a idealizações equivocadas do que é normal, caracterizando esse paciente como um portador de um problema de imagem corporal. Essa idealização errônea muitas vezes ocorre pelo fato de muitos adolescentes e homens usarem como parâmetro de tamanho peniano normal os atores de filmes, sites e revistas pornográficas (KHAN et al. 2012).

Foi realizado em 2005 um levantamento dos e-mails enviados à Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), para identificar quais eram os temas mais abordados. Em primeiro, lugar ficou o aumento peniano com 10% e em segundo, sexualidade com 9%. Dentre esses vários e- mails há dois que exemplificam o sofrimento do paciente que nos procura com a queixa de pênis pequeno

Desde a minha adolescência venho sofrendo com um problema que tenho. É o tamanho do meu pênis, duro ele não passa de 11cm. Lá no Chapadão do Céu-GO (minha terá natal) os apelidos eram muitos: larva de varejeira, tampa de caneta bic, pilha AA, rolinha, etc. Mas Deus é justo, vim para capital e na Internet, numa página de adultos consegui comprar uma apostila que tem um monte de exercícios para aumentar o tamanho do meu pênis. O rapaz muito educado que me vendeu disse que é garantido, mas que eu não devia de falar para nenhum médico porque aqui no Brasil as coisas ainda tão muito atrasada. Mas estou muito preocupado, principalmente depois que cheguei na fase 2. Dar 70 pulinhos todos os dias, com um tijolo amarado no pênis está me causando muitos problemas, a dor até que não, os quatro comprimidos de Voltaren por dia que ele me receitou tem resolvido. Mas o sangramento não que parar. Graças a Deus de novo, eu encontrei este site de vocês, preciso de sua ajuda pois não sei o que fazer. Estava pensando em trocar a linha de anzol ensinada na apostila pro um cordão de amarra pamonha que a gente usa aqui em casa, ele é de algodão e mais grosso, acho que vai fica mais confortável quando for amarra o tijolo no meu pênis. Mas uma coisa eu te falo doutor, chega da humilhação desde os meus 15 anos, o eu ganho um pinto grande ou perco a vida.

Num vou abandonar as lição. Chega de transa sem ver as berada.

Senhores, Estou desesperado... sei que todos os médicos dizem que tamanho não é documento. Mas confesso que estou totalmente insatisfeito com o tamanho do meu pênis. tive um relacionamento de 01 ano e 03 meses... e descobri que minha namorada andou dizendo que meu pênis é pequenininho... esse assunto para o homem é praticamente o fim do mundo. A medida do meu pênis, quando ereto, é entre 12cm e 13cm. Gostaria muito de saber se há uma forma de alongá-lo, mesmo sabendo que os médicos condenam esta prática. Tomar testosterona com acompanhamento médico dá resultado??? Existe outra forma que eu possa alongar meu pênis??? Penso em procurar até um psiquiatra/sexólogo/urologista para orientar-me quanto esta minha fobia referente ao tamanho do meu pênis. Moro no estado do ES e caso puderem indicar especialistas conceituados para o assunto, agradeço. Desde já aguardo ansiosamente pelo retorno dos senhores.

Em vários países, a avaliação do comprimento peniano já foi realizada a fim de estabelecer uma média padrão da população, ajudando na conduta do médico local.

(ORAKWE et al 2006; MEHRABAN et al. 2007; PROMODU, et.al 2007). O estudo mais

(21)

19

antigo encontrado já descrito foi realizado em 1899, por Loebb (PEREIRA, 2004). E o primeiro estudo morfométrico peniano de grande escala foi realizado por Alfred Kinsey e col, em 1948 em “Sexual behavior in the human male” sendo avaliados 2455 homens norte- americanos com idade entre 18 e 70 anos obtendo um valor médio do pênis em ereção de 15,64cm (PEREIRA, 2004). Na Tabela 1 temos alguns estudos realizados em vários países, em que o pênis foi avaliado em ereção ou sobre tração máxima. No Brasil, temos um estudo que avaliou o comprimento peniano de caucasianos (DA ROS et al. 1994) e crianças e adolescentes até 18 anos (GABRICH et al 2007).

Referencia País Ano Participantes Idade

Min-Max

CRTmax Média

(cm)

Ereto

Schonfeld 1942 54 20-25 13,02

Kinsey USA 1948 2770 20-59 16,74

Masters E Johnson USA 1966 80 15,50

Jamison E Gebhart 1988 2707 15,77

Bondit et al Franca 1991 905 17 - 91 16,74

Da Ros Brasil 1994 150 14,5

Wessells et al USA 1996 80 21–82 12.45 (2.71) 12,89

Edwards et al 1999 3100 16,15

Ponchietti et al Itália 2000 3300 17-19 12.5

Chen et al Israel 2000 55 21–78 12.5 (1.4)

Gomes et al 2001 582 21-82 12,43 13,58

Schneider Alemanha 2001 111 12,93 12,93

(1,6)

Mondaini et al Itália 2002 67 16-55 12.5

Sengezer et al Turquia 2002 200 20–22 8.98 (0.09)

Shah et al Inglaterra 2002 104 17–84 13

Spyropoulos et al Grécia 2002 52 19–38 12.18 (1.7)

Pereira et al Portugal 2003 498 18-25 15,14 15,85

Son et al Coreia 2003 123 19–27 9.6 (0.8)

Awwad et al Iran 2004 271 17–83 11.6 (1.4)

Shamloul et al Egito 2004 109 22–68 13.5 (2.3)

2005 92 19–52 NA

Tabela 1 – Estudos de tamanho de pênis pelo mundo - continua

(22)

20

Para um bom entendimento do trabalho, não podemos deixar de falar do conceito de raça e grupos étnicos. Raça em taxonomia tem o mesmo conceito de subespécie, muito utilizado na divisão de espécies de animais e plantas. O conceito de raça foi usado como forma de agrupar pessoas através de características físicas socialmente marcantes e promover indiretamente justificativas cientificas para manter a desigualdade entre elas. (GUIMARÃES, 1995)

Durante o século XIX, o conceito de raça na espécie humana ganhou força, sendo popularizada com o estudo de Conde de Gobineau, em Essai sur I’inégalité des races humaines (Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas, 1853-1855) onde define que a espécie humana pode ser dividida em inúmeras raças e estas poderiam ser tratadas com base hierárquica. No século XIX, o racialismo e o racismo científico ganhou força, não só com o Conde de Gobineau, mas também com outros vários estudiosos e eruditos que defendiam e tentavam subdividir a espécie humana. Através desse discurso de raças humanas a ciência dava base aos preconceitos já existentes na época e criava justificativas para as atrocidades do passado como a submissão das colônias africanas, assim como, deram base para as atrocidades que estariam por vir com o Nazismo. (PEREIRA, A.A.; 2013)

O nascimento da frenologia e da antropometria fortaleceu a diferenciação das raças humanas. Na antropometria, surgiu um segmento que foi a antropologia criminal, cujo seu maior expoente foi Cesare Lombroso. Este ramo da antropologia definia as características físicas de um criminoso. (SCHWRCZ,1993)

Referencia País Ano Participantes Idade

Min-Max

CRTmax Média

(cm)

Ereto

Gabrich PN et al Brasil 2007 84 18 14,5 (1,6)

Promodu et al Índia 2007 301 18-60 10.88

Mehraban et al Iran 2007 1500 20–40 11.58 (1.45)

Kamel et al Egito 2009 949 17 - 60 12.9 (1,9)

Choi et al Coréia 2011 144 21 - 89 11,5 (1,6)

Khan et al Reino

Unido 2011 609 16–90 14.3 (1.7)

Aslan et al Turquia 2011 1132 19 1- 30 13,7 (1,6)

Chouser et al Tanzania 2013 253 19 - 47 11,5(1,6)

Fonte: O autor, 2017

Tabela 1 – Estudos de tamanho de pênis pelo mundo - conclusão

(23)

21

A ideia de raças humanas começou a ser abandonada a partir da segunda metade do século XX, época em que foi visto que esse termo era ambíguo, pois não apresentava base científica (os novos estudos no campo da biologia e da genética contribuíram para isso) e, como dito anteriormente, o uso desta ideia serviu para o genocídio patrocinado pelos Nazistas.

Em 1950, a UNESCO preconiza que o conceito de raça humana fosse substituído por grupos étnicos, que vem valorizar as culturas dentro de uma população humana (língua, religião, costumes, hábitos etc) de forma que nenhuma cultura tenha a pretensão de superioridade em relação a outras.

Atribuir características físicas especificas à população brasileira que a identifique é impossível, pois na formação do povo brasileiro participaram vários grupos étnicos, de culturas diferentes. Parte desse grupo, os índios, já aqui se encontravam e os outros povos imigraram para nossa terra atrás de oportunidade ou por obrigação. Essas culturas se mesclaram, assim como, muitos europeus, índios e africanos miscigenaram-se na composição de nosso povo.

O primeiro grupo étnico já existente aqui na época da descoberta do Brasil foram os índios. Acredita-se que eles sejam descendentes de caçadores asiáticos que cruzaram o Estreito de Bering. Estima-se que no início da colonização viviam aqui cerca de quatro milhões de índios divididos em vários grupos étnico-linguísticos: tupi-guarani, macro-jê ou tapuias, aruaques e caraíbas.

Nossos primeiros colonizadores europeus, os portugueses, foram frutos da miscigenação de povos europeus, mouros e judeus que povoaram a península Ibérica. O que, segundo sociólogos como Gilberto Freyre em Casa Grande e Senzala (2011. p66), dava a eles atributos físicos e sociais que permitiram o seu sucesso na colonização de nossa pátria:

A singular predisposição do português para a colonização híbrida e escravocrata dos trópicos, explica-a em grande parte o seu passado étnico, ou antes, cultural, de povo indefinido entre a Europa e a África... A influência africana fervendo sob a europeia e dando um acre requeime à vida sexual, à alimentação, à religião; o sangue mouro ou negro correndo por uma grande população brancarana quando não predominando em regiões ainda hoje de gente escura...

Os primeiro colonos, no período de 1500 a 1532, eram em grande maioria homens, muitos deles degredados de Portugal. Esses homens acabavam se amancebando com as índias, comportamento recriminado pelos jesuítas, como podemos ver em um trecho de uma carta do padre Manuel de Nóbrega a metrópole: “... é necessário que venham muitas mulheres órfãs e de toda qualidade, até meretrizes, porque há várias qualidades de homens; e os bons e os ricos

(24)

22

casarão com as órfãs.” (CARMO,2011, p. 30). Nas décadas seguintes da colonização, vieram inúmeras famílias portuguesas, tanto abastardas quanto pobres. Na tabela 2, temos a estimativa de portugueses que vieram no Brasil colônia, segundo o IBGE.

Tabela 2 - Estimativa da imigração portuguesa durante o Brasil colônia

Período 1500-1700 1701-1760 1808-1817

Quantidade 100.000 600.000 24.000

Fonte: IBGE

Com a necessidade de mão de obra nas lavouras, os portugueses trouxeram para o Brasil colônia grandes quantidades de africanos como escravos, apesar de forçada, não deixa de ser um movimento migratório, movimento este que teve início na metade do século XVI e foi findada em 1850. Na tabela 3, temos uma estimativa de africanos trazidos para o Brasil.

Os principais grupos étnicos africanos que foram traficados eram Bantos, Benguela, Banguela ou do Congo. Eles eram provenientes do sul da África, especialmente Angola e Moçambique, e também tivemos os Mina ou da Guiné.

Tabela 3 – Estimativa de africanos trazidos para o Brasil

Período 1500-1700 1701-1760 1761-1829 1830-1855

Quantidade 510.000 958.000 1.720.000 618.000

Fonte: IBGE

Durante o período de colonização, o mesmo costume dos portugueses de amancebar ou de impor seus desejos sexuais pelas índias foi transferido para as africanas. Muitos senhores portugueses tinham filhos ilegítimos com suas escravas, fato esse que contribuiu na criação de uma camada social brasileira de mestiços mulatos durante o Brasil colônia.

Com a proibição do tráfico de africanos para o Brasil e a independência de Portugal um novo ciclo de migração deu início. Foi incentivado pelo Governo vigente na época a vinda de milhares de europeus, na grande maioria italianos que foram para as lavouras de café no estado de São Paulo e alemães que foram assentados na região Sul do Brasil. Tivemos também poloneses, eslavos, sírio-libaneses e Japoneses. Vemos na Tabela 4 a relação de imigrantes no Brasil pós abolição.

(25)

23

Tabela 4 - Imigrantes que vieram para o Brasil após sua Independência

Nacionalidade Período de 1884 - 1959

Alemães 176.422

Espanhóis 683.382

Italianos 1.507.695

Japoneses 188.723

Portugueses 1.391.898

Sírios e Libaneses 189.727

Outros 596.647

Total 4.734.494

Fonte: IBGE.

Como descrito anteriormente, a nossa população é composta por vários grupos étnicos e a miscigenação desses grupos. No Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, no qual a questão “A sua cor ou raça é:” veio inclusa no questionário básico feito a todos os entrevistados e teve como opções de resposta Branca, preta, amarela, parda e indígena. Destacamos o resultado do Brasil, estado e município do Rio de Janeiro na Tabela 5.

Tabela 5 - Resultado do Censo 2010 com relação a cor de pele ou raça

Branco Preto Pardo Amarelo Indígena

% N absoluto % N absoluto % N absoluto % N absoluto % N absoluto Brasil 47,7 91.051.646 7,6 14.517.961 43,1 82.277.333 1,1 2.084.288 0,4 817.963 Estado do

Rio de janeiro

47,4 7.583.047 12,4 1.978.681 39,3 6.288.095 0,8 122.838 0.1 15.894

Município do Rio de Janeiro

51,2 3.234.812 11,5 724.197 36,5 2.307.104 0,7 46.484 0,1 6.299

Fonte : www.censo2010.ibge.gov.br

(26)

24

Não podemos deixar de salientar as questões que estão correlacionadas ao uso das palavras

‘negro’ e ‘preto’.

Segundo o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 2009):

a) Negro: 1. Preto. 2. Diz-se do indivíduo que tem a pele muito

pigmentada, escura. 3. Sombrio, lúgubre. 4. A cor preta. 5. Indivíduo negro. 6. Nego.

b) Preto:1. Da cor do ébano, do carvão; negro. 2. Diz-se de coisas que apresentam cor escura. 3. Sujo, encardido. 4. Negro. 5. Difícil, perigoso. 6. Negro.

Negro e preto são sinônimos, porém apresentam uma grande carga de sentimentos nessas palavras. Teoricamente falando deveríamos ter usado no trabalho a palavra “preto”

para designar a cor de pele preta, como é feito no IBGE. Porém, antes de iniciarmos o projeto, perguntamos a 10 pacientes, de cor de pele preta, qual era a cor da pele deles e 8 responderam negros e 2 pretos, sabemos que estatisticamente essa amostra é muito pequena, porem vimos que ao colocar a palavra ‘negro’ os entrevistados iriam entender o nosso propósito. E como foi usado negro na entrevista, mantive essa palavra na dissertação. É muito difícil dizer o que é mais correto de se usar, as duas palavras carregam estigmas e sentimentos diversos.

Nabby Clifford, um africano de Gana que mora há 30 anos no Brasil, produziu um vídeo defendendo o uso da palavra ‘preto’. Esse vídeo gerou inúmeras reportagens, que evidenciam o quanto é complexo os sentimentos em torno do uso das palavras ‘negro’ e

‘preto’ e traz à tona o racismo entranhado em nossa sociedade.

Devido ao interesse social do tamanho do pênis, os mitos que o cercam, e à repercussão na qualidade de vida masculina, faz-se importante o estudo cientifico de validação ou desmistificação da crença relacionada ao comprimento peniano e a cor de pele. Mito que se perpetua desde o Brasil colônia até os tempos atuais, porém ainda não tinha sido devidamente abordado em estudos.

(27)

25

1 OBJETIVO

Os objetivos do estudo foram avaliar o comprimento peniano de homens autodeclarados com cor de pele branca ou negra e a autopercepção do tamanho peniano dos indivíduos da pesquisa.

(28)

26

2 MATERIAL E MÉTODO

Este é um estudo de coorte transversal observacional avaliando a associação entre o comprimento do pênis do homem categorizado de acordo com a sua cor de pele autodeclarada como negro (APN) ou branco (APB).

Os sujeitos de pesquisa foram convidados a participar deste estudo voluntariamente.

Eles foram abordados pelo pesquisador logo após a consulta de rotina realizada no ambulatório de urologia. O pesquisador não participava da consulta urológica sendo assim, ele não tinha o conhecimento prévio da anatomia peniana do paciente evitando assim uma seleção dos entrevistados. A pesquisa foi realizada por um único pesquisador, em uma sala climatizada entre 23 a 25oC.

Como critérios de inclusão no estudo temos: Brasileiros do sexo masculino, maiores de 18 anos, capazes de responder ao questionário sem o auxílio de terceiros. Como critérios de exclusão da pesquisa temos: pacientes com relato de doença de Peyronie, anomalias genitais, uso de cateter vesical de demora e relato de cirurgias que possam alterar o tamanho peniano como a prostatectomia radical, o tratamento cirúrgico para curvatura peniana, o tratamento cirúrgico para tumor de pênis e o implante de prótese peniana.

Após ler e assinar o Consentimento Informado (apêndice A), o sujeito de pesquisa preenchia um questionário com idade, estado, cidade de origem e autodeclarava sua cor de pele como negra, ou branca, ou outras. Após isso, era realizada uma entrevista semiestruturada para avaliar a percepção em relação ao tamanho do pênis e consequentemente a autoestima, que é composta por quatro questões e uma medida antropométrica peniana. As três primeiras questões têm opções para respostas variando de 1 a 5 de acordo com uma escala Likert e foram: 1) Como você se sente em relação ao aspecto da sua genitália? 2) Comparando com o tamanho de pênis que você considera normal, qual o comprimento do seu pênis? 3) Por causa da sua genitália, você tem vergonha que alguém lhe veja pelado?

Enquanto as questões 1 e 3 abordam a autopercepção genital relacionada ao potencial impacto negativo na saúde mental, a questão 2 aborda a autopercepção da imagem genital. Depois disso, os homens deveriam responder a pergunta aberta adicional "Quantos centímetros você acha que tem seu pênis em ereção?" Esta questão teve como objetivo avaliar o comprimento do pênis percebido (na folha de pesquisa está identificado como CRTdeclarado (CRTdec)) em uma variável contínua (apêndice B).

(29)

27

Após responder ao questionário, foi realizado a medição do comprimento do pênis pelo pesquisador. Esse procedimento foi efetuado com uma régua antropométrica graduada em centímetros apoiada na região dorsal do pênis em flacidez sobre tração máxima, deprimindo a gordura pubiana de encontro ao arco inferior do osso púbico. Obtendo assim o comprimento peniano sobre tração máxima (CRTmax) (Apêndice D). A média final foi a resultante de três medidas realizadas consecutivamente. Esse método de avaliação permite obtermos o valor do tamanho peniano compatível com a medida em ereção, sem termos que submeter o paciente a ereções fármaco induzidas. (GABRICH et al. 2007) (AWWAD et al.

2005)

No serviço de urologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto, a junção das 3 questões com resposta em escala Likert (de 1 a 5), mais o CRTdec e o CRTmax é conhecido como Avaliação IMAGE, é usado quando o paciente apresenta queixa de pênis pequeno, ajudando a nortear o médico no primeiro atendimento (SILVA et al. 2005).

As diferenças entre os grupos foram testadas usando o Teste-t de Student ou o qui- quadrado(X2), quando apropriado. As diferenças entre os valores foram consideradas significativas quando P <0,05. Todos os dados foram analisados utilizando Epi Info ™ 7 (Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Atlanta, GA, EUA.

2.1 Aspectos éticos e legais

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto (CAAE: 05559712.5.0000.5259), através da apresentação do projeto de pesquisa nos termos da Resolução 466/12.

(30)

28

3 RESULTADOS

Foram entrevistados 627 homens dos quais 167 (26,6%) autodeclararam como negros (APN), 283 (45,1%) como brancos (APB) e 177 (28,2%) como outros. A média de idade dos grupos foram de 53,6±15 no total, 53,8±13,8 para negros, 53,7±15,5 para brancos e 53,2±15,3 para outros.

Como o foco do estudo é a comparação entre os grupos APN e APB, as análises estatísticas do CRTmax, CRTdec e das questões com resposta em escala Likert foram realizadas apenas comparando esses 2 grupos.

A média do tamanho do pênis do total de homens entrevistados e dos autodeclarados como negros, brancos e outros encontra-se na Tabela 6. Observamos que a média do CRTdec foi menor que o CRTmax dos dois grupos estudados (P <0,001). Com relação ao CRTmax dos dois grupos analisados, observamos que a média do tamanho do pênis dos autodeclarados como negros foi estatisticamente maior que dos autodeclarados como branco em 7mm.

Tabela 6 – Resultado da média do tamanho de pênis dos grupos pesquisados

Negros N = 167

Brancos N = 283

Valor P Outros N = 177

Total N = 627 CRTdec (cm)

(min – max)

15,2±3,8 (6 – 30)

14,3±3,0 (5 – 22)

˂0,01 14,1±3,3 (5 – 25)

14,5±3,4 (5 – 30) CRTmax (cm)

(min – max)

16,5±1,7 (11.6 – 20)

15,8±1,6 (12 – 21)

˂0,001 15,8±1,7 (12 – 21,5)

16±1,7 (11,6 – 21,5)

Valor P ˂0,001 < 0,001

Fonte: O autor, 2017.

Na primeira questão “Como você se sente em relação ao aspecto de sua genitália?” os dois grupos apresentaram maior concentração de respostas no rosto do meio, 46,7% os APN e 50,9% os APB que foi interpretado como sendo tranquilo, nem feliz nem triste; no rosto que indicava maior tristeza tivemos 4,3% de APN e 2,4% APB; entre os dois rostos citados anteriormente tivemos 1,7% APN e 8,2% de APB; no rosto que indicava extrema felicidade

(31)

29

tivemos 26,3% de APN e 22,9% de APB, e entre o rosto de extrema felicidade e tranquilo tivemos 21% APN e 15,6% APB, como valor P = 0,464 (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Questão 1 – Como você se sente em relação ao aspecto da sua genitália?

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

1 2 3 4 5

APN APB

Com relação a segunda questão: “Comparando com o tamanho de pênis que você considera normal, qual o comprimento do seu pênis?” Observamos que a maioria dos homens, 68,9% APN e 64,4% APB, acham que seu pênis encontra-se na média, já 19,6% dos APN e 26,1% dos APB identificaram como abaixo da média, e 11,3% dos APN e 9,5% dos APB identificaram se como acima da média. A diferença entre os grupos mostrou-se significativa (P = 0,347).

Escala Likert

P = 0,464

Respostas (%)

Autodeclarados cor de pele negra (APN); Autodeclarados cor de pele branca (APB) valor P (P) Fonte: O autor, 2017

(32)

30

Na questão três: “Por causa da sua genitália, você tem vergonha que alguém lhe veja pelado?” A maioria, em ambos os grupos, relataram que nunca tem ou tiveram vergonha, sendo 71,3% APN e 64,6% APB, 13,7% APN e 15,3% APB relatara ter vergonha na metade das vezes, e entre essas duas opções tivemos 4,3% de APN e 9,3% de APB, 9,5% de APN e 8,5% de APB responderam que sempre ficam envergonhados e tivemos 1,2% de APN e 2,5%

de APB entre a metade das vezes e sempre ficam envergonhados. Apresentou valor P = 0,210 (Gráfico 3).

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70

1 2 3 4 5

APN

APB

médio

P = 0,347

Escala Likert

máximo mínimo

Respostas (%)

Gráfico 2 - Questão 2 – Comparando com o tamanho de pênis que você considera normal, qual o comprimento do seu pênis?

Autodeclarados cor de pele negra (APN); Autodeclarados cor de pele branca (APB) valor P (P) Fonte: O autor, 2017

(33)

31

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75

5 4 3 2 1

APN APB

Autodeclarados cor de pele negra (APN); Autodeclarados cor de pele branca (APB) valor P (P) Fonte: O autor, 2017

Gráfico 3 - Questão 3 – Por causa da sua genitália, você tem vergonha que alguém lhe veja pelado?

Na metade das vezes Nunca

Resposta (%)

Escala Likert

Sempre

P = 0,210

(34)

32

4 DISCUSSÃO

Considerando as limitações para avaliar estatisticamente estudos antropométricos com variações metodológicas, o resultado do nosso estudo comparado com a literatura mostrou que a média do pênis dos dois grupos estudados (autodeclarados negros e autodeclarados branco) e dos brasileiros como um todo, foi maior que a média mundial que foi de 13,24±

1,89cm utilizando a mesma forma de medida o CRTmax. E, comparado com a média de pênis de vários países que foram analisados nesse mesmo estudo, a média dos brasileiros e do grupo de homens autodeclarada negras ou autodeclarada brancas só ficou abaixo de um estudo francês de 1991 realizado por Bondil et al. no qual foi realizado o CRTmax de 905 franceses chegando a média de 16,74 ± 2,29 cm e do estudo de Kinsey em 1948 nos USA com 2770 americanos com a média de 16,74 cm (VEALE et al. 2015).

O mito de que brasileiros com a cor de pele negra tem o pênis maior que os brasileiros com cor de pele branca nunca havia sido devidamente estudada antropometricamente. Com os resultados da pesquisa, constatamos que a média do pênis dos homens autodeclarados como negros apresentou-se 7mm maior do que os autodeclarados como brancos, apesar de ser uma diferença pequena, foi estatisticamente relevante. Além disso, a razão de chance de encontrarmos um negro macrofálico é igual ao de encontrarmos um branco macrofálico.

Não se pode afirmar a origem do mito do padrão megalofálico dos homens negros, mas há evidências antigas, como exemplo, em The Golden Trade, publicado em 1623 por Richard Jobson. Ele relata o vislumbre com os membros dos homens da tribo Mandingo, na África, o que também foi visto como um castigo de Deus, associavam o grande tamanho do membro com a possibilidade de levar à dor e não ao prazer as pessoas com quem eles se relacionavam. (HANSON, 2008). Desde que o europeu entrou em contato com o africano, o pênis negro tornou-se referência desta relação: “O pênis negro foi medido, pesado e dissecado por cientistas ávidos sendo guardado em recipiente com formol e exibido na Europa causando frisson em uma plateia que ao mesmo tempo se espantava e desejava o que via”

(FRIEDMAN, 2001:98).

O Antropólogo Rolf Ribeiro de Souza em um de seus textos nos mostra que o temor psíquico do negro macrofálico foi fortemente retratado em nossa literatura e teledramaturgia consolidando assim esse estereótipo. Mito que, apesar de ser usado há décadas para deixar o negro mais próximo ao animal, também apresenta um certo poder como homem. Rolf Riberio apresenta a seguinte experiência:

(35)

33

Estas imagens são muito fortes em nossa sociedade e ainda assustam. Há mais ou menos quatro anos, para tentar perceber até que ponto o mito do negro macrofálico está presente em nossa sociedade, resolvi soltar alguns balões de ensaio fazendo algumas perguntas sobre em uma turma de Educação Física onde eu lecionava para ouvir opiniões. As reações foram tão fortes que temi que pudessem terminar em agressões físicas... A maioria das mulheres brancas defendia apaixonadamente este mito os homens brancos vociferavam contra as mulheres... Os homens negros ouviam a tudo e não falavam nada, apenas olhavam uns para os outros e sorriam, algo de cínico... As poucas mulheres negras que haviam na sala, curiosamente não falaram nada, apenas ouviam. E por mais que eu tentasse explicar que isto era um mito racista que desumanizava os homens negros, reduzindo-os a objetos sexuais, etc, pouco adiantou para demovê-los destas ideias que eram defendidas apaixonadamente pelas mulheres, gerando novo protesto por parte dos homens brancos (SOUZA, R.R., 2009 p.112-113).

Durante o período de pesquisa me deparei com frases dos sujeitos de pesquisa que evidenciaram bem o conceito do negro macrofálico em nossa sociedade, dentre elas:

Pô Dotô sou negão, sabe come é! O bagulho aqui é grande!”, “Doutor para mim que sou negro o meu pênis ta normal?”, “Acho meu pênis normal, mas como tenho negro na família bem que poderia ser maior!”. “Meu pênis ta na média para baixo, mas para um branco acho até normal!” “Doutor sou branco mas meu pau é maior que de muito negro!.

Como dito anteriormente, a Avaliação IMAGE composta pelas 3 perguntas semiestruturada com resposta em escala Likert mais o CRTdec e o CRTmax, tem como intuito fazer um primeiro rastreio dos pacientes com queixa de pênis pequeno que chegam ao consultório do urologista, e ajudar na detecção de pacientes com provável transtorno dismórfico corporal relacionado ao pênis (SILVA et al. 2005). Além de avaliar antropometricamente o tamanho peniano dos dois grupos envolvidos no estudo, usamos o IMAGE como ferramenta de avaliação da imagem corporal peniana dos dois grupos, afim de identificarmos se haveria alguma diferença enter eles. Nossos resultados, mostraram que a população estudada nos dois grupos apresentaram comportamentos estatisticamente similares quanto à repercussão na autoimagem corporal peniana, que a maior parte dos pesquisados estão tranquilos com o tamanho do pênis, acreditam estar na média e não sentem vergonha de ficarem despidos. (gráfico 1, 2, 3).

Através da análise das respostas das 3 perguntas verificamos que os sujeitos de pesquisa com total de 3 pontos apenas, mostrando um potencial sofrimento, que se beneficiariam com uma avaliação por especialistas, estatisticamente os dois grupos

(36)

34

apresentaram porcentagens similares de pacientes com 3 pontos, sendo 1,7% de APN e 1,4%

de APB.

Para um homem ser considerado macrofálico, ele deve apresentar dois e meio desvios padrão acima da média, no caso dos autodeclarados negro 20,7cm e os autodeclarados branco 19,8cm. No estudo, foi observado que a razão de chance de encontrarmos um indivíduo macrofálico é igual nos dois grupos.

Quanto ao atendimento clínico de homens com queixa de pênis pequeno, propomos serem categorizados em três grupos: primeiro: homens com pênis não-pequenos; segundo:

homens microfálicos; terceiro: homens com pênis pequenos, porém não microfálicos. Cada grupo merece uma abordagem diferenciada, e, a todos eles devemos oferecer informações sobre Educação Sexual, incluindo a desmistificação da cor de pele influenciando a imagem corporal peniana.

(37)

35

CONCLUSÃO

A pesquisa demonstrou que a média do pênis de homens autodeclarados de pele negra é 7mm maior que a média dos homens que se autodeclararam brancos.

Apesar de haver mais homens autodeclarados brancos com a sensação de que possuem o pênis abaixo da média, isto não parece refletir negativamente na imagem corporal deste grupo comparado com a imagem corporal do grupo de autodeclarados como negro.

(38)

36

REFERÊNCIAS

AWWAD, Z.; et al. Penile measurements in normal adult Jordanians and in patients with erectile dysfunction. Int J Impot Res, 17:191–5, 2005.

ASLAN, Y. et al. Penile length and somatometric parameters: a study in healthy Young Thrkish men. Asian I Androl. 13: 339-41, 2011.

FERREIRA, A. B. H.; mini Aurélio/ O Dicionário da Língua Portuguesa. Positivo. 7o Edição, 2009.

FLICKR. Site de fotos. Disponivel em: < https://www.flickr.com>. Acesso em 01 de Outubro de 2017.

BARASCH, M. Sexo e afeto no cotidiano do homem. In: CALDAS, Dário (org.) Homem – Comportamento, sexualidade, mudança. São Paulo: SENAC, 1997, p.93-119.

BONDIL, P. et al. Clinical study of the longitudinal deformation of the flaccid penis and of its variations with aging. Eur Urol, 21: 284–6, 1991.

CHEN, J. et al. Predicting penile size during erection. Int J Impot Res, 12: 328–33, 2000.

CARMO, P. S. Entre a luxúria e o pudor – A história sexual do Brasil. São Paulo, Octavo, 2011.

CHOI, I. H. et al. Second to fourth digit ratio: a predictor of adult penile lenght. Asian J Androl; 13: 710-4,2011.

CHROUSER, K et al. Penile measurements in tanzanian males: guiding circumcision device design and supply forecasting. J Urol 190: 544 – 50, 2013.

CARMO, J.G.B. Imagens que Desumanizam X Imagens que Propõem uma Identidade, Setembro 2007.

COHEN J. In O Livro do Pênis. Nova Iorque: Könemann, 2001.

DAMATTA, Roberto. Tem pente aí?: reflexões sobre a identidade masculina. Revista Enfoques: revista semestral eletrônica dos alunos do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ, Rio de Janeiro, v.9, n.1, p.134-151, agosto 2010.

Disponivel em: ˂http://www.enfoques.ifcs.ufrj.br.˃ Acesso em 10 de Julho de 2014.

FREYRE, G. Casa-Grande e Senzala. São Paulo: Global Editora, 51a Edição, 6a Reimpressão, 2006.

FRIEDMAN, D. M. Uma Mente Própria. A história cultural do pênis/David M. Friedman..

Tradução de Ana Luiza Dantas Borges. Rio de Janeiro, Objetiva. 2002.

(39)

37

HANSON, D. The Big Penis Book – THE IRON AGE OF HARD FORGED TOOLS. Los Angeles: Taschen, 2008.

DA ROS, C. et al. Caucasian penis: what is the normal size. J Urol;151: 323A. 1994 GABRICH, P.N.; et al. Penile anthropometry in Brazilian children and adolescentes. J Pediatr; 83:441-6, 2007.

GUIMARÃES, A.S.A; "Racismo e Anti-Racismo no Brasil, Novembro de 1995, Novos Estudos 43°.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: disponível em: <www.ibge.gov.br> Acessado em 10/05/2012.

KAMEL, I. et al. Comparing penile measurements in normal and erectile dysfunction subjects. J Sex Med; 6: 2305-10, 2009

KHAN, S. et al. Establishing a reference range for penile length in Caucasian British men: a prospective study of 609 men. BJU International 109: 740-4, 2012.

KINSEY, A.C.; POMEROY, W.B.;, MARTIN, C.E. Sexual behavior in the human male.

Philadelphia: Sauders; 1948.

MATTELAER, J.J. et al. From Ornamentation to Mutilation: Genital Decorations and Cultural Operations in the Male. Editora The Historical Committee of the European Association of Urology, Netherlands, 2004.

MAUTZ, B.S. et al. Penis size interacts with body shape and height to influence male attractiveness. PNAS, vol. 110, no. 17, 6925–6930, April 23, 2013

MEHRABAN D.; SALEHI M.; ZAYERI F. Penile size and somatometric parameters among Iranian normal adult men. Int J Impot Res. 19:303-9. 2007.

MONDAINI, N. et al. Penile length is normal in most men seeking penile lengthening procedures. Int J Impot Res; 14: 283–6, 2002

ORAKWE, J.C., OGBUAGU, B.O.; EBUH, G.U. Can physique and gluteal size predict penile length in adult Nigerian men? West Afr J Med.;25:223-5, 2006

PALEY, M. O Livro do Pênis. São Paulo: Conrad Editora do Brasil Ltda, 2001.

PARADA, C. Greek Mythologys Link. Disponivel em:

<http://www.maicar.com/GML/000PhotoArchive/072/slides/7214.html> Acessado em: <10 de Outubro de 2017>.

PEREIRA, A.A.; O mundo negro: relações raciais e a cnstituição do movimento negro contemporêneo no Brasil/ Amilcar Araujo Pereira. Rio de Janeiro. Pallas, FAPERJ, 2013.

PEREIRA, N.M. Estudo do tamanho do pénis na população portuguesa, Rev Int Androl 2:15- 21, 2004.

(40)

38

PONCHIETTI, R. et al. Penile length and circumference: a study on 3,300 young Italian males. Euro Urol, 39: 183-6, 2001.

PROMODU, K. et al. Penile length and circumference: an Indian study. Int J Impot Res.;19:558-63, 2007

RIEPL, M. Peru: a arte erótica explícita do Moche, um dos primeiros povos da América. BBC Mundo. Disponível em: ˂http://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-39887814˃.

Acessado em: 22 de Julho de 2017.

SOUZA, R.R.; As Representações do homem negro e suas consequências, Revista Fórum Indentidades Ano 3 Volume 6/ Jul-dez de 2009. Disopnivel em:

˂https://seer.ufs.br/index.php/forumidentidades/article/view/5500> Acessado em Julho de 2015.

SENGEZER, M.; ÖZTÜRK, S.; DEVECL, M.; Accurate method for determining functional penile length in Turkish Young men. Ann Plast Surg; 48: 381-5, 2002

SCHNEIDER, T. et al. Does penile size in yonger men cause problems in condom use? A prospective measurement of penile dimensions in 111 young and 32 older men. Urology; 57:

314-8, 2001.

SCHONFELD, W.A.; BEEBE, G.W.; Normal growth and variation in the male genitalia from birth to maturity. J Urol, 48:759–77, 1942

SCHWARCZ, LM. O espetáculo das raças: cientitas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. Companhia das Letras, São Paulo, 1993.

SENGEZER, M.; OZTURK, S.; DEVECL, M. Accurate method for determining functional penile length in Turkish young men. Ann Plast Surg; 48: 381–5 10, 2002

SHAH, J.; CHRISTOPHER, N. Can shoe size predict penile length? BJU Int; 90:586–7, 2002 SHAMLOUL, R. Treatment of men complaining of short penis. Urology; 65: 1183–5, 2005 SILVA, E.A. et al. The penile girth enhancement with an inverted, tubed dartos flap. In: 20th Congress of the European association of Urology, 2005, Istanbul. European Urology,. v. 4. p.

217, 2005.

SON, H. et al. Studies on self-esteem of penile size in young Korean military men. Asian J Androl; 5: 185–9, 2003

SPYROPOULOS, E. et al. Size of external genital organs and somatometric parameters among physically normal men younger than 40 years old. Urology; 60: 485–9, 2002.

VEALE, D. et al. Am I normal? A systematic review and construction of nomograms for flaccid and erect penis length and circumference in up to 15 521 men. BJU Int; 115: 978–986, 2015.

(41)

39

WYLIE, K.R.; EARDLEY, I. Penile size and the ‘small penis syndrome’. BJU Int 99: 1449–

55, 2007.

WESSELLS, H.; LUE, T.F.; MCANINCH, J.W. Penile length in the flaccid and erect states:

guidelines for penile augmentation. J Urol; 156: 995–7, 1996 WILLIS, R. Mitologias. São Paulo: Publifolha, 2007

(42)

40

APÊNDICE A – Termo de consentimento esclarecido

Termo de Consentimento Esclarecido

Título do projeto: Estudo antropométrico do comprimento peniano e autopercepção de seu tamanho em uma coorte de brasileiros autodeclarados segundo a cor de pele como brancos ou

negros

1. OBJETIVO DO ESTUDO

Avaliar se há diferença significativa entre o tamanho do pênis do brasileiro que se autodeclara com a cor de pele negra ou branca.

Definir valores objetivos de referência para o tamanho peniano de brasileiros autodeclarados com cor de pele negra ou branca e se há diferença na autopercepção. Os resultados deste estudo potencialmente ajudarão na avaliação e conduta de pacientes com queixa de pênis pequeno.

2. DETALHAMENTO DOS PROCEDIMENTOS

O sujeito de pesquisa será avaliado por um urologista em uma única entrevista que deverá durar aproximadamente 15 minutos. Após preenchimento de um de um formulário de pesquisa com cinco perguntas em uma única página o urologista medira o comprimento do seu pênis com uma régua rígida em estiramento (não sendo necessário estar em ereção) este procedimento geralmente dura menos que um minuto.

3. DESCONFORTOS E RISCOS

Durante a execução do projeto, o sujeito de pesquisa não sofrerá nenhum tipo de dano ou desconforto.

Rubrica do Pesquisador:______________________________

Rubrica do sujeito de pesquisa:________________________

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO

SERVIÇO DE UROLOGIA

(43)

41

4. BENEFÍCIOS

O sujeito de pesquisa não receberá benefícios financeiros ou favorecimentos com relação a consulta ou procedimentos médicos na instituição para participar deste estudo, assim como não terá gastos.

5. CONFIDENCIALIDADE

Todos os registros que identificam o sujeito de pesquisa serão mantidos confidenciais e, como permitido pelas leis e regulamentações aplicáveis, não estarão disponíveis publicamente. Se os resultados do estudo forem publicados, a identificação permanecerá confidencial. Os representantes do Comitê de Ética podem ter acesso aos registros médicos para se certificarem de que as informações nos formulários do estudo estão corretas.

6. DÚVIDAS

Para esclarecer qualquer dúvida, entre em contato com: urolab@uerj.br, telefone: (21) 2868- 8333, Rogério Alves Barboza telefone: (21) 98135-1727.

Caso tenha dúvidas relativas a seus direitos neste estudo, entre em contato com: Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto no telefone (21) 25876353.

Observação: O Senhor poderá retirar este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em qualquer momento sem que isso prejudique seu atendimento no Serviço de Urologia

Sujeito de pesquisa:

Nome:________________________________________________

Ass:__________________________________________________

Data:____/_____/______

Pesquisador:

Nome:_________________________________________________

Ass:___________________________________________________

Data:____/_____/______.

(44)

42

APÊNDICE B – Folha de pesquisa

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO

SERVIÇO DE UROLOGIA

PROJETO 2CP Folha de coleta de dados

Iniciais:_____ ______ _______

Naturalidade:________________________________

Questionário IMAGE

CRTdeclarado:_______cm. CRTmax. medido:_______cm.

OBS.:__________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

Ass.Pesquisador:_____________________________. Data:___/____/____

D. Nasc.:____/______/______. Cor de pele (autodeclarado):

( ) Negra.

( ) Branca.

( ) Outros:__________.

(45)

43

APÊNDICE C - e-mail da revista International Journal of Impotence Research: The Journal of Sexual Medicine. Aceitando o artigo do trabalho para ser publicado

(46)

44

APÊNDICE D – Foto da realização do comprimento peniano sobre tração máxima (CRTmax)

Fonte: O autor.

Imagem

Figura  1    –    Afresco  de  Priápo,    Casa    dei  Vetti,  Pompéia,  Museo  Archeologico   Nazionale di Napoli
Figura 2  –   Sátiro  de  Silenius,   Museu Arquiologico de Athenas
Figura 3  –  Esuclturas da civilização pré-  colombiana, Moche
Figura 4 – Retrato de Jovem sentado  Galeria Degli Uffizi, Firenze (Itália)
+7

Referências

Documentos relacionados

Assim, o presente estudo teve como objetivo primário identificar a autopercepção do envelhecimento dos idosos usuários de uma Unidade de Atenção ao Idoso e como