FUNDAÇÃO
GETÚLIO
VARGAS
"COMÉRCIO
INTRA-INDUSTRIA;
MEDIDAS
EMPÍRICAS
DE
SEUS DETERMINANTES"
DISSERTAÇÃO
SUBMETIDA
Ã
CONGREGAÇÃO
DA
ESCOLA
DE
PÕS-GRADUAÇÃO
EM
ECONOMIA
(EPGE)
DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA
PARA
OBTENÇÃO
DO
GRAU
DE
MESTRE EM ECONOMIA
POR
MARIA HELENA DE OLIVEIRA
«i
RIO DE JANEIRO, RJ
Jünfoo, 19 85
FUNDAÇÃO
GFTOLIO
VARGAS
TESE
DE
MESTRADO
APRESENTADA
A
EPGE
rrf
de
Oliveira
CIRCULAR N9 19/85
Assunto;
Defesa
Pública
de
Dissertação
de Mestrado.
Comunicamos
formalmente
â
Congregação
da
Escola
que
esta
marcada para dia 26 de julho de 1985 (6a. feira), as 15:30h, no Au
ditõrio
Eugênio
Gudin
(109
andar),
a
apresentação
e
defesa
pública
da
Dissertação
de
Mestrado,
intitulada
"COMÉRCIO
TNTRA-INDÚSTRIA:
MEDIDAS
EMPÍRICAS
DE
SEUS
DETERMINANTES"
da
candidata
ao
titulo
de
Mestre em Economia, Maria Helena de Oliveira.
Cópia
da
súmula
desta
Dissertação
foi
recentemente
dis
tribuída a todos os professores e interessados.
A
Banca-Examinadora
"ad
hoc"
designada
pela
Escola
será
composta
pelos
doutores:
Gregório
Forell
L.
Stukart,
Antônio
Sala-zar Pessoa Brandão e Fernando de Holanda Barbosa (Presidente).
Com
esta
convocação
oficial
da
Congregação
de
Professo
res da Escola, estão ainda convidados a participarem desse ato aca
dêmico todos os alunos da EPGE, interessados da FGV e de outras ins_
tituições.
*
EPGE/IBRE
Rio de Janeiro, 27 de maio de 1985,
Simonsen
ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
PRAIA DE BOTAFOGO. 190/10.° ANDAR
RIO DE JANEIRO BRASIL - CEP 22.250
CIRCULAR N9 20
Assunto:
Defesa
Pública
de
Disertação
de
Mes
trado de Maria Helena de Oliveira.
Ref. Circular n9 19/85 de 27/05/85 (EPGE) .
Informamos
que
deverá
ser
corrigido
o 39
parágrafo
da
Circular em referência, onde são mencionados, de forma incorreta, os
componentes
da
Banca
Examinadora
composta
para
apreciar
a Dissertação
de
Mestrado
em
epígrafe.
Nesse
parágrafo
deverá
ser
lido:
"A Banca-Examinadora "ad hoc" designada pela Escola se
rá composta pelos doutores: Fernando de Holanda Barbosa, Antônio
Salazar Pessoa Brandão e Gregorio Lowe Stukart. (Presidente)".
Desculpamo-nos pelo engano e lembramos que essa Defesa
de
Dissertação
de
Mestrado
ocorrerá
em
26/7/85
âs
15:30h.
Rio de Janeiro, 11 de julho de 19 85
Mareia M.G. de Andrade
Secretária-Geral da EPGE
A-4 Formato Internacional
LAUDO
SOBRE
DISSERTAÇÃO
DE
MESTRADO
Como membro da Banca Examinadora, designado pela
EPGE para julgar a Dissertação de Mestrado, intitulada "CO
MÉRCIO
INTRA-INDpSTRIA:
MEDIDAS
EMPÍRICAS
DE SEUS
DETERMINAN
TES",
da
candidata
ao
titulo
MARIA HELENA
DE
OLIVEIRA,
apre
sento
as
seguintes
ponderações
que
justificam
meu
parecer
e
voto:
1) A autora demonstrou conhecer muito bem o tema;
2) A autora apresentou testes empíricos e realizou
análises
que
demonstram
sua
capacidade
de
utili
zar corretamente os instrumentos analíticos da
Teoria
Econômica
e
da
Econometria.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a re
ferida tese seja aprovada e outorgado o título pretendido pe
la candidata e autora deste trabalho.
Rio de Janeiro, 26 de Julho de 1985.
Antônio Salazar Pessoa Brandão
Professor da EPGE.
ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
PRAIA DE BOTAFOGO, 190/10.° ANDAR
RIO DE JANEIRO - BRASIL - CEP 22.250
LAUDO
SOBRE
DISSERTAÇÃO
DE
MESTRADO
Como
integrante
da
Banca
Examinadora,
designado
pela
EPGE
para
julgar
a
dissertação
de
Mestrado,
intitulada
"COMÉR
CIO
INTRA-INDUSTRIA:
MEDIDAS
EMPÍRICAS
DE
SEUS
DETERMINANTES",
da
candidata
ao
título,
Sra.
MARIA
HELENA
DE
OLIVEIRA,apresen
to
as
seguintes
ponderações
que
justificam
meu
parecer:
1)
A
candidata
demonstrou
conhecimento
da
teoria
econômica
e
habilidade
no
uso
adequado
das
técnicas
estatísticas
na
sua
pesquisa;
2)
A
candidata
fez
um
estudo
empírico
bastante
amplo
sobre
o
tema
abordado,com
um
trabalho
de
excelente
nível
técnico,
que
certamente
revela
de
modo
muito
transparente
a
sua
ca
pacidade de pesquisa.
Assim,
e
nessas
condições,
sou
de
parecer
que
a
re
ferida
Tese
seja
aprovada
e outorgado
o título
pretendido
pela
candidata
e
autora
desse
trabalho.
Rio
de
Janeiro,
26
de
julho
de
1985
A-4 Formato Internacional
210x297mm
Fernando de Holanda Barbosa,
LAUDO SOBRE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Como integrante da Banca Examinadora, designa
do pela EPGE para julgar a dissertação de mestrado, intitula
da "COMERCIO INTRA-INDUSTRIA: MEDIDAS EMPÍRICAS DE SEUS DETER
MINANTES" da candidata ao título de Mestre em Economia, MARIA
HELENA
DE
OLIVEIRA,
apresento
as
seguintes
ponderações
que
justificam meu parecer e voto:
1) por ter aplicado e adaptado, provavelmente pela primeira vez, â América
Latina e ao Brasil em particular, um desenvolvimento importante da teo
ria do comercio internacional;
2) por ter analisado,com criatividade e exímio conhecimento dos métodos
estatísticos e econométricos, um considerável volume de dados que
permitiu tirar conclusões relevantes quanto ao futuro desenvolvimento
do comércio internacional de bens industriais no nosso país.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a
referida
Dissertação
seja
aprovada
e
outorgado
o
título
preten
dido pela candidata e autora deste trabalho.
Rio de Janeiro, 26 de julho de 19 85.
f
Gregorio Forell Lowe Stukart,
Professor da EPGE/FGV £,
Presidente da Banca Examinadora
A-4 Formato Internacional
j
Desejo expressar meus agradecimentos aos membros da mi
nha banca examinadora, Professores: Gregório ForellLowe Stukart,
Fernando
de
Holanda
Barbosa
e
Antônio
Salazar
Pessoa
Brandão,que
com
suas
críticas,
sugestões
e
estímulos
tornaram
possível
a rea
lização
deste
trabalho.
Em
especial,
ao
Professor
Gregório
Fo-rell Lowe
Stukart,
que
sugeriu
o
tema
desta
dissertação,
pelo
acompanhamento
e
orientação
recebida
na
elaboração.
Meus agradecimento a Benjamin Lemos dos Santos, pelos
serviços
auxiliares
de
computação,
assim
como,
a
Ofélia
Barbosa
de Barros e Regina Helena Luz que, cuidadosamente, datilografa
ram
o
manuscrito,
as
versões
intermediárias
e
o
final deste
pro
jeto.
Agradeço
ainda
a
Fundação
Educacional
do
Distrito
Fede
ral e a Losango S.A.-Crédito, Financiamento e Investimento,
pe-Io
suporte
financeiro
que
me
foi
concedido,
através
da
bolsa
de
estudo
e
do
prêmio
Losango
de
Apoio
a
Teses
em
Economia,
respec
tivamente,
resultando
em incentivo
e
concretização
desta
monogra
Finalmente, quero externar aos meus pais todo o meu
apreço
e
gratidão,
pelo
estímulo
e
apoio
que
me
proporcionaram,
sem
os
quais
a
realização
do
mestrado
não
seria
possível.
Capítulo
I
-
INTRODUÇÃO
1
1.1 - Breve resumo da literatura 3
1.2- Objetivos 9
1.3-
Visão preliminar
do
trabalho
11
Capítulo
II
-
DIFERENCIAÇÃO
DE
PRODUTOS,
ECONOMIAS
DE
ESCALA,
COMPETIÇÃO
MONOPOLlSTICA
E
CO
MÉRCIO
INTERNACIONAL
13
2.1 - Introdução 13
2.2
-
Suposições
do
Modelo
15
2.3-
Equilíbrio
de
uma
economia
fechada
18
2.4 - Equilíbrio de uma economia aberta 21
2.4.1 - Equilíbrio dos preços dos fatores 2 3
2.4.2
-
Versão
do
teorema
de
Rybcynski
2 3
2.4.3
-
Comércio
inter
e
intra-indústria
25
Capítulo
III
-
MEDIDAS
DE
INTENSIDADE
DE
COMERCIO
IN-TRA-INDÜSTRIA 32
3.1
-
Coeficientes
de
comércio
intra-indüstria
....
32
3.2 - Comparações entre os coeficientes 4 3
Capítulo
IV
-
EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS
DE
COMÉRCIO
INTRA-INDÚSTRIA
48
4.1 - Os dados empregados 48
4.2
-
Evidências
empíricas
dos
diferentes
co
eficientes
de
comércio
intra-indústria
...
58
4.3
-
Evidências
de
comércio
intra-indústria
66
4.3.1
-
Evidências
em
diferentes
indústrias
manufatureiras 67
4.3.2
-
Evidências
em
diferentes
países
74
4.4
-
Comércio
intra-indústria
no
Brasil
no
período
1969-1982
81
4.5-0 desempenho global dos manufaturados
no Brasil, 1969-1982 85
Capítulo
V
-
DETERMINANTES
DE
COMÉRCIO
INTRA-INDÚSTRIA
89
5.1-
Introdução
89
5.2
-
Diferenciação
de
produtos
90
5.3- Economias de escala 93
5.4 - Ciclo do produto 95
5.5
-
Dotações
de
fatores
99
5.6
-
Níveis
de
desenvolvimento
100
5.7
-
Diferença
rios
níveis
de
desenvolvimento
101
5.8 - Tamanho de mercado 102
5.9 - Diferença no tamanho de mercado 102
5.10-
Barreiras
tarifárias
103
5.11-
Barreiras
não-tarifarias
105
5.12- Outros determinantes 106
i
6.1
-
Introdução
.;
107
6.2 - Uma análise "cross-section" de grupos
de produtos para o Brasil, Argentina
e
México
108
6.2.1 - Variável dependente 109
6.2.2 - Variáveis explicativas 111
6.2.3.-
Evidências
econométricas
117
6.3 - Uma análise "cross-section" de grupos
de produtos manufaturados brasileiros 125
6.3.1
-
Variável endõgena
125
6.3.2
-
Variáveis
exógenas
126
6.3.3
-
Resultados
econométricos
132
Capítulo
VII
-
CONCLUSÕES
140
APÊNDICE A
-
Classificação
SITC
para
os
produtos
comer-cializáveis pelo Brasil em 1979, nas clas
ses de
3,
4
e
5
dígitos
147
APÊNDICE B - Tabelas 162
APÊNDICE
C
-
Derivações
Matemáticas
178
BIBLIOGRAFIA
'.
184
Índice
das
tabelas
Tabela
1
-
Comércio
intra-indústria
no
setor
de
manufaturas para o Brasil em 1979 50
Tabela
2
-
Exportação
brasileira
-
principais
países de destino em ordem decrescen
te de valor- 1979 56
Tabela
3
-
Importação
brasileira
-
principais
países de origem em ordem decrescen
te de valor- 1979 57
Tabela
4
-
Diferentes
medidas
de
comércio
intra-indústria
por
indústria-
1979
59
Tabela
5
-
Diferentes
medidas
de
comércio
intra-indústria
por
pais-
1979
é
64
Tabela
6
-
Elasticidade
do
padrão
de
exportação
com
respeito
ao
padrão
de
importação,
por
indústria,
em
1979
73
Tabela
7
-
Elasticidade
do
padrão
de.exportação
com
respeito
ao
padrão
de
importação,
por pais, em 1979 78
Tabela
8
-
Comércio intra-industrial
no
Brasil,
1969-1982 83
Tabela
9
-
Análise
de
regressão
dos
determinan
tes
de
comércio
intra-indústria
(B.
.,
)
1JK
- "Logif 120
"logit" 122
í
J
Tabela 11 - Analise de regressão dos determinantes
de
comércio
intra-indústria
(Brasil)
136
Tabela
Bi
-
Estatísticas
descritivas
auxiliares
ao
cálculo
da
elasticidade
média pondera
da,
por
nals,
em
1979
162
Tabela
B2
-
Estatísticas
descritivas
auxiliares
ao
cálculo
da
elasticidade
média
pondera
da,
por
indústria,
em
1979
164
Tabela B3 - Grau de abertura da economia em 1979 ,
para
os
países
estudados
166
Tabela
B4
-
Utilização
de
capacidade
industrial,
1969/81 167
Tabela
B5
-
Exportações
totais
e
de
manufaturas,
1968/81 168
Tabela
B6
-
Relações
das
importações
de
manufatura
dos na oferta total 169
Tabela
B7
-
Relação
de
exportação
de
manufaturados
na
produção
total
170"
Tabela
B8
-
Matriz
fictícia,
para
3
produtos
quais_
quer,
explicativas
à
formação
do
banco
de
dados
da
regressão
(6.1)
171
Tabela
B9
-
Análise
de
regressão
dos
determinantes
de
comércio
intra-indústria
(B^^)
;...
172
Tabela
B10
-
Análise
de
regressão
dos
determinantes
de
comércio
intra-indústria
(Dijk)
173
Tabela
Bll
-
Resultados
das
regressões
para
grupos
de produtos manufaturados brasileiros
174
Tabela
B12
-
Resultados
das
regressões
para
grupos
de produtos manufaturados brasileiros
(Bijk) - "Logit" 175
Tabela
B13
-
Resultados
das
regressões
para
grupos
de produtos manufaturados brasileiros
176
Tabela
B14
-
Resultados
das
regressões
para
grupos
de produtos manufaturados brasileiros
(D±jk) - "Logit" 177
INTRODUÇÃO
I
Durante a década de 19 70 muitos observadores notaram
que b
crescimento
do
comércio
nos
países
industriais
foi
devido
ã
expansão
do
comércio
intra-industrial.
O
comércio
inter-in-dústria
também
aumentou,
mas
apresentando,
claramente,
uma
in
fluência
menos
importante
na
expansão
das
exportações.
Comércio
intra-indústria
significa
exportações
e
im
portações
simultâneas
de
um
mesmo
produto.
Constitui-se
de
uma
observação
empírica
que tem
recebido
uma
atenção
crescente
na
literatura
recente
de
comércio
internacional.A
atenção
para
es
se fenômeno
particular
se
verifica
em
virtude
de
a
teoria
He-ckscher-Ohlin-Samuelson
não
apresentar
tal
configuração.
O modelo de Heckscher-Ohlin-Samuelson nos diz que
a
composição
do
comércio
ê
determinada
pelas
dotações
relativas
de
capital-trabalho
dos
países
e
pelos
fatores
requeridos
como
insumo
dos
produtos.
Assim,
países
com
abundância
relativa
de
capital deveriam exportar bens intensivos em capital e importar
2.
bens
intensivos
em
mão-de-obra
e
vice-versa
para
os
países
que
possuem
abundância
relativa
do
fator
trabalho.
Para
distinguirmos
o
comércio
inter-indústria
do
co
mércio intra-indústria,
devemos
começar
pelas
suposições
de
ca
da modelo.
0
modelo
de
Heckscher-Ohlin-Samuelson
é
usado
para
explicar
o
comércio intersetorial.
Constituem
suas
principais
hipóteses:
funções
de
produção
linearmente homogêneas
e
idênti
cas
em
todos
os
países;
não
existência
de
reversão
de
intensi
dade
dos
fatores
de
produção;
ambos
os
países
são
incompleta
mente
especializados
e
produzem
ambos
os
produtos;
competição
perfeita
no
mercado
de
fatores
e
de
todos
os
produtos;
não
exis
tência
de
custo
de
transporte
ou
informação;
etc.
Em
contrapartida,
temos
o
modelo
de
comércio
intra-industria
que
corresponde
a
uma
generalização
do
modelo
de
He
ckscher-Ohlin-Samuelson, pois parte do pressuposto de diferen
ciação
de
produtos,
economias
de
escala
e
competição
monopolís-- (1)
tica, que sao hipóteses chamberlianas . Logo, o modelo de
Na competição monopolistica Chamberliana, cada firma tem poder de mono
ter-indüstria.
Como
exemplo,
temos
as
trocas
de
carro
alemão
por
vinho
francês,
enquanto
que
o
modelo
de
Chamberlin
ê
usado
para
explicar
o
comércio
intra-indüstria,
que
no
exemplo,seriam
as
trocas
de
carro
alemão
por
carro
francês,
vinho
francês
por
vinho
alemão,
etc.
1.1- Breve resumo da literatura
Em
relação
ao
fenômeno
de
trocas
intra-indústrias,
que
têm sido ampla e consistentemente observadas nas economias de
senvolvidas, subdesenvolvidas e planifiçadas, podemos distin
guir na
literatura,
três
grupos
de
economistas
que
focalizaram
esse fenômeno sob três ângulos, distintos em aplicabilidade e
método de análise, mas consistentes entre si.
O
primeiro
grupo,
sentido
que
mudava
a
configuração
do
comércio
entre
os
países,
começou
a
pesquisar
as
relações
de
trocas,
uma
vez
que
nem
sempre
eram
atendidas
as
condições
do
teorema de Heckscher-Ohlin, e também preocupou-se basicamente com
as medidas do comércio intra-indüstria. Nesse campo,temos prin
4.
Aquino . Aqui ^omeçaiTi a aparecer os principais determinantes
do
comércio intra-indústria,
pois,
para
observar
este
particu
lar fenômeno pelo seu coeficiente, deve-se ter em mente o que
o impulsiona.
Cabe aqui destacar alguns estudos realizados por
economistas
que
se
engajaram
em
pesquisas empíricas
do
comércio
intra-indústria,
principalmente,
no
que
tange
aos
países
in
dustriais .
Balassa
verificou
que
a
expansão
do
comércio
na
Co
munidade
Econômica
Européia
(CEE),
para
91
indústrias,
origina-se
principalmente
da
especialização
intra-indústria,
suportando
a
hipótese
de
que
a
liberalização
do
comércio
resultaria
em
es
pecialização intra-indústria
em
vez
da
especialização
inter-indústria.
Essa
mesma
conclusão
se
faz
presente
no
estudo
de
Adler
para
a
Comunidade
Européia
de
Aço
e
Carvão(GEAC)
' 'Além
dos
trabalhos
de Grubel
e Lloyd
(1971)
pp.
494-517
e Aquino
(1978)
pp.276-295, temos também os trabalhos de Balassa (1966) pp.465-473;
Pelzman (1978) pp.297-303; Wilmore (1972) pp.659-670; Greenaway (1983)
pp.109-121; Greenaway e Milner (1981)pp.763-766; Adler (1970)pp.175-189;
(2)Adler
(1970)
pp.175-189.
Países
que
participam
da GEAC:
Alemanha,
França, Itália,
Países
Baixos,
Grubel
e
Llcyd
observaram
que
esse
comércio
é
forte
não
apenas
entre
os
países
da
Comunidade
Econômica
Européia/mas
i
entre
todos
os
países industriais.
Wilmore
verificou
a
im
portância
do
comércio
intra-indústria
para
o
setor
manufaturei-ro
dos
países
menos
desenvolvidos
com
um
similar
nível
de
in
dustrialização.
Os
países
estudados foram
os
da
América
Cen
tral.
Para as economias planificadas temos o trabalho de
(2)
Pelzman
realizado
para
os
países
participantes
da
COMECON.
0
nível
de
especialização
intra-indústria
para
a
União
Soviética
foi
abaixo
de
40%
em
seu
comércio
com
o
resto
do
mundo.
Com
re
lação
ao
restante
dos
países
membros
da
COMECON,
os
resultados
foram abaixo dos encontrados para os países industriais.
O segundo grupo de economistas, como por exemplo
Krugman,
Lancaster
e Helpman1
, desenvolveram
modelos
teóricos
baseados
na
competição
monopolística
para
explicar
o
comércio
intra-indústria.
A
principal
atração
desses
trabalhos
é a
dis-(1)Wilmore
(1972)
pp.659-670.
(2)
v 'Pelzman
(1978)
pp.297-303
(3)
'Krugman
(1979)
pp.469-479;
Krugman
(1980)
pp.950-959;
Lancaster
(1979)
.6.
tinção
entre
comércio
intra-indústria,
baseados
na
diversidade
de
produtos
e
economias
de
escala,
e
comércio
inter-indüstria,
í
í
explicados
pelas
considerações
usuais
de
dotações
de
fatores.
Os modelos de Krugman e Lancaster consituem mo
delos
de
um
setor,
com
especificações
de
preferências
diferen
tes,
mas
o
importante
é
que
ambos
chegam
ãs
mesmas
conclusões
sobre
a
natureza
do
comércio
intra-indústria.
Helpman realizou o mesmo estudo de Krugman e Lancas
ter, mas utilizou um modelo de dois setores, sendo esses, ali
mentos e manufaturas, onde alimento foi considerado um produto
homogêneo
com
uma
única
especificação
e,
por
outro
lado,
os
bens
manufaturados
possuem
várias
especificações
medidas
pelas
fun
ções
de
produção,
tais
que
sejam
independentes
de
suas
especi
ficações.
Uma
das
contribuições
do
trabalho
de
Helpman
é a
pro
va
do
teorema
de
equalização
de
preços
dos
fatores
sem
requerer
que a função de produção seja homotética nos produtos diferen
we oan pvediot the pattev of intersectovidl
trade from factov endowments even when the
pvoduotion funotion of the differenaiated
pvoducty whioh exihibits economies of scale,
is not homotetie"
Em
relação
ã
determinação
do
comércio
intersetorial
"versus"
intra-indüstria,
em
termos
de
dotações
de
fatores
de
produção,
Helpman
dá
uma
grande
contribuição
com
seu
teorema.
O
teorema
nos
diz
que
em
algumas
situações
bem
defini
das
de
dotações
de
fatores,
tais
como:
funções
de
produções
idên
ticas,
equilíbrio
de
comércio
tal
que
haja
equalização
dos
preços
dos
fatores
e
mesmo
nível
de
produto
da
indústria
no se
tor
de
variedades
de
produtos,
em
ambos
os
países
o
país
com
maior
razão
capital-trabalho
será
um
exportador
líquido
de
pro
dutos que
usam
intensivamente
o
capital,
enquanto
que
o
outro
país
será
em
exportador
líquido
de
produtos
que
utilizam
inten
sivamente
a
mão-de-obra,
reduzindo
assim,
a
participação
do
comércio
intra-indústria
no
volume
total
de
comércio.
Agora,se
a
relação
capital-trabalho
ê
a mesma
para
dois
países
quaisquer
.8.
e,
se
as
condições
acima
são
verificadas,
então
não
existe
co
mércio
intersetorial
e
todo
o
comércio
é
intra-indüstria.
Finalmente, o terceiro grupo de economistas tem desen
volvido estudos
econométricos
com
o
principal
objetivo
de
ana
lisar
os
determinantes
do
comércio
intra-indústria
"vis-a-vis"
as
diferenças
dos
países
e
das
indústrias.
Como
exemplo, temos
os
estudos
de
Caves
,
realizado
para
30
países
industriais,em
uma amostra de 94 categorias SITC ("Standard International
Tra-(2)
de Classification") e Loertscher e Wolter , para os países OBCD
os
quais
mediriam
empiricamente
os
determinantes
de
comércio
intra-indústria
.
Até
agora
nos
detemos
na
questão
teórica
e
empírica
do
comércio
intra-indústria,
cujo
tema,
pelo
que
podemos
notar,ge
ra
certas
polêmicas,
sendo,
ãs
vezes
apontado
como
um
equilíbrio
de
longo
prazo
conseqüente
de
várias
configurações
de
(1)Caves
(1979)
pp.203-223.
Loertscher e Wolter (1980) pp.280-293.
(3)
Podemos também, citar os estudos econométricos para os determinantes docomércio
intra-indüstria
de:
Pagoulatos
eSorensen(l975)
pp.454-465;
Toh
estrutura de mercado, tornando assim importante o teste de hipó
teses sobre a natureza e intensidade destas forças. E para tal
fenômeno,
Caves
ressalta
que ele
surge
em
resposta
ã
liberalização
do
comércio
a
curto
prazo
de
produção
e
distribuição.
Há
' ainda
determinadas
críticas
direcionadas
ao
comércio
intra-indústria,
apontado
por
Lipsey
como
um
artefato
estatístico,
mas
tal
argumento
ê
contestado
por
vários
estudiosos.
Grubel
chega
ã
conclusão
que:
"...
the
existense
of
intraindustry
trade
represents a phenomenon that is not just a
statistioal artifaot but a phenomenon that
oannot
be
explained
by
the
basio
Hercseher-(2)
Ohlin-Samuelson model."
1.2- Objetivos
Vimos
anteriormente
a
importância
e
expansão
do
comér
cio
intra-indústria
para
os
países
industriais.
Expansão
esta,
decorrente
principalmente
da
liberalização
do
comércio
dos
anos
60 em diante.
(1)Lipsey
(1976)
pp.312-314.
(2)
.10.
Diante
de tal
fato,e
também
da
inexistência
no
Brasil
de
tal
literatura,e
de
testes
empíricos
para
averiguação
da
exis_
tência . deste comércio para o pais e seus parceiros comerciais
da
Associação
Latino-Americana
de
Livre
Comercio-ALALC
(atual
AIADI),
nossa
proposta
consiste
em
estudar
esse
fenômeno
e
seus
princi
pais
determinantes
para
os
países
da
AIALC,apesar
de
"a
priori"sa-bermos
que
o
comércio.entre
as
indústrias
desses
países
ser
pou
co
expressivo.
Em
vista
do
resultado
obtido,
o
estudo
será
am
pliado para incluir os demais parceiros comerciais do Brasil no
setor de manufaturas.
Procuraremos/neste
trabalho/desenvolver
modelos
teóri
cos
e
empíricos
para
o
comércio
intra-indústria.
Nesse
sentido,
tentaremos
descrever
sobre
as
três
óticas
abordadas
na
seção
1.1,
isto
é,
focalizaremos
os
índices
do
comércio
intra-indús
tria, apresentaremos um modelo teórico e realizaremos testes em
píricos
para
detectar
e
comparar
o
comércio
intra-indústria
para
os
países
da
ALALC
e
para
os
principais
países
indus.triais
que
transacionam com o Brasil.
determinan-tes
do
comércio
intra-indústria,
tanto
no
modelo
teórico
como
no
ecohométricô.
1.3-
Visão
preliminar
do
trabalho
Esboçamos
as
questões
principais
que
serão
abordadas.
Procederemos
agora
a
um
esboço
do
trabalho,
capitulo
por
capítu
lo.
O
Capitulo
2 apresenta
um
modelo
teórico
para
as
econo
mias
de
escala,
diferenciação
de
produtos
e
competição
monopolís-tica,baseado
no
modelo
de
Helpman.
Um
ponto
crucial
desse
capí
tulo
é o estudo
da
determinação
do
comércio
inter-indústria"ver-sus"
intra-indústria
em
termos
de
dotações
relativas
dos
fatores
de
produção.
0 Capítulo
3 trata
de
algumas
definições
e coeficientes
que
surgem
no
comércio intra-indústria.
Muitos
desses
coeficien
tes são
usados
repetidas
vezes
no
restante
do
trabalho.
0
capítulo
4 apresenta
as
evidências
empiricas
do
co
mércio
intra-indústria,
baseadas
principalmente
nos
coeficientes
do
capítulo
3.
As
evidências
são
para
os
países
da
ALADI
e para
ca-.12.
pltulo
ilustra
também
o comportamento
de
determinadas
indústrias,
em
termos
de
comércio
intra-indústria
em
1979.
Ha,
ainda,o
com
portamento
desse
comércio
para
o
Brasil
no
período
1969-19
82.
O
capítulo
5
descreve
os
determinantes
do
comércio
in-traindústria,
tais
como:
diferenciação
de
produtos,
economias
de
escala,
barreiras
tarifárias,
barreiras
não-tarifárias,níveis
de desenvolvimento, custos de transporte , etc.
O
capítulo
6
é
dedicado
ao
teste
dos
principais
deter
minantes
do
comércio
intra-indústria
através
de
modelos
economé-tricos.
E
finalmente,
o
capitulo
7
fornece
as
conclusões
gerais
DIFERENCIAÇÃO
DE
PRODUTOS,
ECONOMIAS
DE
ESCALA,
COMPETIÇÃO
MONOPOLÍSTICA
5
COMÉRCIOINTERNACIONAL
í
J
2.1
-
Introdução
Tem sido amplamente reconhecido que economias de esca
la',
diferenciação
de
produtos
e
competição
monopolistica
são
al
ternativas
para
as
diferenças
nas
dotações
de
fatores
e
tecnolo
-gias
na
explicação
do
comércio
internacional.
Entretanto,
tais
de_
terminantes
têm
recebido
relativamente pouca
atenção
da
teoria
de
comércio
internacional
formal.
As
economias
de
escala
têm
sido
apontadas
como um
fator
essencial
na
explicação
do
comércio
dos
«
países
industriais
no
período
pós-guerra.
Este
capítulo
desenvolve
um
modelo
formal,
em
que
o
comércio
se
verifica
em
virtude
das
economias
de
escala,
diferen
ciação
de
produtos
e
competição
monopolistica,no
lugar
de
diferen
ças nas
dotações
de
fatores
e
tecnologias.
Como
referência
te
mos o trabalho de Krugman , o qual utiliza um modelo
(l)Krugman 1979) pp. 469-479
.14.
»
vim setor para explicar os efeitos desses determinantes sobre os
problemas
de
comércio
internacional,
praticamente
dando
início
a esta nova literatura. Temos um segundo trabalho de Helpman
que utiliza 2 setores, sendo portanto mais abrangente do que o
primeiro,
mas
chegando
as
mesmas
conclusões
sobre
a
natureza
do
comércio
intra-indústria
e
ganhos
de
especialização.
O
modelo
aqui
estudado
é
uma
versão
simplificada
do
modelo desenvolvido por Helpman. No lugar de tentar desenvolver
um
modelo
geral,
este
trabalho
terá
uma
forma
particular
para
a
função
utilidade.
A
forma
funcional
escolhida
dá
ao
modelo
uma
estrutura
simplificada,
facilitando,
assim,
a
análise.
Na
seção
2
apresentaremos
as
suposições
básicas
do
modelo, onde descrevemos o comportamento do consumidor e do mo
nopolista.
0
equilíbrio
de
uma
economia
fechada
"two-by-two"
ê
descrita
na
seção
3.
Finalmente,
o
equilíbrio
de
economia
aber
ta
é
discutida
na
seção
4,
onde
focalizaremos
o
comércio
intra
e
inter-indústria.
2.2
-
Suposições
do
modelo
Suponha que, em uma economia,os consumidores consu
mam dois tipos de bens - alimentos e manufaturas. Alimento é con
siderado
um
produto
homogêneo
com
uma
única
especificação,
en
quanto
que
os
bens
manufaturados
são
considerados
diferencia
dos,
existindo
de
tal
forma
um
contínuo
de
tipos
de
produtos
manufaturados que podem ser produzidos, existindo, assim, uma
correspondência
de
1:1
entre
esses
tipos
e
os
pontos
sobre
uma
circunferência.
Representaremos
por
X
os
produtos
agrícolas
e
por M os produtos manufaturados.
Supõe-se
que
todos
os
consumidores
possuam
a
mes
ma
renda
e a
mesma
função
utilidade,
nos quais,
todos
os
produ
tos manufaturados entrem simetricamente. Representando sua fun
ção
utilidade
por
uma
Cobb-Douglas,
dados
que
eles
consomem
x
unidades
de
alimentos,
devemos
então,
max
U = m's
x1"*3
, 0 < s <1
(1)
s.a Y = pm h(v)m' + p^ x (2)
(1)
Veja
Apêndice
C para
uma
melhor
descrição
do
caso
de
um
continuo
para
.16.
onde
m1
= m(v)/h(v)(1)
(3)
Logo,
suas
funções
de
demanda,
serão:
m1
= Ys/
[pm
h(v)]
(4a)
x =
Y(l-s)/pv
(4b)
Pela ótica dos produtores, suponhamos que esses
uti-lize.m
dois
fatores
de
produção
- capital
e trabalho,
onde
a
fun
ção
de
produção
para
alimentos
X
=
Fx
(Lx,Kx)seja
duas
vezes
diferenciável,
crescente,
homogênea
linear
e
estritamente
quase
-côncava.
Portanto,
sua
função
custo
será:
C
(w,r,X)
= c
(w,r)
X
,
(5)
onde
toer
representam
respectivamente
a
taxa
de
rendimento
da
mão-de-obra
e
capital,
e c
(<o,r)
o
custo
marginal
(=
ao
custo
médio).
As
funções
de
demanda
para
os
fatores
de
produção,serão:
L
=
a_
(w,r)
X,
'
(6a)
X JjX
(o),r)
X,
(6b)
onde
ctT
=
8C
(ü),r)/3io
e
aVv(
w,r)
=
3c
( w,r)/
8r
JjX X X\X A
Dado que o setor de alimentos possui, retornos constante de es
cala,
logo
o
setor
produzirá
um
numero
de
produtos
finito
e
po
sitivo se somente se o preço de alimentos for igual ao custo mar
ginal
da
produção
de
alimentos.
Assim,
requeremos
que:
pv = c ( ü) , r) . (7)
A
função
de
produção
para
uma
única
variedade
de
produ
tos
manufaturados
é
M
=
£^(1^,
Km)
que
é a
mesma
para
toda
vari
edade, onde L e K são trabalho e capital empregados na
prò.du-m m
ção
de
M.
Além
das
características
comuns
das
funções
de
produ
ção,
como:
duas
vezes
diferenciavel,
crescente,
estritamente
qua
se-côncava,
F
(.),
também,exibe
economias
de
escala
que
são
decrescentes com o nível de produto. Assim, se e(u>,r,M) repre
senta as economias de escala , temos:
e (a),r,M)
= ^
<"'r'M>
.
(8)
onde
C^UdíH)
representa
a
função de
custo
e
Ç^
(ü),r,M)
repre
senta o custo marginal, e
9 (uj,r,M) > 1 para 0 < M< M <+ ~ . (9a)
39 (u>,r,M)/ 9 M < 0 (9b)
.13.
Quando
6(.)
<
1
há
deseconomias
de
escala
e
quando
í
6
(.)=
1
há
retornos
constante
de
escala.
Utilizando
o
le-1
ma de Shepard, as demandas para os fatores de produção, são:
(w,r,M) = ac^ (co,r,M) / 3u, (10a)
(w,r,M)
=
30^
(w,r,M)
/
3r
(10b)
Finalmente,
em
relação
ao
comportamento
do
produtor
,
uma
vez
que ele
toma
o
preço
dos
alimentos
e
as
ações
dos
outros
produtores de bens manufaturados como dados, maximizará seus
lucros igualando receita marginal a custo marginal. Logo, pe
la
condição
de
primeira
ordem
para
maximização
de
lucros,
te
mos:
P. m 1 +
E(pm,...
(11)
onde
E(.)
é a
elasticidade
da
demanda
com
relação
a
preço
do
bem manufaturado.
2.3
-
Equilíbrio
de
uma
economia
fechada
Se N
variedades
são
consumidas
e
n
variedades
são
pro
duzidas,
então
o
equilíbrio
em
uma
economia
fechada
requer:
(1)
Um
maior
detalhamento
na
derivação
da
fórmula
(11)
é apresentada
no
N = n. (12)
Os
preços
de
cada
produto
manufaturado
são
iguais
devi.
do
â
existência
do
equilíbrio
simétrico,
cuja
distância
do ar
co
entre
duas
variedades
adjacentes
é
D
=
2/N.
O
grau
de
poder
do
monopólio
G
(p
, p
, N),
é
definido
como
a
relação
de
equilíbrio
entre
p
e
receita
marginal,
logo,
temos:
m
G
(p
, p
, N)
=
-^
=
[ 1 + l/Ê
]
(13)
m
x
P
[Ê]
m
G(.)
>
1.
Quando
Ê
-»
«
implica
que
G(.)
*
1,
significando
que
não
existe
nenhum poder
de
monopólio, ou
seja,
todos
os
produ
tos
manufaturados
são
substitutos
perfeitos
no
consumo.
Vale
notar
que
a
elasticidade
depende
do
número
de
produtos
manufa
turados, resultando de tal forma que G seja decrescente com N.
A longo prazo, suponhamos que existam livre entrada de
outras
firmas
e
mobilidade
dos
fatores
de
produção,
face
ao
mesmo
preço
dos
fatores, como
conseqüência,
teríamos
o
lucro
de longo prazo igual a zero. Logo,
p = CMg ,, , ,
*x
^x
(14)
.20.
Agora,
combinando
as
equações
(8),
(13)
e
(15),
encontramos
o
grau
do
poder
de
monopólio
igual
ao
grau
de
economias
de
escala,
isto
é:
r
G (p , p , N) = 9 (u , r, M) (16)
Com
relação
as
condições
de
equilíbrio
no
mercado
de
fatores,
dado
que
X
representa
o
total
da
produção
de
alimen
tos e que existem n firmas no mercado produzindo M unidades
de produtos manufaturados, temos:
aLx
(ü)/
r) X
+ Im(a)/
r'
M)n
= L
Oj^ (ü>, r) X + Km(to, r, M)n = K, (18)
onde L e K representam, respectivamente, o total da força de
trabalho e o total do estoque de capital do país.
Finalmente,
com
relação
ao
equilíbrio
do
mercado
de
bens,
isto
i,
onde
a
demanda
é igual
"a oferta
de
cada produto,
temos:
/L/N
2
ÍY
/
[ s/(pm
h(v))]
h(v)
dv
=
M
, onde
%
=
N/2
em
relação
ao
mercado
de
manufaturas.
Em
termos
de
mercado
de
alimentos, sabendo que os consumidores de uma part_i
|
cular variedade de manufaturas também consomem X/N unidades de
alimentos (x = X/N), temos:
l/N
[ (l-s)/pv
]
dv
=
X/N
,
ou
Y(l-s)/pv = X/N (20)
Dividindo (19) por (20), temos:
nM
s
Px
(21)X 1-s Pm
Logo,
as
equações
(12)
,
(14)
a
(18)
e
(21)
resumem
o
sistema
de
equilíbrio
de
uma
economia
fechada.
2.4
-
Equilíbrio
em
uma
economia
aberta
Agora, suponha que existam duas economias do tipo ana
lisado
na
seção
2.3,
e
que
elas
comecem
a
comercializar
entre
si. Suponha que os países possuam os mesmos gostos, mas pos
suam
estoques
de
capital
e
tamanhos
de
população
diferentes.
Denotaremos
por
asterisco
o
país
externo.
es-
.22-pecialização
setorial,ou
seja,
que
os
produtos
manufaturados
e
mentos
sejam
produzidos
nos
dois
oaíses.
Obviamente,
nenhum
tipo
particular de produtos manufaturados seria produzido em am
bos
os
países,
da
mesma
maneira
que,
num
mesmo
país/duas
fir
mas'
não
produziriam
a mesma
categoria.
Logo,
a
especialização
i
na produção de variedades sempre existiria. i
Em segundo lugar, consideremos que todas as varieda
des
selam
vendidas
ao
mesmo preço
em
conseqüência
da
simetria
no mercado de produtos diferenciados.
Logo,
as
equações
abaixo
nos
forneceriam
o
equilíbrio
no
mercado mundial, sendo as 5 primeiras referentes ao equilíbrio'
doméstico
e
as
restantes
referentes
ao
equilíbrio
externo.
px
=
cx
( w,
r)
(22)
PmM
=
Cm
(w,
r,
M)
.
(23)
G(pm,
p
, N)
=
9( w,
r,M
)
(24)
IU 2Í
aT. ( u, r) X + L ( u, r, M) n = L (25)
JX m
a, ( ai, r) X + K ( ü), r, M)n = K (26)
JvX Ilt
p
=
c
( a)*,
r*)
(27)
X XX
p
M*
= C
( u>*,
r*, M*)
(28)
G(pm,
PY,
N)
=
9
( u)*,
r*,
M*)
(29)
aT
( w*,
r*)
X* +
L
( w*, r*,
M*)
n* =
L*
(30)
Lx m ;
a
kx( w*,
r*)
X*
+ K
m( u>*,
r*,
M^)
n*
= K*
(31)
2.4.1 - Equilíbrio dos preços dos fatores
Dado
o
preço
dos
produtos,
implica
que,
também
no
mer_
cado
de
manufaturas
teremos
preço
igual
ao
custo
médio,
pelas
3 primeiras
equações
determinamos
os
preços
dos
fatores
e o
n_í
vel
de
produto
de
uma
firma
manufatureira
do
primeiro
país.
Pa
ra o segundo país, as equações de (27) a (29) nos fornecem as
mesmas
variáveis.
Se
o
"mapping"
de
( w,
r,
M)
para
(pm,
PX*N)
que
é
descrito
por
(22)
a
(24)
e
(27)
a
(29),
é
univalen
te,
então,
ambos
os
países
terão
os
mesmos preços
dos
fatores
de produção e o mesmo nível de produto de uma firma no setor
manufatureiro.
Logo,
está
provado
o
teorema
da
equalização
do
preço de fatores, o qual está sob uma forma mais generalizada,
pois
inclui
a
equalização
do
nível
de
produto.
2.4.2 - Versão do teorema de Rybczynski
O teorema de Rybczynski nos diz que ao mesmo preço do
,24.
usa
intensivamente
o
capital,
no
país
que
tem
uma
maior
abun
dância
de
capital.
Supondo
que
os
produtos
manufaturados
são
relativamen
te
mais
intensivos
em
capital,
levando
em
consideração
a equalização
dos
preços
dos
fatores
e
do
nível
de
produto
da
seção
2.4.1
e
comparando
as
equações
(25)-(26)
e
(30)-(31),
então
o
país
que
possui
maior
razão
capital-trabalho,produzirá
menos
alimento
per-capita e mais produtos manufaturados per-capita do que o
país
que
possui
menor
razão
capital-trabalho.
Se
esses
pos
suem
a
mesma
razão
capital-trabalho,
a
quantidade
de
ali
mentos
e
manufaturas
será'
a
mesma em
ambos
os
países.
Note
que
o
número
de
firmas
é
que
altera
em
vez
do
produto
por
firma,
em
razão
da
mudança
nas
dotações
dos
fato
res.
Para
uma
completa
apresentação
do
equilíbrio
simétrico
adicionaremos
mais
duas
equações,
que
são:
N = n + n*
A
condição
(32)
nos diz
que
o
número
de
variedades
dis
poníveis
ao
consumidor
é
igual
ao
número
de
variedades
produzi
das
interna
e
externamente.
A
condição
(33)
nos
fornece
a
razão
entre
os
bens
manufaturados
de
única
firma
manufatureira
e
ós bens de alimentos consumidos por parte da população mundial.
Logo, as equações (22) a (33) nos dao as soluções para X,X*, Y,Y*, [
n, n*, N, P /P , w/P , r/P , w*/P e r*/P .
ilt a. X X X - X
2.4.3
-
Comércio
inter
e
intra-indústria
Sabido que o teorema Heckscher-Ohlin é para explicar
as diferenças intersetoriais, e que as economias de escala, dife