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Gibiteca escolar: um instrumento para o aprendizado

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Academic year: 2017

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GIBITECA ESCOLAR: UM RECURSO PARA O APRENDIZADO

Marta Raquel Santos de Oliveira1 Patrícia Severiano Barbosa de Souza 2

RESUMO

Sugere à inserção de uma gibiteca nas escolas, como uma forma básica de grande valia para o melhor aprendizado do aluno, capacitando-os a analisarem a construção de um texto, a terem espírito crítico, argumentar, e a terem a oportunidade de discutir e divulgar suas idéias. Afirma que para se montar uma gibiteca os gastos são nulos, no entanto, é indispensável o espaço, a boa vontade e criatividade. Mostra o resultado da pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNTE) em 2001, na qual os alunos que leem gibis adquirem melhores notas. Recomenda o professor e a escola a incorporar junto ao material didático, àqueles que possuem a versão HQ, por apresentarem um excelente resultado no desempenho do aluno, pois são facilmente assimilados, descontraídos, diferentemente da leitura mecânica, e os impulsiona a se interessarem ainda mais pelos estudos. Relata que o reconhecimento das HQs como gênero literário viabilizou a proposta para a inserção da gibiteca nas escolas, com a elaboração de uma revisão de Literatura, por intermédio das pesquisas eletrônicas, bibliográficas, de modo a registrar de modo lógico o tema em questão. Argumenta que o descaso por parte de algumas escolas e editoras talvez tenha sido o ápice da intolerância das pessoas com as HQs. Pretende valorizar o uso dos gibis no programa escolar sem a pretensão de desqualificar os livros didáticos existentes na mesma, mas simplesmente mostrar a enorme contribuição que as histórias em quadrinhos podem dar aos alunos, com a melhora nas interpretações da leitura. Logo, as modificações serão percebidas pelos professores e todos quantos estão envolvidos no trabalho, os alunos mostrarão o bom desempenho nas aulas, e os professores ficarão satisfeitos e menos estressados.

Palavras-chave: Gibiteca escolar. Histórias em quadrinhos. Aprendizado.

1 INTRODUÇÃO

A leitura é a chave para o desenvolvimento do aluno na escola, que o levará a aprender, e a interpretar melhor o mundo em que vive. O aluno que se volta para a leitura tem a imaginação e a criatividade despertada, compreende melhor os conceitos com os quais ele lida na sala de aula.

O acervo de uma gibiteca é vasto, implantadas numa escola então, trará somente excelentes benefícios. A história em quadrinhos ou HQs (abreviatura utilizada para a expressão história em quadrinhos) conhecidas como: quadrinhos, gibis, revistinhas, podem ser incorporadas ao plano de aula da escola. Existem livros didáticos que possuem versão HQs. Além, é claro, de serem importantes no processo de alfabetização, pois os estudantes compreendem que estudar é agradável, tornando-os receptivos aos diversos conteúdos oferecidos pelos professores, que geralmente é exaustivo.

De acordo com Feijó (1997) as histórias em Quadrinhos foram introduzidas ao gênero literário no século XIX. Ao analisar esta aceitação, o presente artigo procura mostrar às escolas de Ensino Fundamental, a necessidade de uma gibiteca como mais um, dentre outros vários recursos já existentes

1Aluno do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Email:

martita_carioca@hotmail.com.

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na contribuição do aprendizado do aluno. Para tal, fez-se uma feita uma revisão de Literatura na busca por assuntos relacionados ao título em questão, através de pesquisas eletrônicas, bibliográficas, com uma análise lógica do tema em questão.

Nisso, o corpo do atual artigo, divide-se em sete tópicos: o primeiro faz uma introdução elucidando os vários sentido de HQs, e o valor que as mesmas teem como um excelente meio de aprendizagem dos alunos; o segundo tópico aborda o objetivo geral e específico; o terceiro mostra a gibiteca, como um dentre vários recursos para o enriquecimento do aprendizado, no qual será visto o acervo de um gibiteca escolar, áreas que se podem aplicar as HQs, o custo de uma gibiteca; no quarto tópico será visto o comportamento dos alunos com as histórias em quadrinhos, subdividindo-se em: as HQs formando leitores críticos; já o quinto relata o compromisso dos professores com o aprendizado do aluno; o sexto mostra a visão dos órgãos competentes em relação as HQs, e conclui como sétimo tópico discorrendo que após a implantação da gibiteca na escola alcançados, todos serão beneficiados.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

a) Introduzir uma gibiteca nas escolas, como instrumento para o aprendizado do aluno;

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

a) Estimular o bom desempenho dos alunos nas atividades escolares através dos gibis;

c) Mostrar que algumas disciplinas podem utilizar o material didático padrão aliados àqueles que possuem a versão HQ;

c) Formar alunos leitores críticos e criativos.

3 GIBITECA, UM DENTRE VÁRIOS RECURSOS PARA O ENRIQUECIMENTO DO APRENDIZADO

Na busca por um ensino de qualidade, as escolas investem em, além de professores altamente qualificados (especializados ou até com graduações) no teatro, esportes, sala de vídeo, e em outros recursos mais. Nisso uma gibiteca no âmbito escolar vem agregar valor ao aprendizado do aluno no mundo à leitura, servindo de ponte para o conhecimento. Incorporando-se assim aos vários métodos já existentes nas escolas, auxiliando- o a compreender melhor o conteúdo estudado em sala de aula. conforma pode-se observar:

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As HQs são de fácil assimilação, aceitação e possuem historias atraentes, para os alunos. Torna-se pertinente observar a declaração a seguir:

A serem projetados em sala de aula, como complemento de ensino de determinado conteúdo, os quadrinhos prendem mais a atenção dos alunos do que outros recursos, como o vídeo, por exemplo, pois permitem uma leitura simultânea da página, podendo o leitor captar a ação em todos os tempos (CALAZANS, 2004, p. 11).

3.1 O ACERVO DE UM GIBITECA ESCOLAR

Dentre uma variedade de gibis, que podem ser encontrados no acervo (fig. 1) de uma gibiteca, vale ressaltar que existem duas HQs que fazem um extraordinário sucesso principalmente entre os alunos adolescentes:

a) Mangás; b) Fanzines.

Figura 1- Acervo da gibiteca

Fonte: Gibiteca.com.3

O Manga é a palavra usada para designar as histórias em quadrinhos japonesas (fig. 2), o seu estilo próprio são os olhos muito grandes, bem definidos, redondos ou rasgados, brilhantes e muitas vezes com cores chamativas, pernas compridas e os cabelos espetados.

Figura2 - Cavaleiros do Zodíaco, um exemplo de mangá

Fonte: Rodrigo Flausino4

3Disponível em< http://gibitecacom.blogspot.com/2010_03_01_archive.htmlAcesso >Aceso em: 22 ago. 2010.

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Os Fanzines são HQs amadoras (fig. 3), produzidas muitas vezes de maneira artesanal e que são vendidas ou distribuídas diretamente por seus autores. São conhecidas pela qualidade tosca, produzidas com baixo custo. A fabricação de HQs amadoras é uma atividade prazerosa na gibiteca, principalmente para os alunos que possuem habilidades para desenhar.

Figura 3- fanzines

Fonte: Gibiteca de Curitiba.5

3.2 ÁREAS QUE SE PODEM APLICAR AS HQs

Há algum tempo, a rejeição pelas histórias em quadrinhos tem se modificado, pois alguns dos materiais didáticos passaram a ser ilustrado a versão HQs.

3.2.1 Português/Literatura

O educador não precisa descartar alguns gibis que parecem destorcer a língua portuguesa. Um exemplo disso está nos gibis da Turma da Mônica, com os personagens Cebolinha e Chico Bento. No entanto, a criança ao perceber a maneira estranha de falar do cebolinha, o professor de português tem a oportunidade de entrar em cena e explicar que cebolinha fala daquele modo, por ter problemas de dicção, e por isso troca o “R” pelo “L”. Então o educador pode perguntar aos alunos como ficaria a palavra pronuncia pelo cebolinha na maneira correta.

3.2.2 Geografia

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Já o professor de geografia pode trabalhar as diferenças dialéticas existentes nas regiões do Brasil, mostrando que Chico Bento parece ser um morador da zona rural, e pessoas que residem nesses lugares costumam falar assim.

3.2.3 Ciências/Biologia

Conforme mostra a reportagem do Jornal da Tarde, publicada no site do Estadão. com6, um livro de ciências com versão HQ, foi laçado contando a historia de Charles Darwin, o homem responsável pela teoria da evolução (fig. 4). O lançamento foi feito pela editora Vieira & Lent, e escrito pelo cartunista Flávio de Almeida. "Muito se fala de sua viagem a Galápagos e os animais que ele descobriu lá. Mas muita gente não sabe que Darwin veio ao Brasil em uma expedição para conhecer nossas florestas e bichos", conta Flávio.

Figura 4 –Charles Darwin.

Fonte: Livro em HQ conta expedição de Darwin pelo Brasil.7

3.2.4 História

O material didático com versão HQs na área de História é o mais escrito. A disciplina escolar que mais tem se adequado com das HQs, é a de História, devido à possibilidade de poder conter diversas ilustrações, tornando mais fácil a compreensão do texto. A chegada de DII. Pedro ao Brasil, a História do Brasil contada em quadrinhos (fig. 5 e 6), lançados pela editora Europa, conforme apresenta o site de noticias (Eventos para divulgar História do Brasil em Quadrinhos) 8.

6 Disponível em:<

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,livro-em-hq-conta-expedicao-de-darwin-pelo-brasil,449834,0.htm> Acesso em 22 ago. 2010.

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Figura 5- A chegada de DII. Pedro ao Brasil.

Fonte: HQ em Pauta.9

Figura 6- A Proclamação da República.

Fonte: HQ em Pauta.10

Mauricio de Sousa, escritor e cartunista de renome no Brasil e no exterior, também tem contribuído bastante com o aprendizado dos alunos, em suas HQs o escritor criou um gibi que conta a história do Brasil, conforme se vê (fig. 7)

Figura 7 –A abolição dos escravos.

Fonte: Posts com a Tag ‟turma da Mônica‟.11

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3.3 O CUSTO DE UMA GITECA

Ter uma Gibiteca custa praticamente nada, Se a escola possui já o espaço, dependerá tão somente de dedicação e disposição. O acervo da Gibiteca veem de doações, dos alunos, outras instituições e da comunidade. Então a seleção do material doado, deve ser minuciosa e criteriosa, visto que a comunidade, muitas das vezes, não tem a preocupação de analisar o que é doado, pois existem HQs para todo público (gibis pornográficos, com cenas de violência, etc).

Para controlar a entrada e saída das HQs é necessário um livro de empréstimos. E para as doações um livro de registro de doações.

Mesmo em escolas que na tenham um espaço apropriado para uma gibiteca, pode-se reserva um pequeno espaço na própria biblioteca, ou em qualquer outro lugar. O mais importante é que seja organizada a gibiteca.

4 O COMPORTAMENTO DOS ALUNOS COM AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

A leitura não deve ser mecânica, mas sim estimulante para que os alunos desempenhem sem problemas a leitura. Pesquisas feitas acerca das revistas em quadrinhos. Uma delas foi a Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNTE), em 2001, como se pode observar:

[...] alunos que lêem gibis têm melhor desempenho escolar do que aqueles que usam apenas o livro didático – entre os estudantes da rede pública, a HQ aumenta significativamente o desempenho do aluno: entre os que acompanham quadrinhos, o percentual das notas nas provas aplicadas foi de 17,1%, contra 9,9% dos que não lêem. Mais ainda, esta pesquisa mostra que professores que lêem revistas em quadrinhos obtêm melhor rendimento dos alunos, pois conhecem o universo dos estudantes e se aproximam deles usando exemplos deste universo como paradigma para as aulas. Ainda mostra que, entre os alunos da 4ª série, cujos professores que lêem HQs, a proficiência em leitura é a mais alta do que entre aqueles cujos professores não tem o habito de ler gibis. Na rede pública, 36% dos alunos de leitores de gibis têm proficiência media alta e alta, contra 31,5% dos que não lêem (CARVALHO, 2004, p. 38-39).

A criança pequena, que ainda não tem experiência de vida e raciocínio, preencherá essas lacunas com a imaginação, e construirá a ação na sua imaginação:

As histórias em quadrinhos, em geral, de um lado não dão muitas informações, mas de outro permitem ao leitor preencher as lacunas, os silêncios de personagens com a sua própria percepção e imaginação; criar em cima das tiras. Além disso, elas permitem a construção de um novo conhecimento a respeito de vários fenômenos (GOTTIEB, 1999, p. 179).

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O professor deve aproveitar o desenvolvimento intelectual das crianças que ainda está em construção e enriquecê-lo. Como conclui Chiavini:

“Como é fácil lidar com os pequenos... Eles aceitam incondicionalmente as ofertas sinceras, deixam-se cativar sem medo por tudo aquilo de que possam auferir prazer, e nos contagiam com o gosto com o qual se envolvem nas tarefas propostas. E são reconhecidos” (CHIAVINI, 1994, p. 473).

Ainda é possível que as HQs tragam a informação sem perder as suas características de humor e os recursos lingüísticos, como se pode observar:

As histórias em quadrinhos comunicam numa linguagem que se vale de experiência visual comum ao criador e ao público. Pode-se esperar dos leitores modernos uma compreensão fácil da mistura imagem- palavra e da tradicional decodificação do texto. A história em quadrinhos pode ser chamada "leitura" num sentido mais amplo que o comumente aplicado ao termo (EISNER, 1989, p. 7).

4.1 AS HQS FORMANDO LEITORES CRÍTICOS

As crianças percebem que, mesmo sem saber ler, pode entender a história através dos desenhos. Uma questão bastante também relevante é que seja indispensável ao aluno a chance de discutir, divulgar suas idéias, argumentar e criticar, capacitando-o a analisar a construção de um texto. Conforme:

A criança e o adolescente precisam de um espaço para poder expressar o que a obra, seja ela qual for, suscitou dentro deles. Esse espaço depende do tipo de família e de escola em que eles estão. Se essas instituições forem de modelo autoritário, não haverá o necessário diálogo e as pequenas cabeças serão talhadas conforme a censura dos adultos decidirem que devem pensar. Se forem igualitárias, mesmo diante de conflitos interpretativos, idéias e crenças serão postas em circulação irrestrita e cotejadas com os fatos concretos, alargando-se a visão de mundo dos leitores, tanto adultos como jovens (ZILBERMAN, 1993, p.12).

5 O COMPROMISSO DOS PROFESSORES COM O APRENDIZADO DO ALUNO

O professor deve ser o agente facilitador, essencial na mediação entre alunos e livros trabalhados. É fato que o desinteresse de muitos alunos decorre de uma atividade da qual foram excluídos durante sua infância, por motivos econômicos, familiares ou por não saberem ler e escrever. Não sendo transferível, portanto, ao professor, essa culpabilidade.

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O professor controla a prática discursiva de sala de aula e influencia nas escolhas de seus alunos durante o processo de construção de significados. Assim sendo, ao construir a sua identidade, o aluno sofre influência direta do professor e das outras vozes que compõem o universo da sala de aula (MÁRTYRES, 2009 p. 32).

O professor tem a possibilidade de mudar o quadro caótico e desanimador do aluno, em relação às interpretações das leituras, levando sempre a turma gibiteca. O aluno se sentirá cada vez mais interessado pelos estudos, por sair da rotina da aula:

Não temos uma fórmula mágica, uma solução pronta sobre o conteúdo a ensinar, mas sim uma proposta de como trabalhá-lo. O conteúdo que você irá desenvolver na sua classe, ou seja, o seu objetivo de estudo, só pode ser determinado por você, em sua atividade profissional concreta, a partir dos dados da realidade da sua escola, seu período letivo, seus alunos (CABRINI, 1994, p. 32).

6 A VISÃO DOS ÓRGÃOS COMPETENTES EM RELAÇÃO AS HQS

A aversão que a sociedade tem das HQs não é o suficiente para explicar o afastamento das histórias em quadrinhos do acervo das bibliotecas. Às vezes a falta de vontade dos responsáveis pelas instituições, que se recusaram a selecionar e disponibilizar os gibis por entenderem que eles não se adequavam aos critérios de qualidade definidos para seus acervos pode ter sido o maior obstáculo para o afastamento do público das HQs.

Algumas editoras resistiram até décadas para adotar a linguagem dos quadrinhos. Todavia, as historias em quadrinho são defendidas:

Ao contrário do que muitos pedagogos apregoam, os quadrinhos exercitam a criatividade e a imaginação da criança, quando bem utilizados. Podem servir de reforço à leitura e constituem uma linguagem altamente dinâmica. É uma forma de arte adequada à nossa era: fluida, embora intensa e transitória (LUYTEN, 1985, p.8).

A introdução de uma gibiteca na escolar não prejudicara em nada o material didático adota pela escola, contudo é necessário abrir um parêntese para esclarecer que ela tão somente agregará valor ao ensino do aluno, o qual se sentira mais a vontade para expressar todos seus sentimentos, como relata:

(...) as histórias acabam servindo como catarse, ou seja, as crianças transferem para as histórias os sentimentos reprimidos como: medos, sentimentos de inveja, curiosidade, dor, perda, além de tratarem de infinitos assuntos. Um detalhe muito particular para os gibis, que durante muito tempo foram considerados uma subliteratura para serem trabalhados na escola (...), (MÁRTYRES, 2009 p. 51).

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reportagem explicita no site da UOL12. Pois outrora, se acreditava que um escritor consagrado nunca escreveria gibis.

A imagem dos gibis foi desmerecida por um bom tempo considerado coisa de criança ou de menino. Mas em 1997, durante as comemorações do Centenário de Belo Horizonte, e da realização da 3ª Bienal Internacional de Quadrinhos foi um dos convidados para participar de um ciclo de palestras com grandes nomes da arte contemporânea13, Eisner da uma explicação para o olhar crítico dos leitores:

Os leitores não levam o que dizemos a sério. E o motivo é que, historicamente, o quadrinho se dedicou a piadas e assuntos voltados basicamente para crianças. Os quadrinhos foram sempre considerados leitura para crianças. A consequência disso é que muitos cartunistas produziam material bem estranho para crianças, caracterizando o que eu chamo de mentalidade escrava. Se você pega um escravo e diz a ele: "Olhe, você não tem futuro, você não pode fazer mais nada, você só pode ser escravo", ele só vai querer fazer isto. E só se vê fazendo isto. Agora, os cartunistas nos Estados Unidos, na Europa e aqui no Brasil, o que tenho visto durante esta viagem, estão começando a se levar a sério, o que é muito importante (EISNER, 2007).

7 CONCLUSÃO

O presente artigo não tem a pretensão de banir os livros didáticos do meio escolar, mas tão somente mostrar, a enorme contribuição que as histórias em quadrinhos podem dar aos alunos, na melhora das interpretações da leitura, e agregar valor junto ao material didático proposto pela escola e professores.

A introdução de uma gibiteca, na concepção da escola, pode parecer estranha, porém é uma dentre diferentes propostas que a escola pode escolher. Mesmo que a escolas não possua uma sala para uma gibiteca, pode-se ocupar um pequeno espaço na biblioteca, ou mesmo em outro ambiente da escola. O fato é que a gibiteca seja implantada na escola, e por meio das HQs, professor e escola percebam que o trabalho com as Historias em quadrinhos, trás um excelente resultado.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Djota. A educação está no gibi. – Campinas, SP, 2006, p. 38-39.

CARUSO, Francisco; FREITAS, Maria Silveira de. Educar é fazer sonhar. São Paulo: Princípios, v. 83, p. 2006.

CALAZANS, Flávio Mário de Andrade. História em quadrinhos na escola. São Paulo: Paulinas, 2004, p. 11.

12

Disponível em: <http://conhecimentopratico.uol.com.br/literatura/figuraslinguagem/24/imprime145047.asp>Acesso em 20 ago. 2010.

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CABRINI, Conceição et. al. O Ensino de História: revisão urgente. - 5. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994, p.32.

FEIJÓ, M. Quadrinhos em Ação: Um Século de História. São Paulo: Moderna, 1997.

GOTTIEB, L. Mafalda Vai à Escola. A comunicação dialógica de Buber e Moreno na Educação, nas tiras de Quino. São Paulo: Iglu, 1999.

HISTÓRIA EM QUADRINHOS GIBI. Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Gibi> Acesso em 09 de ago. 2010.

HQ NO BRASIL. Disponível em:

<http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=noticias&cod_noticia=9381>Acesso em 09 de ago. 2010.

HQS EM PAUTA. Disponível em: <impulsohq.com/.../> Acesso em: 21 ago. 2010.

LUYTEN, Sonia M. Bibe. Histórias em quadrinhos– leitura crítica. São Paulo: Paulinas, 1985.

LITERATURA REVISTA. Disponível em: <http://conhecimentopratico.uol.com.br/literatura/figuras-linguagem/24/imprime145047.asp>Acesso em 20 ago. 2010.

LIVRO EM HQ CONTA EXPEDIÇÃO DE DARWIN PELO BRASIL. Disponível em:<www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,livro-...>Acesso em 22 ago. 2010

MÁRTYRES, Maria Cassilda Ferreira. Formação do Professor Formador: desenvolvimento de novas práticas do ensino de Literatura Infantil pelo gênero catálogo. São Paulo: 2009. Disponível em:< http://www.unitau.br/cursos/pos-graduacao/mestrado/linguistica-aplicada/dissertacoes-2/dissertacoes-2009/2007-2009%20%20MARTYRES,%20Maria%20Cassilda%20Ferreira.pdf> Acesso em: 15 de ago. 2010.

PALESTRA DE WILL EISNER NA CONFERÊNCIA DO CENTENÁRIO: Documento Histórico. Disponível em: < http://www.quadrinho.com/index.php?option=com_content&view=article&id=5:palestra-de-will-eisner-na-conferencia-do-centenario-documento-historico&catid=9:historicas&Itemid=19>Acesso em 20 ago. 2010.

POSTS COM A TAG ‟TURMA DA MÔNICA‟. Disponível em:< www.portalibahia.com.br/.../?tag=turma-da-monica> Acesso em 21 ago. 2010.

QUADRANTES DOS QUADRINHOS. Disponível em:<www.neorama.com.br/quadrante0050.html> Acesso em 22 ago. 2010.

Imagem

Figura 1- Acervo da gibiteca  Fonte: Gibiteca.com. 3
Figura 3- fanzines
Figura 4  – Charles Darwin.
Figura 5- A chegada de DII. Pedro ao Brasil.  Fonte: HQ em Pauta. 9

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