DICIONÁRIO
DE DERMATOLOGIA
LÍDIA ALMEIDA BARROS
D
ICIONÁRIO
(Coord.)
D
ICIONÁRIO
Editora afiliada:
Fundação Editora da UNESP (FEU) Praça da Sé, 108
01001-900 – São Paulo – SP Tel.: (0xx11) 3242-7171 Fax: (0xx11) 3242-7172 www.editoraunesp.com.br feu@editora.unesp.br
CIP – Brasil. Catalogação na fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
D542
Dicionário de dermatologia / Lidia Almeida Barros. - São Paulo : Cultura Acadêmica, 2009. Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7983-034-1
1. Dermatologia - Dicionários. 2. Pele - Doenças - Dicionários. I. Barros, Lidia Almeida.
09-6241 CDD: 616.5003
CDU: 616.5(038)
João Roberto Antônio
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp)
Carlos Roberto Antônio
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp)
Tânia Regina Andrade Barbon
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp)
Vânia Salles de Moraes Rodrigues
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp)
Fausto João Forin Alonso
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
(
in memoriam
)
Sebastião Roberto Taboga
Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de São José do Rio Preto
Mirian Maria Delbem Belão
Maurizio Babini – Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce)
da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de São José do Rio Preto
Alunos
Aline Grippe
Ana Carolina Tamburi Maciel de Pontes
Ana Maria Ribeiro de Jesus
Ana Silvia Schitini
Cristina Lopes Martins
Diogo Silva Carvalho
Eliana José dos Santos
Érica Cristina Ranzani
Evandro Gimenez
Fabiana Arioli
Flávia Ayla Kiill
Francine de Assis Silveira
Francine Ferraz da Silva
Gildaris Pandim
Gilvana Letícia Zambon
Ivanir Azevedo Delvizio
João Carlos de Oliveira Campos
Joice Rodrigues Zorzi
Karine Marielly Rocha da Cunha
Kerlly Maria Souza Pradella
Laís Cristina Lopes da Fonte
Larissa Alonso Zago
Lílian Cristine Maziero
Lílian Francisco
Lívia Ricci Costa
Luciano Rodrigo de Araujo
Mariana Ruggiero Colombo
Marina Chahine Manzatto
Marina Soares Caproni
Nilton Ferreira Júnior
Paula Jaen Lopes
Vanessa Barato
Vanessa Paula Seco Oliveira
Viviane Do Amaral Ferini
Viviane Teixeira Rodrigues
Wagner Aguiar de Toledo
Yaël Aufort
Apesar do grande desenvolvimento da Dermatologia, não há, no Brasil,
dicionários especializados nessa área do saber produzidos com base em
mo-delos científicos linguísticos.
O trabalho que ora apresentamos à comunidade é fruto de seis anos de
pesquisas. O projeto foi idealizado e desenvolvido no Instituto de Biociências,
Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da Universidade Estadual Paulista de São
José do Rio Preto, sob a coordenação da professora Lídia Almeida Barros.
O projeto recebeu auxílio financeiro do Conselho Nacional de
Desen-volvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Pró-Reitoria de
Pós-Gra-duação e Pesquisa da Unesp.
No âmbito do projeto, alunos de Pós-Graduação e de Graduação
desen-volveram inúmeras pesquisas específicas, totalizando 60 subprojetos, mais
da metade financiada por bolsas de estudos concedidas pela Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), CNPq e Fapesp.
Esta obra pretende contribuir para a difusão de informações sobre
Dermatologia e sua terminologia, de modo a facilitar a comunicação entre a
população e os especialistas da área.
A nomenclatura
O
Dicionário de Dermatologia
compõe-se de 3697 termos (aprox. 1650
definidos, acrescidos de seus sinônimos), registrando todas as designações
encontradas para um mesmo conceito, sejam elas termos científicos, nomes
populares, regionais, siglas ou ainda termos utilizados preferencialmente por
uma ou outra corrente teórica da Dermatologia.
Esse procedimento visa permitir que qualquer pessoa que venha a ter
conhecimento de um termo ligado à Dermatologia e não conheça seu
signi-ficado encontre sua definição. Também se pensou no fato de que nem
sem-pre os especialistas concordam com a denominação dada a uma doença e
cunham seus próprios termos, utilizando-os em suas obras didáticas ou
cien-tíficas. Nesse caso, os estudantes de Medicina, por exemplo, ao lerem textos
de mais de um especialista, encontram dificuldade em compreender que,
apesar das denominações diferentes, trata-se da mesma doença. Nosso
di-cionário permite que o estudante elucide essa questão, uma vez que registra
todos os termos que designam o mesmo conceito.
Partes da obra
O
Dicionário de Dermatologia
compõe-se de duas partes principais:
1. conjunto de termos organizado em ordem sistemática (sistema
conceptual);
2. verbetes ordenados alfabeticamente.
Desse modo, o leitor poderá encontrar facilmente o termo que procura
(seguindo a ordem alfabética) e ter uma visão clara do lugar que esse termo
ocupa dentro do conjunto das unidades terminológicas tratadas na obra
(se-guindo a ordem sistemática).
Termos em ordem sistemática
O conjunto terminológico que compõe a nomenclatura do
Dicionário de
Dermatologia
foi organizado em um sistema conceptual, ou seja, em um
sis-tema estruturado de termos e conceitos construído com base nas relações
estabelecidas entre esses e no qual cada termo é determinado por sua
posi-ção dentro do conjunto. Assim, todos os termos que designam ramos da
Dermatologia, partes do sistema tegumentar, lesões e dermatoses foram
or-ganizados em uma estrutura hierárquica, que vai do mais genérico ao mais
específico.
O sistema conceptual (Termos em ordem sistemática) encontra-se no
início da obra, de modo que o leitor possa ter uma visão de conjunto dos
itens que a compõem. Esse sistema está subdividido nos seguintes campos
conceptuais:
1. Dermatologia e seus ramos;
2. Sistema tegumentar;
3. Lesões;
4. Dermatoses.
4.1. Dermatoses Metabólicas
4.2. Dermatoses Auto-imunes
4.3. Dermatoses Pustulosas Amicrobianas
4.4. Dermatoses Basicamente Papulosas
4.5. Discromias
4.6. Eritemas
4.7. Dermatoses eritematoescamosas
4.8. Eczemas, dermatites e eczemátides
4.9. Buloses
4.10. Dermatoses atróficas
4.11. Dermatoses escleróticas
4.12. Dermatoses atróficas e escleróticas
4.13. Hipodermites
4.14. Afecções Vasculares
4.15. Dermatoviroses
4.16. Zoodermatoses
4.17. Pruridos
4.18. Prurigos
4.19. Urticárias
4.20. Angioedemas
4.21. Bacterioses
4.22. Micobacterioses
4.23. Treponematoses
4.24. Micoses
4.25. Afecções sebáceas
4.26. Afecções Granulomatosas
4.27. Doenças Sexualmente Transmissíveis
4.28. Dermatoses pré-cancerosas
4.29. Neoplasias epiteliais
4.30. Disembrioplasias Cutâneas e Genodermatoses
4.31. Farmacodermias
4.32. Fotodermatoses
4.33. Afecções das mucosas
4.34. Onicopatias
4.37. Afecções das glândulas sudoríparas écrinas
4.38. Afecções das glândulas sudoríparas apócrinas
4.39. Afecções auriculares
4.40. Afecções dos pés
4.41. Dermatoses psicogênicas
4.42. Cirurgias dermatológicas
O sistema conceptual evidencia as relações que os termos mantêm entre
si, permitindo ao leitor situar o termo que procura entre seus próximos. Nesse
sistema, a posição de cada termo no âmbito de um campo conceptual é dada
pelo símbolo de classificação, que consiste no código numérico que precede
os termos. Assim, temos:
4.16. Zoodermatoses, dermatoses zooparasitárias, dermatozoonoses,
infecções cutâneas zooparasitárias
4.16.1. Leishmaniose
4.16.1.1. Leishmaniose cutânea, leishmaniose do Velho Mundo,
botão do Oriente, bolha do Oriente, úlcera do Oriente
4.16.1.2. Leishmaniose cutaneomucosa, leishmaniose
mucocutâ-nea, leishmaniose do Novo Mundo, leishmaniose
naso-faríngea, leishmaniose (tegumentar) americana
4.16.1.2.1. Espúndia, úlcera dos chicleros, doença de Breda
...
leishmaniose cutânea
tem como símbolo de classificação 4.16.1.1. Esse
código indica que a doença é um tipo de leishmaniose (4.16.1.) que, por sua
vez, é um tipo de zoodermatose (4.16).
Por vezes, apenas um termo designa a doença (ex.: leishmaniose), porém
a sinonímia é um fenômeno corrente na terminologia da Dermatologia. Nos
casos em que há mais de uma denominação para a mesma doença, esses
si-nônimos são todos arrolados na sequência sob um mesmo símbolo de
classi-ficação. Por esse motivo
leishmaniose cutaneomucosa, leishmaniose
mucocutâ-nea, leishmaniose do Novo Mundo, leishmaniose naso-faríngea, leishmaniose
(tegumentar) americana
encontram-se classificados em um mesmo código
Modelos de verbetes
Os verbetes de nosso dicionário são de dois tipos: principais e
remissi-vos. Os primeiros contêm as informações relativas ao conceito designado
pelo termo-entrada e se compõem, de forma padrão, dos seguintes campos:
entrada, categoria gramatical, definição, outras designações e símbolo de
classificação. O campo Outras designações registra toda expressão que
designa o mesmo conceito que o termo-entrada. O Símbolo de
classifica-ção constitui o símbolo numérico que indica a posiclassifica-ção que o termo ocupa no
sistema conceptual. O exemplo abaixo evidencia esses dados:
leishmaniose tegumentar difusa: S f leishmaniose cutaneomucosa atribuída à
Leishmania pifanoi. Surge um nódulo, seguido de manchas eritematosas, que se infiltram. Há também lesões nodulares disseminadas e placas papulonodulares, que podem ulcerar, assumindo aspecto vegetante ou verrucoso. As lesões podem apresentar-se isoladas ou coalescentes. As lesões localizam-se na face (com predi-leção pelas orelhas), no tronco e nas extremidades. Outras Designações:
leishmaniose pseudolepromatosa, leishmaniose anérgica. Símbolo de classifi-cação: 4.16.1.2.2.
cat. gram. Termo-entrada
definição
Outras denominações do mesmo conceito
definido. Código numérico que indica a
qual(ais) campo(s) o termo pertence no sistema conceptual
Alguns termos podem constar em mais de um campo conceptual,
de-pendo do critério de classificação adotado para a organização do campo.
Nesses casos, o verbete correspondente indicará mais de um símbolo de
clas-sificação e, quando pertinente, uma observação constará do verbete e trará
mais detalhes sobre esse dado. Um exemplo dessa situação é a que segue:
aspecto de placa irregular. No início apresenta lesões róseas e moles, que posterior-mente tornam-se esbranquiçadas, de firmeza incomum e inelásticas. O número de lesões depende do número de cicatrizes. Localiza-se em qualquer região do corpo (exceto regiões palmoplantares e couro cabeludo), com predileção pelo tronco e membros. Ocorre na derme e tecido subcutâneo adjacente. Obs.: É também classi-ficada como uma dermatose esclerótica. Outras Designações: - Símbolo de clas-sificação: 4.29.10.1.3.; 4.11.3.
Desse modo, o símbolo de classificação 4.29.10.1.3. indica que queloide
é uma neoplasia cutânea benigna de origem mesenquimal e foi assim
classi-ficado no respectivo campo; o símbolo 4.11.3. (separado do primeiro por
um ponto-e-vírgula) informa que queloide é igualmente uma dermatose
esclerótica e, se o leitor consultar esse campo no sistema conceptual,
encon-trará o termo classificado lá também.
Essa informação é explicitada no campo Obs.: (observação), como se
verifica no exemplo acima: “Obs.: É também classificado como uma
dermatose esclerótica.”
A terminologia da Dermatologia conta com termos polissêmicos, ou seja,
que possuem mais de um significado ou que, pelo menos, podem ser vistos
sob dois aspectos distintos. É o caso, por exemplo, de
abscesso
. De fato, esse
termo designa tanto um tipo de lesão quanto uma dermatose cuja
manifes-tação na pele se dá preponderantemente pela lesão homônima.
Para distinguir essas acepções optamos por apresentar as informações em
verbetes diferentes, identificados por uma numeração sobrescrita, como
podemos observar nos exemplos abaixo:
abscesso1: S m coleção líquida causada por inflamação, caracterizando
abscesso2: S m piodermite causada por estreptococos e, eventualmente, por estafilococos.
É um quadro agudo, caracterizado pelo aparecimento de edema flutuante, circuns-crito e mais ou menos pronunciado, que tende à supuração. A lesão tem tamanho variável e poder estar acompanhada de eritema, calor e dor (abscessos quentes) ou não (abscessos frios). São observados, ainda, fenômenos gerais, como febre, calafrios e vômitos. Atinge a hipoderme, localizando-se no interior de um tecido, órgão ou qualquer região do corpo. Outras Designações: apostema, postema, abcesso. Sím-bolo de classificação: 4.21.1.12.
Número sobrescrito
A decisão de fazer a distinção por meio de verbetes separados (seguindo,
portanto, uma orientação da Terminologia clássica e não da Lexicografia)
levou em consideração a organização de verbetes menos carregados de
da-dos, procurando, assim, facilitar a leitura dos mesmos.
Os verbetes remissivos têm a função de orientar o leitor sobre o percurso a
seguir para que o mesmo encontre a informação que deseja. O modelo de
verbete dessa natureza compõe-se dos seguintes campos: termo-entrada,
ca-tegoria gramatical, marcas de uso (quando houver, por ex.: popular, antigo
etc.), remissiva
Ver
e o termo que encabeça (é entrada do) o verbete principal,
onde se encontram os dados que o leitor procura. Alguns exemplos são:
matacanha: s f (Angol., Moç. e Santom.) Ver: tungíase.
mijo-de-aranha: s m (pop., Al.) Ver: herpes simples.
acne necrótica: s f (impr.) Ver: foliculite necrótica.
doença venérea: s f (desus.)Ver: doença sexualmente transmissível.