• Nenhum resultado encontrado

Práticas gerenciais relacionadas à qualificação de trabalhadores terceirizados: um estudo de caso no setor de mineração.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Práticas gerenciais relacionadas à qualificação de trabalhadores terceirizados: um estudo de caso no setor de mineração."

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

u m e st u do de ca so n o se t or de m in e r a çã o

P

RÁTICAS

G

ERENCIAIS

R

ELACIONADAS À

Q

UALIFICAÇÃO

DE

T

RABALHADORES

T

ERCEIRIZADOS

:

UM ESTUDO DE CASO NO SETOR DE MINERAÇÃO1

Ya n a Tor r e s de M a ga lh ã e s*

An t on io Ca r v a lh o N e t o* *

Lu iz Ale x Silv a Sa r a iv a* * *

Resumo

O

obj et ivo nest e t rabalho é analisar, sob a ót ica dos fi scais de cont rat o, as prát icas gerenciais r elacionadas à qualifi cação de t er ceir izados e seus desdobram ent os. A pesquisa, de cunho qualit at ivo, foi r ealizada a par t ir de um est udo de caso no set or de m ineração, t endo os dados sido colet ados por m eio de pesquisa docum ent al associada a ent r evist as indivi-duais em pr ofundidade. Os pr incipais r esult ados r evelaram que os r equisit os e a dinâm ica do pr ocesso de t er ceir ização se baseiam em aspect os bast ant e for m ais, e que exist em oit o pr át icas pr incipais volt adas à qualifi cação de t er ceir izados. A exist ência de um a ár ea r esponsável pelo acom panham ent o dos ser viços t er ceir izados facilit a o desenvolvim ent o e a adoção das pr át icas de gest ão e, j unt am ent e com o t r einam ent o dos gest or es, explica em par t e os r esult ados encon-t rados. Apesar da exisencon-t ência das pr áencon-t icas, pr edom ina um a pr eocupação com os cusencon-t os quando a em pr esa opt a pela t er ceir ização, o que suger e que, ainda, há m uit o a evoluir para garant ir a efet ividade do pr ocesso.

Pa la v r a s ch a v e : Pr át icas ger enciais. Ter ceir ização. Qualifi cação. Múlt iplos vínculos cont rat uais.

Management Practices Related to the Training of Outsourced Staff:

a case study in the mining sector

Abstract

I

n t his paper w e analyze m anagem ent pract ices r elat ed t o t he qualifi cat ion of out sour ced

w or ker s and it s im pact s accor ding t o cont ract m anager s. Our r esear ch, using a qualit at ive appr oach, is based on a case st udy in t he m ining sect or. Dat a was collect ed t hr ough docu-m ent r esear ch associat ed w it h int er view s w it h cont ract docu-m anager s. The docu-m ain r esult s show t hat t her e is m uch for m alit y bot h in t he r equir em ent s and dynam ics of out sour cing pr ocess and t hat t her e ar e eight m ain qualifi cat ion pract ices for out sour ced w or ker s. The exist ence of a specifi c ar ea r esponsible for cont r olling out sour cing ser vices facilit at es t he adopt ion and developm ent of m anagem ent pract ices, w hich, associat ed w it h t he t raining of m anager s, par t ially explains t he r esult s found. Besides t he exist ence of pract ices, how ever, t her e pr evails an em phasis on cost s in t he out sour cing decision, w hich suggest s t hat t her e is m uch t o be done t o guarant ee t he effect iveness of t his pr ocess.

Ke y w or ds: Managem ent pract ices. Out sour cing. Qualifi cat ion. Mult iple cont ract ual bonds.

1 Agr adecem os à FAPEMI G - Fundação de Am par o à Pesquisa do Est ado de Minas Ger ais - pelo apoio

concedido ( Pesquisador Mineir o e apoio a gr upos de pesquisa) ao NERHURT - Núcleo de Est udos em Recur sos Hum anos e Relações de Tr abalho do Pr ogr am a de Pós- Gr aduação em Adm inist r ação ( PPGA) da PUC Minas, cuj as pesquisas subsidiar am est e ar t igo.

* Mest r e em Ad m in ist r ação p ela Pon t if ícia Un iv er sid ad e Cat ólica d e Min as Ger ais – PUC/ MG.

Pr of essor a d a Fu n d ação Com u n it ár ia d e En sin o Su p er ior d e I t ab ir a – FUNCESI – I t ab ir a/ MG/ Br asi l . En d er eço : Ru a Jan d i at u b a, 1 0 7 / 1 0 1 , Bu r i t i s. Bel o Ho r i zo n t e/ MG. CEP: 3 0 4 5 5 - 8 4 0 . E- m ail: yanam agalhaes@hot m ail.com .

* * Dout or em Adm inist r ação pela Univer sidade Feder al de Minas Ger ais – UFMG. Pr ofessor Per m anent e

da PUC/ MG – Belo Hor izont e/ MG/ Br asil. E- m ail: car valhonet o@pucm inas.br .

* * * Dout or em Adm inist r ação pela UFMG. Pr ofessor Adj unt o da Faculdade de Ciências Econôm icas da

(2)

Introdução

A t er ceir ização const it ui um pr ocesso de dot ar as em pr esas de fl exibilidade em face de um m er cado em const ant e m ut ação, a exigir m ont agens e desm ont agens incessant es de seus ar ranj os or ganizacionais. Em bora não const it ua um r ecur so novo na hist ór ia das or ganizações, t em adquir ido r elevância pela velocidade com que t em sido int roduzida ( ALVES, 2000) . A t erceirização sim plifi ca a est rut ura organizacional ao econom izar esfor ços de gest ão para invest i- los em com pet ências cent rais, alim ent an-do as cont rat ant es com pr odut os e ser viços de alt a qualidade, ofer t aan-dos por quem é efet ivam ent e especializado. Cont udo, m uit as vezes os r esult ados alcançados não são, necessar iam ent e, m elhor es em t er m os de pr odut ividade e qualidade devido a vár ios fat or es, ent r e os quais a r elação ent r e os t rabalhador es efet ivos e t er ceir izados, os quais possuem condições de t rabalho m uit o difer ent es.

Est e est udo par t iu da const at ação de que nas em pr esas, ao ser em desenvol-vidas novas for m as de gest ão para lidar com os desafi os cr escent es nas r elações de t rabalho, os gest or es int eragem concom it ant em ent e com em pr egados efet ivos, com pr est ador es de ser viços, for necedor es e consult or es. Com esses m últ iplos vínculos cont rat uais, os gest or es passam a ger enciar, ao m esm o t em po, em pr egados dir et a-m ent e cont rat ados, aut ônoa-m os e t er ceir izados, sendo cada gr upo r egido por dist int os t ipos de cont rat o. Os em pr egados efet ivos ( cor e w or ker s) são cont rat ados por t em po indet er m inado, em geral com benefícios, condições de t rabalho e salár ios m elhor es ( CARVALHO NETO, 2001) . Os t er ceir izados são em pr egados de out ras or ganizações que t rabalham para a cont rat ant e a part ir de cont rat os form alizados ( SI LVA; ALMEI DA, 1997) , ao passo que os aut ônom os prest am serviço individualm ent e, geralm ent e t endo const it uído per sonalidade j ur ídica pr ópr ia.

Esse quadr o dem anda a análise dos desafi os da gest ão dos m últ iplos vínculos cont rat uais or iginados a par t ir da adoção generalizada da t er ceir ização. O obj et ivo nest e t rabalho é analisar, sob a ót ica de gest or es que lidam com t rabalhador es que possuem m últ iplos vínculos cont rat uais, as prát icas gerenciais relacionadas à qualifi ca-ção de t er ceir izados em em pr esas de grande por t e e seus desdobram ent os, o que foi operacionalizado por m eio da análise do caso de um a em pr esa de grande por t e com exper iência na ut ilização de ser viços t er ceir izados. Nessa or ganização, foram per se-guidos t r ês obj et ivos específi cos: a) ident ifi cação e análise dos r equisit os necessár ios ao pr ocesso de t er ceir ização; b) análise da dinâm ica do pr ocesso de t er ceir ização; e c) ident ifi cação e análise das pr át icas ger enciais de qualifi cação de t rabalhador es t er ceir izados. Após est a int r odução, discut em - se t eor icam ent e as r eper cussões da t er ceir ização para a adm inist ração e as r elações ent r e t er ceir ização e qualifi cação, um elem ent o pouco discut ido. Em seguida, apr esent a- se a m et odologia da pesquisa, que pr ecede as seções de análise e discussão dos dados e de considerações fi nais.

A Terceirização e seus Desafios para a Administração

(3)

produ-u m e st produ-u do de ca so n o se t or de m in e r a çã o

ção m ais fl exível, aliada a um a m aior agilidade. As parcerias est rat égicas, com o m eio para o alcance desses result ados, t êm sido, desde ent ão, um dos principais cam inhos escolhidos. A t erceirização é um a das possibilidades nesse sent ido.

Do pont o de vist a econôm ico, o r esult ado desse m ovim ent o foi favor ável às or ganizações brasileiras, o que se deu via benefícios para a or ganização cont rat ant e, com o o abat im ent o de im post os na ut ilização das despesas com t er ceir os, ao t r ocar gast os de capit al por gast os de operações. Além disso, a t er ceir ização im pede a de-pr eciação de seus ar t igos de bens de capit al, obj et ivos est es de-pr óde-pr ios da econom ia capit alist a. Assim , podem - se r eduzir os cust os e pr ior izar a qualidade, m ediant e for ça cont rat ual j unt o às organizações t erceiras, para que cum pram prazos e se m ant enham at ualizadas ( SI LVA; SOUZA, 2004) . Do pont o de vist a t ecnológico, as or ganizações m udaram seu foco, dem andando cont ínuos aum ent os da capacit ação int erna no t rat a-m ent o das t ar efas est rat égicas. A t er ceir ização per a-m it e a t ransfer ência de know - how e conhecim ent os específi cos da cont rat ant e à cont rat ada e vice- ver sa ( BRAGA, 1998) .

Fer nandes e Car valho Net o ( 2005) ident ifi caram que a cont rat ação de t er cei-r izados pocei-r em pcei-r esas bcei-rasileicei-ras de gcei-rande pocei-r t e não dá sinais de queda e pode at é m esm o aum ent ar no fut ur o pr óxim o, em bora as t ais or ganizações ainda est ej am despr eparadas para coor denar m últ iplos vínculos cont rat uais, ou m esm o para decidir qual em pr egado deve ser m ant ido e qual deve ser t er ceir izado. Fer nandes e Car valho Net o ( 2005) , ao r ealizar um a pesquisa com 513 gest or es de 179 em pr esas brasileiras de grande por t e, apont am os m aior es desafi os encont rados por est es fr ent e à gest ão de t er ceir izados: a) cont ar com um a equipe qualifi cada de t er ceir izados; b) garant ir a m elhoria da qualidade de serviços; c) garant ir a padronização dos serviços cont rat ados ent r e em pr esa cent ral e t er ceir izados; e d) obt er com pr om et im ent o dos t er ceir izados. Out ra pesquisa, r ealizada por Giosa ( 2005) com 2.040 em pr esas brasileiras, apont a que 86% delas j á cont rat aram ser viços t er ceir izados, e que sua m aior ia pr et ende m ant er a t er ceir ização com o for m a de fl exibilização e m oder nização dos negócios. Os r esult ados apont am , inclusive, que as em pr esas ainda im plant am a t er ceir ização sem um plano est rat égico que lhes dê um a visão global de t odo o pr ocesso e conse-qüências envolvidas.

Cont ra a t erceirização, exist em , t am bém , argum ent os consideráveis. O prim eiro deles refere- se à difi culdade de a cont rat ant e encont rar no m ercado em presas t erceiras qualifi cadas o sufi cient e para assum ir em as at ividades t er ceir izadas. Em sua m aior ia, as em pr esas t er ceiras não dispõem de capacidade adm inist rat iva e fi nanceira sufi -cient es para invest ir em na sua expansão, assim com o não invest em em capacit ação e qualifi cação. Muit as dessas em pr esas são pequenas e ainda est ão conquist ando seu lugar no m er cado, encont rando, por cont a disso, inúm eras r est r ições, especialm ent e no t ocant e a cr édit o e infor m ações ( GI OSA, 1993) . Out r os agravant es se r efer em aos erros de int erpret ação das encom endas por part e das t erceiras, produt os/ serviços que não at endem às especifi cações, não cum pr im ent o de prazos, além da difi culdade em defi nir o grau de apoio que deve ser dispensado às em pr esas cont rat adas. Há de se obser var, ainda, os cust os de t ransação or iundos da gest ão de cont rat os e as novas int er faces a ser em ger idas ( GI OSA, 1993) .

(4)

segurança, ent r e out r os) ent r e efet ivos e t er ceir izados. Os dados apont am que m uit os t rabalhador es foram expulsos do m er cado for m al das em pr esas, sendo absor vidos em out r os em pr egos em condições pr ecár ias de t rabalho ( ANTUNES, 1999; POCHMAN, 2001; CARVALHO NETO, 2001) .

Do pont o de vist a do em pr egado, há cer t o consenso na lit erat ura de que a t er ceir ização pode levar : a) a um a pr ecar ização nas r elações de t rabalho; b) a con-dições de em pr egos m últ iplos e, por vezes, adver sas; c) ao r ecebim ent o de salár ios infer ior es e abaixo do m er cado; d) a t rabalhos sem for m alização cont rat ual e sem benefícios; e) a at uação em condições de pr essão acim a da m édia; e f ) ao aum ent o da pr odut ividade, ent r e out r os. O t er ceir izado, em bora exer cendo as at ividades se-m elhant es, não det ése-m as conquist as t rabalhist as e salar iais do t rabalhador efet ivo, e, via de r egra, além dos r efl exos im ediat os no nível de em pr ego, num longo prazo, as conseqüências são a det er ioração das condições de t rabalho, a queda do nível de r enda e da qualidade de vida dos t rabalhador es ( ANTUNES, 1999; BRESCI ANI , 1997; COSTA, 1994; DEDECCA, 1996; SARSUR et al., 2002) .

Ainda há de se considerar que a m aior ia dos t er ceir izados t rabalha no am bient e da em pr esa cont rat ant e e convive com os em pr egados efet ivos e com em pr egados de out ras cont rat adas. As condições pr ecár ias de que desfr ut am nesse m eio, de acor do com Dr uck ( 1999) , levam à dest r uição da socialização do t rabalho, ao individualism o e à alienação, o que de cer t o pont o pode ser benéfi co para as em pr esas na m edida em que desar t iculam as pot enciais iniciat ivas de r esist ência dos t rabalhador es. Os t rabalhador es t endem , t am bém , a t r ocar exper iências para descobr ir novas for m as de r eduzir o t rabalho e t or ná- lo m ais agradável, deixando as at ividades consideradas pior es para out r os t rabalhador es, em um quadr o generalizado de pouca cooperação efet iva ( RYNGELBLUM, 1999; SHARPE, 1997) . Para com plet ar o quadr o, a igualdade de dever es e a discr epância de benefícios ent r e os em pr egados da cont rat ant e e os t er ceir izados fazem com que as ident idades est ej am m ais associadas à em pr esa em que t rabalham do que aos car gos por eles exer cidos. I sso faz com que os t er ceir izados se sint am – e sej am vist os pelos em pr egados da cont rat ant e – de for m a infer ior izada, o que pode levar à desm ot ivação, falt a de com pr om et im ent o e r edução da qualidade e da pr odut ividade ( DRUCK; FRANCO, 2007) .

Qualificação: um aspecto pouco

abordado da terceirização

Os elem ent os do cont rat o de ser viços t er ceir izados se r efer em , pr incipalm ent e, ao obj et o do cont rat o, ao seu valor, aos seus prazos, às for m as de cont r ole e às obr i-gações das par t es envolvidas. Raram ent e, a lit erat ura especializada abor da quest ões r efer ent es à qualifi cação e com pr om et im ent o dos em pr egados t er ceir izados, dois dos pr incipais desafi os apont ados pelos gest or es de em pr esas brasileiras de grande por t e ( FERNANDES; CARVALHO NETO, 2005) . I sso ocor r e por que o cont rat o não abrange t odos os fat or es envolvidos em um pr ocesso de t er ceir ização. Cabe, ent ão, aos ges-t or es a r esponsabilidade de pr opiciar favor áveis am bienges-t e e r ecur sos de ges-t rabalho aos pr ofi ssionais com difer ent es t ipos de vínculos cont rat uais, o que inclui a quest ão da qualifi cação.

A pr eocupação com a qualifi cação sur giu na França nos anos 1950, quando pela pr im eira vez foi denunciada a t ese da sua polar ização – o sur gim ent o de um a grande m assa de t rabalhador es operacionais desqualifi cados, de um lado, e, de out r o, um pequeno grupo de privilegiados, ocupando o planej am ent o da produção e m anut enção dos equipam ent os. O debat e ganhou novo fôlego na década de 1970, pr incipalm ent e em função dos m ovim ent os sociais em r epúdio à sociedade t aylor izada/ for dicizada. No fi nal da década de 1980, o debat e sobr e a qualifi cação pr osseguiu t razendo novos focos de análise, confi gurados em difer ent es abor dagens. A pr incipal delas é a que se cent ra na noção de com pet ência ( GARCI A; VI EI RA, 2002; VI EI RA; LUZ, 2005) .

(5)

icu-u m e st icu-u do de ca so n o se t or de m in e r a çã o

lação dos difer ent es saber es do t rabalhador – as publicações a par t ir da década de 1990 difundem a idéia de que as novas for m as de or ganização dem andam um novo per fi l de m ão- de- obra, que com pr eende, no m ínim o: escolar idade básica, capacidade de adapt ação a novas sit uações, com pr eensão global de um conj unt o de t ar efas e de funções conexas, capacidade de abst ração e de seleção, dom ínio da linguagem oral e escr it a, conhecim ent os cient ífi cos básicos ( incluindo- se a m at em át ica) , iniciação às linguagens da infor m át ica, t rat o e int er pr et ações de infor m ações ( MACHADO, 1994; PAI VA, 1993) .

A qualifi cação, assim , é associada ao “ at endim ent o das necessidades t écnicas, operacionais e logíst icas, iner ent es ao desem penho das funções, m as t am bém na ót ica da socialização dos t rabalhador es, de sua inser ção no univer so cult ural das or-ganizações” ( COLBARI , 2007, p.15) . Confor m e Leit e e Post hum a ( 1996, p.67- 68) , é pr ogr essiva a m odifi cação na noção de qualifi cação, que cada vez m enos signifi ca um est oque est át ico de conhecim ent os, e m ais um pr ocesso cont inuado de “ infor m ações e capacidades necessár ias para a for m ação de t rabalhador es m ult ifuncionais, capazes de ident ifi car e r esolver pr oblem as, ant ecipar cir cunst âncias, pensar e planej ar es-t raes-t egicam enes-t e, além de desem penhar um am plo conj unes-t o de aes-t ividades”. I sso quer dizer que, m ais do que apenas anos de escolar idade, a discussão m ais r ecent e sobr e qualifi cação t em considerado sua inst r um ent alização no cont ext o capit alist a. De um lado, isso signifi ca que um t rabalhador qualifi cado é, ao m esm o t em po, m ais “ út il” em t er m os pr odut ivos, m ais apt o a com pet ir ( com out r os t rabalhador es por posições e/ ou por m elhor es condições de t rabalho) , m ais adapt ável a m udanças t écnicas e t ecnológicas, e m enos suj eit o aos efeit os do desem pr ego ( SEGNI NI , 2000) .

Confor m e Franco ( 2001, p.96) , isso ocor r e por que, no quadr o inst it ucional vigent e, “ ao t rabalhador at r ibui- se a r esponsabilidade de pr eparar- se para at ender às exigências em pr esar iais e do m er cado que ser ia o m undo do t rabalho”. Ver ifi ca- se cada vez m enos um a for m ação pr ofi ssional m ais am pla, foco da educação pr ofi ssio-nal, e m ais um a for m ação essencialm ent e operacional – o que est a aut ora classifi ca de “ adest ram ent o” – que for m a m ão- de- obra m ais im ediat am ent e disponível para as em pr esas. Em linhas gerais, isso im plica t ransfor m ações nos cur r ículos, nas disci-plinas, de m aneira a sust ent ar em est a inst r um ent alidade pr odut iva. De acor do com Franco ( 2001) , é pr eocupant e a conver gência encont rada em vár ios est udos sobr e o cr escim ent o de post os de t rabalho pouco qualifi cados, em det r im ent o do que ser ia de se esperar, ou sej a, um a dem anda elevada para em pr egados m ais escolar izados.

Nascim ent o ( 2006) encont r ou essa sit uação no set or bancár io, onde est udou um a organização que fora privat izada, cuj a inserção m ais vant aj osa de profi ssionais no m er cado de t rabalho ocor r eu para o gr upo dos em pr egados que ader iu ao pr ogram a de dem issão volunt ár ia, com m enor salár io e baixa qualifi cação pr ofi ssional. Segnini ( 2000) e Dedecca ( 2002) const at aram o m esm o fenôm eno ao r ealizar out r os est udos, o de valor ização de em pr egados com baixa qualifi cação pr ofi ssional. Não obst ant e os esfor ços em pr ol da qualifi cação no Brasil, o que se ver ifi ca é, pr incipalm ent e, a absor ção de t rabalhador es m enos escolar izados ( DEDECCA, 2002) . Est e é um sinal de que, confor m e Dedecca ( 2002, p.76) , “ a nova dinâm ica econôm ica r efer enda o perfi l de baixa qualifi cação da m ão- de- obra nacional, rat ifi cando a péssim a dist r ibuição de r enda e agravando a est r ut ura social hist or icam ent e desigual”. Segnini ( 2000, p.79) com plem ent a, sust ent ando que est e fat o “ im plica t am bém o r econhecim ent o que es-colaridade e form ação profi ssional são condições necessárias, m as insufi cient es, para o desenvolvim ent o social”. Em bora t enham passados cerca de dez anos desde o cont ext o obser vado por esses aut or es, os set or es que lideram o cr escim ent o econôm ico, com o a const r ução civil e o agr onegócio, por exem plo, cont inuam usando ext ensivam ent e m ão- de- obra pouco qualifi cada, o que confer e at ualidade aos seus ar gum ent os.

(6)

é um a const r ução social, um dos desafi os analít icos sit ua- se nessa conj unção ent r e saber es t écnicos, com pet ências or ganizacionais e a base de valor es, de sím bolos cul-t urais”. Assim , a aquisição isolada de conhecim encul-t o cul-t écnico e inscul-t r um encul-t al é condição insufi cient e para est ar em pr egado.

Um dos m ot ivos é que as em pr esas t êm im plant ado sist em as educacionais que pr ivilegiam o desenvolvim ent o de at it udes, post uras e habilidades ( VI EI RA; LUZ, 2005) ; um “ perfi l pr ofi ssional fl exível e invent ivo, ancorado em conhecim ent o e r efi -nam ent o das com pet ências redefi ne os padrões disciplinares e socializadores vigent es, valor izando as est rat égicas m obilizadoras e per suasivas” ( COLBARI , 2007, p.16) . I sso signifi ca, a r igor, que os conhecim ent os adquir idos pelo t rabalhador ao longo de sua t raj et ór ia, “ const it uem um conj unt o de saber es e habilidades que signifi ca, para ele, t rabalhador, valor de uso, que só se t ransfor m a em valor de t r oca em um det er m inado m om ent o hist ór ico se r econhecido pelo capit al com o sendo r elevant e para o pr ocesso pr odut ivo” ( SEGNI NI , 2000, p.79) .

Em um quadr o m ar cado pela am pla adoção de pr át icas de t er ceir ização, t ais aspect os adquirem cont ornos especialm ent e int eressant es. Os est udos de Cost a ( 1994) e Far ia ( 1994) j á discut iam que, ent r e os r iscos com uns da cont rat ação de t er ceir os est ão a não confor m idade do pr odut o ou ser viço em t er m os de qualidade, a falt a de com pr om et im ent o e o não cum pr im ent o de cláusulas cont rat uais por par t e das em -presas t erceirizadas. A pesquisa de Fernandes e Carvalho Net o ( 2005) indica que, para enfr ent ar o desafi o de cont ar com um a equipe qualifi cada de t er ceir os, 32,36% das em pr esas est udadas vêm invest indo no pr ocesso for m al da cont rat ação, defi nindo os crit érios, polít icas e regras que orient arão a gest ão do cont rat o de t erceiros. Essa prát ica é com plem ent ada pela seleção dos t er ceir izados, pela cont rat ação e negociação dos obj et ivos e m et as, e pelo acom panham ent o e avaliação do desem penho. A segunda pr át ica m ais cit ada para lidar com esse desafi o é o invest im ent o em t r einam ent o e desenvolvim ent o, apont ada por 31,38% dos gest ores pesquisados. Algum as em presas afi r m am est ender seus t r einam ent os aos t er ceir izados, enquant o out ras desenvolvem t r einam ent os específi cos. Em bora apar ecendo com m enor incidência, algum as pr át i-cas de gest ão, as quais vêm ofer ecendo aos gest or es alt er nat ivas para obt enção de equipe m ais qualifi cada de t er ceir os, não par ecem soluções efi cazes, m as paliat ivos à m elhor ia da qualifi cação dos pr ofi ssionais com m últ iplos vínculos de t rabalho. Nesse sent ido, dest acam - se a cont rat ação de ex- em pr egados com o t er ceir izados e a pr ópr ia r edução dos t er ceir izados.

A par t ir desses dados, pode- se infer ir que exist e pouca inovação nas pr át icas de gest ão de t er ceir izados nas em pr esas brasileiras de grande por t e, m ant endo- se ainda um m odelo t radicional, adequado para um am bient e com pouca difer enciação de vínculos cont rat uais, opost o ao at ual. Aliado a ist o est á o fat o de que, no Brasil, há um a t endência de for m ação de equipes com post as por difer ent es agr upam ent os de pessoas com vínculos var iados de cont rat o de t rabalho, que se ligam para at ingir um pr opósit o com um ( LI PNACK; STAMPS, 1994) . Esses agr upam ent os exigem m aior int egração, cooperação, unidade de propósit os, sist em as e prát icas de gest ão adequa-dos à diver sidade de vínculos de t rabalho. Os r est r it os avanços das pr át icas de gest ão de t er ceir izados, sua disper são e quase inconsist ência deixam clara a necessidade de apr ofundar a discussão sobr e esse t em a.

Método

(7)

u m e st u do de ca so n o se t or de m in e r a çã o

est udo. Nest e caso, cont ext o e fenôm eno não podem ser est udados separadam ent e devido ao fat o de os ent revist ados est arem inseridos em um a circunst ância específi ca: a gest ão de t rabalhadores t erceirizados. Além disso, o est udo de caso perm it iu um a análise m ais profunda sobre as prát icas de gest ão ut ilizadas em um a em presa de grande port e para lidar com os desafi os dos m últ iplos vínculos cont rat uais.

A em pr esa onde foi r ealizada a pesquisa é a Vale, ant es denom inada Com -panhia Vale do Rio Doce ( CVRD) , na sua plant a sediada em I t abira, Minas Gerais. Est a em pr esa nasceu est at al, com o Com panhia Vale do Rio Doce, em 1º de j unho de 1942, por m eio do Gover no Federal, t endo sido pr ivat izada em 7 de m aio de 1997. Com at uação em 14 est ados brasileir os e em cinco cont inent es, hoj e é um a em pr esa m ult inacional, um dos m aior es player s do set or, operando m ais de 9 m il quilôm et r os de m alha fer r oviár ia e 10 t er m inais por t uár ios. A escolha da em pr esa se deu devido à sua confi guração de grande por t e e à expr essiva ut ilização da t er ceir ização, am pliada após a privat ização. A Vale é regida por norm as int ernas que regulam a cont rat ação de ser viços t er ceir izados, dispondo sobr e a aquisição de obras, ser viços e equipam ent os, m at er iais e bens m óveis, além de possuir um pr ogram a, com cur so, de pr eparação dos gest or es de cont rat os para o exer cício de suas at ividades.

As evidências para um est udo de caso podem vir, segundo Yin ( 2004) , de seis font es dist int as: ( 1) docum ent os, ( 2) regist ros em arquivo, ( 3) ent revist as, ( 4) observa-ção diret a, ( 5) observaobserva-ção part icipant e e ( 6) procedim ent os m et odológicos diferent es. Os dados foram colet ados por m eio de duas t écnicas, o que pr opor cionou o alcance da var iedade defi nido por Godoy ( 1995) com o caract er íst ica desej ada nest e m ét odo. Os dados foram colet ados por m eio de ent r evist as sem i- est r ut uradas e docum ent os. Para a análise docum ent al, foram r eunidos docum ent os que possibilit aram conhecer as pr át icas inst it ucionalizadas for m alm ent e para lidar com os desafi os da gest ão de t erceirizados. Foram analisados: a) o m anual de t erceirização, que t rat a das at ividades a ser em t er ceir izadas e das nor m as de t er ceir ização ( CVRD, 2005c) ; b) a decisão do conselho de adm inist ração de 1999, que est abelece a polít ica de t er ceir ização ( CVRD, 1999) ; c) a decisão da dir et or ia execut iva de 2003, que t rat a das nor m as de aquisição ( CVRD, 2003) ; d) o m anual de cont rat ação, que sint et iza o sist em a de cont rat ação de ser viços e m at er iais ( CVRD, 2005b) ; e e) o m anual pr át ica de gest ão de cont rat os, que expõe a for m a de ger ir os ser viços t er ceir izados ( CVRD, 2005a) .

As ent r evist as foram r ealizadas com quinze dos cinqüent a e quat r o fi scais de cont rat os de serviços t erceirizados2 da área de gest ão de cont rat os de I t abira ( GCI ) . Sua

seleção se baseou no t em po de experiência com o gest or de t rabalhadores t erceirizados. Cont udo, quat r o dos fi scais que possuem m aior t em po de exper iência não puderam ser ent r evist ados por est ar em envolvidos, na época da pesquisa, em at ividades que exigiam sua perm anência na área de t rabalho em t em po int egral, t endo sido cham ados os quat r o fi scais seguint es da r elação. As ent r evist as sem i- est r ut uradas, r ealizadas nos m eses de set em br o e out ubr o de 2007, foram divididas em cinco blocos, t endo durado, apr oxim adam ent e, t r int a m inut os cada, e sido r ealizadas na Vale durant e o hor ár io de t rabalho dos fi scais de cont rat o.

Os dados foram analisados m ediant e o uso da análise de cont eúdo, de for m a a est abelecer um a r elação ent r e o cont eúdo dos docum ent os e das ent r evist as, à luz do r efer encial t eór ico. Est a t écnica busca, por m eio de pr ocedim ent os sist em át icos e obj et ivos de descr ição de m ensagens, a obt enção de indicador es que per m it am a infer ência de conhecim ent os r elat ivos às condições de pr odução/ r ecepção ( var iáveis infer idas) das m ensagens ( BARDI N, 1977) . Nest e est udo, ao invés de se pr oceder a

2 Os fi scais de cont r at os, denom inação de gest or es de t r abalhador es com m últ iplos vínculos cont r at

(8)

um t rat am ent o dos discur sos enunciados, e enfat izar elem ent os de sint axe e sem ân-t ica, a ênfase analíân-t ica se deu sobr e o conân-t eúdo em si. Dessa for m a, não se pr ocur ou invest igar o que est ar ia por t r ás do que é dit o; apenas o que é dit o. Além disso, face às lim it ações de espaço, j ulgou- se convenient e evit ar a t ranscr ição lit eral de grandes t r echos de docum ent os e de ent r evist as, t endo- se opt ado por t rat ar analit icam ent e dos pr incipais aspect os do seu cont eúdo. Na seção de discussão, por ém , pr ocede- se a um a análise m ais densa, além do cont eúdo ident ifi cado, de m aneira a pr opor cionar refl exões m ais am plas e crít icas sobre o fenôm eno da t erceirização e suas im plicações. As infor m ações e as análises dela decor r ent es não t êm a pr et ensão m et odológica de ser em r epr esent at ivas do set or de m ineração brasileir o, m ineir o, ou m esm o de out ras unidades da or ganização est udada pelo fat o de não t er se buscado a r epr e-sent at ividade. Todavia, há possibilidades de t ransposição da análise para cont ext os event ualm ent e sem elhant es.

Análise dos Dados

Na análise dos dados, foram t rat ados aspect os que em er giram nas falas dos infor m ant es, r evelando, em alguns casos, elem ent os inusit ados e que confer iram sin-gular idade a est a invest igação, dest acando it ens pouco considerados, esquecidos ou, at é, ignorados na lit erat ura sobr e o t em a. I dent ifi cou- se que, dos 15 ent r evist ados, seis são super visor es e cinco analist as de ár ea. Há ainda um geólogo, um nut r icionist a e dois ger ent es de ár ea. Tr eze dos pesquisados possuem cur so super ior com plet o, apr esent ando, em m édia, exper iência de 15 anos na em pr esa e de dois anos, no m íni-m o, coíni-m o fi scais de cont rat o. Coíni-m exceção de uíni-m ent r evist ado3, os dem ais possuem

m ais t rabalhador es t er ceir izados do que de efet ivos em suas equipes.

Requisitos para a terceirização

Na em pr esa Vale, se considera a t er ceir ização com o “ a pr át ica de cont rat ar t er ceir os para a r ealização de at ividades que não const it uem o obj et o pr incipal da em pr esa” ( CVRD, 2005c, p.2) . Tal visão se alinha a conceit os com o os de Am at o Net o ( 1995) e Giosa ( 2005) , cont rar iando que a t er ceir ização t em incluído, t am bém , at ividades cent rais ( cor e act ivit ies) . Nessa em pr esa, para que ocor ra a t er ceir ização, consideram - se os seguint es cr it ér ios: a) os ser viços a ser em cont rat ados não devem ser per m anent es; b) devem at ender às dem andas das ár eas operacionais no m édio e cur t o prazo; e c) não devem cor r esponder à at ividade- fi m da Vale ( CVRD, 2005c) . Além desses cr it ér ios, segundo os ent r evist ados, é analisada a viabilidade de pr im a-r ização das at ividades a sea-r em cont a-rat adas poa-r m eio de defi nição, pela em pa-r esa, das vant agens esperadas com a t er ceir ização.

Das dez vant agens for m alm ent e esperadas pela em pr esa em um pr ocesso de t er ceir ização ( CVRD, 2005c) , set e são, t am bém , apont adas por Giosa ( 1993) : a) foco da cont rat ant e em quest ões est rat égicas; b) racionalização da est r ut ura; c) r edução do at ivo fi xo; d) r edução dos est oques; e) aum ent o da qualidade e da pr odut ividade; f ) incent ivo à cr iação de novas em pr esas; e g) geração de em pr egos. I sso suger e conhecim ent o do conceit o e sua infl uência sobr e as concepções e pr át icas de t er cei-r ização na em pcei-r esa. Ainda são vant agens especei-radas o aum ent o de velocidade na im plant ação de m udanças, a at ualização e o int er câm bio per m anent e de t ecnologia, e a r edução com despesas de especialização de m ão- de- obra nas at ividades condu-zidas pelo t om ador de ser viço, as quais não t êm t ant a dem anda a pont o de exigir a absor ção de pr ofi ssionais.

A r egulação das at ividades de t er ceir ização é feit a por m eio de diver sas nor m as int er nas, ent r e as quais se dest acam a Decisão do Conselho de Adm inist ração de

3 No m om ent o da pesquisa, o fi scal 4 não possuía t r abalhador es t er ceir izados em sua equipe, pois os

(9)

u m e st u do de ca so n o se t or de m in e r a çã o

1999 ( DCA 0079/ 1999) e a Decisão da Dir et or ia Execut iva de 2003 – DDE 0387/ 2003 ( CVRD, 2005c) . O cont rat o de pr est ação de ser viços, t odavia, é considerado pelos en-t revisen-t ados o principal m eio de regulação dos serviços en-t erceirizados. A DCA 0079/ 1999 est abelece a polít ica de t er ceir ização na Vale, baseada na t ransfer ência a t er ceir os, de at ividades não est rat égicas e de gest ão da Vale, t endo com o obj et ivo pr incipal a obt enção de vant agens econôm icas ou t ecnológicas, obser vadas as r egras legais aplicáveis ao assunt o e os r iscos/ conseqüências iner ent es ao m esm o ( CVRD, 1999) . A DDE 0387/ 2003 est abelece que qualquer aquisição, inclusive a t er ceir ização, deve buscar opor t unidades de r edução de cust os. Em bora est as nor m as int er nas defi nam que a obt enção de vant agem econôm ica é o obj et ivo da Vale quando adot a a t er ceir i-zação, o que t am bém é confi r m ado pelos ent r evist ados, rat ifi cando est udos com o os de Dr uck ( 1999) e Alves ( 2000) , o Manual de Ter ceir ização ( CVRD, 2005c) m enciona que a t erceirização t em cust os bem próxim os àqueles gast os com m ão- de- obra própria.

As polít icas int ernas são claras no sent ido de que, m esm o que ocorra a vant agem econôm ica, est a não pode vir a par t ir de pr ej uízos aos t rabalhador es ( CVRD, 2005c) . A polít ica de t er ceir ização det er m ina que as at ividades t er ceir izadas pela em pr esa não devem ser pr est adas sim ult aneam ent e e na m esm a unidade por em pr egado da pr est adora de ser viços e por em pr egado da Vale, sob pena dest e últ im o ser indicado com o m odelo em event ual r eclam ação t rabalhist a ( CVRD, 1999) .

A Vale não int er fer e na adm inist ração int er na da em pr esa cont rat ada, devendo, unicam ent e, cobrar a execução das t ar efas cont rat adas por m eio dos pr epost os, de m odo a evit ar o exer cício do poder de com ando ( dir et ivo e disciplinar ) em r elação ao pr est ador de ser viços. A com unicação ent r e a Vale e a cont rat ada dever á ser sem pr e realizada por m eio de prepost os4 de am bas as part es ( CVRD, 1999) . Essa preocupação

se j ust ifi ca pelo fat o de a subor dinação caract er izar um vínculo em pr egat ício, o que descaract er izar ia a t er ceir ização. Assim , não deve haver qualquer t ipo de r elação da cont rat ant e quant o aos em pr egados das cont rat adas ( SI LVEI RA; SARATT; MORAES, 2002) , a fi m de que se evit e infr ingir aspect os legais, e possíveis pr ej uízos fi nanceir os.

Dinâmica do processo de terceirização

Em linhas gerais, o pr ocesso de t er ceir ização da Vale inicia- se com a busca, no m er cado, de em pr esas especializadas naquela at ividade que se desej a t er ceir izar e que m ais se enquadram nos par âm et r os est abelecidos pela cont rat ant e. Fat or es com o qualidade no ser viço pr est ado, ser um a em pr esa de bom por t e ( at ender a vá-r ias em pvá-r esas) , t vá-rabalhavá-r exclusivam ent e naquela at ividade que vai sevá-r t evá-r ceivá-r izada, idoneidade, o cust o apr esent ado e o t em po que a em pr esa est á no m er cado fi guram ent r e os aspect os det er m inant es da escolha da t er ceir izada. Da escolha da em pr esa at é a assinat ura do cont rat o, algum as et apas são cum pr idas, incluindo a checagem da docum ent ação exigida pela cont rat ant e ( CVRD, 1999) . Ver ifi caram - se, t ant o nos docum ent os quant o nos r elat os dos fi scais, a pr eocupação const ant e com a qualidade dos ser viços cont rat ados, além da pr eocupação com a r edução de cust os.

Ent ret ant o, essa busca por qualidade, t am bém , é considerada pela em presa um a for m a de cor t ar cust os na m edida em que evit a o r e- t rabalho e a per da de m at ér ia-pr im a. Os fi scais cit am com o exem plo a im por t ância da qualidade da m anut enção dos equipam ent os. Se est es não est iver em em est ado per feit o de funcionam ent o, gera- se um pr odut o fi nal de qualidade infer ior que não ser á aceit o pelos client es da em pr esa. Assim , não se pode afi r m ar que a Vale abra m ão da qualidade, com o fazem boa par-t e das em pr esas brasileiras, na visão de Dr uck ( 1999) , m as é possível alegar que a qualidade é considerada um a fer ram ent a para a r edução de cust os – um m eio e não um fi m . Adot a- se, assim , a post ura “ cer t a”, m as pelo m ot ivo “ er rado”, pois no t ocant e à qualidade, defendida com o um dos grandes benefícios associados à t er ceir ização, em bora sej a apr esent ada com o t al, ela obj et ivam ent e não é um fi m , m as um m eio, ela pr ópr ia, para r eduzir os cust os. Não há foco no client e por que suas dem andas são,

4 Pr epost o é a pessoa física que desem penha t ar efas sob a or ient ação da em pr esa, exer cendo dir eit os

(10)

na ver dade, secundár ias em um quadr o de r efer ência inequivocam ent e econôm ica. A lógica que r ege a qualidade, do pont o de vist a pr ocessual, é a de evit ar o r et rabalho, pois r efazer algo defeit uoso em algum sent ido é m ais car o.

A Vale est abelece que as em pr esas cont rat adas devem possuir polít icas de hi-giene e segurança do t rabalho com pat íveis com a sua. A em pr esa cont rat ada dever á t er condições fi nanceiras de ger ir o cont rat o e apr esent ar, à época da cont rat ação e sem pr e que solicit ado, seus indicador es econôm icos, e dem onst rar o cum pr im ent o das obr igações legais e a idoneidade fi nanceira ( CVRD, 1999) .

A DDE 0387/ 2003 est abelece que a responsabilidade pela condução dos proces-sos de t er ceir ização é do depar t am ent o de supr im ent os. Ent r et ant o, a ár ea solicit ant e é r esponsável pelas especifi cações, pela avaliação t écnica das pr opost as, bem com o pela gest ão dos cont rat os, além de indicar o for necedor e as condições cont rat uais pact uadas. O gest or de cont rat os deve cr iar condições adm inist rat ivas e operacionais para que os cont rat os t enham suas caract eríst icas de viabilidade asseguradas: cláusu-las cont rat uais cum pr idas nos prazos, valor es, especifi cações, garant ias e r esult ados est ipulados alcançados. Cabe ao gest or designar um fi scal de cont rat o, que ser á o r esponsável pelo acom panham ent o dos ser viços pr est ados. Tant o os gest or es quant o os fi scais de cont rat o são subm et idos a um t r einam ent o denom inado For m ação de Gest or es de Cont rat os. Nesse t r einam ent o, eles r ecebem infor m ações sobr e a gest ão de cont rat os, segurança e higiene ocupacional, m eio am bient e, ét ica, sist em as de infor m ação, polít icas da Vale r elacionadas à t er ceir ização e quest ões legais.

Segundo quase t odos os fi scais de cont rat o ent revist ados, há várias ferram ent as usadas para gerenciar e im plant ar os serviços t erceirizados, t ais com o: gerenciam ent o de escopo e m udança de escopo, ger enciam ent o de t em po, ger enciam ent o de r isco, ger enciam ent o de segurança, ger enciam ent o de cust o e or çam ent o, ger enciam ent o de qualidade, plano de com unicação, plano de supr im ent os, planej am ent o m acr o e det alhado. Todas as fer ram ent as, segundo os pesquisados, apr esent am obj et ivos cla-r os e pcla-r ocedim ent os, m et odologias e sist em as pcla-r ópcla-r ios, os quais visam a gacla-rant icla-r o sucesso do em pr eendim ent o no que se r efer e a qualidade, segurança, prazos, cust os, m eio- am bient e, social, ent r e out r os aspect os. Esses gest or es afi r m am , ainda, que há um plano de supr im ent os no qual se defi nem os pacot es de cont rat ações. A par t ir de t al plano, são elaboradas as cont rat ações e aquisições visando à execução dos serviços.

Os fi scais de cont rat o ent r evist ados dem onst ram conhecer as polít icas de t er-ceir ização da em pr esa. Eles m encionaram os docum ent os que r egulam ent am o pr o-cesso e as pr incipais nor m as est abelecidas pela Vale para a cont rat ação de ser viços t er ceir izados. Os dados r efer ent es a cada cont rat o são r egist rados em um sist em a int egrado de gest ão em pr esar ial ( ERP – Ent er pr ise Resour ce Planning) , denom inado na Vale de Sist em a Elo. Por esse sist em a, os fi scais de cont rat o acom panham t oda a execução da cont rat ação das em pr esas t er ceir izadas, ver ifi cam a r eput ação das possíveis cont rat adas, liberam a apr ovação do cont rat o e o pagam ent o das cont rat a-das. Por m eio do sist em a, os fi scais ainda t êm acesso a infor m ações r elacionadas a t r ibut ações e im post os.

(11)

u m e st u do de ca so n o se t or de m in e r a çã o

Práticas gerenciais para a qualificação de trabalhadores

terceirizados

No m anual de t er ceir ização da Vale ( CVRD, 2005c) , é defi nido que cabe à cont rat ada for necer m ão- de- obra com pat ível com a at ividade a ser desenvolvida, m as nenhum dos docum ent os analisados apont a as pr át icas adot adas para garant ir a qualifi cação dos t rabalhador es t er ceir izados. Ent r et ant o, os fi scais ent r evist ados apont am diver sas pr át icas ger enciais adot adas nest e sent ido. A gest ão de cont rat os é, segundo eles, a pr incipal for m a de garant ir a qualifi cação. A gest ão de cont rat os é cont r olada pela ár ea de Gest ão de Cont rat os de I t abira e é r ealizada pelos gest or es e fi scais de cont rat os, que devem cr iar as condições adm inist rat ivas e operacionais para que os cont rat os que est ão sob sua r esponsabilidade t enham suas caract er íst icas de viabilidade asseguradas: cláusulas cont rat uais cum pr idas nos prazos, valor es, especi-fi cações, garant ias e r esult ados est ipulados alcançados, com segurança e pr eser vação dos at ivos da Vale. No que diz r espeit o à qualifi cação dos t rabalhador es t er ceir izados, à gest ão de cont rat os cabe ver ifi car se as especifi cações acer ca da qualifi cação dos t rabalhador es t er ceir izados são at endidas pelas cont rat adas. As m ais cit adas pr át icas ger enciais para pr om over a qualifi cação de t er ceir izados são apr esent adas a seguir :

Pr im eira pr át ica: Gest ão de cont rat os. De acor do com os ent r evist ados, os cont rat os, na sua m aior ia, são clar os no que diz r espeit o à qualifi cação dos t rabalha-dor es. Há um a par t e do cont rat o, cham ada de pr opost a t écnica, na qual as exigências com r elação aos pr ofi ssionais são apr esent adas pela ár ea r equisit ant e dos ser viços t er ceir izados. Na pr opost a t écnica, não há a descr ição da qualifi cação exigida a cada um dos t rabalhador es das cont rat adas, de for m a par t icular. Nor m alm ent e, a ár ea r equisit ant e apont a um perfi l geral dos t er ceir izados e especifi ca apenas o perfi l dos ocupant es de alguns car gos, considerados m ais est rat égicos para a pr est ação daquele t ipo de ser viço. Cabe às em pr esas par t icipant es do pr ocesso de licit ação com pr ovar que t êm pr ofi ssionais com o perfi l exigido. As em pr esas candidat as selecionam , ent r e os seus em pr egados, aqueles que par t icipar ão do ser viço solicit ado e a Vale ver ifi ca se a em pr esa t em condições de ofer ecer t rabalhador es com t al perfi l.

Segunda pr át ica: Tr einam ent o específi co para os t rabalhador es t er ceir izados. O t r einam ent o de t er ceir izados, t am bém , foi cit ado pelos ent r evist ados com o um a pr át ica ut ilizada para garant ir a qualifi cação. Const at ou- se que essa pr át ica est á aliada à gest ão de cont rat os, pois os t r einam ent os necessár ios são apont ados no cont rat o fi r m ado ent r e a Vale e as t er ceir izadas. I sso ocor r e por que a cont rat ant e defi ne, cont rat ualm ent e, com o r esponsabilidade das cont rat adas o t r einam ent o e o desenvolvim ent o dos t rabalhador es t er ceir izados. A cont rat ant e se per m it e cont rat ar os t er ceir izados que lhe int er essar em por cont a de apr esent ar em o perfi l por ela dese-j ado, o que é um est ím ulo à qualifi cação dos em pr egados, t om ados individualm ent e, m as um desest ím ulo às em pr esas cont rat adas, que se vêem , event ualm ent e, t endo de subst it uir m ão- de- obra considerada “ at raent e” pela cont rat ant e, o que pr ej udica a pr át ica par cer ia ent r e as em pr esas envolvidas no pr ocesso de t er ceir ização.

(12)

e, at é m esm o, at ividades cult urais e ar t íst icas. Segundo dois fi scais ( ent r evist ados 12 e 14) , a Valer não se dest ina apenas a em pr egados efet ivos, podendo ofer ecer cur sos, t am bém , aos t er ceir izados. Ent r et ant o, apesar de afi r m ar em a exist ência dos t r eina-m ent os, os fi scais consideraeina-m que a capacit ação e o desenvolvieina-m ent o dos t erceirizados é de r esponsabilidade, pr incipalm ent e, das cont rat adas. A for m ação pr ofi ssional por par t e da cont rat ant e lim it a- se, basicam ent e, a int egrar os t er ceir izados à em pr esa e garant ir a segurança dos t rabalhadores. Apenas um dos fi scais acredit a que a em presa dever ia se r esponsabilizar por t odos os t r einam ent os.

Quart a prát ica: Planej am ent o e negociação de obj et ivos e m et as. A quart a prát ica m ais m encionada pelos fi scais da Vale é o planej am ent o e cont rat ação de obj et ivos e m et as, algo est r it am ent e r elacionado à gest ão de cont rat os. O planej am ent o dos ser viços cont rat ados e os obj et ivos e m et as a ser em alcançados são est ipulados no cont rat o e, segundo os ent r evist ados, são um a for m a de garant ir a qualifi cação dos t er ceir izados. Par t e- se do pr incípio de que, para r ealizar os ser viços est ipulados e alcançar obj et ivos e m et as pr evist as, a em pr esa cont rat ada t er á que cont ar, neces-sar iam ent e, com t rabalhador es especializados. Alguns obj et ivos e m et as est ipulados dizem respeit o diret am ent e à qualifi cação dos em pregados das em presas cont rat adas. Os ent r evist ados cit aram exem plos concr et os de m et as r elacionadas à qualifi cação: a) par t icipação de um det er m inado per cent ual dos em pr egados das cont rat adas no Pr ogram a Nacional de Qualifi cação e Cer t ifi cação – PNQC; e b) cer t ifi cação de em pr e-gados por m eio do Cent r o de Exam es de Qualifi cação – CEQUAL, em convênio com a Associação Brasileira de Manut enção ( ABRAMAN) , o Ser viço Nacional da I ndúst r ia ( SENAI ) e a Fundação Brasileira de Tecnologia e Soldagem ( FTBS) .

Quint a pr át ica: Avaliação do desem penho das cont rat adas. Os obj et ivos r e-lacionados à qualifi cação e acor dados com a cont rat ada são cobrados por m eio de m et as per cent uais de cer t ifi cação pela em pr esa cont rat ada. Aliada a t al pr át ica est á, por t ant o, a avaliação do desem penho das cont rat adas. Essa avaliação é r ealizada, per iodicam ent e, pelos fi scais de cont rat os da Vale e a per iodicidade depende do ser-viço pr est ado, podendo ser m ensal, bim est ral ou t r im est ral. A avaliação leva em cont a não só o r esult ado alcançado pelas cont rat adas, m as t am bém o cum pr im ent o das cláusulas cont rat uais, ent r e elas as que especifi cam a qualifi cação dos t rabalhador es t er ceir izados. Os fi scais afi r m am que, apesar de a qualifi cação exigida ser confer ida no at o da cont rat ação das t er ceir izadas, a r ot at ividade de pessoal pode fazer com que o perfi l dos t rabalhador es sej a alt erado, o que exige const ant e fi scalização. Os fi scais de cont rat o pesquisados deixam clar o que é feit a a avaliação das cont rat adas, e não dos seus em pr egados:

(13)

u m e st u do de ca so n o se t or de m in e r a çã o

r equisit ant es dos ser viços a ser em t er ceir izados. De acor do com os fi scais, além de ser em especializadas nos ser viços para os quais ser ão cont rat adas, as t er ceir izadas devem possuir idoneidade m oral e fi nanceira, pr ecisam garant ir o cum pr im ent o dos it ens cont rat uais e a qualidade do produt o fi nal e devem t er, preferencialm ent e, out ros t om ador es de ser viços.

Sét im a pr át ica: Cont r ole de r em uneração. O cont r ole da r em uneração dos t ra-balhador es t er ceir izados, ent endida com o o valor t ot al pago a eles pelas cont rat adas, foi considerada um a pr át ica em busca da qualifi cação por seis dos quinze fi scais en-t r evisen-t ados. Segundo esses pr ofi ssionais, um pacoen-t e de r em uneração aen-t raen-t ivo é capaz de r et er os em pr egados m ais qualifi cados na em pr esa t er ceir izada. Possivelm ent e, em função de haver falhas nesse sent ido, os ent r evist ados per cebem que m uit os t er ceir izados qualifi cados se candidat am a car gos ofer ecidos pela Vale em busca de um a m elhor r em uneração.

Oit ava pr át ica: Cont rat ação de ex- em pr egados. A cont rat ação de em pr esas que t êm t rabalhadores que são ex- em pregados foi cit ada por dois fi scais da em presa com o um a prát ica para garant ir a qualifi cação dos t erceirizados. Os dem ais não m encionaram essa pr át ica e, ao ser em quest ionados sobr e ela, oit o dos t r eze fi scais declararam não per ceber a r elação ent r e a pr át ica e a qualifi cação.

Const at ou- se, a par t ir da análise dos docum ent os e das ent r evist as, que a qualifi cação dos t rabalhador es t er ceir izados é um a pr eocupação da Vale e que a em -pr esa adot a -pr át icas ger enciais que acr edit a ser em capazes de m ant er t er ceir izados qualifi cados. Os ent r evist ados acr edit am que a qualifi cação dos t er ceir izados é cr ucial para a em presa, j á que é adot ado o processo de t erceirização em grande escala. Com o conseqüências da falt a de qualifi cação, foram cit adas por eles a queda da pr odut ivi-dade e da qualiivi-dade e o r et rabalho. As duas pr át icas apont adas nest a pesquisa com o as m ais ut ilizadas pelos fi scais de cont rat o são as m esm as apont adas na pesquisa de Fer nandes e Car valho Net o ( 2005) . Nas duas pesquisas, ver ifi ca- se, t am bém , a ofer t a de t reinam ent o com o a t erceira prát ica e, no caso da em presa analisada, o t reinam ent o é ofer ecido, m uit as vezes, para os t er ceir izados e os efet ivos.

Discussão

Os dados colet ados na pesquisa apont am para a necessidade de um a discussão em out r o nível, que per m it a um avanço no t em a. Salt am aos olhos, nesse sent ido, alguns aspect os que ser ão discut idos det alhadam ent e a seguir. O pr im eir o deles diz r espeit o ao ar gum ent o de a t er ceir ização const it uir um a fer ram ent a de r edução de cust os. A pesquisa suger e que não são t ão m ais baixos os cust os com t er ceir izados em r elação aos de m anut enção da m ão- de- obra pr im ar izada. O que est ar ia por t r ás da defesa int ransigent e da t er ceir ização? Hipot et iza- se que, em face do cont ext o de fragm ent ação generalizada dos t rabalhador es e suas or ganizações, a t er ceir ização const it ui um pr oj et o polít ico apr esent ado com o econôm ico ao est im ular um a com pe-t ição dar w inispe-t a enpe-t r e pe-t rabalhador es de vínculos conpe-t rape-t uais difer enpe-t es. I sso im plica um j ogo em que apenas a em pr esa ganha ao t er à sua disposição cont ingent es cada vez m aior es e m ais subm issos de em pr egados dispost os a abr ir m ão de seus dir eit os para, sim plesm ent e, per m anecer em em pr egados, não im por t ando as condições em que isso ocor ra. Esse pr oj et o ar t icula um discur so de defesa int ransigent e de cust os m enores – m esm o que efet ivam ent e não ocorra – associada a um a subm issão polít ica dos t rabalhador es.

(14)

ega-dos t er ceir izaega-dos, nessa linha de raciocínio, m anifest am um a polít ica adequada, m as adot ada pelo m ot ivo er rado, um a vez que enfoca o adest ram ent o em det r im ent o da educação, não pr om ovendo a em ancipação do suj eit o, apenas seu apr oveit am ent o pr odut ivo ot im izado, est r it am ent e de acor do com os pr opósit os or ganizacionais.

Nesse sent ido, há m esm o um em pobr ecim ent o das pr át icas de qualifi cação por que elas se desvinculam dos seus pr opósit os or iginais – a m enos que isso sej a de int eresse da organização. Ainda que as em presas at uem com o defi nidoras da dinâm ica or ganizacional, não se pode esquecer de que são em pr eendim ent os hum anos, o que im plica t er em com pr om issos, m esm o que event ualm ent e não r econhecidos, com a sociedade. A qualifi cação de em pr egados é, ant es de qualquer coisa, um esfor ço r um o à educação dos hom ens ant es de ser um inst rum ent o volt ado para seu aproveit am ent o est r it am ent e pr odut ivo, em bora os dados dessa pesquisa apont em o cont r ár io. Em pr ocessos de t er ceir ização, t al cont radição fi ca m ais evident e por que par ece não se disfar çar o pr opósit o de apr opr iação capit alist a, m esm o que sob um discur so dir ecio-nado a out r os elem ent os, com o a par cer ia e a qualidade.

O t er ceir o elem ent o se r efer e à seleção de em pr esas cont rat adas: afi nal, quem é selecionado de fat o? Com o vist o, os cont rat os for m alizam um a r elação ent r e or gani-zações, sendo evit ado, a t odo cust o, qualquer t ipo de apr oxim ação ent r e em pr egados t er ceir izados e em pr esa cont rat ant e. Exist e m esm o um pr ocesso selet ivo ou se t rat a apenas de m eras for m alidades em face de um m odelo j á est r ut urado com base na exploração da m ão- de- obra e que, por isso, se assent a sobr e aspect os que pouco ser ão m odifi cados por que “ funcionam ” no sist em a inst alado? A seleção, t alvez, sej a o pr ocesso em que se ver ifi ca, de for m a m ais concr et a e sim ult ânea, t ant o a possi-bilidade de r edução de cust os pela opção por “ r ecur sos” m ais barat os, quant o a de subm issão de t rabalhador es. Podem ser sum ar iam ent e descar t ados pr ofi ssionais que não at endam aos r equisit os dem andados, da m esm a for m a que podem ser at raídos em pr egados com perfi s ader ent es ao que se pr opõe fazer. Trabalhador es det ent or es de caract er íst icas difer enciadoras, com o out ras font es de r enda e nível de qualifi cação super ior, por exem plo, podem ser considerados pouco int er essant es para at uação nas em pr esas cont rat adas, j á que, em t ese, não se subm et er iam de for m a ir r est r it a a qualquer condição de t rabalho que lhe fosse ofer ecida. Nada m ais nat ural do que esperar que est es sej am “ evit ados” e, se possível, “ afast ados” dos dem ais, a fi m de que se possa cont ar com pr ofi ssionais de perfi l “ colaborat ivo”.

As pr át icas de avaliação das em pr esas cont rat adas, o quar t o aspect o, apr e-sent am o m esm o t ipo de pr oblem a. Com o apont ado, a avaliação de r esult ados em pr ocessos de t er ceir ização se dá no nível or ganizacional, e não no dos t rabalhador es. Um a vez que a or ganização é um a abst ração, só exist indo apenas por cont a da di-nâm ica social dos seus m em br os, com a vigência dessa lógica, quest iona- se quem é avaliado de fat o, quem deixa de ser avaliado e por quê. I nt er essar ia m esm o a esse em pr eendim ent o econôm ico que as em pr esas t er ceir izadas, e seus em pr egados, por conseguint e, sej am efet ivam ent e avaliados, ou seu papel ser ia o de apenas cust ar o m ínim o possível para que o sist em a se sust ent e lucrat ivam ent e em det r im ent o do seu baixo cust o operacional? A avaliação pode t razer à t ona, por exem plo, pr oblem as diver sos ligados ao planej am ent o, e diver gências ent r e elem ent os for m alizados, com o a m issão e a visão, e as pr át icas or ganizacionais em vigor. Por isso, t alvez, sej a m ais int er essant e vincular isoladam ent e as pr át icas de gest ão a it ens de um cont rat o de m aneira que a for m alidade legal ofusque a dinâm ica r eal da or ganização.

(15)

u m e st u do de ca so n o se t or de m in e r a çã o

– e qualifi cação, j á que a lógica suger e que pr ofi ssionais que per m anecem pr ecisam ser qualifi cados para desenvolver suas at ividades a cont ent o.

Em linhas gerais, esse pr oj et o de subm issão indiscr im inada dos t rabalhador es cr ia condições para que se for j e um desem penho de acor do com o esperado, o que a r igor colocar ia a ênfase em r esult ados em um segundo plano, j á que aspect os com o a qualidade, o foco no client e, a efi ciência na execução dos pr ocessos, por exem plo, se t or nam efet ivam ent e secundár ios em um a dinâm ica que só pr ocura alcançar um único obj et ivo: r eduzir os cust os associados ao pr ocesso pr odut ivo, subm et endo os t rabalhador es, nesse sent ido, às condições que for em j ulgadas adequadas pelos ges-t or es das or ganizações envolvidas no pr ocesso, o que ser á obj eges-t o da pr óxim a seção.

Considerações Finais

Est e t rabalho foi guiado pelo obj et ivo de analisar, sob a ót ica dos fi scais de cont rat o, as pr át icas ger enciais r elacionadas à qualifi cação de t er ceir izados e seus desdobram ent os. Tal iniciat iva se inser e em um debat e sobr e as r elações de t rabalho alt am ent e com plexo com o conseqüência das t ransfor m ações que afet am o m undo do t rabalho. No âm bit o or ganizacional, ocor r eu um int enso pr ocesso de r eest r ut uração produt iva, m arcado pela crise do fordism o e pela fl exibilização das relações de t rabalho, que levou o padr ão de em pr ego – o cont rat o de t rabalho por t em po indet er m inado – a sofr er alt erações. As or ganizações passaram a adot ar diver sas for m as de uso da for ça do t rabalho para sobreviver na nova realidade econôm ica, m arcada por índices m enores de cr escim ent o, e para se adapt ar em a um cont ext o de inst abilidade e diver sidade.

Ao analisar o caso t om ado com o base de est udo, const at ou- se que a em pr esa t er ceir iza apenas as at ividades que não const it uem sua at ividade pr incipal, adot ando pr át icas ger enciais bast ant e for m alizadas para garant ir adequadas condições de t ra-balho e de r em uneração aos t er ceir izados. As pr át icas de t er ceir ização são r eguladas pelo cont rat o fi r m ado ent r e a cont rat ant e e as t er ceir izadas e por diver sas nor m as int er nas, dispondo a em pr esa de fi scais de cont rat o especifi cam ent e pr eparados para conduzir a execução dos ser viços cont rat ados e a sua fi scalização.

Const at ou- se, a par t ir dest a pesquisa, que diver sas pr át icas de gest ão est ão sendo adot adas nessa or ganização, e que exist e a per cepção da im por t ância de t ais pr át icas para a obt enção de r esult ados posit ivos com a t er ceir ização. Ent r e as pr át icas encont radas, dest aca- se a gest ão de cont rat os, m encionada por prat icam ent e t odos os fi scais que r evelam ut ilizá- la, visando à qualidade e à padr onização dos ser viços cont rat ados, bem com o à qualifi cação dos t rabalhadores t erceirizados. O foco na gest ão de cont rat os r essalt a a im por t ância dada pela or ganização aos aspect os for m ais da cont rat ação, t ais com o prazo e qualidade, e aos aspect os r elacionados às quest ões legais, com o o cum prim ent o de norm as t rabalhist as e fi scais, de segurança no t rabalho e da legislação am bient al.

A ofer t a de pr ogram as de t r einam ent o e desenvolvim ent o, t am bém , se des-t aca com o pr ádes-t ica de gesdes-t ão na or ganização, sendo udes-t ilizada para lidar com des-t odos os desafi os, excet o o de com pr om et im ent o dos t er ceir izados. Apesar de const ant es, t ais pr ogram as t êm com o t em as pr incipais a segurança no t rabalho e as nor m as de pr ot eção am bient al, o que é com pr eensível por ser a ár ea de at uação da or ganização a de m ineração, at ividade com alt o grau de r isco e de degradação am bient al, e, por isso, fi scalizada principalm ent e nesses dois aspect os. O fat o de part e dos t reinam ent os ser oferecida, concom it ant em ent e, para efet ivos e t erceirizados pode ser considerado, t am bém , um a for m a de r edução do t em po e do cust o do t r einam ent o.

(16)

A pesquisa indica, ainda, que a t er ceir ização est á sendo am plam ent e ut iliza-da pela em pr esa est uiliza-dailiza-da, e que pr át icas de gest ão são necessár ias para que seu desem penho cor r esponda às expect at ivas. A coor denação dos pr ocessos de t rabalho de vár ias pessoas, nos m ais diver sos t ipos de vínculos cont rat uais, com t rat am ent o difer enciado no t ocant e a condições de t rabalho e r em uneração, sem dúvida, r equer novas r espost as dos gest or es. A capacidade de com binar int er esses bast ant e confl i-t ani-t es, para dizer o m ínim o, num quadr o r eplei-t o de paradoxos que, por vezes, par e-cem insolúveis, apr esent a m uit os desafi os a ser em superados para que os benefícios da fl exibilização dos cont rat os de t rabalho sej am sust ent áveis no m eio em pr esar ial. Espera- se que est a pesquisa im pulsione a realização de out ras, e que o m eio acadêm ico possa cont r ibuir, efet ivam ent e, para a evolução das pr át icas de gest ão que lidam com os m últ iplos vínculos cont rat uais, quando est es r ealm ent e se fi zer em necessár ios.

Referências

ALVES, G. O novo ( e pr ecár io) m undo do t r abalho. São Paulo: Boit em po, 2000. AMATO NETO, J. Reest r ut uração indust r ial, t er ceir ização e r edes de subcont rat ação.

Revist a de Adm inist r ação de Em pr esas, São Paulo, v.35, n.2, p.33- 42, abr./ j un.

1995.

ANTUNES, R. Os sent idos do t r abalho. São Paulo: Boit em po, 1999. BARDI N, L. Análise de cont eúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BRAGA, C. F. Ter ceir ização em t ecnologia de infor m ação: m ot ivador es e

conseqüências. Rio de Janeir o: I nst it ut o Coppead de Adm inist ração, Univer sidade Federal do Rio de Janeir o, 1998.

BRESCI ANI , L. P. Flexibilidade e r eest r ut uração: o t rabalho na encr uzilhada. São

Paulo em Per spect iva, São Paulo, v.11, n.1, p.88- 97, 1997.

CARVALHO NETO, A. M. Relações de t r abalho e negociação colet iva na vir ada do

m ilênio. Pet r ópolis: Vozes, 2001.

COLBARI , A. Educação cor porat iva e desenvolvim ent o pr ofi ssional na dinâm ica sócio- cult ural das em pr esas. Civit as, Por t o Alegr e, v.7, n.1, p.9- 34, j an./ j un. 2007. COSTA, M. S. Ter ceir ização/ par cer ia e im plicações no âm bit o j ur ídico- sindical.

Revist a de Adm inist r ação de Em pr esas, São Paulo, v.34, n.1, p.6- 11, j an./ m ar.

1994.

CVRD. Com panhia Vale do Rio Doce. Cont r at ação na CVRD. I t abira: CVRD, 2005a. _______. Pr át ica de gest ão de cont r at os. I t abira: CVRD, 2005b.

_______. Ter ceir ização na CVRD. I t abira: CVRD, 2005c.

_______. Decisão da Dir et or ia Execut iva de 2003. I t abira: CVRD, 2003.

_______. Decisão do Conselho de Adm inist r ação de 1999. I t abira: CVRD, 1999. DEDECCA, C. S. Reor ganização econôm ica, absor ção de m ão- de- obra e

qualifi cação. Revist a de Econom ia Polít ica, São Paulo, v.22, n.2, p.59- 78, abr./ j un. 2002.

_______. Racionalização econôm ica e het er ogeneidade nas r elações e nos m er cados. I n: OLI VEI RA, C. A. B.; MATTOSO, J. E. ( Or g.) . Cr ise e t r abalho no

Br asil. São Paulo: Scr it t a, 1996. p. 55- 86.

(17)

u m e st u do de ca so n o se t or de m in e r a çã o

EI SENHARDT. K. M. Building t heor ies fr om case st udy r esear ch. Academ y of

Managem ent Review , Br iar cliff Manor, v.14, n.4, p.532- 550, out . 1989.

FARI A, A. Ter ceir ização: um desafi o para o m ovim ent o sindical. I n: Mar t ins, H. S.; RAMALHO, J. R. ( Or g.) . Ter ceir ização: diver sidade e negociação no m undo do t rabalho. São Paulo: Hucit ec/ CEDI / NETS, 1994. p. 41- 61.

FERNANDES, M. E. R.; CARVALHO NETO, A. M. As pr át icas ger enciais fr ent e aos pr incipais desafi os apont ados pelas m aior es em pr esas brasileiras na gest ão de t er ceir izados. I n: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCI AÇÃO NACI ONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUI SA EM ADMI NI STRAÇÃO, XXI X, 2005, Brasília. Anais... Brasília: ANPAD, 2005.

FRANCO, M. C. A r essignifi cação da for m ação pr ofi ssional super ior no cont ext o da globalização. Apor t es, Puebla, v.I V, n.16, p.95- 106, j an. 2001.

GARCI A, F. C.; VI EI RA, A. Sobr e o conceit o de qualifi cação: t eor ia e pr át ica. I n: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCI AÇÃO NACI ONAL DE PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUI SA EM ADMI NI STRAÇÃO, XXVI , 2002, Salvador. Anais... Salvador : ANPAD, 2002. GI OSA, L. A. I I I pesquisa nacional sobr e t er ceir ização nas em pr esas. São Paulo: Cent r o Nacional de Moder nização, 2005.

_______. A. Ter ceir ização: um a abor dagem est rat égica. São Paulo: Pioneira, 1993. GODOY, A. S. Pesquisa qualit at iva: t ipos fundam ent ais. Revist a de Adm inist r ação de

Em pr esas, São Paulo, v.35, n.3, p.20- 29, j ul./ set . 1995.

LEI TE, M. P.; POSTHUMA, A. C. Reest r ut uração pr odut iva e qualifi cação: r efl exões sobr e a exper iência brasileira. São Paulo em Per spect iva, São Paulo, v.10, n.1, p.63- 76, 1996.

LI PNACK, J.; STAMPS, J. Rede de infor m ações. São Paulo: Makr on Books, 1994. MACHADO, L. Mudanças t ecnológicas e a educação da classe t rabalhadora. I n: MACHADO, L.; NEVES, M; PI NTO, A. M. R.; FRI GOTTO, G. ( Or g.) . Tr abalho e

educação. 2.ed. Cam pinas: Papir us, 1994. p. 9- 23.

NASCI MENTO, Z. M. A. A r elação ent r e qualifi cação pr ofi ssional e a r einser ção pr odut iva: o caso dos bancár ios do Banest ado. Educar , Cur it iba, v.27, p.259- 276, 2006.

PAI VA, O. O novo par adigm a de desenvolvim ent o. Cam pinas: Papir us, 1993. POCHMAN, M. O em pr ego na globalização. São Paulo: Boit em po, 2001.

PURCELL, K.; PURCELL, J. I n- sour cing, out sour cing, and t he gr ow t h of cont ingent labour as evidence of fl exible em ploym ent st rat egies. Eur opean Jour nal of Wor k and

Or ganizat ional Psychology, London, v.7, n.1, p.39- 59, m ar. 1998.

RYNGELBLUM, A. L. Relacionam ent o ent r e desiguais: o papel da t er ceir ização na r eest r ut uração das grandes em pr esas. I n: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCI AÇÃO NACI ONAL DE PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUI SA EM ADMI NI STRAÇÃO, XXI I I , 1999, Foz do I guaçu. Anais... Foz do I guaçu: ANPAD, 1999.

SARSUR, A. M.; CANÇADO, V. L.; FERNANDES, M. E. R.; STEUER, R. S. Repensando as r elações de t rabalho: novos desafi os fr ent e aos m últ iplos vínculos de t rabalho. I n: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCI AÇÃO NACI ONAL DE PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUI SA EM ADMI NI STRAÇÃO, XXVI , 2002, Salvador. Anais... Salvador : ANPAD, 2002.

SEGNI NI , L. R. P. Educação e t rabalho: um a r elação t ão necessár ia quant o insufi cient e. São Paulo em Per spect iva, São Paulo, v.14, n.2, p.72- 81, 2000.

SHARPE, M. Out sour cing, or ganizat ional com pet it iveness and w or k. Jour nal of Labor

(18)

SI LVA, R. A. R.; ALMEI DA, M. C. Ter ceir ização e quar t eir ização: indicat ivos est rat égicos para im plem ent ação. I n: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCI AÇÃO

NACI ONAL DE PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUI SA EM ADMI NI STRAÇÃO, XXI , 1997, Rio das Pedras. Anais... Rio das Pedras: ANPAD, 1997.

_______; SOUZA, R. C. S. Casos e descasos da t er ceir ização na adm inist ração pública: apont am ent os, per cepções e r efl exões em ór gãos de Minas Gerais. I n: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCI AÇÃO NACI ONAL DE PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUI SA EM ADMI NI STRAÇÃO, XXVI I I , 2004, Cur it iba. Anais... Cur it iba: ANPAD, 2004. SI LVEI RA, A. D.; SARATT, N.; MORAES, R. P. Um passo além da t er ceir ização: a t ransfer ência de at ividades e t ecnologia. Por t o Alegr e: Badej o, 2002.

VI EI RA, A.; LUZ, T. R. Do saber aos saber es: com parando as noções de qualifi cação e de com pet ência. Or ganizações & Sociedade, Salvador, v.12, n.33, p.93- 108, abr./ j un. 2005.

YI N, R. K. Est udo de caso: planej am ent o e m ét odos. Por t o Alegr e: Bookm an, 2004.

Ar t igo r e ce bido e m 1 9 / 1 1 / 2 0 0 8

Últ im a v e r sã o r e ce bida e m 2 2 / 0 1 / 2 0 1 1

Referências

Documentos relacionados

O presente trabalho foi realizado em duas regiões da bacia do Rio Cubango, Cusseque e Caiúndo, no âmbito do projeto TFO (The Future Okavango 2010-2015, TFO 2010) e

dois gestores, pelo fato deles serem os mais indicados para avaliarem administrativamente a articulação entre o ensino médio e a educação profissional, bem como a estruturação

O “tempo necessário” para as atividades complementares foi definido no tópico “Objetivos e Metas”, no qual apresentou duas metas referentes ao eixo da jornada de

O presente trabalho objetiva investigar como uma escola da Rede Pública Municipal de Ensino de Limeira – SP apropriou-se e utilizou o tempo da Hora de

Além desta verificação, via SIAPE, o servidor assina Termo de Responsabilidade e Compromisso (anexo do formulário de requerimento) constando que não é custeado

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Declaro que fiz a correção linguística de Português da dissertação de Romualdo Portella Neto, intitulada A Percepção dos Gestores sobre a Gestão de Resíduos da Suinocultura: