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universidade federal do pará

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Academic year: 2023

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É oferecido trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Licenciatura em Linguagens e Códigos do curso de Educação Rural da Faculdade de Etnologia da Universidade Federal do Pará, sob orientação do Prof. Dra. Visa também relacionar a partir deste percurso educativo, questões relacionadas à luta da minha família pela terra, à luta pelo empoderamento e emancipação da mulher, além de discutir a essência da educação oferecida aos moradores rurais oferecida. Pretendo também, a partir deste percurso educativo, relacionar questões relacionadas com a luta da minha família pela terra, a luta pelo empoderamento e emancipação das mulheres e a essência da educação oferecida aos moradores rurais.

SOBRE A MEMÓRIA

Entre as minhas memórias, procuro trazer as memórias dos meus pais e os registros do Padre François Glória (também conhecido como Francisco ou Chico) e de outros autores que contribuem para o debate dessas questões e para a compreensão da memória. Este trabalho está organizado em sete secções, a primeira reflecte sobre o conceito de memória e a importância do seu registo, a segunda segue relatos da guerra terrestre, a terceira regista a minha experiência escolar desde o ensino primário ao secundário, Sessões da quarta, quinta e o sexto relatará o acesso ao ensino superior, os aprendizados do curso de Educação do Campo e as experiências de estágio juntamente com as práticas docentes e, em seguida, as considerações finais. Assim, a consciência nunca se fecha sobre si mesma, somos puxados em múltiplas direções como se a memória fosse um ponto de referência face às mudanças nos quadros sociais e na experiência coletiva.

Implícita de uma forma ou de outra na recuperação de eventos pessoais está a capacidade de lembrar eventos e julgá-los reflexivamente." É então definida como a recordação consciente de uma experiência vivida ou testemunhada pessoalmente, acompanhada por uma sensação de repetição. evento original e a crença de que o episódio realmente aconteceu. Essa abordagem fenomenológica recupera a experiência de qualidades como aquela que permite ao indivíduo distinguir entre a memória de um evento passado e outras forças públicas conscientes, como o sonho e a fantasia (GAUER ; GOMES, 2006, pág. 102).

Quanto ao conceito de memória, Gauer e Gomes (2006) enfatizam as ideias de Aristóteles de que existe uma diferença entre memória e reminiscência. Para isso, além da memória, procurei conversar com meus pais sobre fatos da minha infância, além de utilizar um livro do Padre François Glory.

A LUTA PELA TERRA: MEMÓRIAS DE FAMÍLIA

No contexto dessa situação que a Transamazônica criou, chegou a minha vez de relatar como minha família chegou ao Pará. Minha família se enquadrava nessa afirmação e o que mais os levou ao Pará foi a perseguição aos conflitos fundiários que ocorreram na região de Goia. hoje, Tocantins. Ao chegar aqui, a igreja sob a direção do Padre Chico, junto com os irmãos Lassalistas e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais adquiriu para minha família um terreno de 100 hectares no km 180 Sul, a 45 km da rodovia Transamazônica.

Padre Chico continua contando como minha família chegou em novas terras na cidade de Uruará-PA. Depois de 8 meses trouxeram minha mãe com suas filhas e filhos, nasci um ano depois que minha família chegou ao Pará em 1990. Na minha visão religiosa fiquei triste ao pensar que meu pai estaria envolvido em um conflito por terra.

Aí pedi ao meu pai que me contasse a história do nosso confronto por terra, já pude ouvir sem medo. É por isso que durante todo este período na escola primária e secundária, não tive explicação e compreensão sobre a minha própria história e as lutas da minha família.

Figura 1. Casal Ramos, filho mais velho e o padre Chico no lançamento do livro, Uruará,  Pará
Figura 1. Casal Ramos, filho mais velho e o padre Chico no lançamento do livro, Uruará, Pará

MINHA EXPERIÊNCIA ESCOLAR: ENSINO FUNDAMENTAL AO ENSINO MÉDIO

A partir daquele momento pude perceber que o monstro era o dono da terra, que estava do outro lado e lutava contra meu pai. Para continuar meus estudos, meu pai me mandou para a cidade quando eu tinha apenas 11 anos. Uma época em que fui arrancado da minha família, das brincadeiras com os meus irmãos, do carinho e dos ensinamentos da minha mãe e do meu pai, da professora e dos colegas que já conhecia e estava acostumada com eles e com a vizinhança.

Meu pai contribuiria se preferisse, mas os serviços e responsabilidades eram tantos, e eu recebia R$ 40 reais por mês para comprar produtos de higiene. Analisando nosso sofrimento, meu pai alugou um quarto para mim e minha outra irmã, que também estavam hospedadas na cidade, na casa de outras pessoas. Após um ano de aluguel, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais disponibilizou um galpão para os associados que quisessem utilizá-lo, então meu pai se interessou porque tinha duas filhas que precisavam de um lugar para morar.

Achei estranho que às vezes meu pai fazia perguntas, como cavar a terra, por exemplo, e eu não sabia o que responder, e ele perguntava: "Por que eu estava na escola?" Respondi que não aprendi isso na escola. Na educação do campo chegamos à conclusão de que a escola ensina conhecimentos que o aluno não utilizará no seu dia a dia.

Figura 3.  Escola Carlos Drummond de Andrade desativada, Uruará, Pará
Figura 3. Escola Carlos Drummond de Andrade desativada, Uruará, Pará

O ENSINO SUPERIOR

EDUCAÇÃO DO CAMPO E SUAS APRENDIZAGENS

Neste princípio de oferta de ensino superior, o governo federal oferece cursos de educação rural. Os Cursos de Licenciatura em Educação do Campo fazem parte de uma campanha mais ampla do Ministério da Educação – MEC, iniciada em 2003, para promover uma política nacional de educação do campo. Essa política foi formulada pela Secretaria de Ensino Médio, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI, por meio da Coordenação Geral de Educação do Campo – CGED e do Grupo de Trabalho Permanente de Educação do Campo – GPT (FACETNO, 2018).

Em 2015 teve início a primeira temporada deste maravilhoso projeto de oferta de educação aos agricultores do município de Placas, uma jornada de estudos de quatro anos no curso de Educação Rural na área de Linguagens e Códigos. Senti-me envolvido nos debates que os professores passaram a proporcionar, no ambiente de sala de aula, talvez porque todos os alunos vieram do meio rural e porque visualizei, analisei e compreendi a minha aula nos debates e discursos que estudei e discuti. Porque esta escola rural negou a existência desses sujeitos rurais, nos materiais didáticos, no texto, no discurso e na produção escrita.

O novo professor de educação rural está com essa educação trabalhada, repleta de empoderamento com real conhecimento histórico, científico e reconhecimento de classe no esforço de superar os desafios de aprendizagem dos alunos rurais na prática docente e se tornar uma escola melhor com as características de esses agricultores. Esta formação também contribui para a vida económica destes novos profissionais rurais, melhorando a renda familiar e a permanência ou mobilidade destas famílias rurais.

EXPERIÊNCIA DA DOCÊNCIA NO ESTÁGIO

As tecnologias e mídias que você possui como ninguém, mas você tem que ir para a escola sem vontade de olhar para um quadro negro, escrever em um caderno assuntos que não interagem com a sua realidade. O bloqueio do uso de tecnologias nas escolas pesquisadas, somado à greve dos professores, à falta de materiais didáticos, à falta de transporte escolar adequado, à manutenção de estradas rurais, somam-se à contribuição para a não aprendizagem dos alunos e principalmente, professores que não são motivados pelo abandono do poder público, a desvalorização sofrida pelos alunos soma-se ao seu desinteresse pela escola. Algumas das formas que utilizamos para abordar os conteúdos e as interações dos alunos foram inovadoras ao estudar os assuntos de forma dinâmica em trabalhos em grupo, serões literários e produção de materiais.

Destaco a experiência em uma das práticas no ensino médio, em que foi permitido o uso de computadores para alguns alunos da CFR (Casa Familiar Rural) Uruará imprimirem artigos e reportagens e também fazerem buscas na Internet pelo celular do professor. . Nas experiências de ensino da vida real dos alunos, pude perceber que eles interagem significativamente e entendem as matérias. Veja uma situação que ilustrou como implementei o ensino contextualizado relatada em um dos relatórios de prática supervisionada.

Quando voltamos do intervalo, eu assumo a prática pedagógica e explico para eles os assuntos que a professora C ditou. Fiz com que percebessem que a nossa língua brasileira é complexa em significados e que usamos uma palavra que terá significados diferentes dependendo dos contextos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a prática docente, a formação diferenciada contribui significativamente para o desenvolvimento de nossas práticas docentes, pois torna o conhecimento mais compreensível ao aluno e possibilita sua troca e construção. Campo, assim como outros autores, as memórias têm uma forte ligação com as decisões do poder público de oferecer educação no meio rural, e eu, como sujeito desta sociedade, descrevi os desafios no acesso a essa educação. Outra relação discursiva marcante na memória de minha família foi a luta pela terra, que também está relacionada à distribuição de terras no Brasil às classes dominantes desde o início de sua colonização, conforme descrita pelos autores João Pedro Stédile e Frei Sérgio em seu livro “A Luta pela Terra no Brasil” e as memórias dos meus pais e do pai do Chico confirmam que ela causa graves consequências para as famílias que defendem suas terras ou têm que reivindicar terras do Estado para viver com suas famílias.

Confirma-se também que durante o período escolar do ensino fundamental ao médio não foram discutidos temas relacionados às classes sociais dos alunos, como a luta enfrentada pelos agricultores para adquirir terras, a diferença entre a educação oferecida no campo e a educação. oferecidos na cidade, leis que protegem a população rural, questões relacionadas ao empoderamento da mulher, entre outros. Através de entrevistas e outros momentos com meus pais e relatos do Padre Francisco Glória, foram condensadas as discussões sobre a conquista do país, através de minhas lembranças e discussões sobre a qualidade do ensino nas aulas do ensino médio e junto com os autores, pode ser a educação que foram discutidos o poder público, que foi oferecido na minha infância e juventude, e os desafios de acesso a essa educação até chegar ao ensino superior. Vale destacar que os resultados da pesquisa realizada para fundamentar minhas lembranças estiveram diretamente ligados ao processo histórico de abandono e negligência da educação oferecida aos camponeses, e também estão ligados a fortes preconceitos masculinos e machismo em relação às mulheres que ainda estão enraizados . na sociedade descobri também que a tomada de decisões e o planeamento são determinados por determinados grupos que não são agricultores, e os agricultores têm de vivenciar essas decisões que não contribuem para o seu processo de desenvolvimento e valorização.

Essa percepção nos mobiliza a ocupar os espaços onde são discutidas e decididas essas decisões que nos afetam diretamente, sujeitos do campo. De François, de Francisco, a Chico - Meus Trinta Anos de Serviço às Comunidades de Base do Brasil Amazônico.

Imagem

Figura 1. Casal Ramos, filho mais velho e o padre Chico no lançamento do livro, Uruará,  Pará
Figura 2. Família Ramos e o padre Chico, Uruará, Pará.
Figura 3.  Escola Carlos Drummond de Andrade desativada, Uruará, Pará

Referências

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