INDISSOCIABILIDADE ENSINO/PESQUISAlEXTENSAO:
BUSCANDO A ESSENCIA E ENGENDRANDO 0
NOVO
Josicelia Dumet Fees·
RES UMO:
A autora , objetivando un patamar critico de compreensao da indissociabi
l idade Ensino/Pesquisa/Etensao no trabalho da doc�ncia em enfermagem, apresenta
uma aproima;ao renovada da composiao dessas unyaes acad�mias com a
realidad e , onde as mesmas se desenvolvem. Nessa aproximayao sao explicitadas as
contradiyaes e conflitos que perpassam a triade, buscando aminhos para transfor
mayao da realidade.
ABSTRACT: The a uthor, aiming at evaluating Teaching I Researching I Field Sevices
("Etension') as pats of a single, unbreakable unit in the n u sey teaching process,
suggests a contin ued exchange between the aademic unctions and the reality
s u rro u nding it. I n this exchange the contradictions and conlits that are involved in the
triad become clear, seeking ways of transforming reality.
UNITERMOS :
Ensino/Pesquisa/Etensao - Atividades Aademicas - Enfermagem.
1 .
INTRODU�AO
As veseas de
n novo seclo, vive-se
un
con
texto de ade inquieta;ao social
e
de poundas
muan�as cienticas/tecnologicas,
0
que leva
i
ne
cessidade de elexao sobe
as
p
it
i
cas or
nos
desem
ehadas, p
r
oc
u
ndo
-
s
e compeeder a essecia
das
mesmas e emetedo-se,
sem dvida, ao engenda
mento do novo.
Essa necessidade,
no mbito das universidades,
passa or un pocesso de evisao
das fun;Oes de
Esino, Pesquisa e
Extensao, com efase
no seu
com
pomisso com a sociedade civil, que esta a eigir
na
academia enovada paa a entada no novo milenio.
o
tea
indissociabilidade EnsinoPesquisEx
tensao (EPE)
MOe popiamente uma novidade s
co
ita;
o
e
s
academics brsileias;
0novo, entetnto,
consiste
no tratamento que essa iade deve merecer
fente
i
ecente conj untua, onde as mudan;as
asociedade estao se aceleando e nos desaiado a
inteVir as mesmas.
No
cotidiano do ambito univesitano, obseVa-se
que
a indissociabilidade EPE ten side objeto dos
mais
variados
debates e controversias; noa-se
am
ben
que eia ten side intepetada
edives foms,
dando margem a disto�oes sigicativas ao interior
da via academica basileia; obseva-se, ia,
qe
eia ven sendo tatada,
or
ua gane pacela uni
versimia, como a comosi�o
eun;oes seaa
das
ou sepiveis que, ucionalmente, sao jutadas
pa fomr un todo que, inteagindo e iteelc
i
o
nando-se, formm
uma unidade itei, completa,
desenvolvendo-se
em di;ao a uma rmonia ente
as pates. Essa e
uma conce�ao da indissocibilidade
EPE
que supOe, equivocaamene, a inexistencia de
conlitos e contadi;oes que esao consubstanciados
i realidade, reduido, ao coidiano individual, toa
a istoiciade do saber acadeico.
Conraindo esse etendimento,
0pesene esu
do, visando buscar
un
atamar citico
de comp
e
en
sao da indissciabilidade
EPE, costitui-se nua
aproima;ao renovada
acomosi;ao dessas
res
fun;OeS acadeicas,
d
e
s
em
eha
das or
enfemei
ros, com a realidade onde as mesmas
s
e
desenvolvem.
Essa apoima;ao aonta
paa a diunica do eal,
e
xp
licita
n
d
o
as c
on
t
a
d
i;
oes e os conlitos que e
r
passam, a tiade, objetivado
0
des
e
n
ca
d
eam
ento da
Professora Visitante a Escola de Enfenagem da Universidade Federal da Bahia.
elexão critica e da busca de caminhos para a tans formação da realidade.
Nesse entendimento, pocuar-se-á, de acordo com a contemoraeidade atual, buscar a compreen são da indissociabilidade EPE a sua totalidade, o que signica que a mesma deve ser alisada em elação a si mesma e o todo social, isto é, em relação àqueles elementos que deinem sua própria atureza - sua essência. Assi, a nálie das funções acadêmicas do enfereiro está, neste estudo, alicerçada em algo como uma visão de conjunto da parcela da realidade estudada. Nesse asecto, concordo com KONDER(5) quado este esclarece que a visão de conjunto é sempe provisória, não pretendendo esgotar a realia de a que ela se refee, ois essa realidade é mis rica que o conhecimento que se tem del� havedo sempre algo que escapa as nossa sínteses. Essas sínteses constituem a visão de conjunto que emite ao ho mem descobrir a estrutua sigicativa da realidade com que se defronta uma determinada situação. E é essa estutura signiicativa que a visão de conjunto proporciona - que é chmada de totalidade.
Vale salientar, também, que a dialética da totali dade concreta não é um método que preteda capar e exaurir todos os aspectos, elações e pocessos da ealidade, oferecendo um quadro total da iinidade da realidade esudada, ois o conhecimento humano ão ode, jamais, abranger todos os fatos. A totalia de é aeas um momento de um pocesso de toalia ção que, or sua vez, nunca alcaça uma eapa dei nitiva e acabada.
2. APRESENTANDO A REALIDADE
Em que pesem algumas exceções, a prática pe dominante no cotidiano da efemagem as institui ções acadêmicas tem sido aquela em que l mesmo proissional, acreditando estar operndo a indissocia bilidade EPE, distribui sua carga hoária com essas três atividades acadêmicas, como atividades isolads, sem enhuma conexão entre as mesmas, dirigidas a clientelas e interesses diversiicados.
Obseva-se também, com muita frequência, uma predominncia da unção de Esino sobre as demais, acarretando uma secundariação da Pesquisa e Exten são, que ocoem à margem da estutura e das instân cias formais da istituição. Essa centrl idade da e produção do conecimento sobre a prdução do co nhecimento e apresentação de seviços à comunidade, toa-se mais agravada a medida em que existem instituições acadêmicas que contatam docentes
ae-s para exercer a função de Esino, sem enhuma exigência com a Pequia e a Extesão; a esuua administrativa é monada paa fazer uncior o aa rato de Esio. Nesses casos, o profesor desenvolve um Ensino emobrecido, imitativo, livesco, ão e lexivo, de mea transmisão de conecimento e com pouca elação com os problemas e necessiddes de saúde da sociedade onde está iserido; o aluno ecebe uma foração sem nenhum preparo paa ser equi sador, quado, a verdade, a motivação paa esse preparo deve emergir a patir a graduação, sendo de:senvolvida ao longo de sua formação cotiuada.
Veriica-se ainda, o dia-adia dos enfermeiros docentes, o desevolvimento de ua quanidade sig niicativa de esquisas desviculaas do seu pricipal laboatório - os seviços - estudando problemas rela tivamente sueiciais, gerados em gabietes, sem intevir nos problems de saúde da região onde estão inseridos.
Observa-se, assim, uma dicotomia entre as tês
fuções acadêmicas da enfemagem, de l mdo que
a Pesquisa ão alimenta o Ensio, nem seve de refeência paa os seviços; da mesma form� a Ex tensão ão tem tido uma interação signicativa entre a Pesquisa e o Ensino.
Essa ealidade toa-se mais complexa quando se costata que ministérios e órgãos inanciadores esta belecem progamas e elaboram orçamentos com alo cação de ecursos destinados ao fomento isolado do Ensino, da Pesquisa e da Extensão(9), foalecendo a dicotomia ente essas unções acadêmicas, além de amplir a diiculdade na concretização da idissocia bilidade ente as mesmas e de estabelecer uma ierar quia de imortância de uma sobre as outas, como se fossem insâncis quantiicadas ou quantiicáveis.
Disso se coclui que o processo formativo do aluno ão está sedo considerado como ineente ao prcesso de produção do conhecimento e à elação constante com a sociedade, desenhando-se, assim, um forte distanciamento entre as funções acadêmicas.
Esses distanciamento ou dicotomia existente en te as fuções acadêmicas ão é inocente; ele se insere num quado de coelação de forças em jogo o interior da sociedade e, por isso mesmo, não ode ser analisado liearmente, em apreendido isoladamente e desaticuladamente do todo social, como se fosse constituído a pópria enfermagem, lijado do seu
conteúdo histórico e dos conlitos sciais.
A compeensão da indissociabilidade EPE, de mémda sua iserção num quadro contendo
dades e pobleas pr6prios da sociedade brsileia e,
por isso mesmo, deve artir de ua relexao de como
se constitiu a realidade existente
s
instituiyoes
academicas, o que diz espeito as suas funyOes prio
riiias.
Toa-se necessrio, portanto, ua apoxiayao
dessa ealidade com a sociedade a sua dimensao
scial e ist6ica, a im de econtrarmos cainos
etinentes paa a sua tansformayao. Nesse aspecto,
cocodamos com CURy(I ), quando nos lembra que
paa a tansformayao da ealidade
e
preciso 0 conhe
cimento da mesa, e que essa realidade, s6 ode ser
conhecida na sua totlidade, quado se conhece sua
dimensao hist6rica e social, compreendendo, assim,
a unidade dialetica da estrutua e suerestutua, onde
o homem
e
recoecido como sujeito da paxis.
3.
BUSCANDO A ESS ENCIA
Como nos ensia KOSIK(7), . . .
as coisas nao se
mostram ao homem tal qual sao; e, como
0homem
nao tem
aJaculdade de ver
scoisas diretamente na
sua essen
cia, a humanidade
Jaz uma volta (detour)
para
conhecer a
s coisas
e
a sua estrutura.
Isto signi
ica que a essencia, ao conirio do fenomeno, oo se
mifesta direamente, e que 0 fudamento oculto das
coisas deve ser descobeto mediante ua atividade
peculiar.
Aexistencia do real e as fomas fenomeni
cs da realidade sao difeentes e, muits vezes, abso
lutamente conadit6rias com a
lei
do fenomeo, com
a estutua da
coisa
e, potanto, com 0 seu nucleo
inteno essecial e o seu conceito corresondente(7).
Existem inteferecias e aticulayoes diversas; e
preciso ir alem da apaencia, veriicar 0 que, efetiva
mente, ocorreu, que cainhos foram ou estao sendo
trilhados, que intefeencias efetivas se aifesam,
muito paa alem daquilo que esi expresso a eal ida
de que a n6s
e
apresentaa.
Nesse entendimento,
0enfermeiro deve ter a
c1areza de que a
indissociabilidade EPE, na sua toa
lidade,
oo se da a conhecer
imediatamente e facil
mente, emboa ela Ihe seja imediatamente accessivel
na forma das aparencias, isto
e, na
sua epesenta9ao,
opiiao e e
x
e
ri
e
c
i
a
.Isto, contudo, nao
leva
0enfer
meiro
a
essencia
da indissociabilidade EPE.
0
conhe
cimento verdadeio
dessa ealidade deve ultrapassar
as aparencias paa chegar
a
essencia
do
fenomeno.
Nao basta, portanto, a
primeia
e p
i
m
a
ri
a
impressao,
como no caso de proissionais que, dividindo seu
tempo em atividades de
Esino, Pesquisa e Extensao,
absolutamente
dicotomiaas uma das outas,
ten a
3 8
R. Bras. Enferm. Brasilia, v. 47, n. I, p. 36-41 , jan. imar. 1 994convicyao de que esIo exercendo a indissociabilida
de entre s tres funyOeS academic as.
Da mesa forma, quado do primeio contato
com
a
Lei
5.540
de novembro de 1 968, alguns prois
sionais, deixando-se levar ela aparecia, imm
que a indissociabilidade EPE
e
preceituada, determi
nada, normatizada, implantada
ela Lei da Refora
Universiiria. Enetanto, ao se ealizar uma investi
ga930 mais rigoosa, oder-se-a veicar que aquele
texto legal ten ua
aparente preocupa9ao
com a
qualidade acadeica, pois a intencionaliade dessa
peOCUpay30
e
ben difeente da que esi especiicada
na eferida Lei(3).
A
indissociabilidade EPE se maifesta, aaves
da Reforma Universiiria, como
n
c1aroescuro de
verdade e engano, sedo, por isso mesmo, imprescin
divel buscar a sua essencia para que se possa apeen
de-lao Essa busca implica em indagar, investigar,
explicitar como aquela tiade se maifesta e, ao mes
mo tempo, se escode
s
politicas de moderniza9ao
do ensio basileio no p6s-68.
A
modeniza9ao
supa-citada aconteceu no bojo
de un conjunto de projetos de
modeniza9ao
do sis
tea educacional, representados pelas reformas edu
cacioais implantadas pelo goveno fedeal ap6s 0
movimento de
1964.
Esses pojetos constituiam-se
como esposas a un conjunto de movimentos de
estudantes e intelectuais, que c1amavam por
mudan-9as e modeia90es educacionais. Entretanto, as
modeiza90es deandadas elos movimentos or
refomas educacionais nao erm as mesas moder
nizayOes estabelecidas elos projetos gove
m
en
tais(8).
Os movimentos por mudanyas educacionis, ini
ciados a patir da decada de
50,
almejavam ua
Uiversidade envolvida no contexto das exigencias
de trasformayao da realidade social, isto
e,
ua
universidade existecialmente estendida
a
sociedade
e compromeida com s ecessidades concretas da
popula9ao. Essas e outas iniciativs dos esudantes e
intelectuais pretediam ua tansformayao
no po
cesso de foa9ao de proissionais, propondo
mudan-9as qualitativas, atraves da ad09ao de inovayoes nos
conteudos e procedimentos educacionis,
alem
de
tomarem como parametro un avan90 na produ9ao de
pesquisas e disseina9ao de
atitudes
cientiicas, de
pedisposi90es paa conhecer de foma inteligente, e
nao aenas
epetitiva e reprodutiva(4,
8).
lie e
onia� do conecieno, ode fo
m
todos, como
e
f
e
e
c
i
,ouos iaios
eus
fos e enar a deco; oe foi
oo
n
rio duccioal cujo onto cen
l
f
o
i eslocdo
dos es
s
a
os seus meios ou
ics.
0
bjeivo basco
dss re
f
orms foi
0
de
racinalizr
s
viaes ducacios, conferido
e
ior
elci�cia e
pduviade, do do
eso
e
qe os pbles etentes diiam
eeio a
rae
cioeto o sistema du
ciol,
cujas
solu� em
ese
caer tc
io,
edo oitido, deliemente,
0
eu Aer
olico.
Edo
simplic�es a Refoa Uvesi
ia
)esio de Enfeagem, FENDES(3)
verkou qe esa foi muito
s a
efoma oli
ia,
eoomica e idol6gica, do que meso
a
m� o myel do conteuo e dos pcedimentos
dcios; efoma olitica
op
r
diinuir
s psOOs abe a univesiade, aves
a
mplia
� o
eo e vagas
o
ensio Ublico e do
mo
a
eo o setorprvao; efoma coo
ia
o or seios cesios paa acioaliar
ts;efoma ieol6gica
op
r r
cobea
dol6ia o
egime impdo em
14.
Os asc
os
g6icos
e quiitatvos a educ�o foam
eos e
o
a
se assumir
0
itatvo e
0
coomico.
A
ir de
168,
a Univesiade assou, entlo, a
execer
s
foeete sua �o de Eso, ten
eo a
a
ea aplida, ofecedo
n
en
sio e
sa
e epssdo
a
outs instacias a
equia (desliada do esio) e a fo�o de ua
elie de equiaoes. Equanto isto, a Exteao,
ialiaa ela Pea e elo Esio, ecbe
a
te�o sbestiada da institui�o.
A
pecua
�
com
0
desenvolvmento a Pesquia e da Exten
o em
s
el�Oes com 0 Eso lo fez
e
da
oliica geal do ensio sueior, que estve voltada
a 0
atedimento
s
des or Ensio e
a
0
onole olitico desse ateiento.
Porouto ldo, ea ecesio acioaliarcusos.
Essa imeaiva cesside intefeiu a distibi
�o de cusos paa a Pesquia e Exteso, que foi
subia
a
a
cdemica. Paa a Pesquisa, ente
to, a disribui�o de e
os foi canalda pa
n
emento esecico do Ministeio da Edca�lo
-CPES - e paa as agencias incidoas. Eses
6ros,
constituindo-se como cotroldoes da oli
ica de o�lo de vebas paa a Pesquis, esaelece
m n
sistema paalelo
a
estutua univesilia,
maneo oontato dieto com os esqiaoes - or
gnios a 6s-gd�o ou os gos de qui
a - aio or cia e or foa da estuta de oder
a Univesiade<2).
Esa olaia�o aliena
a
edecia peocu
ante e desligamento pogessivo as u�s ca
demics. Essa teecia, or
a
vez, coduz a dois
tios disitos de instiui�s: em
n
olo estlo as
isitui�Oes qe, esevovedo
n
esio de assa,
pcuam ateder, de foma imediaista,
a
deda
or diploa a vel de aua�o e, exceciolen
te, of ee cen cos de 6s-gd�o
lato-sensu;
a
Pesquia e a Exteao lo, paticamente, existentes
esses esaelecientos; o outo extemo estlo as
istiui�Oes qe, bjetivado a peseVa�lo os pin
cipios da idisocibiliade ene EPE,
nem
cri
terios de qta�o acdemica e ofeecem melo
es ooiades de foa�lo, miistdo cusos de
g�o e 6s-gd�o
sricto-sensu(2).
Por ouo lado, com
0
decescimo dos ivesti
menos em educa�o (e saue) que comm a
ceso econoica, pduiu-se ua deteioa�o
dos salios e as vebs e csteio, agavado a
sita�o em si ja dtcil, cujo esultdo ten sido a
multiplica�o de esabelcimentos oe
0
Esio e
pecrio, a Pesquia e insuiciente e a Exteao ine
xistete, coido imita�s emobecidas de
vedeas U vesidades(3).
Tomdo tda esa ealidae como
o
de on
do, ica mais fcil enteer oque a triade EPE,
qudo lo ausente, e atea ela o�lo
de
,
iexpessividae ou mrgialidade de outas.
Fica mais fcil, tambem, enteder oque lo se ode
compeeder EPE aeas em si mesma e sim a sua
totalidae.
Sita e contextliza a tiade acaemica,
com seus colitos e cotdi�oes, ode-se disor
ago, de categorias coces paa se cbegar a un
cohecimento proximado da ealiade da comosi
�Ao EPE, compeendendo-a e explicitando-a como
un
produto ist6ico, no qul se solidtcm intees
es e paticas complexas e condit6ias.
4.
ENGENDANDO
0
NOVO
Neste ial de mileio vive-se
n
momento con
tadit6io, sobecaeado de mrcas do pssado,
s,ao mesmo temo, pleo de ossibilidades con
cetas
a
0utro. Assi, lo e mis admissivel que
os proissiois se limitem a itepetar
0
que esta
diante deles, de maneia imediata, sem distinguir, de
modo conseqiente, os elementos que se opem
s
mudan;as, ou os que favorecem essas mudan;as. Nao
basta, otanto, esar, enteder, investigar, intepe
re explicitar 0 que e indissociabilidade EPE, mas
tambem vislumbar hoizontes ara a tnsforma;ao
da realidade, para engendar 0 ovo.
Nao
i
formula magica paa engendar 0 novo;
este e 0 esultado de un processo de luta, de coquis
ta, de vontade e deteina;ao olitica que somente se
desenvolve em ambientes de critica e autocritica, de
debates e de confonto diario com a elidade conce
ta, germinado na
dispos(;io
paa se intevir tans
formadomente no eistente.
A disposi;ao do enfemeiro-docente ara intevir
na realidade da tiade EPE, engendrado 0 novo,
resulta, necessariamente, da concep;ao da uiversi
dade que se deseja, isto e, n espa;o privilegiado, Io
so da produ;ao critica do conhecimento e a cultua,
contribuindo paa 0 desevolvimento da tecnologia e
paa 0 diagostico dos problemas nacionais,
stambem da forma;ao de poissioais-cidadaos com
petentes, criticos e comprometidos com
s
necessida
des cocretas da opula;ao; enim, un espa;o eist
encialmente estendido
a
sociedade - sua expessao
mior.
Po desa conce0, 0 eneeto do ovo
ses ademics da efemagem,
la
da:
- disposi;ao paa produzir conhecimento proprio,
inovador, voltado paa a realidade de saMe da
regiao, de utilidade paa as necessidades nacionais
e que seja objeto do ensino e suorte da presta;ao
de sevi;os a comunidade;
- disposi;ao para co locar 0 cohecimento produzido
e acumulado a sevi;o da opula;ao, fomecedo,
a
mesma, elementos para interpreta;ao e transfor
ma;ao da realiade de saude;
- isposi;ao paa rediecioar os conteudos de En
sino e a Pesquisa,
toado como dieiz os ite
resses comuns da efemagem e da opula;ao,
levado em considera;ao os tra;os culurais da
regiao, com suas caacteisticas proprias e poble
ms eseciicos;
- disosi;ao paa ultapassar os liites da sala de
aula como lugar privilegiado para 0 ato de ensi
nar/aprender e para assumir 0 desio de ensinar e
pesquisar em locais e situa;oes diversas, onde
estiverem professores, lunos e popula;ao numa
rela;ao de aprediagem ecipoca;
- isposi;ao para edeinir
a rela;ao
enferagem x
popula;ao, onde, simultanemente, a efemagem
40
R. Bras. Enferm. Brasil ia, v. 47, n. I, p. 36-41, jn.lmr. 1 994contribua paa 0 avan;o historico a opula;ao, e
esa cotribua com a forma;ao de poissioais
capazes de er e agir, criticamete, fente
s
exigencis coletivas; essa a;ao e istuetada
ela Pesquisa e elo Esio, ou seja, a Etesao
como articuladoa do Esio e
a
Pesquisa, gan
tindo 0 contato dieto, ealimentador e eciprco
ente enfermeiros-docentes, enfermeiros de sevi
;os, alunos e opula;ao, vinculndo-se ao so
a
pesta;ao de sevi;os, ms tambem ao execicio de
transforma;ao da relidade.
Esse conjunto de disosi;oes constiti-se nua
via de Io dupla, com lnsito sseguado
a
comui
dade academica de enfermagem que econta, nos
sevi;os, a possibilidade de opeacionalia;ao da pra
xis de un conecimento. Dessa prxis, docentes e
discentes trazem paa a academia un apendizado
que, submetido
a
elexao teo rica, sera acescido
aquele cohecimeto. Paa
EIS(9),esse luxo, alem
de estbelecer a roca de sabees sistematiados, aca
demico e opular, ten, como consequencia, a produ
;ao do cohecimento resultante do confonto com a
ealidade naciol e egiol, a demcratiza;ao do
conhecimento e a paicipa;ao efetiva da comuidade
na atua;ao da U niversidade. Esse pocesso dialetico
de teoia e pntica e istumetado or aquele conjn
to de disposi;es que favorece un tabalho interdis
cipliar, facilitando a visao integada do social.
Nesse etendimento, 0 engenamento do novo
se
3
em termos olitico-metodoloicos, patindo do
concreto eal ao conceto ensado, ataves de ua
pntica social que se da a constu;ao de un pojeto
histoico da sciedade, dando un saIto de qualidade
na forma;ao de poissiois competentes e olitica
mente compometidos. Assim, 0 horizonte paa a
indissociabilidade EPE pode ser epresso como a;ao
vinculada, coninua e pocessual de ua nova oliti
ca, uma nova ilosoia,
ua
nova ostua academica.
Vale salientr, entretanto, que a trajet6ria paa
alcan;ar esse horizonte revelaa contadi;es dileti
cas entre a relidade pesente e a realidade ua a
indissociabilidade EPE, 0 que emete
a
compreesao
de que essa tiade se da como resulante do confronto
de inteesses de uos e sujeitos evolvidos, nn
movimento de a;ao/ea;ao/a;ao.
plao do conecimento, situam-se na pxis.
5.
FlNALlANDO
Se desejamos iovar, necessitamos evitar os o
os de sentir e de ensar que
00
eslo ciodo
a conteto; ecessios, igualmene, eliar un
eo
esfo�o o sentido de visualar ovos oi
ones. Ese esfo�o pasa oruma ele�o citica da
ajet6ia ecoria ate enmo, o entio de eeami
r
osso parimonio te6rico, nosso iental con
ceial; pass, tmbem, or efomula�s
sfoas
e enar e sentir
0
mudo, as fo
s
de
ere
sentir a vida, as fomas de ensar e sentir a educa�o,
a aMe e a enfemagem. Tis efomul�Oes nos
cm a assumir a esonsabilide olitica de
ci�os, a pticipa�o os debates e
sdelie��
es
a
comuide, a a�o ol, nesubjetiva,
io
e,
0movieo que vi de
n
sujeio a ouo,
em
buca a vola. Nesse ovmento, aaa-e or
l
�ar
n
arem que a dvergeca esiste, oem
combida com uma covergeca ue ia em oo
do esfo�o or a copee� mua. Efl,
como os leba
KODR(6),assumir a isosi�o
a
itevir fodomee o eisee, e
gedo
0
ovo, e ecesario assimilar os vloes
do plualismo, ou seja, 0
coecimento de oos
de vista diveos, de edecias distinas, de coees
difeentes e de e�o ssegudo paa a epeso
dos esfo�os de copeeso e sfoma�o de
a
ealidde iesotvel.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Recebido
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